ROSA LOBATO DE FARIA

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Rosa Lobato de Faria

(Lisboa, 20 de Abril de 1932 - Lisboa, 2 Fevereiro de 2010)

Rosa Maria de Bettencourt Rodrigues Lobato de Faria, atriz, escritora e autora de canções, nasceu a 20 de abril de 1932, em Lisboa, mas ficou com muitas ligações ao Alentejo devido a laços familiares. Faleceu a 2 de fevereiro de 2010, aos 77 anos. Foi empregada numa loja de eletrodomésticos antes de se dedicar à representação no teatro e em diversos programas de televisão.

A estreia no cinema ocorreu em 1973 em Perdido por Cem..., seguindo-se na Sétima Arte interpretações em Paisagem Sem Barcos (1983), Jogo de Mão (1984), O Barão de Altamira (1986), O Vestido Cor de Fogo (1986), Aqui na Terra (1993), Tráfico (1998) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003).

Rosa Lobato de Faria fez sucesso como atriz de teatro, cinema e televisão e como autora de canções. Quatro das suas letras venceram o Festival da Canção e foram à Eurovisão, e duas marcaram presença no Festival da OTI. No Festival Eurovisão estiveram presentes as músicas "Amor de Água Fresca", interpretada por Dina em 1992, "Chamar a Música", cantada por Sara Tavares, em 1994, "Baunilha e Chocolate", com voz de Tó Cruz, em 1995, e "Antes do Adeus", por Celia Lawson, em 1997. Ganhou ainda por duas vezes o prémio da Grande Marcha Popular de Lisboa, nas únicas vezes em que concorreu.

Rosa Lobato de Faria escreveu o argumento de duas telenovelas Passerelle (1987) , a meias com Ana Zanatti, para a RTP e Telhados de Vidro (1994), para a TVI. Escreveu também o guião de quatro séries de televisão, três da RTP- Nem o Pai Morre... (1987), Pisca-Pisca (1988) e Tudo ao Molho e Fé em Deus (1994)-, e uma da TVI, Trapos e Companhia (1995). Colaborou também em diversos programas do humorista Herman José, mais recentemente, protagonizou as séries humorísticas A Minha Sogra é uma Bruxa (2003) e Aqui Não Há Quem Viva (2006).

Já com uma longa carreira noutras áreas culturais, em 1995 estreia-se na escrita de romances com O Pranto de Lúcifer, seguindo-se, sucessivamente, Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camilla S. (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999), A Trança de Inês (2001), O Sétimo Véu (2003), Os Linhos da Avó (2004), A Flor do Sal (2005), A Alma Trocada (2007), A Estrela de Gonçalo Enes (2008) e As Esquinas do Tempo (2008).

Com O Prenúncio das Águas, Rosa Lobato de Faria ganhou o Prémio Máxima de Literatura em 2000. Tem obras traduzidas em alemão e francês. Mas, para além do romance, a autora também publicou poesia, como a antologia Poemas Escolhidos e Dispersos (1997) e A Gaveta de Baixo (1999), um longo poema acompanhado por aguarelas de Oliveira Tavares, e Os Melhores Poemas Para Crescer (2007).

Em finais de 2002, estreou no teatro a peça Sete Anos, a primeira escrita por Rosa Lobato de Faria. Paralelamente a todas estas atividades, deu aulas de dicção na Universidade e ensinou Poesia Portuguesa num curso de formação de atores.

Rosa Lobato de Faria. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017

“Conforta-me pensar que a vida não começa nem acaba aqui. Um dia regressaremos ao lugar de onde viemos, um lugar de repouso e de paz, um lugar livre de mágoas. Mas quantos lugares de dor teremos de atravessar para alcançá-lo? Quanta tristeza, quanto sofrimento, quanta crueldade no destino do Homem!

E se o mundo é repleto de maravilhas é só para não perdermos de vista a morada original, que nos aguarda ao fim dos nossos doze trabalhos de Hércules, e a que os poetas e os místicos chamam paraíso e eu chamo, simplesmente, amor. As guerras fazem-se para alcançar a paz, ensinaram-nos durante séculos. (...)O sofrimento serve para alcançar a bem-aventurança, invento eu, para não morrer de desespero.”

― Rosa Lobato de Faria, A Trança de Inês

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