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Estudos 3º ano

Casos

Fontes:

https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/diverticulite-diagnostico-e-tratamento.pdf 

https://scholar.archive.org/work/is6xc77otffpfjcrvrpnjvnwzq/access/wayback/https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/45473/pdf -> Brazilian Journal of Development, 22/03/2022.

https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/8772/5389 

https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/59839/43254 

https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/52189/39035 


Caso 1

Homem, 40 anos

Quadro abdominal que se iniciou há cerca de um ano. Alterna períodos de constipação associado com cólicas e, em outros momentos, diarreia. Esses episódios costumam durar cerca de uma semana. Apresenta dificuldade para evacuar, as fezes são ressecadas e já notou vestígios de sangue no papel higiênico. Sente também uma dor abdominal difusa, em cólica, um pouco mais concentrada à esquerda. Vem ganhando peso com a idade e cerca de 10kg nos últimos 5 anos. Costuma tomar laxante (não lembra o nome).

Antecedentes pessoais: Cirurgia de apendicite aos 10 anos de idade. Nega uso crônico de medicações. Consome cerca de uma garrafa de whisky por mês.

Exame físico: RHA+, abdome flácido, doloroso à palpação fossa ilíaca esquerda, DB negativo.


Hipóteses:

  • Síndrome Intestino Irritável;

  • Diverticulite;

  • Enterocolite;

  • Desidratação sistêmica;

  • Complicações pós-cirúrgica (fibrina)

  • Hipotireoidismo.


Questão:

1.Faça o diagnóstico diferencial entre enterocolite, diverticulite, SII e hipotireoidismo (observar exames e quadro clínico)


Enterocolite:

  • Definição: 

Diverticulite:

  • Definição: A diverticulose do intestino grosso refere-se à presença de divertículos no cólon. A diverticulite significa a presença de inflamação e de infecção associadas aos divertículos, mais frequentemente os localizados no cólon sigmóide. 

A doença diverticular corresponde ao conjunto de manifestações associáveis à diverticulose, desde dor abdominal inespecífica até a diverticulite complicada. 

A diverticulite não-complicada representa aquela com peridiverticulite ou flegmão, enquanto a diverticulite complicada é aquela que resulta em obstrução intestinal, formação de abscesso, peritonite ou fístula.

Ainda que cerca de 85% dos episódios de diverticulite ocorram em cólon esquerdo, mais precisamente em cólon sigmóide, divertículos e diverticulite podem ocorrer em todo o cólon. A diverticulite do cólon direito ocorre mais frequentemente em orientais asiáticos e usualmente segue curso mais benigno.

  • Manifestações: A dor no quadrante inferior esquerdo ocorre entre 93% e 100% dos pacientes com diverticulite aguda e está mais comumente presente por vários dias antes do diagnóstico, o que permite diferenciá-la de outras causas de abdome agudo inflamatório. 

Frequentemente está associada a alteração do hábito intestinal. Outras queixas incluem náuseas, vômitos e distúrbios urinários. Em pacientes com cólon sigmóide redundante, a dor em baixo ventre ou mesmo em quadrante inferior direito pode ocorrer. 

Ao exame físico, a dor à palpação do quadrante inferior esquerdo é característica, frequentemente com dor à descompressão brusca localizada. Massa palpável pode ser identificada em cerca de 20% dos casos. Febre baixa e leucocitose são comuns, porém podem não ocorrer em até 45% dos casos.

  • Diagnóstico: O diagnóstico da diverticulite aguda não raramente pode ser realizado com base na anamnese e no exame físico bem conduzidos. Recomenda-se que, quando a apresentação deixar poucas dúvidas, não sejam realizados exames adicionais. Por outro lado, o diagnóstico clínico isolado pode estar incorreto em até um terço dos casos.

Embora frequentemente realizado na prática clínica diária, e vantajoso economicamente, não há evidência suficiente para recomendar a realização do diagnóstico de diverticulite aguda com base exclusivamente na anamnese e no exame físico.

  • Exames: Existe alguma evidência acerca da similaridade entre a ultrassonografia (US) e a tomografia computadorizada (TC) do abdome para o diagnóstico da diverticulite aguda, com acurácia estimada para as duas de 84%, sendo que a primeira pode atingir até sensibilidade de 100% para o diagnóstico de complicações em mãos experientes. A US de abdome é exame prontamente disponível, seguro, não-invasivo e relativamente barato, tendo como principais desvantagens a significativa dependência do operador, bem como o prejuízo da avaliação abdominal na presença de distensão abdominal.

Quando há suspeita de diverticulite aguda não-complicada, a confirmação diagnóstica pode ser realizada com similar acurácia empregando-se o enema opaco ou a TC. No entanto, uma vez que a diverticulite aguda é eminentemente uma doença extracolônica, existe alguma evidência recente acerca de que a TC com injeção de contraste por via oral, endovenosa e retal é mais sensível do que o enema opaco para o diagnóstico da diverticulite aguda complicada ou não.

Não se obteve evidência para justificar o emprego da ressonância magnética (RM) para o diagnóstico da diverticulite aguda. Avaliação preliminar empregando a colonoscopia virtual obtida por RM resultou em acurácia similar à da TC.

  • Complicações: Fístulas, abscesso, peritonite, estreitamento (estenose).

Uma fístula é uma ligação anômala entre dois órgãos ou entre um órgão e a pele. A inflamação intestinal provocada pela diverticulite pode levar à formação de fístulas que conectam o intestino grosso a outros órgãos.

As fístulas costumam se formar quando um divertículo inflamado no intestino grosso entra em contato com outro órgão (por exemplo, a bexiga). A inflamação resultante, juntamente das bactérias do intestino grosso que penetram lentamente no órgão adjacente, formam uma fístula.

É comum as fístulas formarem-se entre o cólon sigmoide e a bexiga. Essas fístulas são mais frequentes em homens do que em mulheres, embora mulheres que já fizeram uma histerectomia (remoção cirúrgica do útero) tenham um risco maior porque o intestino grosso e a bexiga deixam de ficar separados pelo útero. No caso de se formarem fístulas entre o intestino grosso e a bexiga, o conteúdo intestinal, incluindo as bactérias habituais, penetra na bexiga e provoca infecções nas vias urinárias. 

Menos frequentemente, podem surgir outras fístulas entre o intestino grosso e o intestino delgado, útero, vagina, parede abdominal ou até mesmo a coxa.

Um abscesso é uma bolsa de pus. Pode ocorrer a formação de um abcesso abdominal ao redor de um divertículo inflamado, o que causa piora da dor e febre.

A peritonite é uma infecção da cavidade abdominal, que pode surgir se houver ruptura da parede do divertículo.

Outras possíveis complicações da diverticulite incluem inflamação dos órgãos próximos (por exemplo, útero, bexiga ou outras regiões do trato digestivo). Ataques repetidos de diverticulite podem dar origem ao estreitamento (estenose) do cólon, visto que a formação de cicatrizes e o espessamento do músculo resultantes podem estreitar o interior do intestino grosso, impedindo a passagem de fezes sólidas.

Síndrome do Intestino Irritável:

  • Definição: A Síndrome do Intestino Irritável (SII), também conhecida como colite nervosa ou cólon irritável, é uma condição crônica que afeta o intestino grosso (cólon) e se caracteriza por sintomas recorrentes, como dor abdominal, desconforto, inchaço abdominal e alterações do hábito intestinal, incluindo diarreia, constipação ou uma combinação de ambos.

  • Clínica: O intestino de pessoas com SII pode apresentar alterações na motilidade, levando a contrações musculares mais fortes e mais frequentes (o que pode causar diarreia) ou contrações mais fracas e menos frequentes (o que pode causar constipação). 

Sensibilidade visceral aumentada: Pessoas com SII podem ter maior sensibilidade às sensações intestinais normais, como a distensão do cólon. Essa sensibilidade aumentada pode resultar em dor e desconforto abdominal.

Alterações na comunicação cérebro-intestino: Existe uma complexa interação entre o cérebro e o intestino, conhecida como eixo cérebro-intestino. Em pessoas com SII, essa comunicação pode estar alterada, resultando em alterações na percepção das sensações intestinais e na regulação da função intestinal.

Além desses fatores, outros elementos, como a dieta, estresse, alterações na microbiota intestinal e predisposição genética, também podem desempenhar um papel na manifestação da SII.

  • Diagnóstico: O diagnóstico da SII é feito com base na presença de sintomas característicos, conforme definido pelos critérios de Roma, após a exclusão de outras doenças que possam causar sintomas semelhantes. Não existem exames específicos para diagnosticar a SII, mas podem ser realizados exames adicionais, como exames de sangue, colonoscopia ou testes de intolerância alimentar, para descartar outras condições.

Hipotireoidismo:

  • Definição: O hipotireoidismo é uma doença que acomete a glândula tireoide, resultando em queda dos hormônios tireoidianos, tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). Trata-se de uma doença mais comum no gênero feminino, podendo acometer indivíduos em qualquer idade. A forma mais comum de hipotireoidismo é a forma primária da doença e, em adultos, a principal causa é uma situação auto imune denominada Tireoidite de Hashimoto, mas, também pode ser provocada pela falta ou excesso de iodo na dieta. 

  • Diagnóstico e Clínica: O diagnóstico de hipotireoidismo é feito através do exame clínico (fadiga, cansaço, sonolência, sensibilidade ao frio, queda de capelo, ressecamento de pele, rouquidão, falha de memória, alteração menstrual, dislipidemia, constipação intestinal, dentro outros sinais e sintomas) e exame laboratorial. O hipotireoidismo primário é caracterizado por uma alta concentração sérica de hormônio estimulante da tireoide (TSH) e uma baixa concentração sérica de tiroxina livre, enquanto o hipotireoidismo subclínico é definido bioquimicamente como uma concentração normal de T4 livre na presença de uma concentração elevada de TSH. O hipotireoidismo secundário (central) é caracterizado por uma baixa concentração sérica de T4 e uma concentração sérica de TSH que não está adequadamente elevada. 

Os sintomas e sinais do hipotireoidismo variam em relação à magnitude da deficiência do hormônio tireoidiano e à intensidade com que a deficiência se desenvolve. Uma modificação que ocorre no hipotireoidismo é a desaceleração generalizada dos processos metabólicos. Isso pode levar a anormalidades como fadiga, movimentos lentos e fala lenta, intolerância ao frio, constipação, ganho de peso (mas não obesidade mórbida), atraso no relaxamento dos reflexos tendinosos profundos e bradicardia.

Outra alteração é o acúmulo de glicosaminoglicanos da matriz nos espaços intersticiais de muitos tecidos. Isso pode levar a cabelos e pele ásperos, rosto inchado, aumento da língua e rouquidão. Essas alterações são frequentemente mais facilmente reconhecidas em pacientes jovens e podem ser atribuídas ao envelhecimento em pacientes mais velhos. 

Caso 2

Mulher, 46 anos

Dor abdominal crônica. Paciente não sabe descrever bem, somente com muito auxílio define como sendo em hipocôndrio direito. Início há dois anos, vem se tornando mais frequente, associada com sensação de que comeu demais, gases e as vezes queimação. Quadro relacionado a dieta gordurosa e quantidade de ingestão de alimentos. Hábito intestinal irregular costuma ficar até três dias sem evacuar.

AP: Uma cesárea. Hipertensão controlada, faz uso de enalapril (dois comprimidos por dia, mas não sabe a dose). Última consulta com ginecologista há três anos. Nunca fumou. Nega uso de drogas ilícitas. Costuma beber raramente. Seu vício são os doces e frituras

Exame físico: RHA+, abdome flácido, difusamente doloroso à palpação, DB neg.


Hipóteses:

  • Colecistite (inflamação);

  • Colelitíase; (pedra no ducto)

  • Coledocolitíase; (pedra no ducto coledoco)

  • Gastrite -> sucundário;


Questão:

1.Como fazer o diagnóstico diferencial entre colecistite, colelitíase, gastrite e coledocolitíase. (observar sinais clínicos, exames de imagem).

Colecistite:

  • Definição: A colecistite aguda compreende a doença inflamatória aguda da vesícula biliar, podendo variar de uma condição autolimitada a uma doença potencialmente fatal. o principal fator etiológico da colecistite é a colelitíase, ou seja, a presença de cálculos na vesícula biliar. Em menor proporção pode ser por: isquemia, distúrbios de motilidade, lesões químicas, infecções, doenças do colágeno e reação alérgica.

  • Manifestações Clínicas: O sinal clínico mais comum é a dor abdominal em hipocôndrio direito ou epigástrio, desencadeada geralmente pela obstrução do colo da vesícula biliar ou do ducto cístico  por cálculo biliar.

Outros sinais e sintomas comumente referidos são: náuseas (31-73%), vômitos (60-83%), febres superior à 38º (cerca de 30%), defesa muscular (30-58%), massa palpável (14-25%), sinal de Murphy (48-65%).

A dor mais localizada (QSD e Epigástrio) pode irradiar para região escapular direita, com duração superior a quatro horas, associada a náuseas ou vômitos, e normalmente, em pacientes com histórico de episódios álgicos semelhantes, desencadeada pela ingestão de alimentos gordurosos.

Icterícia também pode estar presente, que pode surgir decorrente de uma compressão extrínseca da via biliar devido a processo inflamatporio, ou resultante de uma obstrução concomitante do colédoco.

  • Diagnóstico: A literatura mostra que ainda não há uma ferramenta clínica de alta precisão para o diagnóstico de colecistite aguda, já que o quadro do paciente e as alterações laboratoriais podem ser inespecíficas se analisados isoladamente, sendo fundamental a correlação com exames de imagem. O diagnóstico se da com a junção da anamnese, exame físico, exames laboratoriais e de imagem são necessários para apoiar com maior consistência o diagnóstico.

3 critérios devem ser atendidos: sinal de inflamação (sinal de Murphy ou dor, massa palpável ou sensibilidade em quadrante superior direito), Sinal sistêmico de inflamação (febre, elevação da PCR, leucocitose), Achados de imagem característicos de colecistite aguda. Um diagnóstico de suspeita pode ser feito quando da presença dos primeiros achados.

  • Exames: Os achados laboratoriais mais comuns são: leucocitose, aumento de PCR (normalmente acima de 3mg/dL), pode ter discreto aumento das enzimas séricas no sistema hepatobiliar-pancreático e bilirrubina.

  • Exames de Imagem: USG deve ser realizado sempre que houver suspeita da doença, sendo o primeiro exame utilizado, seus achados são: aumento da vesícula biliar, espessamento da parede -5mm ou mais-, cálculos na vesícula, líquido pericolecístico e imagem sugestiva de gás na vesícula biliar.

  • Classificação: A colecistíte aguda pode ser classificada em três estágios, leve, moderada e grave de acordo com o acometimento sistêmico e evolução do quadro.

Colelitíase

  • Definição: A  colelitíase  é  o  termo  designado  para  a  presença  de  cálculos  dentro  das  vias  biliares, comumente,  localizados  dentro  da  vesícula  biliar  (colecistolitíase). A incidência depende de diversos fatores, sendo considerado indivíduos de risco para a formação de cálculos de colesterol aqueles com idade avançada, do sexo feminino, com comorbidades, sedentários, obesos, que passaram por uma perda brusca de peso, dentre outros.

  • Manifestações: Acerca das manifestações clínicas da colelitíase, como os cálculos podem variar de tamanho, de número e da composição ao qual é formado, a sintomatologia pode ser variável a depender de cada situação. Dessa forma, a litíase biliar pode se manifestar de forma sintomática com dor em pontada no epigástrio e hipocôndrio direito (cólica biliar), intensa, a qual pode irradiar para o ombro direito e/ou para a região escapular (sinal de Kehr) ou, até mesmo, ser completamente assintomática. 

Muitas vezes, quando a dor está presente, geralmente, aparece de início abrupto, em especial após a ingestão de alimentos, progredindo  em  intensidade  até  estabilizar-se,  com  duração  de  15  a  30  minutos,  com resposta positiva a analgésicos e, normalmente, com resolução espontânea. Além disso, cursa  com  náuseas,  vômitos;  distensão  abdominal,  plenitude  pós-prandial,  pirose, eructação e flatulência; anorexia; diarréia crônica, esteatorréia e má aceitação de ingestão de alimentos gordurosos. Contudo, vale ressaltar que em 80% dos casos, ainda permanece assintomática e sem complicações.

No  que  tange  à  colecistite,  principal  complicação  da  colelitíase,  a  qual  é decorrente  da  obstrução  do  ducto  cístico  provocada  por  um  cálculo,  as  manifestações clínicas  incluem,  principalmente,  dor  em  hipocôndrio  direito,  sendo  característico  a presença do sinal de Murphy. Tal sinal consiste na palpação profunda da vesícula biliar, sendo  considerado  positivo  quando  provoca  dor  durante  a  inspiração  profunda,  a  qual pode  irradiar  para  o  braço  direito  ou  escápula,  com  sensibilidade  local.  Nesse  caso,  a duração da dor costuma ser mais de 6 horas. Além disso, comumente, o paciente apresenta dor abdominal, perda de apetite, vômitos e náuseas como sintomas gastrointestinais; além de febre, geralmente abaixo de 39°, e icterícia flutuante.

Coledocolitíase

  • Definição: Coledocolitíase é a presença de cálculos nos dutos biliares; pode ocorrer formação de cálculos na vesícula biliar ou nos próprios dutos. Esses cálculos causam cólica biliar, obstrução biliar, pancreatite biliar ou colangite (infecção e inflamação biliar). 

Caso 3

Homem, 48 anos

Dor abdominal aguda. Dor em queimação na região do estômago. Início súbito, logo após o café da manhã. Vem apresentando quadro semelhante há cerca de um ano e tomava omeprazol por orientação do vizinho. Porém dessa vez a dor é mais forte e não passou, mesmo com dois comprimidos de omeprazol. Está bastante preocupado com a possibilidade de ser uma úlcera perfurada (seu pai morreu assim). Hábito intestinal regular, mas nunca prestou muita atenção nisso.

AP: hipertenso (toma o remédio, captopril, sempre que percebe que a pressão subiu). Tabagista 1 maço/dia desde os 16 anos. Nega consumo de álcool ou outras drogas.

Exame físico: Dor à palpação de região epigástrica, DB negativo.


Hipóteses:

  • Gastrite;

-> Dor epigástrica, tabagismo, início súbito pós comer;

  • Úlcera péptica;

  • IAM;

-> hipertenso não controlado e tabagista.

  • Úlcera perfurativa -> pode causar peritonite (DB+ em decúbito dorsal).


Questão:

1.Como fazer o diagnóstico diferencial entre úlcera péptica, gastrite e IAM? (observar sinais clínicos, exames de imagem) 

Úlcera péptica

  • Manifestações Clínicas: As manifestações clínicas da doença ulcerosa péptica dependem da localização das lesões e da idade do paciente. As úlceras duodenais costumam apresentar dor abdominal noturna e duas horas após a alimentação. Já as úlceras gástricas apresentam dor abdominal à ingestão, empachamento e distensão abdominal. Pacientes com infecção por H. Pylori são propensos a apresentar vários sinais e sintomas, independente da localização da doença. Na infecção, caso a gastrite seja predominante no antro, está mais associada a úlcera duodenal e, se gastrite for predominante no corpo gástrico, tem mais relação com úlcera gástrica.

Os sintomas mais comuns, além dos supracitados, incluem epigastralgia, náuseas, vômitos, melena e hematêmese. Já os sinais de alarme, que podem ser indicativos deneoplasia gástrica, são perda de peso não intencional, disfagia progressiva, hemorragia gastrointestinal de grande volume, anemia por deficiência de ferro e êmese recorrente. Nesses casos, é necessário a investigação diagnóstica de urgência. Não obstante, pacientes com história familiar positiva para câncer gástrico possuem maior chance de lesões malignas e, portanto, necessitam de avaliação diagnóstica mais rigorosa.

  • Diagnóstico: O diagnóstico de úlcera péptica é iniciado a partir da anamnese, exame físico e, posteriormente , exames não invasivos e invasivos . Dentre estes, a esofagogastroduodenoscopia (EGD) é o padrão ouro e o teste diagnóstico mais preciso, com sensibilidade e especificidade de até 90% na DUP. É destinada aos pacientes com mais de 50 anos de idade com sintomas dispépticos ou qualquer pessoa com sintomas de alarme, sendo que, quando EGD é contraindicada, recomenda-se realizar a deglutição de bário.

  • Exames: Os exames laboratoriais também são considerados como linha de diagnóstico, como função hepática, níveis de amilase e lipase, teste sorológico de H.pylori e teste respiratório da uréia. Já a biópsia endoscópica, é necessária em pelo menos 4 a 6 locais, podendo assim ter um aumento da sensibilidade. As úlceras gástricas são comumente localizadas na curvatura menor entre o antro e o fundo, já a maioria das úlceras duodenais estão localizadas na primeira parte do duodeno. A cultura não é recomendada, devido ao custo, tempo e por ser muito invasiva, sendo indicada caso o tratamento de erradicação falhar ou houver suspeita de resistência aos antibióticos. Por fim, a tomografia computadorizada de abdome é útil apenas no diagnóstico de suas complicações, como perfuração e obstrução da saída gástrica.

Gastrite:

  • Definição: A gastrite é uma inflamação do revestimento interno do estômago. Pode ser aguda, quando aparece de repente e dura pouco, ou crônica, quando se instala aos poucos e leva muito tempo para ser controlada. 

  • Causas: uso prolongado de medicamentos como aspirina ou anti-inflamatórios; consumo de álcool; hábito de fumar; infecção pela bactéria Helicobacter pylori; gastrite autoimune – ocorre quando o sistema imune produz anticorpos que agridem e destroem as células gástricas do próprio organismo. 

  • Sintomas: dor de estômago intensa; azia; indigestão; sensação de estufamento; perda de apetite; náusea e vômito; presença de sangue nas fezes e no vômito. 

  • Diagnóstico: Baseia-se no exame físico e na análise da história clínica do paciente. O médico poderá solicitar exames, como: raios-X, endoscopia e biópsia.

IAM:


bruna.aleixo@uscsonline.com.br
RA: 717203-4
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