De ascendência italiana, Danúzia Pieri De Santi, filha de Amleto De Santi e Rosina Pieri De Santi, nasceu em Avaré no dia 10 de outubro de 1935. Fez seus primeiros estudos na terra natal, tendo sido aluna de piano da professora Esther Pires Novaes. Em fins dos anos 1950 graduou-se em Música pelo Conservatório Paulista de Canto Orfeônico, em São Paulo.
Ainda jovem, a bela pianista ensinou Música no Instituto de Ensino Sedes Sapientiae, no Colégio Industrial de Avaré (atual Escola Estadual Paulo Araújo Novaes) e no Ginásio Estadual de Itatinga, onde por dois anos granjeou, em suas interessantes aulas, o respeito, a simpatia e a admiração de seus alunos.
Espírita kardecista, Danúzia faleceu aos 31 anos, no dia 29 de julho de 1967, num acidente automobilístico na estrada entre Campinas e Uberaba (MG), para onde se deslocara a fim de visitar o famoso médium Chico Xavier.
No “Réquiem para Danúzia” publicado no jornal “O Avaré” dias após sua morte, a cronista Anita Ferreira De Maria, sua amiga e admiradora, descreveu-a poeticamente:
“Você era muito jovem. Irradiante de graça e simpatia. Um espírito curioso das coisas da inteligência. Você amou a poesia, o canto, a música e através desta arte, a magna das artes, você afundou cotidianamente a sua alma tecida de ouro e azul, de sonho e encantamento.
Sua existência foi valorizada pelo seu princípio de solidariedade cristã. Valorizada pela plenitude do bem cumprido. Tecida de leveza de nuvens e carícias de rosas. Criatura que viveu para ouvir música e escutar o silêncio das coisas, alegres e tristes.
Danúzia, você descansa sob a pedra dos séculos. Na eternidade que teve começo e não terá fim. Você partiu e na humildade imensa de seu coração, deixou tombar aos pés do Criador, a grandeza de suas realizações terrenas.
Hoje, a sua voz é calada. Você é ausência apenas material. Seu espírito é presença que a distância não apagará. Seu viver foi iluminado por um acendrado amor ao semelhante. Você amou as crianças, a juventude, às quais você transmitiu a beleza de seus ensinamentos, em cadência de ritmos e melodias. Você derramou sensibilidade, amor e ternura pelos caminhos terrenos. Agora é alma canora que caminha os caminhos de sol da eternidade”.
PREITOS
Em março de 1968, o deputado estadual Antônio Salim Curiati apresentou projeto de lei propondo fosse dado o nome da educadora avareense ao Ginásio Estadual de Itatinga, onde ela havia trabalhado.
“A ilustre e dedicada mestra, há pouco falecida, por conta de sua grande capacidade cultural e extrema devoção à causa do ensino, conquistou a admiração e respeito de toda a comunidade itatinguense. Prematuramente desaparecida, deixou um exemplo que deve ser imitado e a torna merecedora de perpétua gratidão”, justificou o parlamentar.
Unanimemente aprovada pela Assembleia Legislativa, a iniciativa foi sancionada pelo governador Abreu Sodré em 28 de agosto de 1968, tornando-se a Lei Estadual nº 10.184, que deu o nome de Ginásio Estadual “Professora Danúzia De Santi” ao estabelecimento de ensino situado em Itatinga.
Atualmente a unidade se chama Escola Estadual “Professora Danúzia De Santi” e conta com mais de 700 alunos matriculados, os quais participam do Programa de Ensino Integral (PEI).
Para honrar a memória da educadora entre os seus conterrâneos, em setembro de 1968 a Prefeitura de Avaré, por indicação do vereador Benedito Ferreira da Silva, denominou “Rua Professora Danúzia De Santi” uma das principais vias do Bairro Ipiranga, que hoje dá acesso à Colônia Espírita Fraternidade.