Nasceu em Itu/SP, em 25 de setembro de 1934, filho de Jacinto Benito e Beatriz Torquato Dias, de descendência espanhola, foi o 3º filho de seis, (Felipe, Antônia, Juvenal, Celina, Roberto e Teresinha), de família simples, completou o “primário”, e deixou os estudos para ajudar o pai. Contava que ainda na adolescência recebeu a extrema unção devido a uma apendicite, e que nesse momento seu pai Jacinto lhe perguntou o que ele desejava então ele pediu para comer um pedaço de melancia e um relógio de pulso.
O menino simples cresceu dando valor ao trabalho e se orgulhava de ter levado mármore em seu caminhão para a construção de Brasília. No final da década de 60 teve uma sociedade com seu irmão Felipe em uma casa de carne no bairro do Brás, em SP, e lá, em 1970 conheceu sua esposa, Victória Bueno Cuenca Benito. Os dois começaram a namorar em 21 de abril de 1970 e nesse mesmo ano o casal comprou um frigorifico, que coincidentemente tinha o nome da data do início do namoro, o Frigorífico 21 de Abril ficava na Rua 21 de Abril, também no Brás, em SP, e o número 21 passou a ser o número de sorte do casal, eles se casaram em 25 de dezembro do mesmo ano.
Amava a “turma do 21” e os amigos que lá criou, Benjamin, César, Luizinho, Brechó e as suas respectivas famílias.....
Aos 36 anos, em 1971, com a chegada de sua filha Adriana, realizou um dos seus maiores sonhos, SER PAI. E o sonho se concretizou mais duas vezes, com o nascimento de Andrea (1972) e Juvenal (1976). Com a família completa, Juvenal pôde partir para a realização de outros sonhos.... Ainda em 1976 comprou uma fazenda nas “Três Pedras” em Bofete e foi o pioneiro na plantação de limão da região. Nessa época se revezava entre o frigorifico e a fazenda, e lá era auxiliado pelos seus sogros, José Bueno Torres e Maria Victória Cuenca Silva. Em 1978 comprou uma casa em Botucatu, no Vale do Sol e a história com Botucatu se concretizava cada vez mais.... todas as quintas vinha para Botucatu e aos domingos voltava para São Paulo ouvindo seu amigo Estevan Sangirardi narrar o futebol na rádio, e quando era jogo do São Paulo então...... a emoção na estrada era maior...mas não podia ter conversa nessa hora....
Foi nessa época também que o menino que só fez até o 4º ano primário, como ele mesmo dizia, se tornou piloto de avião e começou a trilhar novos caminhos.... Para alcançar esse sonho, além do apoio da família, contou com as aulas particulares de um amigo, o “Nê” - Comandante Lacerda, com quem passava horas estudando nos “rotaers” .... voou solo em Itu, onde também praticava com o auxílio de seu sobrinho Ede, mas o banho de óleo foi no aeroclube de Botucatu, com direto a “voo baixo” e tudo. E os voos seguiram..... mais um sonho realizado: comprou seu primeiro avião, PT-NJX e com ele adorava passear com os filhos e acompanhar do alto as carretas que levavam as peças para a construção da Usina de Itaipu.
No final de 1980, fechou o frigorífico e se mudou de vez com a família para Botucatu. Comprou uma fazenda de gado em Barra do Garça/MS e começou a dividir sua atenção entre as duas fazendas.
Ainda em 1981 viajou com a família para Foz do Iguaçu e juntos foram visitar a usina de Itaipu, que eles viam as peças nas estradas, foi uma viagem inesquecível.... cheia de boas histórias.... e de histórias ele gostava....... E quantas histórias viveu ao lado dos amigos Sodinha, Tonho, Lacerda, Helios e tantos outros amigos mais....
Na década de 80 abriu a Terraplenagem 21 de abril, sem perceber, já começava a se envolver com ramo de construção... Ficou com a terraplenagem por um tempo e logo depois passou a se dedicar exclusivamente para a fazenda de Mato Grosso, ia para lá a cada 15 dias, revezando a viagem com seu amigo Emílio Peduti. E foi em voo, voltando de uma dessas viagens em 1989, que enfartou, o que o fez repensar em manter a fazenda tão longe assim, uma vez que não poderia mais pilotar... Nessa época o casal estava reformando a casa onde moravam e sentiam muita dificuldade em encontrar lojas especializadas em produtos na área da construção na cidade. Foi então que decidiu vender a fazenda e mudar o ramo de trabalho, surge a ideia de montar uma loja de material de construção especializada em hidráulica, nasce então a Comercial B&B, mais uma vez, a parceria com a esposa foi fundamental, e o casal se tornou sócio em mais uma empreitada.
A Vila dos Lavradores, o “Bairro” como é conhecido, já existia no coração da família pois, lá vivia a Familia Prado, a família de coração que a vida lhes deu assim que chegaram em Botucatu, e foi bem no coração do Bairro que Juvenal escolheu para sediar sua loja, na Rua Floriano Simões, 203. A loja abriu as portas em setembro de 1989 e desde então Juvenal era referência dos amigos lojistas ao redor.
Em 22de novembro de 1997, foi iniciado na Loja Maçônica Guia Regeneradora, onde fez mais amigos.
Em 2001 virou “sogrão” do Jeferson e, em 2006, ganhou mais um genro, Geremias.
Em 2003 a Comercial B&B ganha um braço, a B&B acabamentos, especializada em acabamentos, com a ajuda de seu filho a loja foi expandindo e Juvenal seguia sempre com o sorriso nos lábios e o docinho para as crianças que lá iam. Encantava tanto que chegou a ganhar uma gatinha da filha de um cliente.
Se orgulhava de dizer que o Banco do Brasil teve uma agência dentro da loja, que foi convidado a ir conhecer a fábrica da Tigre e receber homenagens de melhor comprador... Atualmente seu filhos Juvenal e Adriana trabalham na loja e dão continuidade ao seu legado.
Em 2003 também assumiu um dos melhores papeis da sua vida, o de Avô da Nathália, que carinhosamente o chamava de “Abuelito” (vovô em espanhol), e para abrilhantar ainda mais esse papel e encher o peito de orgulho, em 2007 chegaram o Bruno e a Maria Beatriz, que puderam entender o significado de “amor verdadeiro” ao conviver com o querido “Abuelito”.
Seus domingos eram acompanhados de corridas de formula 1, futebol e idas ao aero clube para bater papo com os amigos, mas depois do almoço sempre dizia que “tinha um compromisso” e ia tirar uma sonequinha. Gostava muito de sentar na mesa da varanda e lá contar suas histórias, ahhh era um excelente “contador de causos”
Se orgulhou de ver os filhos e a esposa formados, acreditava que a educação mudava a vida das pessoas.
Bom filho, irmão, esposo, pai, tio, padrinho, amigo de todas as horas, Juvenal faleceu em 05/12/2019, foi voar com Deus e deixou para sua esposa, filhos, genros e netos a maior herança que alguém pode ter: o exemplo de um homem trabalhador, honesto, digno e com um coração maior que o mundo, reconhecido e respeitado por amigos. Sua despedida mostrou que um de seus ditados favoritos era real: “Quem planta, colhe.” E ele colheu, recebeu carinho durante a vida e muitas homenagens na sua partida.
É Juvenal, por isso que nós “só temos que agradecer” pela honra de termos convivido com uma pessoa magnifica como você