Foi um dos vultos mais proeminentes de nosso passado histórico.
Nascido na antiga freguesia da Santíssima Trindade de Pirapora – hoje Tietê – em 18 de outubro de 1841, era filho de João de Moura Campos e de Ana Cândida de Souza.
Trazia desde o berço uma genealogia gloriosa que bem servira a Pátria desde os históricos capitães-mores das capitânias Del Rey às províncias do antigo Império.
Em Tietê ocupou vários cargos públicos, tais como: vereador, suplente de Delegado de Polícia e Juiz de Paz.
Em 1880, acompanhando a marcha para o Oeste, mudou-se para Botucatu, onde se tornou grande fazendeiro.
Adepto do Partido Liberal desde a mocidade, aderiu ao Partido Republicano Botucatuense, formado por Raphael Ferraz Sampaio, Bernardo Rodrigues da Silva, Amando de Barros e outros. Era da Ala Amandista
Lavrador, agropecuarista, foi uma das alavancas da terra que adotou.
Empenhou todos os esforços e capitais para o desenvolvimento da cidade.
Tornou-se líder. Gozava de imenso prestígio político.
Foi Delegado de Polícia em 1889, várias vezes Presidente da Câmara Municipal e do Diretório Político do Partido Republicano, que serviu até morrer.
Como Delegado de Polícia teve atuação decisiva na manutenção da ordem pública ameaçadas por agitações políticas.
Fundador do Clube 24 de Maio, sócio fundador da Misericórdia Botucatuense.
Homem tenaz, justo, caridoso, muito contribuiu para o progresso de Botucatu.
Vereador por várias legislaturas (1902-1913).
Durante vários anos foi presidente da Edilidade, atuando como Prefeito.
Herdou ainda no berço os traços de fidalguia nobre, transparência de costumes, fidelidade a Deus, à Pátria e à Família.
Fez-se junto à terra-mãe, constituindo-se membro destacado da fidalguia rural.
Destacou-se como latifundiário no município.
Ao seu redor cresceram os escravos num ambiente de liberdade e de justiça, a ponto de serem já remidos muitos de seus servos, quando surgiu a Lei Áurea.
Por isso, muitos de seus antigos escravos, já libertos, adotaram o sobrenome de Moura Campos. Gratidão ao antigo e querido senhor das terras.
O Cel. Raphael Augusto de Moura Campos desde jovem radicou-se em Botucatu fazendo destas paragens seu segundo berço ao qual jurou, como cavalheiro, fidelidade.
Como tal, participou de todos os eventos que deram a Botucatu, nos primórdios tempos, foros de cidade, ponto de convergência geográfica numa área territorial tão grande.
Trabalhou e participou ativamente quando da instalação da Diocese de Botucatu e posse de seu primeiro Bispo.
Foi membro ativo da comissão que instalou na cidade a Misericórdia Botucatuense e assim, sucessivamente, inclusive, para a instalação da Escola Normal Oficial que no passado tanto valorizou a cidade, como polo educacional de primeira grandeza.
Casado com Ana de Arruda Lima, deixou desse consórcio os filhos botucatuenses: Major Antonio de Moura Campos, vereador municipal e prefeito a seu tempo; Engenheiro Raphael de Moura Campos Filho; Dr. Cantidio de Moura Campos, primeiro médico botucatuense, Catedrático da Faculdade de Medicina de São Paulo e Secretário da Educação de São Paulo; Salomé de Campos Jaguaribe, esposa do Dr. João Nogueira Jaguaribe, advogado e historiador; Ana Cândida de Campos, esposa do Dr. Antonio Vieira, Juiz de Direito.