"Nasceu em Botucatu no dia 15 de janeiro de 1927, passou sua infância e adolescência na Vila Aparecida, onde residia sua família.
Seu pai Antonio e sua mãe Mariangela, seus irmãos: Antonio, Carlos, Judite e Marta.
Foi telegrafista na antiga Estrada de Ferro Sorocabana.
Depois foi jornalista escrevendo para vários jornais de grande circulação, como "A Época" e a "Folha de São Paulo".
Como jornalista ganhou prestígio e conseguiu muitos amigos importantes.
Entre esses amigos estava o dr. Jânio da Silva Quadros, Governador do Estado de São Paulo, do qual foi valioso colaborador.
Esse moço que qualifico de líder botucatuense, tinha um desejo e tudo fez para conseguir realizá-lo, ou seja: o de se criar em Botucatu uma Faculdade de Medicina, no prédio que tinha sido construído para abrigar um hospital para a cura da tuberculose em Rubião Júnior.
Trabalhando como jornalista, também estudava, cursou a Faculdade de Direito do Largo São Francisco onde veio a se formar Bacharel em direito.
Voltou para Botucatu, onde passou a residir e trabalhar.
Casou-se com dona Maria de Lourdes Fernandes, a 5 de setembro de 1959. Tiveram os seguintes filhos: Ana Lúcia; Maria Inez; Luiz Sérgio; Cláudia Regina; José Henrique; Solange Aparecida e Luiz André.
Conversei com sua família, todos foram unânimes em elogiá-lo, seus olhos brilhavam de alegria ao narrar as qualidades e feitos do esposo e pai.
Era incansável no: trabalho e para espairecer, gostava de passeios de automóvel, pelo município de Botucatu, nos quais levava toda a familia.
Viajou também em decorrência de seu trabalho.
Amava sua profissão e a exercia com galhardia e competência.
Tinha inteligência e memória fora do comum.
Recitava de cor qualquer artigo dos códigos de leis.
Advogou causas trabalhistas de ferroviários, de professores da Unesp, do Dr. Ressac - Diretor do Instituto Butantã, em razão de ter-se especializado em Legislação Trabalhista. Agora passamos a contar seus feitos para Botucatu.
Como já dissemos ele tinha o desejo de que se criasse em Botucatu uma Faculdade de Medicina, no prédio construído para ser hospital para tratamento de tuberculose, pois a doença estava sendo controlada e havia poucos casos.
Quando expunha esses planos às autoridades, alguns achavam que era impossível realizá-los.
Mas uma autoridade acreditou nos planos dele, foi o Dr. Zeferino Vaz, Diretor da Faculdade Paulista de Medicina e depois o 1º Diretor da UNICAMP.
O idealista não media sacrifícios para alcançar seus objetivos, às vezes gastava dinheiro de seu bolso para esse fim.
Em certa feita trouxe às expensas, o Dr. Zeferino Vaz, de avião de São Paulo a Botucatu, para que ele fizesse uma vistoria no local e tirasse conclusões se seria realizável o plano.
Deu certo, o Dr. Zeferino Vaz interessou-se, trabalhou no assunto e nossa Faculdade de Medicina foi fundada em 1958.
Era Prefeito de Botucatu, na época desse acontecimento, o Sr. Emílio Peduti, que divergia dos planos desse jornalista e advogado, mas que pouco tempo antes de sua morte, chamou-o para com ele harmonizar-se.
Graças ao trabalho desse jornalista e advogado, hoje temos em Rubião Junior esse grande complexo de Medicina da UNESP, que serve Botucatu e todo o Brasil.
Mas não ficaram por aí seus feitos; também trabalhou e conseguiu que fosse criada em Botucatu a Junta de Conciliação do Trabalho, órgão de grande utilidade e que facilitou a agilização nos Processos Trabalhistas.
Com a criação da Junta, veio também a favorecer o Arcebispado, que na época atravessava dificuldades financeiras.
Como a Junta necessitava de um prédio para instalar-se, esse jornalista e advogado tratou o Contrato de Aluguel do Prédio da Cúria Arquidiocesana para à Junta, que naquele local funcionou até este mês de abril de 1991, quando se mudou para o prédio da rua Major Matheus, onde funcionou o Grupo Escolar "Dom Lúcio Antunes de Souza" reformado para sua instalação, com inauguração marcada para os dias de festejos do 136º Aniversário de Botucatu.
Em sua profissão de advogado, ajudou também as pessoas carentes que precisavam de advogado e não tinham recursos para pagar os honorários. Advogava as causas deles gratuitamente.
Quando um governador do Estado de São Paulo, ameaçava tirar a UNESP de Botucatu, lutou e assegurou sua permanência em nossa cidade.
Sua preocupação com a UNESP nunca parou, e um fato interessante é o de que nunca foi convidado a ocupar um cargo nessa instituição pela qual tanto trabalhou. Parou de trabalhar em 13 de novembro de 1983, data em que faleceu.
Em sua tumba, lá no Cemitério "Portal das Cruzes" está escrito o seu nome: JOSÉ AMARO FARALDO.