Nascido em Minas Gerais, aos 13 de abril de 1863, e ordenado sacerdote em 31 de maio de 1890, Dom Lúcio foi sagrado bispo em 15 de novembro de 1908.
Seu lema era: “Non ministrari sed ministrare” (Não ser servido, mas servir).
Assumiu o bispado de Botucatu no dia 20 de fevereiro de 1909, sendo recepcionado com grande carinho pelo povo botucatuense. Ao chegar na diocese, Dom Lúcio, logo se preocupou com a construção de um Seminário Diocesano, que teve sua pedra fundamental lançada em 29 de julho de 1909 (hoje Colégio La Salle).
Para cuidar da formação dos seminaristas vieram os Padres Lazaristas, após solicitação feita ao Papa.
Trouxe para auxilia-lo na recém criada diocese, os Frades Capuchinhos, que chegaram em 1909, e se encontram até hoje onde funciona o Santuário Nossa Senhora de Lourdes, inaugurado em 1918.
Os frades contribuíram com as paróquias sem padres, e auxiliavam em todo o trabalho pastoral.
Dom Lúcio, trouxe também as Irmãs Marcelinas que chegaram em 1912 e fixaram residência no Brasil, onde fundaram o Colégio dos Anjos (hoje Colégio Santa Marcelina).
Dom Lúcio construiu também o Palácio Episcopal, onde funcionou o Seminário.
Em 1924, ocorreu o primeiro desmembramento da diocese, criando assim a Diocese de Sorocaba.
Faleceu aos sessenta anos, no dia 19 de outubro de 1923 e está sepultado na cripta da Capela da Ressurreição, na Catedral Metropolitana.
Criação e consolidação de nossa Diocese. Dr. Armando Moraes Delmanto
Dom Lúcio, sem dúvida nenhuma, foi o grande consolidador de nossa Diocese.
Sebastião de Almeida Pinto, em seu livro “No Velho Botucatu”, edição de 1955, exaltou a figura do bispo pioneiro: “O primeiro Bispo de Botucatu foi D. Lucio Antunes de Souza, mineiro de Lençóis do Rio Verde, que era secretário do Bispado de Diamantina.
Grande figura do clero.
O ilustre prelado foi sagrado em Roma, a 15 de novembro de 1908.
No dia 20 de fevereiro de 1909, para tomar conta de sua Diocese, chegava a Botucatu o grande pastor.
Recepção estrondosa.
Uma verdadeira consagração.
A cidade inteira estava na estação.
Cinco mil pessoas entusiasticamente saudavam o prelado.
Em nome da Diocese, foi ele saudado pelo MM Juiz de Direito da Comarca, o Dr. José de Campos Toledo.
Depois, com enorme cortejo, sob o estrugir da `foguetaria, com as bandas tocando alegremente, Sua Excelência Reverendíssima, foi conduzido à residência episcopal.
Esta era a modesta casinha existente onde hoje está a Casa das Meninas “Amando de Barros”.
Começou o fecundo apostolado de D. Lúcio, o Bispo Caboclo como era chamado, apesar de sua cultura notável.
Pela sua simplicidade, pela sua modéstia e disposição para viajar pelos sertões, pelo amor que tinha aos trabalhos agrários, D. Lúcio era mesmo um Bispo caboclo.
Graças aos seus esforços, criaram-se novas paróquias e construíram-se muitas igrejas.
Tivemos o Seminário e o Palácio Episcopal.
Trouxe o Colégio dos Anjos, que se transformou nesse magnífico e modelar educandário que é o Instituto Santa Marcelina.
Esta casa de ensino é um dos motivos de orgulho, aliás justo orgulho, dos botucatuenses.
D. Lúcio executou um sem número de obras, desenvolvendo o progresso espiritual e intelectual da zona, atingindo índices que não podem ser expressos por cifras, porque não são construções materiais que se avaliam aos metros ou às toneladas.
Justas são as palavras que um historiador a seu respeito escreveu: “Grande Bispo, Grande Homem !
Não são demasiadas as homenagens que a cidade lhe prestou dando seu nome a uma vila, a uma das principais avenidas da urbe e a um dos seus grupos escolares.