O Último Pôr do Sol

The Last Sunset (1961)

Direção de Robert Aldrich (1918-1983)
Roteiro: Dalton Trumbo (1905-1976)
Baseado no livro "Sundown at Crazy Horse", de Howard Rigsby (1909-1975)

Elenco:
Rock Hudson (1925-1985): Dana Stribling
Kirk Douglas (1916-2020): Brendan O’Malley
Dorothy Malone (1924-2018): Belle Breckenridge
Carol Lynley (1942-2019): Missy Breckenridge
Joseph Cotten (1905-1994): John Breckenridge
Neville Brand (1920-1992): Frank Hobbs
Regis Toomey (1898-1991): Milton Wing
James Westmoreland (Rad Fulton) (1935-2016): Julesburg Kid
Adam Williams (1922-2006): Calverton
Jack Elam (1920-2003): Ed Hobbs
John Shay (1915-2010): Bowman
Gregorio Acosta (1910-1988)
Manuel Alvarado (1922-1978)
José Torvay (1909-1972): Rosario (não creditado)
Margarito Luna (1910-1977): Jose (não creditado)


Diretor de Fotografia: Ernest Laszlo (1898-1984)
Música: Ernest Gold (1921-1999)
Canção "Pretty Little Girl in a Yellow Dress" por Dimitri Tiomkim-Ned Washington
Editor: Michael Luciano (1909-1992)

Produção: empresa Brynaprod SA
Distribuído por Universal Pictures
Datas de filmagem: 11 de maio de 1960 - 29 de julho de 1960
Data de lançamento: 8 de junho de 1961 (Estados Unidos)
Tempo de execução: 112 minutos
País: Estados Unidos
Língua: Inglês
Despesas: $ 3 milhões ou $ 3,5 milhões
Bilheteria: 

Sinopse:
Brendan O'Malley, um pistoleiro assassino, atravessa a fronteira do México para escapar da justiça. Por acaso, ele chega ao rancho de Belle Breckenridge, sua antiga amante. Ela é casada com John Breckenridge, velho alcoólatra e covarde.

O'Malley aceita o convite para ajudar a levar o rebanho dos Breckenridge para o Texas, sob condição de receber um quinto do rebanho. Além disso, Brendan também tem a desfaçatez de afirmar que ficará com Belle assim que terminarem a viagem. Breckenridge não o leva a sério.

O xerife Dana Stribling quer vingar o assassinato de seu cunhado, por isso persegue o criminoso, O'Malley, até o México. Stribling não tem jurisdição para prender O'Malley no México, por isso também aceita se juntar ao assassino para conduzir o gado dos Breckenridge.

Belle possui uma belíssima filha adolescente, Missy, que, em sua inocência, apaixona-se por O'Malley. Dana Stribling, por sua vez, não resiste e se apaixona por Belle, criando mais um motivo para O'Malley odiá-lo.

Durante a penosa viagem, eles enfrentarão tempestades de areia, índios esfomeados, areia movediça e três bandidos.


Locais de filmagem:
- Aguascalientes, Aguascalientes, México
- Bavispe, Sonora, Mexico
- Huachinera, Sonora, Mexico
- Durango, México
- Rio Bavispe, Sonora, Mexico
- Mexico City, Distrito Federal, Mexico
- Universal Studios - 100 Universal City Plaza, Universal City, California, USA (estúdio)

Links:
https://www.imdb.com/title/tt0055073/reference
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Last_Sunset_(film)
http://westerncinemania.blogspot.com/2011/11/o-ultimo-por-do-sol-last-sunset.html
http://50anosdefilmes.com.br/2009/o-ultimo-por-do-sol-the-last-sunset/

Meus comentários:
Faroeste clássico que merecia ser melhor avaliado pela crítica especializada.

27 de agosto de 2006

Aviso: contém spoilers

Envolto na excelência de seu elenco e na maestria do roteiro de Dalton Trumbo, "O Último Pôr do Sol" cativou-me desde o primeiro momento em que o vi (e isso remonta a muitos anos atrás), mantendo até os dias atuais minha ardente paixão por esta obra cinematográfica. De fato, é uma raridade cinematográfica, um filme que nunca deixa de encantar em cada nova revisitação. Adiciona-se a isso meu apreço pelo gênero, o que apenas intensifica o fascínio por este faroeste magistralmente produzido por Kirk Douglas.


Desde os primeiros minutos, antes mesmo da apresentação completa dos personagens, é impossível não notar a beleza da melodia assobiada por O'Malley enquanto se aproxima da fazenda de Breckenridge. E nesse mesmo contexto, tão significativo quanto o assobio, são os ângulos de câmera escolhidos pelo diretor Robert Aldrich. Tão brilhantes quanto estes, com qualidades igualmente marcantes, só consigo vislumbrar outros três na filmografia do diretor: "Vera Cruz" (1954), "A Grande Chantagem" (1955) e "O Imperador do Norte" (1973). Um exemplo memorável é o ângulo de câmera empregado no desfecho, com a câmera posicionada rente ao solo, capturando em primeiro plano a roda gigante de uma carroça, enquanto ao fundo divisamos Belle, uma figura diminuta que cruza a rua correndo.


Outros momentos de beleza singular merecem destaque: a tentativa de O'Malley e Stribling de se ofuscarem mutuamente sob o sol durante seu primeiro encontro; a dança noturna de O'Malley com a ingênua Missy após o jantar; o resgate de Breckenridge embriagado por O'Malley e Stribling em meio a um bar infestado de ladrões; a tensão durante a tempestade de areia; a deslumbrante aparição de Missy em seu vestido amarelo durante a festa; o último encontro entre Missy e O'Malley; e, é claro, o duelo final.


Não posso deixar de mencionar a possível intencionalidade por trás do contraste entre o xerife, frequentemente vestido de forma clara, e o pistoleiro O'Malley, sempre trajando preto. Talvez seja uma representação simbólica do conflito entre o bem, personificado por Stribling, e o mal, personificado por O'Malley.


Se a memória não me trai, há apenas um momento de humor no filme: quando Stribling revela a O'Malley os termos do acordo feito com os índios, que envolviam a parte pertencente a O'Malley.


Dorothy Malone, mesmo já madura na época (aos 35 anos), esbanja beleza e competência como atriz, irradiando sensualidade. Vinda de uma vitória no Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 1956 por "Palavras ao Vento", ela cativa com sua presença em tela. Carol Lynley, apesar de não ter conseguido provar seu talento como atriz, brilha com sua aura juvenil e angelical. Joseph Cotten entrega uma interpretação convincente e talvez até a melhor de sua carreira como o bêbado John Breckenridge.


Mesmo com minha profunda apreciação pelo filme, um erro grave me incomoda e não posso deixar de apontá-lo: no duelo final, as sombras dos personagens mudam de tamanho em várias tomadas, ora mais longas, ora abaixo dos pés, sugerindo que as filmagens ocorreram em horários diferentes. Em um duelo ao pôr do sol, era de se esperar sombras consistentemente longas. Talvez diretor Aldrich e o produtor Douglas tenham percebido o erro, mas por questões de praticidade, como economia de tempo ou recursos, tenham optado por filmar em horários alternados.


Em suma, "O Último Pôr do Sol" é um faroeste extraordinário que merece ser apreciado por todos os amantes do cinema.