DISCUSSÃO
Subnotificação por falta do diagnóstico de hipertensão - alerta para necessidade de rastreamento.
Aumento de recursos que favorecem a prevenção mas ainda é a doença que predomina nas unidades básicas como grande fator de risco para o estabelecimento de uma qualidade de vida adequada - principalmente para uma população idosa.
Peso da HAS na carga global de doenças.
Hipertensos descompensados cada vez mais jovens.
Pacientes não aderem ao tratamento.
Adesão dos pacientes com os medicamentos, mudanças de hábitos de vida…
Em países desenvolvidos, há mais casos de HAS, por conta da rotina (alimentação, estresse, sedentarismo - rotina corrida)
Aspectos nutricionais, atividade física, mudança de hábitos alimentares e medicamentos.
Uma medida só não
Ações sociais para a aferição de pressão, disseminando informações para a população, é eficaz para rastreamento de HAS.
A forma como o rastreamento é feito importa para a qualidade do serviço - síndrome do jaleco branco.
Classificação da HAS
QUESTÕES
1.Como se dá a classificação da HAS em estágios e graus?
2. Quais os aspectos epidemiológicos no Brasil e no mundo e riscos de morbimortalidade na hipertensão? Qual a maior faixa etária acometida? Qual o peso da HAS na carga global de doenças?
3. Qual o impacto da HAS na qualidade de vida do adulto? Quais os fatores de risco modificáveis e os não modificáveis? (desafio: averiguar o sub diagnóstico de HAS nas nossas unidade)
4. Como se dá o diagnóstico e rastreamento na atenção básica de acordo com a atual diretriz de HAS?
5. Quais são os elementos e estratégias para implementação da linha de cuidado da hipertensão?
6. Como a diretriz atual orienta o manejo dos pacientes hipertensos considerando os componentes que devem estar presentes nas consultas médicas?
7. Quais os programas existentes para prevenção da HAS?
8. Qual SCORE de classificação para risco cardiovascular em pacientes com HAS?
1. BARROSO, W. K. S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol. 2021; 116(3): 516-658. Disponível em: https://abccardiol.org/wpcontent/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03- 0516.x44344.pdf.
2. BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de atenção básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, nº 37), Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [recurso eletrônico] / Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 137 pág. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2017_vigilancia_fatores_riscos.pdf.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no Adulto 2022. Disponível em: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/hipertensao-arterial-sistemica-(HAS)-noadulto/
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no Adulto 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-az/h/hipertensao#:~:text=A%20hipertens%C3%A3o%20arterial%20ou%20press%C3%A3o,(ou %2014%20por%209)
6. Fiório, C. E., Cesar, C. L. G., Alves, M. C. G. P., & Goldbaum, M.. (2020). Prevalência de hipertensão arterial em adultos no município de São Paulo e fatores associados. Revista Brasileira De Epidemiologia, 23(Rev. bras. epidemiol., 2020 23). https://doi.org/10.1590/1980- 549720200052
7. Queiroz, MG, Aquino, MLA de, Brito, ADL, Medeiros, CCM, Simões, MO da S., Teixeira, A., & Carvalho, DF de. (2020). Hipertensão arterial no idoso - doença prevalente nesta população: uma revisão integrativa / Hipertensão arterial no idoso - doença prevalente nesta população: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Development , 6 (4), 22590–22598. https://doi.org/10.34117/bjdv6n4-428
8. MALACHIAS, M. V.B., et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2020. 107(3Supl.3):1-83. Disponível em: https://sbc-portal.s3.sa-east1.amazonaws.com/diretrizes/Pocket%20Books/2017/7%C2%AA%20Diretriz%20Brasileira%2 0de%20Hipertens%C3%A3o%20Arterial.pdf.
9. MALACHIAS, M. V. B., et al . 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial: Capítulo 4 - Estratificação de Risco Cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 107, n. 3, supl. 3, pág. 18-24, Sept. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/Q9KTPjhPTD78Jpq3myHcVWM/?lang=pt.
10.Malta DC, Bernal RTI, Prates EJS, Vasconcelos NM de, Gomes CS, Stopa SR, et al.. Hipertensão arterial autorreferida, uso de serviços de saúde e orientações para o cuidado na população brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2022;31(Epidemiol. Serv. Saúde, 2022 31(spe1)). Available from: https://doi.org/10.1590/SS2237-9622202200012.especial
11.Marques, A. P., Szwarcwald, C. L., Pires, D. C., Rodrigues, J. M., Almeida, W. da S. de ., & Romero, D.. (2020). Fatores associados à hipertensão arterial: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, 25(Ciênc. saúde coletiva, 2020 25(6)). https://doi.org/10.1590/1413- 81232020256.26972018
12.OLIVEIRA, G. M. M., et al. 2017: Diretrizes em Hipertensão Arterial para Cuidados Primários nos Países de Língua Portuguesa. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 109, n. 5, p. 389-396, Nov. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/8F4CXQfKbPGgjZqSWMTXHBx/?lang=pt.
13.PRÉCOMA, D.B., et al. Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(4):787-891. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2019/v11304/pdf/11304022.pdf.
14.OLIVEIRA, A. E. F., ARAÚJO, F. L. S. M., PINHO, J. R. O., M. A. B. (Org.). Redes de Atenção à Saúde: Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no Âmbito do Sistema Único de Saúde. São Luís: EDUFMA, 2017. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/9913/3/Redes%20de%20Aten%C3%A7%C3% A3o%20%C3%A0%20Doen%C3%A7as%20Cr%C3%B4nicas.pdf.
15.SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Calculadoras para Estratificação de Risco Cardiovascular da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose - 2017 e Diretriz Brasileira de Prevenção de Doença Cardiovascular – Atualização 2020. Disponíveis em: http://departamentos.cardiol.br/sbc-da/2015/CALCULADORAER2017/index.html e http://departamentos.cardiol.br/sbc-da/2015/CALCULADORAER2020/index.html.
16.THE LANCET Series. Syndemics. 2017. Disponível em: https://www.thelancet.com/series/syndemics.
17.YUGAR-TOLEDO. J. C. et al. Posicionamento Brasileiro sobre Hipertensão Arterial Resistente – 2020. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(3):576-596. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2020/v11403/pdf/11403028.pdf.
18.Yugar-Toledo, J. C., Moreno Júnior, H., Gus, M., Rosito, G. B. A., Scala, L. C. N., Muxfeldt, E. S., Alessi, A., Brandão, A. A., Moreira Filho, O., Feitosa, A. D. de M., Passarelli Júnior, O., Souza, D. do S. M. de ., Amodeo, C., Barroso, W. K. S., Gomes, M. A. M., Paiva, A. M. G. de ., Barbosa, E. C. D., Miranda, R. D., Vilela-Martin, J. F., … Jardim, T. de S. V.. (2020). Posicionamento Brasileiro sobre Hipertensão Arterial Resistente – 2020. Arquivos Brasileiros De Cardiologia, 114(Arq. Bras. Cardiol., 2020 114(3)). https://doi.org/10.36660/abc.20200198
Síntese Individual:
1.Como se dá a classificação da HAS em estágios e graus?
2. Quais os aspectos epidemiológicos no Brasil e no mundo e riscos de morbimortalidade na hipertensão? Qual a maior faixa etária acometida? Qual o peso da HAS na carga global de doenças?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão afeta de 20 a 40% da população adulta, sendo as maiores prevalências entre os homens e em países de média e baixa renda.
No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a prevalência de hipertensão no ano de 2013 era de 21,4%, sendo 24,2% entre as mulheres e 18,3% entre os homens. Essa prevalência era maior conforme a idade: 20,6% entre os adultos de 30 a 59 anos, 44,4% entre os idosos de 60 a 64 anos e 52,7% entre os de 65 a 74 anos. A prevalência de hipertensão também foi maior em pessoas com baixa escolaridade, residentes em área urbana e no sudeste do Brasil.
Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2016 mostraram que a prevalência de hipertensão no Brasil era de 25,7%, variando entre 16,9 e 31,7%. A prevalência foi maior entre as pessoas do sexo feminino (27,5%) do que entre as do masculino (23,6%).
Os principais fatores associados à hipertensão são: idade avançada, sexo feminino, excesso de peso, ingestão de sal, consumo excessivo de álcool, tabagismo, sedentarismo, baixa renda e fatores genéticos.
https://www.scielo.br/j/rbepid/a/XtSqwLZJsQBV6Hn56gq5HMk/?lang=pt#
De acordo com a VIGITEL o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, a prevalência em 2017 foi de 60,9% de pessoas com 65 anos que tem pressão alta. Sendo o Rio de Janeiro a capital Brasileira que possui o maior percentual de pessoas hipertensas. Em 90% dos casos dessa doença é herdada pelos pais, podendo ser influenciada pelo fumo, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas, estresse, inatividade física, dislipidemia e alimentação hipersódica (BRASIL, 2018).
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/9409/7936
A frequência de adultos que referiram diagnóstico médico de hipertensão arterial variou entre 16,1% em Palmas e 30,7% no Rio de Janeiro. No sexo masculino, as maiores frequências foram observadas em Maceió (26,3%), Natal (26,2%) e Rio de Janeiro (26,0%), e as menores, no Distrito Federal (13,9%), Palmas (14,8%) e Fortaleza (15,4%). Entre mulheres, as maiores frequências foram observadas no Rio de Janeiro (34,7%), Recife (30,0%) e Salvador (28,7%) e as menores, em Palmas e São Luís (17,3%) e Macapá (19,5%).
25 de agosto de 2021 (OMS) – O número de adultos com hipertensão entre 30 e 79 anos aumentou de 650 milhões para 1,28 bilhões nos últimos 30 anos, de acordo com a primeira análise global abrangente das tendências na prevalência, detecção, tratamento e controle da hipertensão – liderada pelo Imperial College London e Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicado nesta quarta-feira (25) na revista The Lancet. Quase metade dessas pessoas não sabia que tinha a condição.
O estudo, conduzido por uma rede mundial de médicos e pesquisadores, cobriu o período de 1990–2019. Usou dados de aferição e tratamento da pressão arterial de mais de 100 milhões de pessoas com idade entre 30 e 79 anos em 184 países, cobrindo juntos 99% da população global, o que o torna a revisão mais abrangente das tendências globais em hipertensão até o momento.
No Brasil, a hipertensão arterial é a doença de maior prevalência na população do país e é a principal causa de morte. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a hipertensão arterial mata 300 mil brasileiros anualmente, 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos. 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão. Somente 50% sabem que são hipertensos e apenas metade realiza tratamento.
https://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2022/05/17/hipertensao-arterial-doenca-silenciosa/
3. Qual o impacto da HAS na qualidade de vida do adulto? Quais os fatores de risco modificáveis e os não modificáveis? (desafio: averiguar o sub diagnóstico de HAS nas nossas unidade)
4. Como se dá o diagnóstico e rastreamento na atenção básica de acordo com a atual diretriz de HAS?
A PA deve ser medida em toda avaliação por médicos, de qualquer especialidade, e por todos os profissionais da saúde devidamente capacitados. Exclusivamente aos médicos cabem o diagnóstico de HA e seus fenótipos, assim como a conduta relacionada a tais diagnósticos.
Em idosos, diabéticos, disautonômicos ou naqueles em uso de anti-hipertensivos, a PA também deve ser medida 1 minuto e 3 minutos após estar em pé (imóvel). A hipotensão ortostática é definida como uma redução na PAS ≥ 20 mmHg ou na PAD ≥ 10 mmHg dentro do 3o minuto em pé e está associada a um risco aumentado de mortalidade e eventos cardiovasculares.
A PA fora do consultório pode ser obtida através da MAPA ou da MRPA, respeitando-se suas indicações e limitações. As medidas da PA fora do consultório devem ser estimuladas. As principais vantagens e desvantagens da medida da PA fora do consultório são resumidas no Quadro 3.5, enquanto suas principais indicações, além das indicações específicas para a MRPA, são mostradas no Quadro 3.6. A MAPA e a MRPA não devem ser confundidas com a automedida da PA (AMPA), realizada com equipamento automático do próprio paciente, que não obedece a nenhum protocolo preestabelecido. As medidas são realizadas aleatoriamente e feitas por decisão do próprio paciente ou até a pedido médico.
Recomendações para Diagnóstico e Seguimento
A HA é uma condição habitualmente assintomática. Por isso, deve ser avaliada em todo atendimento médico e em programas estruturados de triagem populacional. Nestes últimos, mais de 50% dos portadores de HA não sabiam que tinham a doença. As medidas da PA devem ser realizadas em intervalos regulares, com a frequência conforme a classificação de PA (Figura 3.3). Pessoas saudáveis com uma PA ótima no consultório (< 120/80 mmHg) ou com PA normal (120-129/80-84 mmHg) devem ter a PA medida novamente pelo menos anualmente e nas consultas médicas. Pacientes com pré-hipertensão (130-139/85-89 mmHg) devem ter a PA medida anualmente ou, preferencialmente antes, devido às altas taxas de progressão para HA. Além disso, nos casos suspeitos de HM, a MAPA ou a MRPA devem ser realizadas para detectar tal fenótipo. Como a PA pode ter alta variabilidade, o diagnóstico de HA não deve se basear exclusivamente na medida da PA em apenas uma consulta médica, a menos que esteja substancialmente elevada (HA estágio 3) ou haja diagnóstico estabelecido de LOA ou de doença CV. Para os demais pacientes, as medidas repetidas da PA em visitas subsequentes no consultório devem ser utilizadas para confirmar uma elevação persistente, bem como para classificar o estágio da HA. Quanto maior o estágio da HA, maior deverá ser o número de visitas e menor o intervalo de tempo entre elas. Assim, pacientes em estágio 2 ou 3 poderão requerer mais visitas com intervalos de tempo mais curtos entre as visitas (dias ou semanas), enquanto aqueles com estágio 1 poderão requerer visitas após alguns meses, especialmente quando não há LOA e o risco CV é baixo. A diretriz recomenda o uso de medidas de PA fora do consultório (Figura 3.3) como uma estratégia alternativa às avaliações repetidas da PA dentro dele para confirmar o diagnóstico de HA, desde que sejam logística e economicamente viáveis. Tal abordagem pode também gerar informações clínicas complementares relevantes, como a detecção de HAB e HM. O teste ergométrico não é recomendado para a avaliação diagnóstica da HA, devido a várias limitações, inclusive a falta de padronização da metodologia e das definições. Atualmente, não há consenso sobre a resposta normal da PA durante o exercício.
O diagnóstico da HAS deve ser baseado em pelo menos duas aferições de PA por consulta, em pelo menos duas consultas.
HAS crônica: condição clínica multifatorial, geralmente não associada a sintomas, caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos sistólicos ≥ 140 mmHg e/ou diastólicos ≥ 90 mmHg .
Sempre que possível, o diagnóstico de HAS deve ser estabelecido em mais de uma visita médica. Geralmente de 2 a 3 visitas com intervalos de 1 a 4 semanas (dependendo do nível de pressão). O diagnóstico é feito em uma única visita se a PA do paciente estiver maior ou igual a 180/110 mmHg e houver evidência de doença cardiovascular.
Sempre que possível, incluir a medição da PA fora do consultório tanto para diagnóstico, quanto para pacientes com PA elevada no consultório mesmo com tratamento otimizado.
Crise hipertensiva: Pacientes com ou sem diagnóstico prévio de HAS podem apresentar episódios agudos, geralmente com pressão arterial sistólica (PAS) superior a 180 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) superior a 120 mmHg.
Podem ser sintomáticos dependendo do órgão primariamente acometido, estando o quadro clínico associado às síndromes vasculares agudas (infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico isquêmico ou hemorrágico e síndromes aórticas) ou edema agudo de pulmão. Mais raramente associa-se a encefalopatia hipertensiva (com alterações principalmente na fundoscopia e manifestações neurológicas) e hipertensão maligna (igualmente com manifestações neurológicas e fundoscópicas, mas acompanhada de perda progressiva da função renal).
Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano.
Do vídeo disparador:
+/= 140x90 -> com duas pressões medidas no consultório
MRPA: 2016 -> 135x85 2020-> 130x80
Exames mínimos: 2016 = 2020 ->
5. Quais são os elementos e estratégias para implementação da linha de cuidado da hipertensão?
6. Como a diretriz atual orienta o manejo dos pacientes hipertensos considerando os componentes que devem estar presentes nas consultas médicas?
Avaliação inicial: confirmação do diagnóstico, identificação de fatores de risco, suspeita e identificação de causa secundária, avaliação do risco cardiovascular, lesões de órgão-alvo (LOA) e doenças associadas.
Medir a PA no consultório e/ou fora dele, utilizando-se técnica adequada e equipamentos validados, história clínica (pessoal e familiar), exame físico, investigação clínica e laboratorial.
Sempre que possível, incluir a medição da PA fora do consultório tanto para diagnóstico, quanto para pacientes com PA elevada no consultório mesmo com tratamento otimizado.
Atenção: a avaliação e acompanhamento clínico da HAS deve ser realizado por equipe multidisciplinar, tendo importante papel da equipe de enfermagem no acolhimento e rastreamento da condição clínica.
7. Quais os programas existentes para prevenção da HAS?
8. Qual SCORE de classificação para risco cardiovascular em pacientes com HAS?
Vale destacar que o impacto do controle da hipertensão arterial (HA) será tanto maior quanto maior for o risco absoluto individual e o risco global estimado. Digno de nota é o conceito de risco residual que representa a magnitude do risco que permanece depois que os fatores de risco (FR) tradicionais são controlados.
A classificação do risco CV depende dos níveis da PA, dos FRCV associados, da presença de lesões em órgãos-alvo (LOA), que são lesões estruturais e/ou funcionais decorrentes da HA em vasos, coração, cérebro, rins e retina, e/ou da existência de DCV ou doença renal estabelecidas. Diferentes escores foram desenvolvidos e vêm sendo aplicados para classificar os pacientes hipertensos em categorias de baixo, moderado e alto riscos CV. Entretanto, novos biomarcadores, precursores e preditores de doença parecem ainda ser necessários para melhorar a predição de risco e reduzir a diferença entre o risco calculado e as taxas de eventos observadas, sobretudo nos indivíduos estratificados como de risco moderado. A incorporação de ferramentas para a avaliação do risco relativo versus risco vitalício e períodos de avanço do risco ao longo da vida também se justifica, especialmente na avaliação de jovens com baixo risco absoluto, mas com alto risco relativo para DCV bem como no idoso, cuja estimativa de risco continua sendo um desafio pela acelerada modificação da expectativa de vida e pela funcionalidade nestes últimos anos.