DO LIVRO - HORIZONTES DE SILÊNCIO

Horizontes de silêncio

amanhecem nos meus dedos,

nesse olhar de olhos cegos,

que abarco no insano intento

de deambular contra os medos.

Palavras que a solidão abraça

no deslumbre do momento

em que o tempo me trespassa.

Dádiva fremente que me urge

pelo burilar subtil do substrato,

no exacto instante da nascente,

onde à flor da pele o verso surge

e me lança ao sonho p’la corrente.

(Rui Tojeira)

Dezembro de 2014