1-Quais são as cores da triagem e tempo de atendimento
2-O que é o protocolo de Manchester
3-Quais são as linhdas de cuidado na RUE
4-Quais são os capítulos da portaria 20-48
5-Epidemiologia
6-O que são os cuidados prolongados
7-Como é a atenção ao paciente crítico
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Urgência = A ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica rapidamente; Ex.: fratura de perna.
Emergência = Constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo portanto, tratamento médico imediato; Ex.: IAM.
Rede de atendimento à urgência e emergência (RUE)
Para organizar uma rede que atenda aos principais problemas de saúde dos usuários na área de urgência e emergência de forma resolutiva, é necessário considerar o perfil epidemiológico e demográfico brasileiro, no qual se evidencia uma alta morbimortalidade relacionada às violências e aos acidentes de trânsito entre jovens até os 40 anos e, acima desta faixa, uma alta morbimortalidade relacionada às doenças do aparelho circulatório, como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC).
A organização da Rede de Atenção às Urgências tem a finalidade de articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna, em todo o território nacional, respeitando-se os critérios epidemiológicos e de densidade populacional.
O acolhimento com classificação do risco, a qualidade e a resolutividade na atenção constituem a base do processo e dos fluxos assistenciais de toda Rede de Atenção às Urgências e devem ser requisitos de todos os pontos de atenção.
Além disso, com o objetivo principal de reordenar a atenção à saúde em situações de urgência e emergência de forma coordenada pela atenção básica, é necessário muito mais do que a ampliação da rede de serviço: é necessário, de forma qualificada e resolutiva, o desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, de diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.
DIRETRIZES
Ampliação do acesso e acolhimento aos casos agudos demandados aos serviços de saúde em todos os pontos de atenção, contemplando a classificação de risco e intervenção adequada e necessária aos diferentes agravos
Garantia da universalidade, equidade e integralidade no atendimento às urgências clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e às relacionadas a causas externas (traumatismos, violências e acidentes)
Regionalização do atendimento às urgências com articulação das diversas redes de atenção e acesso regulado aos serviços de saúde
Humanização da atenção garantindo efetivação de um modelo centrado no usuário e baseado nas suas necessidades de saúde
Garantia de implantação de modelo de atenção de caráter multiprofissional, compartilhado por trabalho em equipe, instituído por meio de práticas clínicas cuidadoras e baseado na gestão de linhas de cuidado
Articulação e integração dos diversos serviços e equipamentos de saúde, constituindo redes de saúde com conectividade entre os diferentes pontos de atenção
Atuação territorial, definição e organização das regiões de saúde e das redes de atenção a partir das necessidades de saúde destas populações, seus riscos e vulnerabilidades específicas
Atuação profissional e gestora visando o aprimoramento da qualidade da atenção por meio do desenvolvimento de ações coordenadas, contínuas e que busquem a integralidade e longitudinalidade do cuidado em saúde
Monitoramento e avaliação da qualidade dos serviços através de indicadores de desempenho que investiguem a efetividade e a resolutividade da atenção
Articulação interfederativa entre os diversos gestores desenvolvendo atuação solidária, responsável e compartilhada
Participação e controle social dos usuários sobre os serviços
Fomento, coordenação e execução de projetos estratégicos de atendimento às necessidades coletivas em saúde, de caráter urgente e transitório, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidades públicas e de acidentes com múltiplas vítimas, a partir da construção de mapas de risco regionais e locais e da adoção de protocolos de prevenção, atenção e mitigação dos eventos
Regulação articulada entre todos os componentes da Rede de Atenção às Urgências com garantia da equidade e integralidade do cuidado
Qualificação da assistência por meio da educação permanente das equipes de saúde do SUS na Atenção às Urgências, em acordo com os princípios da integralidade e humanização
COMPONENTES
Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde → estimular e fomentar o desenvolvimento de ações de saúde e educação permanente voltadas para a vigilância e prevenção das violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das doenças crônicas não transmissíveis, além de ações intersetoriais, de participação e mobilização da sociedade visando a promoção da saúde, prevenção de agravos e vigilância à saúde.
Atenção Básica em Saúde → ampliação do acesso, fortalecimento do vínculo e responsabilização e o primeiro cuidado às urgências e emergências, em ambiente adequado, até a transferência/encaminhamento a outros pontos de atenção, quando necessário, com a implantação de acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades.
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das Urgências → chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátricas, psiquiátricas, entre outras) que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, garantir atendimento e/ou transporte adequado para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS.
As unidades móveis para o atendimento de urgência podem ser:
I – Unidade de suporte básico de vida terrestre (USB) – viatura tripulada por no mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem
II – Unidade de suporte avançado de vida terrestre (USA) – viatura tripulada por no mínimo 3 (três) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico
III – Equipe de aeromédico – aeronave com equipe composta por no mínimo um médico e um enfermeiro
IV – Equipe de embarcação – equipe composta por no mínimo 2 (dois) ou 3 (três) profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enfermagem, em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida
V – Motolância – motocicleta conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento para condução de motolância
VI – Veículo de intervenção rápida (VIR) – veículo tripulado por no mínimo um condutor de veículo de urgência, um médico e um enfermeiro
Sala de Estabilização → ambiente para estabilização de pacientes críticos e/ou graves, com condições de garantir a assistência 24 horas, vinculado a um equipamento de saúde, articulado e conectado aos outros níveis de atenção, para posterior encaminhamento à rede de atenção à saúde pela central de regulação das urgências.
Força Nacional de Saúde do SUS (FN-SUS) → é um componente humanitário do SUS, estruturante para a Rede de Atenção às Urgências e Emergências, sob gestão do Ministério da Saúde e deve aglutinar esforços para garantir a integralidade na assistência em situações de risco ou emergenciais para populações com vulnerabilidades específicas e/ou em regiões de difícil acesso, pautando-se nos princípios de equidade, integralidade e universalidade na atenção, considerando-se seus riscos.
Exemplos de situações elegíveis para a atuação da FN-SUS: alagamentos e seca, desabamentos, enchentes, incêndios, epidemias/pandemias, acidentes nucleares, eventos com grande concentração de pessoas, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas → estabelecimento de saúde de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar, devendo prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica e prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a necessidade ou não, de encaminhamento a serviços hospitalares de maior complexidade.
Hospitalar → constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, pelos leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem e de laboratório e pelas linhas de cuidados prioritárias.
Atenção Domiciliar → conjunto de ações integradas e articuladas de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, que ocorrem no domicílio, constituindo-se nova modalidade de atenção à saúde que acontece no território e reorganiza o processo de trabalho das equipes, que realizam o cuidado domiciliar na atenção primária, ambulatorial e hospitalar.
A atenção domiciliar é uma modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde. Pode ser dividida em três modalidades, conforme a demanda de cuidados do usuário atendido. São elas:
Modalidade AD1 → destinada aos usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde; necessitem de cuidados de menor complexidade, incluídos os de recuperação nutricional, de menor frequência, com menor necessidade de recursos de saúde. A prestação de assistência à saúde na modalidade AD1 é das equipes da Atenção Básica.
Modalidade AD2 → destinada aos usuários que possuam problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma UBS e que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento contínuo, podendo ser provenientes de diferentes serviços da rede de atenção. A prestação de assistência à saúde na modalidade AD2 é de responsabilidade da equipe multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) e da equipe multiprofissional de apoio (EMAP).
Modalidade AD3 → destinada aos usuários que possuam problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, com necessidade de maior frequência de cuidado, recursos de saúde, acompanhamento contínuo e uso de equipamentos, podendo ser oriundos de diferentes serviços da Rede de Atenção à Saúde. A prestação de assistência à saúde na modalidade AD2 é de responsabilidade da equipe multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) e da equipe multiprofissional de apoio (EMAP).
Protocolo de Manchester
É um método para triagem de pacientes logo após sua chegada na unidade, que são classificados por cores conforme a gravidade de cada caso.
Vermelho: significa emergência. O paciente deve ser atendido imediatamente. São os casos em que o paciente apresenta risco de morte;
Laranja: muito urgente. O paciente pode esperar no máximo 10 (dez) minutos para ser atendido. Aqui, o paciente também apresenta risco de morte, embora esteja um pouco mais estável que o anterior;
Amarelo: casos urgentes, nos quais a gravidade é moderada. O tempo de espera pode ser de 50 minutos;
Verde: pouco urgente, é indicado para os casos menos graves. O paciente pode esperar até 2 (duas) horas;
Azul: não urgente. É a classificação mais baixa, que envolve problemas simples. Assim, o paciente pode esperar até 4 (quatro) horas.
Linhas de Cuidado Prioritário da RUE: IAM, AVC, trauma
Linha de Cuidado Cardiovascular - Atenção ao Infarto Agudo de Miocárdio
Algumas ações estratégicas estão sendo discutidas e iniciadas nos territórios no sentido de expandir e consolidar a linha de cuidado de atenção ao IAM. São elas:
Fomentar a habilitação das unidades coronarianas (UCO)
Normatizar a terapia trombolítica e ampliar o acesso
Ampliar o acesso à angiologia primária
Implantar protocolos de transferência e transporte para agilização do atendimento – início rápido do tratamento de reperfusão imediata dos pacientes
Expandir a telemedicina para diagnóstico eletrocardiográfico precoce (expansão do Tele ECG nos Samu e nas UPA)
Qualificar o atendimento ao infarto nas urgências pré-hospitalares (Samu e UPA) e implementar a integração entre o diagnóstico pré-hospitalar e a conduta hospitalar
Melhorar a comunicação e a articulação entre a Central de Regulação Médica de Urgência e as UCO para o atendimento imediato
Garantir o fornecimento de medicamentos essenciais ao tratamento do IAM
Linha de Cuidado Cerebrovascular - Atenção ao Acidente Vascular Cerebral
São estabelecidos na portaria dois modos de organização das unidades de atendimento ao AVC, em questão:
U-AVC Agudo é a unidade de cuidados clínicos multiprofissional com, no mínimo, 5 (cinco) leitos no mesmo espaço físico, coordenada por neurologista, dedicada ao cuidado de pacientes acometidos pelo acidente vascular cerebral (isquêmico, hemorrágico ou ataque isquêmico transitório), durante a fase aguda (até 72 horas da internação) e responsável por oferecer tratamento trombolítico endovenoso.
U-AVC Integral é a unidade de cuidados clínicos multiprofissional com, no mínimo, 10 (dez) leitos, coordenada por neurologista, dedicada ao cuidado dos pacientes acometidos pelo acidente vascular cerebral (isquêmico, hemorrágico ou ataque isquêmico transitório) até 15 dias da internação hospitalar, com a atribuição de dar continuidade ao tratamento da fase aguda, à reabilitação precoce e à investigação etiológica completa.
Algumas ações estratégicas estão sendo discutidas e iniciadas nos territórios no sentido de expandir e consolidar a linha de cuidado de atenção ao AVC. São elas:
Desenvolver ações de educação em saúde para o reconhecimento do AVC na população
Qualificar a capacidade diagnóstica em todos os pontos de atenção da RAS
Aumentar a capacidade logística e a organização de fluxos para o atendimento aos pacientes neurológicos
Assistência qualificada (cuidado multiprofissional)
Capacitar os profissionais de saúde para o atendimento pós-internação
Implementar o Telessaúde entre as unidades de AVC e em outros pontos de atenção da RAS
Possibilitar o acesso facilitado a leitos de retaguarda para crônicos e pacientes socialmente vulneráveis
Garantir acesso à reabilitação qualificada
Fomentar sinergia entre os cuidados prestados na U-AVC, AD e de cuidados prolongados.
Estrutura Física:
A U-AVC Agudo deverá contar com a seguinte estrutura:
possuir área física definida com, no mínimo, 5 (cinco) leitos exclusivamente destinados ao atendimento do paciente com AVC agudo (isquêmico, hemorrágico ou acidente isquêmico transitório)
realizar atendimento ao paciente com AVC agudo até 72 (setenta e duas) horas de internação, oferecendo, inclusive, tratamento trombolítico endovenoso para o AVC isquêmico
realizar atendimento de forma multiprofissional, com a inclusão de fisioterapia e fonoaudiologia
garantir que o tratamento da fase aguda seja coordenado por neurologista
A U-AVC Agudo deverá realizar os seguintes procedimentos:
eletrocardiograma (ECG)
serviço de laboratório clínico em tempo integral
serviço de radiologia
serviço de hemoterapia
ultrassonografia doppler colorida de vasos (exame de doppler de artérias cervicais)
ecocardiografia (ecocardiograma) transtorácico e transesofágico
angiografia
A U-AVC Agudo deve garantir acesso, aos seguintes procedimentos:
angiotomografia
ressonância magnética
angiorressonância
ecodoppler transcraniano
neuroradiologia intervencionista
Linha de Cuidado do Trauma - Atenção ao Politrauma
Entende-se por Linha de Cuidado ao Trauma o processo integrado de atenção ao paciente vítima de trauma, que articula os pontos de atenção da RUE, com vistas à prevenção dos agravos, garantia de padrões adequados de acessibilidade aos recursos tecnológicos, à gravidade dos casos e à continuidade do cuidado, com atribuição prévia de responsabilidades assistenciais e mecanismos de regulação, coordenação, comunicação e transporte sanitário entre os diversos serviços e respectivos gestores.
Definem-se como constituintes da Linha de Cuidado ao Trauma os seguintes componentes:
Unidades de Atenção Básica à Saúde (Sala de Observação)
Componente Móvel de Urgência (Pré-hospitalar / SAMU 192)
Sala de Estabilização (SE)
Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) e Pronto-Socorros de hospitais gerais (não referenciados para atendimento ao Trauma)
Hospitais com habilitação em Centro de Trauma (CT) Tipo I, Tipo II e Tipo III aos pacientes vítimas de trauma
Atenção Domiciliar
Serviços de Reabilitação Ambulatorial e Hospitalar
Enfermaria de longa permanência
Serviços de Reintegração Social
Centrais de Regulação
Atenção Especializada Hospitalar
Unidades de Atenção Especializada
Entender como funciona a rede de urgência e emergência dentro da saúde pública é fundamental,pois no início da carreira da grande maioria dos médicos,os plantões de emergência farão parte da rotina.Sendo assim,precisamos saber como será o fluxo do pacente dentro da rede de saúde,sabendo direciona lo de acordo com a sua situação
Referências:
https://aps.saude.gov.br/smp/smprasredeemergencia