A MINHA COLCHA ENCARNADA

Perfumes estonteantes,

atiram-me embriagada

sobre os cetins roçagantes

da minha colcha encarnada!

Em espasmos delirantes,

numa posse insaciada -

rasgo as sedas provocantes

em que me sinto enrolada!

Tomo o cetim às mãos cheias.

Sinto latejar as veias

na minha carne abrasada!

Torcem-me o corpo desejos

mordendo o cetim com beijos

numa ânsia desgrenhada.

Judith Teixeira

Noite de Dezembro 1922 - Horas de Febre