Boletim Anti COVID-19

Depois de uma nítida queda no mês de outubro, os municípios que são classificados como Centros Sub-Regionais e Capitais Regionais, segundo o IBGE, e possuem um campus da Unesp, registraram aumento nas médias móveis de novos casos muito próximas uma das outras.

A Universidade Estadual Paulista - UNESP - possui unidades espalhadas em 24 municípios do Estado de São Paulo. Entretanto, as características desses municípios são múltiplas e desiguais, tendo em vista que há uma unidade em São Paulo, Grande Metrópole Nacional, e unidades em municípios com menos de 30 mil habitantes

E para que a análise dos dados considerando as diferenças entre as característica dos municípios, adotamos a classificação da Rede Urbana que foi estabelecida por um estudo do IBGE em 2018. Essa classificação incorpora a influência sobre outras cidades considerando fatores como: atratividade de bens e serviços (economia), fluxos de pessoas, população e entre outros. Dentro da Rede Urbana brasileira, as metrópoles são aquelas que apresentam maior influência sobre as demais posições: Capital Regional, Centro sub-regional, Centro de Zona e Centro Local. A imagem a seguir exemplifica como funciona o esquema de Rede Urbana:

A dispersão da Covid-19 está atrelada ao fluxo de pessoas, de modo que quanto maior a influência de um município dentro da Rede Urbana, maior será a probabilidade de disseminação da doença. Nesta matéria nos atentamos a trabalhar com os municípios classificados como Centros Sub-Regionais - Assis, Botucatu, Itapeva, Ourinhos, Rio Claro, São José da Boa Vista, Dracena, Jaboticabal, Registro e Tupã - e Capitais Regionais - Bauru, S.J. Rio Preto, S. J. Campos, Sorocaba, Araçatuba, Araraquara, Franca, Guaratinguetá, Marília, Presidente Prudente e São Vicente. Os municípios de Rosana e Ilha Solteira foram excluídos da análise por apresentarem população menor do que 30 mil habitantes.

É importante ressaltar que há possibilidade dos dados do mês de novembro estejam distorcidos, devido a instabilidade nos sistemas oficiais do Ministério da Saúde. Nesse período, as secretarias estaduais de saúde enfrentaram problemas no registro e disponibilização de dados sobre a doença. Em decorrência disso, o Governo do Estado de São Paulo não divulgou os dados entre os dias cinco a onze de novembro. Além da inquietação que isso provoca, é possível que os dados referentes ao mês de novembro necessitam ser analisados com cautela.

• Municípios Centros Sub-regionais

Levando em consideração apenas os municípios Centros Sub-regionais, observa-se que após uma explícita queda da média móvel de novos casos - nos últimos 14 dias - no mês de outubro, nota-se um retorno no aumento nos valores registrados a partir da terceira semana do mês de novembro. Destaca-se o expressivo crescimento da média móvel de novos casos no município de Botucatu que registrou valores próximos aos notificados do final do mês de setembro.

• Municípios Capitais Regionais

Assim como aconteceu nos municípios Centros Sub-regionais, os municípios considerados Capitais Regionais registraram um aumento na média móvel de novos casos na terceira semana de novembro. Nas Capitais Regionais B, o aumento mais significativo foi no município de São José do Rio Preto o qual registrou uma média móvel de 220 novos casos, valor muito próximo aos registrados nas últimas semanas de setembro. Nas Capitais Regionais C, nesse mesmo período, destaca-se o município de São Vicente como aquele que obteve maior aumentos nas médias móveis de novos casos, com valores, também, muito próximos aos registrados nas últimas semanas de setembro.