Quanto menos gente circulando nas ruas, menos casos de Covid-19 aparecem. Os pesquisadores da UNESP-Rio Claro foram saber se isso ocorria também na cidade de Rio Claro.
Para isso, buscaram o número de casos de Covid-19 divulgados diariamente pela prefeitura de Rio Claro. Para saber quantas pessoas ficam em casa, buscaram dados de isolamento que o governo do Estado atualiza todos os dias. É uma conta simples: com dados de operadoras de telefonia celular, o Estado calcula quantos aparelhos ficaram em casa. Os pesquisadores então calcularam a porcentagem de pessoas que ficaram isolados nos últimos 7 dias.
Os resultados mostraram que aproximadamente 9 dias após os dias que as pessoas ficavam menos isoladas, que aconteceu às vésperas da Páscoa, feriado de Tiradentes e do dia do Trabalho, havia maior chance de ocorrerem novos casos. Esse atraso ocorre por causa do tempo para uma pessoa contagiar outra e também pelo atraso nas notificações, pois os resultados dos exames também podem demorar.
A observação mais interessante está no gráfico abaixo. Desde que as medições começaram a ser feitas, Rio Claro registrou isolamento superior a 60%, somente nos finais de semana. Quando o isolamento é maior do que isso, os cientistas prevêem que o número de novos casos começa a diminuir. A tendência em Rio Claro tem sido o contrário: o isolamento vem diminuindo a cada semana. Na mesma medida que o isolamento diminui, o número de casos vem aumentando, principalmente depois do feriado do dia primeiro de maio.
O isolamento hoje vai impactar no número de casos 9 dias à frente. O gráfico ainda mostra nas linhas pontilhadas a projeção do número de casos. Hoje, 21 de maio, teremos os casos de covid-19 provocados pelo movimento nas ruas de 12 de maio. Daqui a 9 dias poderemos ter 11 novos casos porque ontem 45% da população não pôde ou não quis ficar em casa. Dessa forma, o GT da UNESP reforça o pedido para que as pessoas que podem ficar em casa, o façam. Estamos longe ainda de atingir o pico de casos, mas com um pouco mais de restrição, logo poderemos retomar nossas atividades, como outros países têm feito.
*Membros do GT: Eduardo Kokubun, Auro Aparecido Mendes, Milton Cezar Ribeiro, Rodrigo Braga Moruzzi e Maurício Humberto Vancine.
Dados do Governo do Estado de São Paulo
Dados do Governo do Estado de São Paulo
Manga com leite faz mal, diziam.
Ninguém perguntava por que, mas na dúvida, melhor acreditar.
A verdade repetida à exaustão foi desmitificada. Um picolé com a inusitada combinação de manga com leite foi a pá de cal do mito.
A cloroquina é um remédio testado e aprovado para a malária, lupus e artrite. Numa carta ao editor, foi sugerido como um possível tratamento contra a Covid-19 no início do surto na China. Plausível, mas sem dados científicos para comprovar ou refutar. É como meu compadre que comeu manga com leite e passou mal, num sarapatel.
Com a cloroquina foi assim, alguém comentou que ela poderia funcionar e na dúvida, melhor acreditar. É como notícia em primeira mão: a versão que circula primeiro passa ser a verdade. Primeira possibilidade de tratamento é "O" tratamento. Curas aparecem no desespero: lembram da pílula do câncer? Aquela fosfoetalonamina aprovada em lei, provada ser um mito detonado pelas evidências científicas?
Com a pandemia rondando o mundo há meio ano, a cloroquina está em testes por vários centros, com milhares de doentes. Está nos protocolos de muitas instituições. Contudo, não separa a manga com leite do sarapatel. Bem controladas, os estudos mostram que melhoram tanto quanto um comprimido de farinha. E confirmam o que já está escrito nas bulas do remédio que você compra(va) em qualquer farmácia: pode fazer mal, pode matar.
Remdesivir, heparina, cloroquina fazem parte de um arsenal de duas centenas de tratamento. Doença complexa, desconhecida, tem que pensar em todos ingredientes do sarapatel: de cada bicho, de cada víscera de cada região, Por critérios científicos, a corrida não terminou. Qualquer um ainda pode vencer: vários provavelmente.
Por enquanto, o tratamento da COVID-19 com cloroquina, é manga com leite: repetida à exaustão as pessoas acreditam, até o mito ser detonado ou confirmado.
Inicialmente, uma proposta de um curso a distância, porém devido à grande procura, o curso transformou-se em série de palestras para atingir um público maior.
Assim, o Itaú Cultural oferece Um Possível Olhar sobre a Produção em Artes Visuais no Brasil [com interpretação em Libras]
As palestras são às segundas e terças até o dia 9 de junho e estão disponíveis no canal do Youtube do Itaú Cultural.
Confira aqui
Em tempo de isolamento, a leitura pode ter um espaço maior no cotidiano das crianças e ainda apoiar as atividades da escola. Uma dica é a página mineira "Cadinho de Prosa" que proporciona indicações de leitura e também aborda o momento atual do Covid-19.
Confira aqui
Como a pandemia interferiu nos estudos e projetos de nossos alunos? Vejam o relato de Murilo Durigon Santos, aluno do curso de Ciências Biológicas:
"Bem, primeiramente cabe dizer que antes da pandemia eu tinha várias atividades presenciais na Unesp, além das aulas. Eu realizo IC em um laboratório do Departamento de Biologia e a cada quinze dias o grupo de pesquisa a qual faço parte realizava reuniões de discussão de artigos. Com a pandemia, tentamos fazer essas reuniões virtuais; entretanto, só conseguimos discutir um artigo, pois muitos de meus colegas de laboratório e, inclusive, minha orientadora, estavam com dificuldades de concentração para poder focar na leitura dos artigos. Então, continuamos com nossas reuniões, mas, ao invés de discutirmos artigos, realizamos essas reuniões apenas para conversar e descontrair, principalmente pelo fato que estamos todos muito ansiosos devido ao atual cenário.
Também estou na organização de um simpósio que ocorreria no segundo semestre deste ano. Realizamos seis reuniões online, mas paramos porque decidimos adiar o evento por tempo indeterminado por conta do novo coronavírus.
Embora eu seja estudante do curso de Ciências Biológicas, faço parte de um grupo de estudos da física chamados Astrolábia. Nossas reuniões ocorriam quinzenalmente na Biblioteca, porém, com a pandemia passaram a ser online. Nossas reuniões continuam e, algo extremamente legal é que o autor do livro no qual discutimos começou a participar de nossas reuniões online. Então, estou achando muito interessante discutir o livro com o próprio autor do mesmo."
BOLETIM ANTI COVID-19, Rio Claro: Unesp, n. 16, maio 2020. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-16-21052020. Acesso em [dia / mês (abreviado) / ano]