Sem outra Palavra para Mantimento

Sem outra palavra para mantimento

Sem outra força onde gerar a voz

Escada entre o poço que cavaste em mim e a sede

Que cavaste no meu canto, amo-te

Sou cítara para tocar as tuas mãos.

Podes dizer-me de um fôlego

Frase em silêncio

Homem que visitas

Ó seiva aspergindo as partículas do fogo

O lume em toda a casa e na paisagem

Fora da casa

Pedra do edifício aonde encontro

A porta para entrar

Candelabro que me vens cegando.

Sol

Que quando és nocturno ando

Com a noite em minhas mãos para ter luz.

Daniel Faria, in "Dos Líquidos"