Jamil Viana Pereira
Unesp Rio Claro
Primeiramente gostaria de salientar que, embora esta análise tenha embasamento nos números divulgados, todos sabemos que cada vida impactada pela pandemia é única, valiosa e insubstituível. A intenção desta análise é tratar da evolução geral da situação da pandemia no país e no município, sem deixar de lado a lembrança de que, cada pessoa e cada família atingida pelo Covid-19, tem uma história única, com um desfecho impossível de ser mensurado numericamente.
Dito isso, parte das atribuições da ciência em situações deste tipo é aprender a partir da evolução dos números da pandemia. O comum nas divulgações é a exibição de dados absolutos relativos a infectados e mortos. Porém, quando se fala em reabertura gradual das atividades econômicas e sociais, um dado essencial é a quantidade de infectados ativos, aqueles que estão com o vírus ativo em seu organismo e podem infectar outras pessoas, é importante o cuidado para que este valor nunca ultrapasse a capacidade dos hospitais.
Os gráficos - com a situação da pandemia no Brasil e em Rio Claro - exibem, além das informações tradicionais: total de pessoas contaminadas, total de contaminados já curados e contaminados que faleceram, a quantidade de infectados ativos. É importante salientar que o tempo de atividade do vírus no corpo de uma pessoa contaminada é variável. No caso específico desta análise, foi considerado um período médio de 14 dias, significando que, após uma pessoa ser testar positivo, ela constará da categoria de ativa por este período.
É importante observar que o caráter da curva de infectados ativos é um reflexo do que acontece nas duas semanas anteriores. Desta forma, 14 dias após um período de aumento acelerado de pessoas infectadas, é natural um volume alto de pessoas deixando a situação de infectado ativo. Por outro lado, após um período de crescimento moderado na quantidade de infectados, tem sido realizado um relaxamento da quarentena, geralmente seguido por nova aceleração na quantidade de infectados.
Eduardo Kokubun
Unesp Rio Claro
Rio Claro entrou na fase amarela do Plano São Paulo para o combate à covid-19.
Isso não significa que a pandemia acabou.
O número de novos casos diários vem aumentando mais lentamente, o número de internação e óbitos estão estabilizados com tendência à diminuição. No entanto, os números ainda estão altos. Na semana que antecedeu a entrada na fase vermelha em 24/06 Rio Claro registrou 4 óbitos, enquanto nos sete dias entre 07/08 e 13/08 houve 7 óbitos. Há necessidade ainda de reduzir a corrente de transmissão do vírus.
A prefeitura de Araraquara realizou um levantamento com 1.222 pessoas que tiveram Covid-19 na cidade. Destes, 295 admitiram ter participado de festas ou eventos sociais nos 15 dias que antecederam os sintomas da Covid-19. Esse número chama a atenção para o risco de contágio da realização de eventos de socialização, neste momento. Eventos sociais que resultaram em superpropagação aparecem com frequência nos noticiários.
Dentre os casos positivos, 17% disseram ter utilizado transporte público, 6% frequentaram academia e 40% tinham tomado vacina contra a gripe.
Ficar em casa e sair somente em caso de absoluta necessidade é ainda a principal recomendação para o controle da pandemia. Se necessário, devem ser tomadas todas medidas para evitar a transmissão:
Ficar em casa se estiver doente
Usar máscaras em locais públicos ou quando estiver perto de pessoas que não moram com você, especialmente se as medidas de distanciamento social são difíceis de cumprir
Manter o distanciamento social de pelo menos 1,5 m
Antes de sair, informar-se sobre medidas de prevenção extra que estão sendo tomadas no local de destino
Lavar as mãos com água e sabão por pele menos 20 segundos quando chegar no destino e em casa
Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro
Tão logo o governo da Rússia anunciou que uma vacina contra a Covid-19 estaria entrando em fase de produção, a comunidade científica internacional se manifestou com preocupação. Não se trata de preconceito ou questão política, pois a liberação de uma vacina para imunização em massa é altamente desejada, mas precisa seguir todos os protocolos científicos e de segurança.
Essa é a principal dúvida que especialistas, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estão trazendo à discussão quanto à Sputnik V, como foi batizada a suposta vacina, anunciada por Vladimir Putin, presidente da Rússia. Até então, os estudos russos não figuravam entre as 10 pesquisas de vacina mais promissoras para chegarem à fase 3 – que é a de testes em milhares de voluntários – o que aconteceu com seis vacinas, segundo a OMS, incluindo a de Oxford e a da empresa chinesa Sinovac, de que tratamos no BAC 22, que já demonstraram sua eficácia e segurança. Não houve publicações e avaliações dos estudos russos.
Por mais que um país ou grupo de pesquisa queira proteger suas descobertas e o desenvolvimento de tecnologias, a pesquisa precisa passar por rígidos controles de segurança e de ética, caso contrário, serão invalidados. Essas são as dúvidas, pois o anúncio de passar diretamente da fase 1 que são os testes ainda feitos em laboratório, ou da fase 2, de testes em grupos pequenos, para a fase final, em humanos, não condiz com esses protocolos. A segurança da população está em jogo e também a própria credibilidade da vacina. Há movimentos anti-vacina que no Brasil não são tão numerosos, mas significativos a ponto de fazer ressurgir o sarampo, por exemplo, que se acreditava erradicado do país. Isso porque pais resolveram não vacinar seus filhos por uma série de razões, sendo as mais estapafúrdias as que diziam que as vacinas causam outras doenças, o que foi tudo refutado.
Mas já tivemos experiências muito ruins quando da interferência de interesses políticos e jurídicos na fabricação e uso de medicamentos. Ao longo desses cinco meses de pandemia, remédios contra a própria Covid-19 foram propostos, sem comprovação de eficácia, com determinação para mudança de bula. O caso da fosfoetanolamina, complemento alimentar que foi proposto para o tratamento de câncer, levou a condenação de pesquisador, mas passando antes pela judicialização da produção de tal composto inócuo para o tratamento da doença.
Ao que tudo indica, a Sputnik V pulou fases. A ciência não vai por atalhos, ainda mais a que envolve saúde humana. Temos de ficar atentos a todas as vacinas em teste, incluindo as chinesas, inglesas e de qualquer outra procedência. No âmbito farmacológico, China e Índia são considerados os países nos quais há a maior incidência de relatos com problemas de qualidade de medicamentos lá fabricados.
O hospital Sírio-Libanês elaborou uma cartilha com procedimentos básicos para boa retomada de atividades de trabalho.
Há muitas recomendações sobre como nos comportar durante a pandemia. Com o retorno gradual às atividades no trabalho, é necessário incorporar hábitos de higiene e distanciamento para quebrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus.
Essa cartilha de do Hospital Sírio-Libanês, que pode ser acessado clicando aqui, apresenta uma série de dicas de boas práticas para serem adotadas no dia a dia.
A novidade dessa cartilha é que ela organiza essas dicas nos diferentes momentos da rotina diária:
1) Antes de sair de casa: você se lembrou das máscaras e do álcool gel?
2) Fora de casa: lembre-se de usar máscara, manter distância, evitar aglomerações, tocar superfícies e o rosto, higinizar as mãos;
3) Chegando ao trabalho: não cumprimente com beijos, abraços e aperto de mão e mantenha distância
4) Trabalhando: higienize a mesa, objetos e equipamento ao chegar;
5) Refeições e cafezinhos: higienize as mãos, não compartilhar alimentos e utensílios, mantenha distância e evite acúmulo de pessoas;
6) Reuniões: evite reuniões presenciais, mas se não for possível, limite a quantidade de pessoas;
7) Chegando em casa: tire os sapatos, retire a máscara, higienize as mãos, limpe os pertences, reserve um local para deixar roupas e pertences e tome um banho.
O BAC acresenta à lista:
8) mantenha os ambientes com ventilação natural, fuja das aglomerações.
Márcia Correa Bueno Degasperi
Biblioteca do campus de Rio Claro
Sabemos que o novo coronavírus pode ser transmitido principalmente por contato direto entre as pessoas, por isso é importante manter uma distância de segurança.
O vírus também permanece ativo nas superfícies e, dependendo do material (plástico, papel, aço, etc.), o tempo de sobrevida do vírus é diferente. O contato com estas superfícies também pode ser uma via de transmissão, por isso a importância da higienização das mãos.
No caso do papel, o vírus pode permanecer por até 5 dias e, desta forma, é importante manter o livro ou qualquer outro material bibliográfico em quarentena antes de manipulá-los.
Com a volta às aulas, mesmo que remotas, a troca de livros entre os alunos ou a leitura como opção de lazer devem obedecer essa quarentena.
Não há nenhum produto para limpeza ou desinfetante que possa ser utilizado na higienização dos materiais bibliográficos. Um simples pano úmido pode ser extremamente prejudicial para a estrutura física do mesmo e, por consequência, prejudicar o seu uso para leitura.
A Rede de Bibliotecas da Unesp possui uma campanha nas redes sociais sobre os cuidados com o material bibliográfico que faz parte do nosso acervo e a higienização do material faz parte dela. Usualmente, o termo livro é mais utilizado por ser mais popular entre os empréstimos, mas estamos falando também dos periódicos mapas, teses entre outros.
Confira os banners da campanha: https://photos.app.goo.gl/5U9eBFoLPDLAmBby5
Lembrando que, ao manipular e compartilhar qualquer objeto é preciso higienizá-los e, tratando-se de livros, deixá-los em quarentena.
E sempre lembrar também das medidas de segurança contra o novo coronavírus: higienização das mãos, distanciamento social e uso de máscaras.
Cuidem-se e cuidem dos livros.
A ação cultural na universidade continua sendo tema para discussão na Unesp.
A Pró-reitoria de Extensão Universitária e Cultura (Proex) e o Comitê de Ação Cultural Central (CAC Central) promovem atividades com convidados da universidade e de outras instituições a partir de 14 de agosto.
Temas que serão abordados:
O que é cultura?
Universidade, Patrimônio e Museus
Produção e edição de vídeos
Gestão de Mídias Sociais: Como utilizar Lives e Planejamento de conteúdo para comunicar seu projeto e aproximar seu público
Cultura brasileira
Produção de eventos
Políticas públicas de Cultura
Elaboração de projetos
Todas as atividades são on-line, mas é preciso inscrição.
Programação completa: https://www2.unesp.br/portal#!/proex/artes-e-cultura/encontro-de-cultura/encontros-e-oficinas/
Fiquem atentos!!!
A necessidade de informação precisa e segura é real em muitos aspectos da nossa vida. Na saúde e em momentos de pandemia, ela é imprescindível.
O sistema AGUIA (Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica) lançou uma lista de recursos e fontes de informação em acesso aberto sobre a Covid-19 com portais, diretórios e base de dados de editoras internacionais acessíveis no PubMed Central (PMC).
Unesp Coronavírus faz parte da lista.
Confira a lista completa: https://www.aguia.usp.br/noticias/covid-19-lista-de-fontes-de-informacao-em-acesso-aberto/
Painel com dados detalhados da evolução da Covid-19 em Rio Claro. Com base em informações fornecidas pelas Secretarias de Saúde do Município de Rio Claro e do Estado de São Paulo, são apresentados gráficos de tendências e evolução da pandemia, desde a confirmação do primeiro caso.
Três páginas com indicadores relevantes para entender e tomar decisões para enfrentar a pandemia, são atualizadas diariamente. Gráficos mostram como o isolamento em Rio Claro vem diminuindo, principalmente após o dia das mães em maio e, como depois disso, houve aumento acentuado no número de novos casos.
O acesso está no banner do BAC, na forma de um ícone "Situação da covid-19 Rio Claro" .
BOLETIM ANTI COVID-19, Rio Claro: Unesp, n. 35, agosto 2020. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-35-14082020. Acesso em [dia / mês (abreviado) / ano]
Diretor do Instituto de Biociências da Unesp-Rio Claro:
Prof. Dr. José Euzébio de Oliveira Souza Aragão
Diretor do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp-Rio Claro:
Prof. Dr. José Alexandre de Jesus Perinotto
Presidente do CEAC-19:
Prof. Dr. José Roberto Gnecco
Editores:
Eduardo Kokubun
Eugenio Maria de França Ramos
Márcia Correa Bueno Degasperi
Lucas Massensini de Azevedo
Adilson Roberto Gonçalves
Colaboradores:
Bibiana Monson de Souza
Bernadete Benetti
Igor Salomão Monteiro
Roberto Goitein
Maria Christina Amoroso
Auro Aparecido Mendes
José Eduardo F. Ramos
Jamil Viana Pereira
Artes e diagramação:
Arianne Dechen Silva
Mateus Fernando Silva Sales
Lucas Massensini de Azevedo
Angela Ferraz
Vídeos (Lives e Mini-Lives)
Lucas Massensini de Azevedo
Adilson Roberto Gonçalves
Felipe Renger Ré
Lucas Henrique Silvestrin
Osmar Malaspina