Segundo o ECA, é considerado criança quem tem até 12 anos incompletos. Já entre 12 e 18 anos são adolescentes. A lei define que esta faixa etária têm direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade; à convivência familiar e comunitária; e do direito à guarda, à tutela e à adoção.
Conhecida também como otite média aguda (OMA), a infecção no ouvido resulta de uma infecção provocada por vírus ou bactérias, geralmente decorrente de uma complicação do resfriado comum ou de alergias. Embora a otite média aguda possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre os três meses e três anos de idade. Ela frequentemente ocorre durante esta faixa etária uma vez que as estruturas no ouvido médio são imaturas e não funcionam adequadamente.
Raramente, as otites médias bacterianas espalham-se para estruturas próximas tais como o osso mastoide atrás do ouvido (mastoidite) ou o ouvido interno. Espalhar para o cérebro é extremamente raro, mas algumas pessoas desenvolvem meningite ou um acúmulo de pus (abscesso) no cérebro ou ao redor dele.
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OTITE MÉDIA
A otite média é uma infecção da orelha média observada primariamente entre crianças na fase pré-escolar, ocasionalmente em adultos. Moraxellacatarrbalis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilusinfluenzae são os patógenos mais comuns, e infecção viral com otite serosa pode predispor à otite média aguda. A infecção causada por patógenos das vias aéreas superiores é favorecida pela obstrução da drenagem através das tubas auditivas edemaciadas e congestionadas, ou seja, vírus e bactéria, normalmente infectando o nariz e faringe, ascendem pela tuba auditiva e causam acúmulo de pus dentro do ouvido médio. Perfuração de membrana timpânica e secreção purulenta podem ocorrer. (ANDREOLI, 2005).
Conforme descreve Andreoli (2005), sinais e sintomas básicos da otite média são: dor e secreção no ouvido, perda da audição, febre, letargia, vertigens, tinido. O diagnóstico pode ser feito por: otoscopia (que mostra perda da nitidez ou distorção das marcas ósseas na membrana do tímpano), pneumatoscopia (pode mostrar a diminuição da mobilidade da membrana do tímpano) e também cultura
da secreção para identificação de agente causador (BIRNEY, 2007).
Segundo Andreoli (2005), em crianças, entretanto, sintomas localizados
podem não estar presentes. A membrana timpânica pode parecer inflamada, porém
para diagnosticar a otite média, devemos
observar líquidos atrás da membrana. Às
complicações da otite média são raras, mas incluem infecções nas células aéreas da
mastoide, meningite bacteriana, abscesso cerebral e empiemasubdural.
www.revistas.uniflu.edu.br:8088/seer/ojs-3.0.2/index.php/multidisciplinar/article/view/224/124
Etiologia
A princípio, a otite média aguda possui etiologia principalmente bacteriana, sendo os principais agentes etiológicos : Streptococcus pneumoniae, Haemophylus influenzae e Moraxella catarrhalis, e ainda, estudos microbiológicos evidenciam que uma porcentagem importante é causada pelo Staphylococcus aureus.
Ademais, deve-se lembrar que a OMA pode ocorrer também em função de uma infecção viral, especialmente pelo vírus sincicial respiratório, adenovírus, influenza A ou B. Assim, a não resolução ou demora da resposta à antibioticoterapia, pode ser indicativo de otite média viral, e não bacteriana.
Predisposição e Fatores de risco
Essa infecção pode acometer pessoas de qualquer faixa etária, no entanto, crianças representam o grupo com maior prevalência de OMA. Isso porque, anatomicamente, apresentam tuba auditiva mais horizontalizada e mais curta, em relação aos adultos, o que favorece a migração de germes nasofaríngeos para a orelha média. Em associação a esse fator, a imaturidade do sistema imunológico dificulta o combate à infecção.
Já quanto aos fatores de risco, o uso de chupetas, falhas no aleitamento ou não aleitamento materno e frequentar creches estão entre os principais elementos que os deixam mais suscetíveis. Não obstante, a exposição à fumaça do tabaco possui papel importante nesse ranking, já que a exposição ao fumo aumenta o risco de OMA em 277%.
Manifestações clínicas e Prevenção
Inicialmente, a otalgia representa a principal queixa da OMA, porém irritabilidade, choro frequente, febre, náuseas e vômito podem estar presentes. Além disso, ao exame físico, com auxílio do otoscópio, a membrana timpânica apresenta-se abaulada com coloração opaca (branca ou amarelada), com ou sem hiperemia.
Por outro lado, em alguns casos, ocorre a perfuração da membrana timpânica e a liberação de secreção purulenta. Em geral, a lesão é pequena e dificilmente visualizada, com tamanho suficiente para liberação do exsudato inflamatório. Por fim, é importante ressaltar que é bastante prevalente a associação de otite média a quadros de Infecções de vias respiratórias superiores(IVAS). Aproximadamente 29-50% de todas as IVASs evoluem com uma OM, principalmente entre 6 meses-2 anos e 5-6 anos.
Para prevenção da OMA se faz necessário algumas ações como: vacinação infantil contra pneumococos, H. influenzae tipo B e influenza, fazendo com que seja menor a recorrência de infecções de vias aéreas superiores e consequentemente menor risco de OM. Além disso, a não exposição desses bebês e crianças à fumaça do cigarro é muito importante, pois, como já citado anteriormente, as substâncias tóxicas presentes no tabaco aumentam em mais de 200% o risco OM. Por fim, é extremamente relevante ressaltar a importância da amamentação materna nos primeiros seis meses de vida, visto que, por meio da amamentação, o sistema imunológico do bebe é fortalecido, através da transferência de imunoglobulinas, principalmente as imunoglobulinas do tipo A IgA.
Do Diagnóstico ao Tratamento
O diagnóstico de otite média aguda é clínico, assim, está fundamentado na história clínica, nos sinais e sintomas da criança, como otalgia, irritabilidade, febre, como também no resultado do exame físico que apresenta membrana timpânica abaulada e hiperemiada. Nesse viés, a presença de otalgia infantil indica que a probabilidade de ter OMA é de 3 a 7,3 vezes maior do que a de não ter.
No tocante ao tratamento, a OMA é uma doença autolimitada, logo na maioria dos casos, a terapêutica é realizada com analgésicos e antitérmicos, podendo ser realizada antibioticoterapia. Isso dependerá do quadro clínico específico, sendo a amoxicilina o tratamento de primeira escolha, baseada na eficácia contra os patógenos mais frequentes (Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhal) a qual deve ser usada durante um período de dez dias. Entretanto, em caso de falhas no tratamento deve-se iniciar um novo esquema terapêutico com Amoxicilina-Clavulanato. Ainda, quanto aos pacientes alérgicos à penicilina, os macrolídeos ou sulfametoprima apresentam-se como alternativa eficaz.
Conclusão
A otite média aguda(OMA) é uma infecção viral ou bacteriana, a qual acomete principalmente crianças em idade pré-escolar, sofre remissão espontaneamente em um período de aproximadamente uma a duas semanas, não causando complicações mais severas. Entretanto, bebês podem apresentar otite de repetição, principalmente aquelas com sistema imunológico comprometido, como no caso das imunodeficiências primárias. Assim, otite de repetição pode ser indicativo que o recém-nascido possui uma imunodeficiência primária, sendo preditivo importante para investigação. Portanto, independentemente do quadro, todos os casos devem ser observados de modo individualizado, com base em suas necessidades específicas, para o melhor tratamento possível, seja ele com analgésicos e antitérmicos ou com antibioticoterapia.
http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1285172410021FOLDER%20DIAGNOSTICO.pdf
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