SOPHIA DE MELLO BREYNER

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Sophia de Mello Breyner Andresen

(Porto, 6 de Novembro de 1919 — Lisboa, 2 de Julho de 2004)

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro 1919 no Porto, onde passou a infância. Em 1939-1940 estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia.

Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Além da literatura infantil, Sophia escreveu também contos, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses.

Em termos cívicos, a escritora caracterizou-se por uma atitude interventiva, tendo denunciado ativamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o antigo regime, tendo sido um dos subscritores da "Carta dos 101 Católicos" contra a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Foi ainda fundadora e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto, numa lista do Partido Socialista. Foi também público o seu apoio à independência de Timor-Leste, consagrada em 2002.

A sua obra está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias.

Faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional, tem ainda uma biblioteca com o seu nome em Loulé.

Obras:

_Poesia: Poesia (1944, Cadernos de Poesia, nº 1, Coimbra; 3.ª ed. 1975)

O Dia do Mar (1947, Lisboa, Edições Ática; 3.ª ed. 1974)

Coral (1950, Porto, Livraria Simões Lopes; 2.ª ed., ilustrada por Escada, Lisboa, Portugália, 1968)

No Tempo Dividido (1954, Lisboa, Guimarães Editores)

Mar Novo (1958, Lisboa, Guimarães Editores)

Livro Sexto (1962, Lisboa, Livraria Morais Editora; 7.ª ed. 1991)

O Cristo Cigano (1961, Lisboa, Minotauro, ilustrado por Júlio Pomar)

Geografia (1967, Lisboa, Ática)

Grades (1970)

11 Poemas (1971)

Dual (1972, Coímbra Moraes Editores; 3.ª ed., Lisboa, Salamandra, 1986)

Antologia (1975)

O Nome das Coisas (1977, Lisboa, Moraes Editores)

Navegações (1983)

Ilhas (1989)

Musa (1994)

Signo (1994)

O Búzio de Cós (1997)

Mar (2001) - antologia organizada por Maria Andresen de Sousa Tavares

Primeiro Livro de Poesia (infanto-juvenil) (1999)

Orpheu e Eurydice (2001)

Poemas não incluídos na Obra Poética[editar | editar código-fonte]

"Juro que venho para mentir"; "És como a Terra-Mãe que nos devora"; "O mar rolou sobre as suas ondas negras"; "História improvável"; "Gráfico", Távola Redonda - Folhas de Poesia, nº 7, Julho, 1950.

"Reza da manhã de Maio"; "Poema", A Serpente - Fascículos de Poesia, nº 1, Janeiro, 1951.

"Caminho da Índia", A Cidade Nova, suplemento dos nº 4-5, 3.ª série, Coimbra, 1958.

"A viagem" [Fragmento do poema inédito "Naufrágio"], Cidade Nova, 5.ª série, nº 6, Dezembro, 1958.

"Novembro"; "Na minha vida há sempre um silêncio morto"; "Inverno", Fevereiro - Textos de Poesia, 1972.

"Brasil 77", Loreto 13 - Revista Literária da Associação Portuguesa de Escritores, nº 8, Março, 1982.

"A veste dos fariseus", Jornal dos Poetas e Trovadores - Mensário de Divulgação Cultural, nº 5/6, 2.ª série, Março/Abril, 1983.

"Oblíquo Setembro de equinócio tarde", Portugal Socialista, Janeiro, 1984.

"Canção do Amor Primeiro", Sete Poemas para Júlio (Biblioteca Nacional, cota nº L39709), 1988.

"No meu Paiz", Escritor, nº 4, 1995.

"D. António Ferreira Gomes. Bispo do Porto"; "Naquele tempo" ["Dois poemas inéditos"], Jornal de Letras, 16 Jun., 1999[27].

_Contos - Contos Exemplares (1962, Lisboa, Livraria Morais Editora; 24.ª ed. 1991)

Histórias da Terra e do Mar (1984, Lisboa, Edições Salamandra; 3.ª ed., Lisboa, Texto Editora, 1989)

_Contos Infantis: A Menina do Mar (1958), A Fada Oriana (1958), A Noite de Natal (1959)

O Cavaleiro da Dinamarca (1964), O Rapaz de Bronze (1966), A Floresta (1968),

O Tesouro, (1970) A Árvore (1985)

_Teatro: O Bojador (2000, Lisboa, Editorial Caminho), O Colar (2001, Lisboa, Editorial Caminho), O Azeiteiro (2000, Lisboa, Editorial Caminho), Filho de Alma e Sangue (1998, Lisboa, Editorial Caminho), Não chores minha Querida (1993, Lisboa, Editorial Caminho)

_Ensaio: "A poesia de Cecíla Meyrelles" (1956), Cidade Nova, 4.ª série, nº 6, Novembro 1956

Cecília Meyrelles (1958), in Cidade Nova

Poesia e Realidade (1960), in Colóquio : Revista de Artes e Letras, nº 8

"Hölderlin ou o lugar do poeta" (1967), Jornal de Comércio, 30 de Dez. 1967.

O Nu na Antiguidade Clássica (1975), in O Nu e a Arte, Estúdios Cor, (2.ª ed., Lisboa, Portugália; 3.ª ed. [revista], Lisboa, Caminho, 1992)

"Torga, os homens e a terra" (1976), Boletim da Secretaria de Estado da Cultura, Dezembro 1976

"Luiz de Camões. Ensombramentos e Descobrimentos" (1980), Cadernos de Literatura, nº 5

"A escrita (poesia)" (1982/1984), Estudos Italianos em Portugal, nº 45/47

Fonte "Porto Editora e Wikipédia"

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