Amo-te na Carne que Tomaste do Chão que Aplaino

Amo-te na carne que tomaste do chão que aplaino

Com as mãos

Com as palavras que escrevo e apago

Na areia, no cérebro.

Amo-te com o cérebro em ferida

Pensando-te

Remédio que derramas em mim a tua medicina, a morte

No meu corpo. Até que repouse como enfermo

No teu leito. Amo febrilmente amo o dia

Em que disseres: Larga

A tua enxerga! — E ande

Daniel Faria, in "Dos Líquidos"