Linha de Base e o Porquê Escolhi Medicina
Linha de Base e o Porquê Escolhi Medicina
Nasci dia 10 de maio de 2001,
Tenho 22 anos.
Sou de Jundiaí-SP.
Tenho uma família bem grande, já que meus pais são separados e construíram novos núcleos familiares.
Sou uma pessoa muito família, que gosta de casa cheia,
Por isso sempre apoiei meu pai e minha mãe nas decisões de terem novas vidas.
Para dar conta de suportar duas famílias diferentes sempre vivia minhas semanas indo e vindo de uma casa para a outra.
Isso tudo me fez ter uma maturidade e independência muito cedo, mas o que ninguém entendia era que mesmo tendo duas casas sempre me sentia sozinha e confusa com meus lares indefinidos...
Mas essa solidão não durou muito...
Em janeiro de 2011 nasceu meu irmão por parte de pai, Eduardo.
E 5 anos depois nasceu minha irmã por parte de mãe, Carolina.
Ambos são os meus amores e viraram de ponta cabeça minha vida.
Eduardo, 12 anos
Carolina, 6 anos
Em 2018 tive a oportunidade de participar da ONG Sonhar Acordado, onde ia aos sábados fazer um dia divertido para crianças em estado de vulnerabilidade.
Essa experiência me fez amadurecer e entender na prática outras realidades.
Além de deixar meu coração muito mais feliz!
Infelizmente, tive que sair para me dedicar aos estudos, mas espero voltar logo à essa família.
Cresci no meio de hospitais, já que minha mãe é fisioterapeuta no Hospital São Vicente (o hospital municipal de Jundiaí) e meu pai Cirurgião Dentista nesse mesmo lugar.
A maioria dos meus familiares trabalham na área da saúde;
Meu bisavô materno fundou a Faculdade de Medicina de Jundiaí
e por coincidência meu avô paterno foi professor na mesma faculdade.
Mas, quando era pequena, meu amor pelos animais era mais forte e minha ideia de ser veterinária durou por alguns anos....
E ao longo do tempo essa ideia foi mudando....
De veterinária para
Bailarina, que foi para
Bióloga,
Bióloga marinha.
Arquiteta!
Prestei arquitetura e passei para segunda fase da Unicamp, mas não fui fazer.
Não era aquilo que queria.
No fundo, sempre soube que a medicina era minha escolha, mas minha insegurança de não conseguir entrar em uma faculdade foi maior por um tempo. Mas cada dia que passava mais opções iam sendo descartadas...
E assim surgiu minha força e coragem para ser médica!
Bom, mas não tinha o que fazer, era isso que queria e não tinha outra opção.
Um dia cheguei ao meu padrasto, que é neurocirurgião, e pedi para assistir uma cirurgia.
Naquele momento a medicina já era minha primeira opção, mas precisava de uma certeza.
E foi naquela cirurgia que tive a certeza que eu precisava.
A medicina me escolheu, e o brilho nos meus olhos vendo ele operar era a prova.
Sempre recebi muito apoio da minha família,
Eles nunca me direcionaram para um lado específico, mas sim, apoiaram sempre minhas decisões.
Sempre fui muito próxima de todos,
e isso foi essencial quando fui diagnosticada com crises de pânico e depressão em 2019.
O apoio deles que me tirou do pior,
sou grata por tudo, principalmente por ter todos eles comigo.
Somos duas famílias que vivem em um só coração, o meu.
Família da minha mãe. Mãe, padrasto, Carol e irmã postiça (filha do meu padrasto)
Família do meu pai. Dudu, madrasta, pai e eu
Minha luta pela tão sonhada medicina não foi nada fácil...
Depois que terminei a escola, fiz dois anos de cursinho.
Me mudei sozinha para outra cidade,
passei em algumas faculdades, mas nenhuma consegui ingressar.
Foi aí que em (2021) entrei na Universidade Municipal de São Caetano do Sul campus São Paulo - Bela Vista na Turma 6.
Bom, uns falam que ela me escolheu, outros falam que já estava no meu sangue.
Eu gosto de dizer que não havia outra opção.
Meus hobbies e brincadeiras desde pequenas eram cuidar dos outros, seja animais, plantas ou pessoas.
Meu passatempo preferido era ir "trabalhar" em asilos, hospitais e consultórios com meus pais.
Sempre vi que a informação que o profissional da saúde passava era retribuída pelo paciente com carinho, sorrisos e bons vínculos.
É com isso que eu quero viver.
Mesmo tendo tido outras opções pelo caminho, nenhuma me fez tão bem quanto essa escolha, assim vejo que essas indecisões só me ajudaram a ter certeza que:
Para ser eu mesma deveria trazer uma vida melhor ao próximo, para ser feliz deveria ser médica.