Fábio Gonçalves Carreira (Fao Carreira) nasceu em Botucatu em 03.06.1975 e faleceu nesta mesma cidade em 24.03.2017.
Era técnico em Farmácia, trabalhando na Farmácia do Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu, onde era querido por todos em virtude de seu gênio amável e brincalhão.
Sua grande paixão era a arte visual e desde garoto já desenhava em seus cadernos escolares,os temas que lhe vinham à cabeça.
Produziu durante a sua curta vida centenas de desenhos e quadros, dos quais muitos ganharam o mundo. Um artista contemporâneo, segundo os críticos de arte.
Teve três filhos: Halina, Thiago e Felipe.
Sua união com Alida Câmara, lhe deram os três anos mais felizes e produtivos de sua vida.
Fábio Gonçalves Carreira
Morreu nesta sexta-feira, 24 de março, o artista plástico Fao Carreira. Esse era o nome de Fabio Gonçalves Carreira, nascido na Vila dos Lavradores, onde cresceu também.
Muito bem relacionado no mundo dos artistas locais, Fao Carreira (veja seu perfil e obras no facebook) colecionava seguidos trabalhos de uma arte muito intimista, abstrata e sensivelmente constituída por traços impressionistas e expressões do inconsciente artístico que portava.
Suas exposições sempre foram muito concorridas. Afável e atencioso com os amigos, gostava de falar sobre sua arte e de seus amigos locais. Era muito admirado. Fao trabalhava na farmácia do Campus da FMUnesp-Botucatu.
Seu falecimento colheu seus amigos mais próximos e pessoas que o admiravam, de maneira arrasadora, ainda durante o que se poderia chamar de sua juventude, aos 44 anos de idade. O sepultamento se dará no Cemitério Portal das Cruzes, às 13h30 deste sábado, 25 de março.
S A U D A D E
Homenagem de sua mãe Delane.
Não sabemos se o tema se entrosa hoje, com a mesma precisão antiga, como o coroamento de um inteiro programa gramatical.
Hoje, a estrutura dos programas interpolou a matéria e entremeou-a de tanta frase literária e textos a interpretar, que os alunos, no geral, acabam não sabendo sequer, a mais elementar regra da Gramática. E nem mesmo os professores.
Veja-se, por exemplo, a triste contingência a que chegaram, na primeira fase, os milhares de candidatos reprovados no último concurso para preenchimento de vagas na cadeira de Português , do segundo grau.
Salvou-se uma diminuta e digna elite. No nosso tempo, quando se chegava ao Idiotismo, a classe já tinha apontados em seus índices de aproveitamento cabal, os nomes dos futuros literatos, poetas e oradores.
Por Idiotismo, entenda-se aqui, a vera acepção da palavra, não a terminologia psicanalítica e nem mesmo, o calão popularesco. Nas priscas eras, estudava-se a Etimologia, a fundo.
Sem mesmo conhecermos o grego, as leis do ensino obrigavam-nos a mergulhar sério, na infra-estrutura idiomática e, com Ramiz Galvão, o dicionarista das raízes gregas, conhecíamos a contribuição clássica ao nosso idioma. Sob sua exata acepção sabia-se que o idiotismo é a expressão, termo ou dicção existente numa língua sem correspondente em outros idiomas. A palavra “saudade”, situa-se dentre os idiotismos do nosso vernáculo.
Martin Heidegger, filosofo alemão há pouco falecido, deixou, este, entre seus muitos pensamentos : “ Um individuo que não sabe o que é saudade não pode filosofar”. Saudade é, como dissemos, uma peculiariedade de nosso idioma. Sua significação não tem substrato em outras línguas.
Não é exatamente o “remember” inglês , nem o “souvenir” francês , nem o “recuerdo” espanhol, nem mesmo o sonoro “riccordo” italiano. Essas palavras, semanticamente, tem um sentido quase físico, palpável. Tem algo de mecanismo mnemônico. É dicotomia onde vibram as fibras nervosas, que acendem memórias e idéias. Saudade, para nós, é algo mais profundo. Nasce primeiro no coração. Saudade , para nós, dói . Machuca.
E paradoxalmente nos alimenta, nos envolve, nos alenta e faz viver. Ela se infiltra no coração, se esgueira no espírito, se imiscui na mente, e nos alcandora às doces regiões do sonho. Por isso, nosso cancioneiro é rico em improvisações e tem um profundo sentido filosófico : Saudade, palavra doce Que traduz, tanto amargor. . .
Saudade é como se fosse Espinho beijando a flor . . .