Fragilidades
Fragilidades...
Não posso querer ser o mar,
imenso e forte,
tão pouco a brisa quente,
o vento norte,
ou o bravo caudal do rio
na enchente…
Eu sou o verbo triste
de alma nua,
o olhar pesado em desvario
pela rua,
o verso que arrasto no asfalto,
de palavra em riste,
breve metáfora que vem do alto
e que me tenta!
Laivos de silêncio que desbravo,
chão que lavro,
réstia de semente seca que rebenta.
(Rui Tojeira)
in "Horizontes de Silêncio"