PÓRTICO

Eu quisera, em meus versos, a alvorada

de todas as belezas triunfais...

que eles tivessem a auréola imaculada

do sol de madrugada...

e que neles cantassem sabiás...

que fossem álacres como pensamentos

de crianças em férias, mais vibrantes

que pendões de palmeiras drapejantes

às carícias brutais, bruscas dos ventos

e mais ardentes do que dois amantes

no seu beijo melhor... deslumbramentos

de meios-dias tropicais fulgissem

em suas estrofes como luz das gemas...

que ora murmurassem, rugissem...

e semeassem bênçãos e anátemas...

Pórtico, é o poema de abertura do livro "Místicos e Bárbaros"