Não fui nessa aula.Para estudar e completar o portfólio fiz um resumo abordando o que foi falado na aula.
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
As doenças exantemáticas são um conjunto de doenças infecciosas nas quais a erupção cutânea eritematosa é a característica clínica predominante, mas geralmente também apresentam manifestações sistêmicas.
São doenças de comum aparecimento na infância. Na maioria das vezes o diagnóstico é apenas clínico. A análise do tipo de lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir o diagnóstico etiológico sem a necessidade de exames laboratoriais.
SARAMPO
ETIOLOGIA
Doença viral aguda, causada pelo Morbilivirus (família Paramixoviridae) e é uma doença humana sem reservatório animal conhecido ou estado de portador assintomático. É extremamente contagioso; a taxa de doença secundária é > 90% entre as pessoas suscetíveis expostas.
FORMA DE TRANSMISSÃO
A transmissão ocorre através de gotículas no ar, eliminadas pela tosse, permanecendo um breve período no ar, a curta distância ou aerossóis respiratórios (pequenas gotículas que permanecem no ar e, assim, podem ser inaladas por até 2 horas nos locais fechados).
O sarampo se dissemina principalmente por meio de secreções do nariz, da garganta e da boca durante o estágio prodrômico ou inicial eruptivo. A contagiosidade começa vários dias antes (4 a 6 dias) e continua até alguns dias depois (5) do aparecimento do exantema. O sarampo não é contagioso depois que o exantema começa a descamar.
EPIDEMIOLOGIA
Todos. Pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença são suscetíveis.
QUADRO CLÍNICO
Febre alta, acima de 38,5ºC, exantema maculopapular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de koplik (enantema patognomônico de aspecto esbranquiçado localizado na mucosa bucal, antecedendo o exantema). As manifestações clínicas são divididas em três períodos.
! Febre por mais de três dias, após o aparecimento do exantema, é um sinal de alerta e pode indicar o aparecimento de complicações, como infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas.
Característica do exantema: exantema maculopapular generalizado (morbiliforme) + manchas de koplik (antecede o exantema)
Obs.: O exantema aparece 3 a 5 dias depois do início dos sintomas, normalmente 1 a 2 dias após o aparecimento das manchas de Koplik. Inicia-se na face, em frente e abaixo das orelhas e na lateral do pescoço, na forma de máculas irregulares, logo associadas a pápulas. Dentro de 24 a 48 horas, as lesões se disseminam pelo tronco e pelas extremidades, inclusive nas palmas e na planta dos pés, diminuindo gradualmente na face. Petéquias ou equimoses podem surgir com exantema intenso. Intensidade máxima depois de 3 dias, dura de 4-7 dias e desaparece com descamação leve (furfurácea).
PRÓDROMOS
Período de incubação: Duração de 8-12 dias desde a exposição até início dos sintomas.
Período de infecção: Dura cerca de sete dias, iniciando com período prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia. Anorexia e diarréia podem estar presentes. Do 2º ao 4º dia desse período surge o exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta prostração, exantema cutâneo maculopapular de coloração vermelha, iniciando na região retro auricular.
Período toxêmico: A ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. São frequentes as complicações, principalmente nas crianças de até dois anos, especialmente as desnutridas e os adultos jovens.
Remissão: Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. O exantema torna-se escurecido, em alguns casos surge descamação fina lembrando farinha (furfurácea).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de sorologia, utilizando-se a técnica de ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de anticorpos IgM específicos, soroconversão ou aumento na titulação de anticorpos IgG. O vírus também pode ser identificado pela técnica de reação em cadeia da polimerase precedida de transcrição reversa (RT-PCR), em amostras de orofaringe, nasofaringe, urina, líquor ou em tecidos do corpo (óbito).
Detecção de anticorpos IgM: a detecção de anticorpos IgM ocorre na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até 30 dias após o aparecimento do exantema – EXCETO se o suspeito tiver recebido vacina oito dias a oito semanas antes da coleta da amostra e não houver evidência de transmissão do sarampo na comunidade e nenhum histórico de viagens.
Detecção de anticorpos IgG (soroconversão): aumento no título do vírus do sarampo (em que a segunda amostra de soro é coletada pelo menos 15 dias após a primeira amostra aguda) – EXCETO se o caso tiver recebido uma vacina contendo sarampo de oito dias a oito semanas antes da coleta de amostra e não houver evidência de transmissão do sarampo na comunidade e nenhum histórico de viagens.
Detecção viral (RT-PCR em tempo real) e identificação do vírus do sarampo: o sequenciamento permite diferenciar os tipos selvagem ou vacinal em uma amostra.
É imprescindível assegurar a coleta de amostras de sangue e swab de nasofaringe, orofaringe e urina de casos suspeitos, sempre que possível, no primeiro atendimento ao paciente.
Doença de notificação compulsória
TRATAMENTO
Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo. O uso de antibiótico é contraindicado, exceto se houver indicação médica pela ocorrência de infecções secundárias. Para os casos sem complicação, deve-se manter a hidratação e o suporte nutricional, e diminuir a hipertermia (antipiréticos).
Recomenda-se a administração do palmitato de retinol (vitamina A), mediante avaliação clínica e/ou nutricional por um profissional de saúde, em todas as crianças com suspeita de sarampo, para redução da mortalidade e prevenção de complicações pela doença.
COMPLICAÇÕES
As taxas de complicações e óbitos causadas pelo sarampo são extremamente variáveis, sendo maior em crianças menores de 5 anos, gestantes, pessoas com comprometimento da imunidade, adultos maiores de 20 anos, pessoas desnutridas ou com deficiência de vitamina A, e pessoas que residem em situações de grandes aglomerados.
Complicações comuns são:
otite média
diarreia
pneumonia
laringotraqueobronquite
Complicações raras são:
encefalite
panencefalite esclerosante subaguda → pode ocorrer, em média, sete a dez anos após a infecção inicial
Podem ocorrer quadros de desnutrição protéico-calórica grave secundária a complicações gastrointestinais, como diarreia prolongada, lesões orais e redução da aceitação alimentar.
PROFILAXIA
Um lactente cuja mãe é imune ao sarampo (por causa de doença prévia ou vacina) recebe anticorpos por via transplacentária; esses anticorpos são protetores, na maioria dos casos, durante os primeiros 6 a 12 meses de vida.
A infecção confere imunidade vitalícia.
No plano individual, o isolamento social diminui a intensidade dos contágios. Deve-se evitar que o caso suspeito/confirmado frequente locais com grande concentração de pessoas (escolas, creches, trabalho, comércio, eventos de massa, entre outros) por até quatro dias após o início do exantema.
O isolamento hospitalar de pacientes sem indicação médica para internação não é recomendado.
Deve-se realizar o bloqueio vacinal seletivo de todos os pacientes e profissionais dos serviços de saúde que tiveram contato com a pessoa que esteja com suspeita ou diagnóstico de sarampo.
A vacinação é a medida mais eficaz de prevenção, de controle e de eliminação do sarampo → Vacina tríplice viral (2 doses; primeira dose administrada aos 12-15 meses de idade e a segunda dose administrada aos 4-6 anos de idade)
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Caso suspeito → Todo indivíduo que apresentar febre e exantema maculopapular morbiliforme de direção céfalo-caudal, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independentemente de idade e de situação vacinal; ou Todo indivíduo suspeito com história de viagem para locais com circulação do vírus do sarampo, nos últimos 30 dias, ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou para local com circulação viral.
Caso confirmado → Todo caso suspeito com a comprovação caso de sarampo, a partir de, pelo menos, um dos critérios a seguir:
Critério laboratorial: Em locais onde se tenha evidência da circulação ativa do vírus do sarampo, os demais casos poderão ser confirmados mediante uma das opções abaixo:
a) Detecção de anticorpos IgM específicos do sarampo em um laboratório aprovado ou certificado.
b) Soroconversão ou aumento na titulação de anticorpos IgG em soros pareados (S1 e S2).
c) Detecção e identificação viral por RT-PCR em tempo real.
Critério vínculo epidemiológico: Caso suspeito, contato de um ou mais casos de sarampo confirmados por exame laboratorial, que apresentou os primeiros sinais e sintomas da doença entre 7 e 21 dias da exposição ao contato.
Critério clínico: Caso suspeito que apresente febre, exantema maculopapular morbiliforme de direção céfalo-caudal, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite (independentemente da idade e da situação vacinal). A confirmação do caso suspeito pelo critério clínico não é recomendada na rotina, contudo, em situações de surto, esse critério poderá ser utilizado.
Caso descartado → Todo indivíduo é considerado como caso suspeito e não comprovado como um caso de sarampo, acordo com os critérios elencados a seguir:
caso notificado como suspeito de sarampo em que não houve coleta de amostra de sangue ou o resultado do exame laboratorial foi ‘reagente’ para IgM e que a avaliação clínica e epidemiológica indique uma associação temporal entre a data do recebimento de uma dose de vacina com o componente do sarampo e a data do início dos sinais/sintomas (febre, exantema), que se enquadre nas seguintes especificações:
febre elevada com início entre o 5º e o 12º dias após a vacinação, em geral com duração média de 1 a 2 dias, podendo chegar até 5 dias;
exantema de extensão variável que surge geralmente entre o 7º e 14º dias após a vacinação, com duração de 2 dias; manifestações gerais: cefaléia, irritabilidade, conjuntivite e manifestações catarrais que ocorrem entre o 5º e 12º dia após vacinação e linfoadenomegalia que pode aparecer do 7º ao 21º dia após a vacinação.
Contato de casos de sarampo:
Qualquer pessoa que teve contato com as secreções nasofaríngeas expelidas de um caso suspeito/con!rmado ao tossir, espirrar, falar ou respirar;
Pessoas que entraram em contato com o caso de 7 a 21 dias antes do início dos sintomas;
Pessoas que entraram em contato com o caso quatro dias antes e quatro dias após o início do exantema (potenciais pessoas expostas pelo caso).
RUBÉOLA
ETIOLOGIA
Doença exantemática aguda, de etiologia viral (vírus RNA, do gênero Rubivirus e da família Matonaviridae), que apresenta alta contagiosidade.
Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da rubéola congênita.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A viremia ocorre cinco a sete dias após a exposição e resulta na disseminação viral para vários órgãos.
Um período prodrômico pode acontecer durante a segunda semana após a exposição, e consiste em febre (<39ºC), mal-estar e conjuntivite leve, que é mais comum em adultos .
Linfoadenopatia retroauricular, e/ou occipital, e/ou cervical posterior também são possíveis de ocorrer. Geralmente, antecedem o exantema no período de cinco a dez dias.
O quadro clínico é caracterizado por exantema maculopapular, eritematoso e frequentemente pruriginoso, que ocorre em 50% a 80% das pessoas infectadas com rubéola, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e os membros, com duração de um a três dias.
Estudos sorológicos mostraram que 20% a 50% de todas as infecções por rubéola ocorrem sem erupção ou outras manifestações clínicas. Sintomas articulares (artrite, artralgias), geralmente de curta duração, podem ocorrer.
FORMA DE TRANSMISSÃO
Ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato direto com pessoas infectadas
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
De 12 a 23 dias.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
Sete dias antes a sete dias após o início do exantema.
SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE
A suscetibilidade é geral, afetando crianças e adultos em todo o mundo.
A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção natural ou por vacinação.
Os filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva e transitória até os 9 meses de idade.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Deve ser realizado a partir da avaliação clínica dos sinais e dos sintomas apresentados pela pessoa com suspeita de rubéola, conforme descrito na seção “Manifestações clínicas”.
O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de sorologia, utilizando-se a técnica de ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de anticorpos IgM específicos, soroconversão ou aumento na titulação de anticorpos IgG. O vírus também pode ser identificado pela técnica de reação em cadeia da polimerase precedida de transcrição reversa (RT-PCR), em amostras de orofaringe, nasofaringe, urina, líquor ou em tecidos do corpo (óbito).
TRATAMENTO
A rubéola é geralmente uma doença leve e autolimitada que não requer tratamento específico, somente os sinais e os sintomas são tratados.
COMPLICAÇÕES
A incidência de encefalite pós-infecciosa.
Além disso, a infecção por rubéola ocorrendo 12 dias antes da concepção e durante as primeiras oito a dez semanas de gestação muitas vezes resulta em aborto espontâneo, morte fetal ou infantil precoce, defeitos congênitos de múltiplos órgãos, conhecidos como SRC.
VACINAÇÃO
A vacina é a medida mais efetiva de prevenir a ocorrência de rubéola na população. O risco da doença para indivíduos suscetíveis permanece, em função da circulação do vírus da rubéola em várias regiões do mundo e da facilidade de viajar.
VARICELA (CATAPORA)
DENGUE
MENINGOCOCCEMIA
ESCARLATINA
ENTEROVIROSES (SÍNDROME MÃO PÉ BOCA)
Reflexão:É um tema muitro prevalente na população pediátrica e que acho dfiícil,pois envolve muitas alterações cutâneas,sendo um assunto em que tenho dificuldade em diferenciar os tipos de lesão