Luiz Gustavo Oliveira do Santos

Breve crítica do trabalho infantil

Luiz Gustavo Oliveira dos Santos (1980-)

Breve crítica do trabalho infantil

          São graves os problemas relativos à formação dos jovens e crianças do Brasil, principalmente quando trabalham na infância. Estas crianças são deparadas, logo cedo, com uma triste realidade vivida por sua família. Geralmente, os pais ou responsáveis, que vivem em precárias condições, mandam que as crianças ingressem em algum trabalho para ajudar no sustento do lar. Assim, elas começam a ter preocupações financeiras e técnicas em tenra idade, vivendo as lutas do dia-a-dia e ocupando suas mentes com a sobrevivência. Dificilmente tais crianças têm acesso à educação, tanto por sua precariedade como pela falta de tempo. Elas apenas devem usar de artifícios para ajudar ou sustentar suas famílias.

         Esse é um resultado da exclusão de nosso país, resultado este que também serve de causa continuadora dessa realidade. Não só falta de ações do governo, mas as próprias características do sistema econômico vigente, levam muitos à miséria e os relegam à condição de “massas silenciosas”. Essas pessoas não têm poder (ou não vêem o poder que têm) para se levantarem contra as injustiças sociais, perpetuando, então, esses problemas. A sujeição a essa situação e a urgência dos recursos básicos deixam muitas crianças impossibilitadas de enxergar a importância de valores humanos como educação e lazer.

         Além dessa causa social, a que se costuma fechar os olhos para não ferir certos princípios econômicos e legais que garantem os interesses de alguns, temos também a quase escravidão que ocorre nos campos. São latifundiários que convocam crianças para aumentar a produção agrícola, geralmente com a permissão das famílias pobres que precisam de mais recursos. Tais situações de trabalho infantil, seja por ordem da família, seja por ordem de qualquer um, ferem direitos humanos fundamentais e, por isso, são gravemente criminosas.

         As crianças sujeitas a essas condições se adaptam desde cedo a buscar artifícios alternativos para a sobrevivência, e isso deixando fases da vida importantes, de descobertas e aprendizado, em troca de um futuro incerto. O caráter desses futuros adultos será moldado por experiências adversas, sem valores e conhecimentos formais necessários para o exercício efetivo da cidadania, o que eventualmente os levará a permanecerem excluídos.

         Políticas e projetos sociais são, em nosso atual modelo econômico, as únicas alternativas para essa situação, com efetiva fiscalização, investimentos em infra-estrutura local, bolsas estudantis, etc. Com o comprometimento da educação, do lazer e do convívio familiar, as crianças e o Brasil dificilmente vislumbrarão um futuro promissor.

Prof. Luiz Gustavo Oliveira dos Santos

Professor de Filosofia

Formado em Filosofia (IESCO)

Pós-graduado em Filosofia Política (IESCO)

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