Vivien Leigh

Também é conhecida como: Vivian Leigh

Data de nascimento: 5 de novembro de 1913

Local: Darjeeling, Índia

Data de falecimento: 7 de julho de 1967

Local: Londres, Inglaterra, Reino Unido


Atriz - Filmografia:


Fontes:

https://www.imdb.com/name/nm0000046/

Revista “Cinemin”, n.º 18, 1985, Editora Brasil-América

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Minibiografia:

Nome real: Vivian Mary Hartley

Cônjuges: Leigh Holman (1932 - 1940) / Laurence Olivier (1940 - 1960) 

Filhos: Suzanne


Vivien Leigh nasceu na Índia porque seu pai trabalhava em uma firma de corretagem inglesa, mas foi educada em um convento de Londres, cujas alunas pertenciam à alta sociedade. Também estudou em colégios italianos, franceses e suíços onde aprendeu a falar francês e alemão.

Antes de completar 20 anos, estudou na Royal Academy of Dramatic Art. Nem mesmo seu casamento com um advogado e uma gravidez a impediram de tentar seguir carreira de atriz. Privilegiada por sua condição social, conseguiu estrear no cinema numa modesta comédia. Depois de mais duas comédias foi convidada a fazer teatro, estreando com a peça “The Green Sash”, em 1935. Foi nessa época que ela conheceu Laurence Olivier. Mesmo sendo ambos casados não conseguiram evitar de se apaixonarem um pelo outro. Esquecendo-se de seus respectivos cônjuges, estavam juntos em todo lugar: na vida real, no palco e filmando (“Fogo Sobre a Inglaterra”).

Em dezembro de 1938, Vivien e Laurence chegaram aos Estados Unidos. O agente dela, Myron Selznick, era irmão de David Selznick, o produtor de “...E o Vento Levou”. Diz a lenda que Myron a apresentou ao irmão como “Quero que conheça Scarlett O'Hara”. Ansiosa por viver nas telas a indomável Scarlett, não precisou suplicar, pois David também sucumbiu diante da beleza, graça e talento da estrela inglesa. Vivien derrotou dezenas de atrizes que também desejavam o papel e, aos 26 anos, após receber o Oscar de melhor atriz por interpretar Scarlett, tornou-se mundialmente reconhecida.

Logo depois da superprodução de Selznick, ela quase atuou ao lado de Olivier em “Rebecca, a Mulher Inesquecível”, mas foi preterida por Joan Fontaine. Também não conseguiu Olivier quando filmou “A Ponte de Waterloo” — um dos maiores clássicos românticos da História do cinema —, quem ganhou o papel foi Robert Taylor, com quem já trabalhara em “Um Ianque em Oxford”.

Após atuar ao lado de Olivier na peça “Romeu and Juliet” (que foi um fracasso), Vivien começou a sentir os primeiros sintomas de depressão nervosa. Mas nem tudo estava ruim: fizeram um novo filme juntos (“Divina Dama”) e, após conseguirem seus respectivos divórcios, casaram-se em agosto de 1940.

A II Guerra Mundial seguia seu curso e Vivien procurou colaborar indo ao norte da África distrair as tropas. Entretanto, os anos 40 não foram os melhores para ela. O filme “César e Cleópatra” foi um imenso fracasso e, durante as filmagens, ela ficou tão doente que abortou a criança que esperava. Sua depressão aumentava, culminando em uma agressão verbal e física contra Olivier. Nesses anos ela também teve tuberculose e novas crises nervosas.

Apesar da saúde abalada, uma nova personagem faria Vivien recordar os bons tempos de Scarlett O'Hara: era Blanche DuBois, uma mulher sexualmente frustrada, genial criação de Tennessee Williams. Levada aos palcos ingleses, a peça foi produzida por Laurence Olivier, atendendo aos insistentes apelos da esposa.

Logo depois, para a adaptação cinematográfica de “Uma Rua Chamada Pecado”, produzida pela Warner, Elia Kazan, o diretor, teve o bom senso de unir Vivien com Marlon Brando — ela iniciando seus derradeiros anos, ele, em plena ascensão. Ambos tiveram atuações irrepreensíveis, com Vivien recebendo seu segundo Oscar de melhor atriz.

Por volta de 1951, Vivien e Olivier alcançaram imenso sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos com a peça “Caesar and Cleopatra”. As crises nervosas da atriz continuavam e nem o tratamento psiquiátrico conseguia diminuir os estragos que isso ia acarretando a vida matrimonial e profissional dela. Como conseqüência disso ela foi substituída por Elizabeth Taylor no filme “No Caminho dos Elefantes”, onde atuava ao lado de Peter Finch.

Ainda recebendo tratamento médico, atuou com Olivier na peça “The Sleeping Prince” e no filme “Profundo Mar Azul”, com Kenneth Moore.

Nos anos seguintes participou de várias peças. Dizem que também teve um caso com Peter Finch, e Olivier, por sua vez, farto de sua esposa maníaco-depressiva, apaixonou-se pela jovem Joan Plowright — que viria a ser a sua terceira e última esposa.

No início dos anos 60, logo depois de divorciar-se de Laurence Olivier, participou do filme “Em Roma na Primavera”, ao lado do jovem Warren Beatty. Vivien não prejudicou as filmagens com suas crises, mas, certa noite, sofreu a pior de todas: ficou enfurecida, queria quebrar todos os móveis e batia a sua cabeça contra uma porta.

Em 1965, filmou “A Nau dos Insensatos”, dirigida por Stanley Kramer; depois participou de duas peças: “La Contessa” e “Ivanov”. Entretanto, a tuberculose tomou conta dos pulmões da frágil atriz impedindo-a de continuar a trabalhar. Em 7 de julho de 1967, Vivien Leigh — uma das mais belas e extraordinárias atrizes do teatro e do cinema — entristeceu seus fãs ao fechar seus olhos para sempre.

Escrito por Hildebrando Martins

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Biografia por Wikipedia

Vivien Leigh (nascida Vivian Mary Hartley; 5 de novembro de 1913 - 8 de julho de 1967), estilizada como Lady Olivier após 1947, foi uma atriz britânica. Ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz duas vezes, por suas performances marcantes como Scarlett O'Hara em E o Vento Levou (1939) e Blanche DuBois na versão cinematográfica de Uma Rua Chamada Pecado (1951), papel que também interpretou no palco do West End de Londres em 1949. Ela também ganhou um Tony Award por seu trabalho no musical da Broadway Tovarich (1963). Apesar de ter períodos de inatividade em sua carreira, em 1999 o American Film Institute classificou Leigh como a 16ª maior estrela feminina do cinema clássico de Hollywood.


Após concluir sua formação em uma escola de teatro, Leigh apareceu em pequenos papéis em quatro filmes em 1935 e progrediu para o papel de heroína em Fogo Sobre a Inglaterra (1937). Elogiada por sua beleza, Leigh sentia que seus atributos físicos às vezes a impediam de ser levada a sério como atriz. Apesar de sua fama como atriz de cinema, Leigh era principalmente uma artista de teatro. Ao longo de sua carreira de 30 anos, ela interpretou papéis que variaram desde as heroínas das comédias de Noël Coward e George Bernard Shaw até personagens clássicas de Shakespeare, como Ofélia, Cleópatra, Julieta e Lady Macbeth. Mais tarde, em sua vida, ela atuou como atriz coadjuvante em alguns filmes.


Na época, o público identificava fortemente Leigh com seu segundo marido, Laurence Olivier, que foi seu esposo de 1940 a 1960. Leigh e Olivier atuaram juntos em muitas produções teatrais, com Olivier frequentemente dirigindo, e em três filmes. Ela ganhou a reputação de ser difícil de trabalhar e, durante grande parte de sua vida, sofreu de transtorno bipolar, além de recorrentes crises de tuberculose crônica, que foram diagnosticadas pela primeira vez meados da década de 1940 e, eventualmente, levaram à sua morte aos 53 anos.


Vida e carreira

1913-1934: Primeiros anos e estreia na atuação

Leigh nasceu Vivian Mary Hartley em 5 de novembro de 1913 na Índia Britânica no campus da St. Paul's School em Darjeeling, Presidência de Bengala. Ela era filha única de Ernest Richard Hartley, um corretor britânico, e sua esposa, Gertrude Mary Frances (nascida Yackjee; ela também usava o sobrenome de solteira de sua mãe, Robinson). Seu pai nasceu na Escócia em 1882, enquanto sua mãe, uma católica devota, nasceu em Darjeeling em 1888 e pode ter tido ascendência irlandesa, indiana parsi e armênia. Os pais de Gertrude, que moravam na Índia, eram Michael John Yackjee (nascido em 1840), um homem anglo-indiano de recursos independentes, e Mary Teresa Robinson (nascida em 1856), que nasceu em uma família irlandesa morta durante a Rebelião Indiana de 1857 e cresceu em um orfanato, onde conheceu Yackjee; eles se casaram em 1872 e tiveram cinco filhos, dos quais Gertrude era a mais nova. Ernest e Gertrude Hartley se casaram em 1912 em Kensington, Londres.


Em 1917, Ernest Hartley foi transferido para Bangalore como oficial na Cavalaria Indiana, enquanto Gertrude e Vivian ficaram em Ootacamund. Aos três anos, Vivian fez sua primeira aparição no palco para o grupo de teatro amador de sua mãe, recitando "Pequena Bo Peep". Gertrude Hartley tentou incutir em sua filha uma apreciação pela literatura e a apresentou às obras de Hans Christian Andersen, Lewis Carroll e Rudyard Kipling, além de histórias da mitologia grega e do folclore indiano. Aos seis anos, Vivian foi enviada por sua mãe do Convento de Loreto, em Darjeeling, para o Convento do Sagrado Coração (agora Woldingham School), situado em Roehampton, sudoeste de Londres. Uma de suas amigas lá era a futura atriz Maureen O'Sullivan, dois anos mais velha, para quem Vivian expressou seu desejo de se tornar "uma grande atriz". Ela foi retirada da escola por seu pai e, viajando com seus pais por quatro anos, frequentou escolas na Europa, especialmente em Dinard (Bretanha, França), Biarritz (França), o Sagrado Coração em San Remo, na Riviera Italiana, e em Paris, tornando-se fluente em francês e italiano. A família retornou à Grã-Bretanha em 1931. Ela assistiu a Connecticut Yankee, um dos filmes de O'Sullivan em exibição no West End de Londres, e contou a seus pais sobre suas ambições de se tornar uma atriz. Pouco depois, seu pai matriculou Vivian na Royal Academy of Dramatic Art (RADA) em Londres.


Vivian conheceu Herbert Leigh Holman, conhecido como Leigh Holman, um advogado 13 anos mais velho, em 1931. Apesar de sua desaprovação por "pessoas do teatro", eles se casaram em 20 de dezembro de 1932 e ela interrompeu seus estudos na RADA, sua presença e interesse pela atuação já tinham diminuído após conhecer Holman. Em 12 de outubro de 1933, em Londres, ela deu à luz uma filha, Suzanne, posteriormente Suzanne Farrington.


1935-1939: Primeiros anos de carreira e Laurence Olivier

Os amigos de Leigh sugeriram que ela aceitasse um papel secundário como estudante em Things Are Looking Up, que foi sua estreia no cinema, embora não creditada como figurante. Ela contratou um agente, John Gliddon, que acreditava que "Vivian Holman" não era um nome adequado para uma atriz. Depois de rejeitar suas muitas sugestões, ela adotou "Vivian Leigh" como seu nome profissional. Gliddon a recomendou a Alexander Korda como uma possível atriz de cinema, mas Korda a rejeitou por falta de potencial. Ela foi escalada para a peça The Mask of Virtue, dirigida por Sidney Carroll em 1935, e recebeu excelentes críticas, seguidas de entrevistas e artigos de jornais. Um desses artigos foi do Daily Express, no qual o entrevistador observou que "uma mudança repentina ocorreu em seu rosto", que foi a primeira menção pública das mudanças rápidas de humor que se tornaram características dela. John Betjeman, futuro poeta laureado, a descreveu como "a essência da juventude inglesa". Korda assistiu à sua performance de estreia, admitiu seu erro e a contratou para um contrato de cinema. Ela continuou com a peça, mas, quando Korda a transferiu para um teatro maior, Leigh descobriu que não conseguia projetar sua voz adequadamente nem prender a atenção de um público tão grande, e a peça fechou logo em seguida. No programa da peça, Carroll havia revisado a grafia de seu primeiro nome para "Vivien".


Em 1960, Leigh relembrou sua ambivalência em relação à sua primeira experiência de reconhecimento crítico e fama repentina, comentando que "alguns críticos se acharam no direito de ser tão tolos a ponto de dizer que eu era uma grande atriz. E eu pensei, isso foi uma coisa tola e má de se dizer, porque colocou sobre mim um peso e uma responsabilidade que eu simplesmente não conseguia suportar. E levei anos para aprender o suficiente para estar à altura do que eles disseram naqueles primeiros comentários. Acho isso tão estúpido. Lembro-me muito bem do crítico e nunca o perdoei."


No outono de 1935, e a pedido de Leigh, John Buckmaster a apresentou a Laurence Olivier no Savoy Grill, onde ele e sua primeira esposa, Jill Esmond, jantavam regularmente após sua performance em Romeu e Julieta. Olivier havia visto Leigh em The Mask of Virtue em maio e a parabenizou por sua atuação. Olivier e Leigh começaram um caso amoroso enquanto atuavam como amantes em Fire Over England (1937), enquanto Olivier ainda era casado com Esmond e Leigh com Holman. Durante esse período, Leigh leu o romance de Margaret Mitchell, E o Vento Levou, e instruiu seu agente americano a recomendá-la a David O. Selznick, que estava planejando uma versão cinematográfica. Ela comentou a um jornalista: "Eu me escalo como Scarlett O'Hara", e o crítico de cinema C. A. Lejeune do The Observer lembrou uma conversa do mesmo período em que Leigh "nos chocou a todos" com a afirmação de que Olivier "não vai interpretar Rhett Butler, mas eu vou interpretar Scarlett O'Hara. Espere e verá".


Apesar de sua relativa inexperiência, Leigh foi escolhida para interpretar Ofélia ao Hamlet de Olivier em uma produção do Old Vic Theatre encenada em Elsinore, na Dinamarca. Olivier mais tarde lembrou de um incidente em que seu humor mudou rapidamente enquanto ela se preparava para entrar no palco. Sem provocação aparente, ela começou a gritar com ele antes de subitamente ficar em silêncio e olhar para o espaço. Ela conseguiu se apresentar sem incidentes, e no dia seguinte ela havia voltado ao normal sem lembrança do evento. Foi a primeira vez que Olivier testemunhou tal comportamento dela. Eles começaram a morar juntos, já que seus respectivos cônjuges se recusaram a conceder o divórcio a qualquer um deles. De acordo com os padrões morais então impostos pela indústria cinematográfica, o relacionamento deles tinha que ser mantido em segredo.


Leigh apareceu com Robert Taylor, Lionel Barrymore e Maureen O'Sullivan em A Yank at Oxford (1938), que foi seu primeiro filme a receber atenção nos Estados Unidos. Durante a produção, ela desenvolveu uma reputação de ser difícil e irracional, em parte porque não gostava de seu papel secundário, mas principalmente porque suas atitudes petulantes pareciam estar rendendo frutos. Depois de lidar com a ameaça de um processo judicial por um incidente frívolo, Korda instruiu seu agente a avisá-la de que sua opção não seria renovada se seu comportamento não melhorasse. Seu próximo papel foi em Sidewalks of London, também conhecido como St. Martin's Lane (1938), com Charles Laughton.


Olivier vinha tentando ampliar sua carreira no cinema. Ele não era muito conhecido nos Estados Unidos, apesar de seu sucesso na Grã-Bretanha, e tentativas anteriores de apresentá-lo ao público americano haviam falhado. Oferecido o papel de Heathcliff na produção de O Morro dos Ventos Uivantes (1939) de Samuel Goldwyn, ele viajou para Hollywood, deixando Leigh em Londres. Goldwyn e o diretor do filme, William Wyler, ofereceram a Leigh o papel secundário de Isabella, mas ela recusou, preferindo o papel de Cathy, que foi para Merle Oberon.


1939: E o Vento Levou

Clark Gable e Leigh assumem uma pose amorosa em E o Vento Levou.

Hollywood estava no meio de uma busca amplamente divulgada para encontrar uma atriz para interpretar Scarlett O'Hara na produção de David O. Selznick, E o Vento Levou. Na época, Myron Selznick - irmão de David e agente teatral americano de Leigh - era o representante em Londres da Myron Selznick Agency. Em fevereiro de 1938, Leigh pediu a Myron que considerasse a possibilidade de ela interpretar o papel de Scarlett O'Hara.

David O. Selznick assistiu às suas performances naquele mês em Fogo Sobre a Inglaterra e O Campeão de Oxford e achou que ela era excelente, mas de forma alguma uma Scarlett possível porque ela era "muito britânica". No entanto, Leigh viajou para Los Angeles para ficar com Olivier e tentar convencer David Selznick de que ela era a pessoa certa para o papel. Myron Selznick também representava Olivier e, quando ele conheceu Leigh, sentiu que ela possuía as qualidades que seu irmão estava procurando. De acordo com a lenda, Myron Selznick levou Leigh e Olivier para o set onde estava sendo filmada a cena da queima do depósito de Atlanta e encenou um encontro, onde ele apresentou Leigh de forma debochada ao seu irmão mais novo, dizendo: "Ei, gênio, conheça sua Scarlett O'Hara." O diretor, George Cukor, concordou e elogiou a "incrível selvageria" de Leigh. Ela garantiu o papel de Scarlett logo em seguida.


A interpretação de Leigh como Scarlett O'Hara

As filmagens foram difíceis para Leigh. Cukor foi demitido e substituído por Victor Fleming, com quem Leigh frequentemente discutia. Ela e Olivia de Havilland se encontravam secretamente com Cukor à noite e nos fins de semana para pedir conselhos sobre como deveriam interpretar seus papéis. Leigh se tornou amiga de Clark Gable, sua esposa Carole Lombard e Olivia de Havilland, mas teve atritos com Leslie Howard, com quem era obrigada a interpretar várias cenas emocionais. Leigh às vezes era obrigada a trabalhar sete dias por semana, muitas vezes até tarde da noite, o que aumentava sua angústia, e ela sentia falta de Olivier, que estava trabalhando na cidade de Nova York. Em uma ligação telefônica de longa distância para Olivier, ela declarou: "Amor, meu amor, como eu odeio atuar em filmes! Odeio, odeio e nunca mais quero fazer outro filme!"

Citada em uma biografia de Olivier de 2006, Olivia de Havilland defendeu Leigh contra as alegações de seu comportamento maníaco durante as filmagens de E o Vento Levou: "Vivien foi impecavelmente profissional, impecavelmente disciplinada em E o Vento Levou. Ela tinha duas grandes preocupações: fazer seu melhor trabalho em um papel extremamente difícil e estar separada de Larry [Olivier], que estava em Nova York."

E o Vento Levou trouxe a Leigh imediata atenção e fama, mas ela foi citada como dizendo: "Não sou uma estrela de cinema - sou uma atriz. Ser uma estrela de cinema - apenas uma estrela de cinema - é uma vida falsa, vivida por valores falsos e por publicidade. Atrizes continuam por muito tempo e sempre há papéis maravilhosos para interpretar." O filme ganhou 10 prêmios da Academia, incluindo um prêmio de Melhor Atriz para Leigh, que também ganhou um prêmio do Círculo de Críticos de Cinema de Nova York de Melhor Atriz.


1940-1949: Casamento e primeiras colaborações com Olivier

Em fevereiro de 1940, Jill Esmond concordou em se divorciar de Laurence Olivier, e Leigh Holman concordou em se divorciar de Vivien, embora tenham mantido uma forte amizade pelo resto da vida de Leigh. Esmond obteve a custódia de Tarquin, seu filho com Olivier. Holman obteve a custódia de Suzanne, sua filha com Leigh. Em 31 de agosto de 1940, Olivier e Leigh se casaram no San Ysidro Ranch em Santa Bárbara, Califórnia, em uma cerimônia que contou apenas com seus anfitriões, Ronald e Benita Colman, e com as testemunhas Katharine Hepburn e Garson Kanin. Leigh fez um teste de tela e esperava estrelar ao lado de Olivier em Rebecca, que seria dirigido por Alfred Hitchcock, com Olivier no papel principal. Depois de assistir ao teste de tela de Leigh, David Selznick observou que "ela não parece adequada em termos de sinceridade, idade ou inocência", uma opinião compartilhada por Hitchcock e pelo mentor de Leigh, George Cukor.

Selznick observou que ela não havia mostrado entusiasmo pelo papel até que Olivier fosse confirmado como o protagonista, então ele escalou Joan Fontaine. Ele se recusou a permitir que ela se juntasse a Olivier em Orgulho e Preconceito (1940), e Greer Garson interpretou o papel que Leigh queria para si mesma. Waterloo Bridge (1940) deveria ter sido estrelado por Olivier e Leigh; no entanto, Selznick substituiu Olivier por Robert Taylor, então no auge de seu sucesso como um dos atores masculinos mais populares da Metro-Goldwyn-Mayer. Seu nome em destaque refletia seu status em Hollywood, e o filme foi popular entre o público e a crítica.

Os Oliviers montaram uma produção teatral de Romeu e Julieta para a Broadway. A imprensa de Nova York divulgou a natureza adúltera do início do relacionamento de Olivier e Leigh e questionou sua ética ao não retornar ao Reino Unido para ajudar no esforço de guerra. Os críticos foram hostis em sua avaliação de Romeu e Julieta. Brooks Atkinson, do The New York Times, escreveu: "Embora Miss Leigh e Mr. Olivier sejam jovens bonitos, eles mal atuam seus papéis". Embora a maior parte da culpa tenha sido atribuída à atuação e direção de Olivier, Leigh também foi criticada, com Bernard Grebanier comentando sobre a "qualidade fina de vendedora de Miss Leigh". O casal havia investido quase todas as suas economias combinadas de $40.000 no projeto, e o fracasso foi um desastre financeiro para eles.

Os Oliviers filmaram "That Hamilton Woman" (1941) com Olivier interpretando Horatio Nelson e Leigh como Emma Hamilton. Com os Estados Unidos ainda não tendo entrado na guerra, foi um dos vários filmes de Hollywood feitos com o objetivo de despertar um sentimento pró-britânico entre o público americano. O filme foi popular nos Estados Unidos e um grande sucesso na União Soviética. Winston Churchill organizou uma exibição para uma festa que incluía Franklin D. Roosevelt e, ao término, dirigiu-se ao grupo, dizendo: "Senhores, pensei que este filme lhes interessaria, mostrando grandes eventos semelhantes aos que vocês acabaram de participar". Os Oliviers permaneceram como favoritos de Churchill, comparecendo a jantares e eventos a seu pedido pelo resto de sua vida; e sobre Leigh, ele foi citado dizendo: "Por Júpiter, ela é excepcional".

Os Oliviers voltaram para a Grã-Bretanha em março de 1943, e Leigh viajou pela África do Norte no mesmo ano como parte de um espetáculo para as forças armadas estacionadas na região. Segundo relatos, ela recusou um contrato de estúdio no valor de $5.000 por semana para se voluntariar como parte do esforço de guerra. Leigh se apresentou para as tropas antes de adoecer com tosse persistente e febres. Em 1944, foi diagnosticada com tuberculose no pulmão esquerdo e passou várias semanas no hospital antes de aparentemente se recuperar. Leigh estava filmando "Caesar and Cleopatra" (1945) quando descobriu que estava grávida e teve um aborto. Leigh caiu temporariamente em uma profunda depressão que atingiu seu ponto mais baixo quando ela caiu no chão, soluçando em um acesso histérico. Esse foi o primeiro de muitos episódios graves de transtorno bipolar. Olivier posteriormente passou a reconhecer os sintomas de um episódio iminente — vários dias de hiperatividade seguidos por um período de depressão e uma crise explosiva, após o qual Leigh não teria memória do evento, mas ficaria profundamente envergonhada e arrependida.

Com a aprovação de seu médico, Leigh estava suficientemente recuperada para retomar a atuação em 1946, estrelando uma bem-sucedida produção em Londres de "The Skin of Our Teeth", de Thornton Wilder. No entanto, seus filmes desse período, "Caesar and Cleopatra" (1945) e "Anna Karenina" (1948), não foram grandes sucessos comerciais. Todos os filmes britânicos nesse período foram prejudicados por um boicote de Hollywood aos filmes britânicos. Em 1947, Olivier foi nomeado cavaleiro e Leigh o acompanhou ao Palácio de Buckingham para a investidura. Ela se tornou Lady Olivier. Após o divórcio, de acordo com o título concedido à esposa divorciada de um cavaleiro, ela passou a ser conhecida socialmente como Vivien, Lady Olivier.

Em 1948, Olivier fazia parte do conselho de diretores do Old Vic Theatre, e ele e Leigh embarcaram em uma turnê de seis meses pela Austrália e Nova Zelândia para arrecadar fundos para o teatro. Olivier interpretou o protagonista em "Richard III" e também atuou com Leigh em "The School for Scandal" e "The Skin of Our Teeth". A turnê foi um grande sucesso e, embora Leigh sofresse de insônia e permitisse que sua substituta a substituísse por uma semana quando estava doente, ela geralmente suportava as demandas impostas a ela, com Olivier observando sua capacidade de "encantar a imprensa". Membros da companhia mais tarde lembraram várias discussões entre o casal, pois Olivier estava cada vez mais ressentido com as demandas feitas a ele durante a turnê. O confronto mais dramático ocorreu em Christchurch, na Nova Zelândia, quando seus sapatos não foram encontrados e Leigh se recusou a subir ao palco sem eles. Olivier gritou um palavrão para ela e a esbofeteou, e uma Leigh devastada o esbofeteou de volta, consternada por ele tê-la agredido em público. Posteriormente, ela fez seu caminho até o palco com sapatos emprestados e, em segundos, havia "secado suas lágrimas e sorrido radiante no palco". No final da turnê, ambos estavam exaustos e doentes. Olivier disse a um jornalista: "Você pode não saber, mas está falando com um casal de cadáveres ambulantes". Mais tarde, ele observaria que "perdeu Vivien" na Austrália.

O sucesso da turnê encorajou os Oliviers a fazerem sua primeira aparição no West End juntos, interpretando as mesmas obras com um acréscimo, "Antígona", incluída a pedido de Leigh, pois ela desejava interpretar um papel em uma tragédia.


1949–1951: Papéis no teatro e no cinema em A Streetcar Named Desire

Leigh logo buscou o papel de Blanche DuBois na produção teatral de West End de Tennessee Williams, A Streetcar Named Desire, e foi escolhida depois que Williams e a produtora da peça, Irene Mayer Selznick, a viram em The School for Scandal e Antigone; Olivier foi contratado para dirigir. A peça continha uma cena de estupro e referências à promiscuidade e à homossexualidade, e estava destinada a ser controversa; as discussões da mídia sobre sua adequação aumentaram a ansiedade de Leigh. No entanto, ela acreditava fortemente na importância do trabalho.

Quando a produção de West End de Streetcar abriu em outubro de 1949, J. B. Priestley denunciou a peça e a performance de Leigh; e o crítico Kenneth Tynan, que se tornaria um hábito desconsiderar suas performances teatrais, comentou que Leigh estava mal escalada porque os atores britânicos eram "muito bem-educados para transmitir emoção efetivamente no palco". Olivier e Leigh ficaram chateados porque parte do sucesso comercial da peça se baseava no público que acreditava que veria uma história sensacionalista, em vez da tragédia grega que eles imaginaram. A peça também tinha fortes apoiadores, entre eles Noël Coward, que descreveu Leigh como "magnífica".

Depois de 326 apresentações, Leigh terminou sua temporada e em breve foi escalada para reprisar seu papel como Blanche DuBois na versão cinematográfica da peça. Sua irreverência e senso de humor muitas vezes ousado permitiram que ela estabelecesse uma relação com Marlon Brando, mas ela teve dificuldades iniciais em trabalhar com o diretor Elia Kazan, que estava descontente com a direção que Olivier havia tomado ao moldar o personagem de Blanche. Kazan preferia Jessica Tandy e, posteriormente, Olivia de Havilland em vez de Leigh, mas sabia que ela havia sido um sucesso no palco de Londres como Blanche. Mais tarde, ele comentou que não a considerava uma grande atriz, acreditando que "ela tinha um talento limitado". No entanto, à medida que o trabalho progredia, ele passou a "admirar profundamente" a "maior determinação para se destacar de qualquer atriz que eu conheci. Ela teria rastejado sobre cacos de vidro se achasse que isso ajudaria sua performance." Leigh achou o papel desgastante e comentou para o Los Angeles Times: "Eu tive nove meses no teatro interpretando Blanche DuBois. Agora ela está no comando de mim". Olivier a acompanhou a Hollywood, onde ele coestrelou com Jennifer Jones em Carrie (1952), de William Wyler.

A performance de Leigh em A Streetcar Named Desire recebeu críticas elogiosas, além de seu segundo Oscar de Melhor Atriz, um prêmio da Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão (BAFTA) de Melhor Atriz Britânica e um prêmio do Círculo de Críticos de Cinema de Nova York de Melhor Atriz. Tennessee Williams comentou que Leigh trouxe para o papel "tudo o que eu pretendia e muito mais do que eu jamais sonhei". Leigh mesma tinha sentimentos mistos sobre sua associação com a personagem; nos anos seguintes, ela disse que interpretar Blanche DuBois "me levou à loucura".


1951–1960: Luta contra doença mental

Em 1951, Leigh e Laurence Olivier apresentaram duas peças sobre Cleópatra, "Antony and Cleopatra", de William Shakespeare, e "Caesar and Cleopatra", de George Bernard Shaw, alternando as peças a cada noite e recebendo boas críticas. Eles levaram as produções para Nova York, onde fizeram uma temporada no Teatro Ziegfeld até 1952. As críticas lá também foram em sua maioria positivas, mas o crítico de cinema Kenneth Tynan os irritou ao sugerir que o talento de Leigh era medíocre e forçava Olivier a comprometer o seu próprio talento. A diatribe de Tynan quase provocou outro colapso; Leigh, aterrorizada com o fracasso e determinada a alcançar a grandeza, fixou-se em seus comentários e ignorou as críticas positivas de outros críticos.

Em janeiro de 1953, Leigh viajou para o Ceilão para filmar "Elephant Walk" com Peter Finch. Pouco depois do início das filmagens, ela teve um colapso nervoso e a Paramount Pictures a substituiu por Elizabeth Taylor. Olivier a levou de volta para casa, na Grã-Bretanha, onde, entre períodos de incoerência, Leigh disse a ele que estava apaixonada por Finch e estava tendo um caso com ele. Ao longo de vários meses, ela se recuperou gradualmente. Como resultado desse episódio, muitos dos amigos dos Oliviers ficaram sabendo de seus problemas. David Niven disse que ela estava "completamente louca". Noël Coward expressou surpresa em seu diário de que "as coisas haviam sido ruins e estavam piorando desde 1948, mais ou menos". O relacionamento romântico de Leigh com Finch começou em 1948 e teve altos e baixos ao longo de vários anos, acabando aos poucos à medida que sua condição mental se deteriorava.

Também em 1953, Leigh se recuperou o suficiente para atuar em "The Sleeping Prince" com Olivier, e em 1955 eles fizeram uma temporada em Stratford-upon-Avon, apresentando "Twelfth Night", "Macbeth" e "Titus Andronicus" de Shakespeare. Eles se apresentaram para casas lotadas e receberam críticas geralmente positivas, com a saúde de Leigh aparentemente estável. John Gielgud dirigiu "Twelfth Night" e escreveu: "... talvez eu consiga fazer algo bom dessa peça divina, especialmente se ele me deixar tirar a nobreza dela (que é mais inteligente que ele, mas não é uma atriz nata) de sua timidez e cautela. Ele se atreve com muita confiança... mas ela mal se atreve e tem medo de ultrapassar sua técnica e fazer algo que tenha matado a espontaneidade de tanto praticar." Em 1955, Leigh estrelou o filme "The Deep Blue Sea", dirigido por Anatole Litvak; o coprotagonista Kenneth More sentiu que não tinha química com Leigh durante as filmagens.

Em 1956, Leigh assumiu o papel principal na peça "South Sea Bubble", de Noël Coward, mas se afastou da produção quando engravidou. Algumas semanas depois, ela teve um aborto e entrou em um período de depressão que durou meses. Ela se juntou a Olivier para uma turnê europeia de "Titus Andronicus", mas a turnê foi marcada por frequentes explosões de Leigh contra Olivier e outros membros da companhia. Após retornarem a Londres, seu ex-marido, Leigh Holman, que ainda exercia uma forte influência sobre ela, ficou com os Oliviers e ajudou a acalmá-la.

Em 1959, quando obteve sucesso com a comédia "Look After Lulu!", de Noël Coward, um crítico do The Times a descreveu como "bonita, deliciosamente tranquila e direta, ela é mestra em todas as situações".

Considerando seu casamento encerrado, Leigh começou um relacionamento com o ator Jack Merivale em 1960, que conhecia a condição médica de Leigh e assegurou a Olivier que cuidaria dela. No mesmo ano, ela e Olivier se divorciaram e Olivier logo se casou com a atriz Joan Plowright. Em sua autobiografia, Olivier discutiu os anos de tensão que eles haviam experimentado devido à doença de Leigh: "Durante sua possessão por esse monstro assustadoramente maligno, a depressão maníaca, com suas espirais mortais que se apertavam cada vez mais, ela manteve sua própria astúcia individual - uma habilidade para disfarçar sua verdadeira condição mental de quase todos, exceto de mim, para quem ela dificilmente poderia ser esperada para se preocupar".


1961–1967: Últimos anos e morte

Merivale se mostrou uma influência estabilizadora para Leigh, mas apesar de sua aparente contentamento, ela foi citada por Radie Harris como confidenciando que "preferiria ter vivido uma vida curta com Larry [Olivier] do que enfrentar uma longa vida sem ele". Seu primeiro marido, Leigh Holman, também passou um tempo considerável com ela. Merivale se juntou a ela para uma turnê pela Austrália, Nova Zelândia e América Latina, que durou de julho de 1961 até maio de 1962, e Leigh recebeu críticas positivas sem compartilhar os holofotes com Olivier. Embora ainda sofresse de episódios de depressão, ela continuou a trabalhar no teatro e, em 1963, ganhou um Tony Award de Melhor Atriz em um Musical por seu papel em "Tovarich". Ela também apareceu nos filmes "The Roman Spring of Mrs. Stone" (1961) e "Ship of Fools" (1965).

A última aparição de Leigh nas telas em "Ship of Fools" foi ao mesmo tempo um triunfo e emblemática de suas doenças que estavam se agravando. O produtor e diretor Stanley Kramer, que acabou ficando com o filme, planejava estrelar Leigh, mas inicialmente desconhecia seu estado mental e físico frágil. Mais tarde, ao recordar seu trabalho, Kramer lembrou-se de sua coragem em assumir o difícil papel: "Ela estava doente, e a coragem de continuar, a coragem de fazer o filme - era quase inacreditável". A performance de Leigh foi tingida de paranoia e resultou em explosões que prejudicaram seu relacionamento com outros atores, embora Simone Signoret e Lee Marvin tenham sido compreensivos e solidários. Em uma situação incomum durante a cena de tentativa de estupro, Leigh ficou angustiada e acertou Marvin com tanta força com um sapato de salto que marcou seu rosto. Leigh ganhou o prêmio L'Étoile de Cristal por sua atuação em um papel principal em "Ship of Fools".

Em maio de 1967, Leigh estava ensaiando para atuar com Michael Redgrave em "A Delicate Balance", de Edward Albee, quando sua tuberculose ressurgiu. Após várias semanas de descanso, ela parecia estar se recuperando. Na noite de 7 de julho de 1967, Merivale a deixou como de costume em seu apartamento em Eaton Square para se apresentar em uma peça, e ele voltou para casa pouco antes da meia-noite e a encontrou dormindo. Cerca de 30 minutos depois (já em 8 de julho), ele entrou no quarto e descobriu seu corpo no chão. Ela havia tentado caminhar até o banheiro e, à medida que seus pulmões se enchiam de líquido, ela desmaiou e sufocou. Merivale entrou em contato primeiro com sua família e depois conseguiu entrar em contato com Olivier, que estava recebendo tratamento para câncer de próstata em um hospital próximo. Em sua autobiografia, Olivier descreveu sua "dor angustiante" ao viajar imediatamente para a residência de Leigh e descobrir que Merivale havia movido seu corpo para a cama. Olivier prestou seus respeitos e "ficou de pé e rezou por perdão por todos os males que haviam surgido entre nós", antes de ajudar Merivale a fazer os preparativos para o funeral; Olivier permaneceu até que seu corpo fosse removido do apartamento.

Sua morte foi anunciada publicamente em 8 de julho, e as luzes de todos os teatros no centro de Londres foram apagadas por uma hora. Um serviço católico em memória de Leigh foi realizado na Igreja de St. Mary, Cadogan Street, em Londres. Seu funeral foi frequentado por personalidades do teatro e do cinema britânico. De acordo com as disposições de seu testamento, Leigh foi cremada no Crematório de Golders Green e suas cinzas foram espalhadas no lago de sua casa de verão, Tickerage Mill, perto de Blackboys, East Sussex, Inglaterra. Um serviço memorial foi realizado na Igreja de St Martin-in-the-Fields, com uma homenagem final lida por John Gielgud. Em 1968, Leigh se tornou a primeira atriz homenageada nos Estados Unidos pelos "Amigos das Bibliotecas da Universidade do Sul da Califórnia". A cerimônia foi realizada como um serviço memorial, com trechos de seus filmes sendo exibidos e homenagens sendo prestadas por colaboradores como George Cukor, que exibiu os testes que Leigh havia feito para "E o Vento Levou", a primeira vez que os testes foram vistos em 30 anos.


Legado

Leigh era considerada uma das atrizes mais bonitas de sua época, e seus diretores enfatizaram isso na maioria de seus filmes. Quando perguntada se acreditava que sua beleza havia sido um impedimento para ser levada a sério como atriz, ela disse: "As pessoas acham que se você tem uma aparência razoável, não pode atuar, e como eu só me importo com a atuação, acho que a beleza pode ser um grande obstáculo, se você realmente quer parecer o personagem que está interpretando, o que não necessariamente é como você".

O diretor George Cukor descreveu Leigh como uma "atriz consumada, prejudicada pela beleza", e Laurence Olivier disse que os críticos deveriam "dar crédito a ela por ser uma atriz e não deixar que seus julgamentos sejam distorcidos para sempre por sua grande beleza". Garson Kanin compartilhou essa visão e descreveu Leigh como "uma deslumbrante cuja beleza arrebatadora frequentemente tendia a obscurecer suas conquistas surpreendentes como atriz. Grandes beldades raramente são grandes atrizes, simplesmente porque não precisam ser. Vivien era diferente; ambiciosa, perseverante, séria, frequentemente inspirada".

Leigh explicou que interpretava "o maior número possível de papéis diferentes" na tentativa de aprender sua arte e dissipar preconceitos sobre suas habilidades. Ela acreditava que a comédia era mais difícil de interpretar do que o drama, pois exigia um timing mais preciso, e disse que mais ênfase deveria ser dada à comédia como parte do treinamento de um ator. No final de sua carreira, que abrangeu desde comédias de Noël Coward até tragédias de Shakespeare, ela observou: "É muito mais fácil fazer as pessoas chorarem do que fazê-las rir".

Suas primeiras atuações lhe trouxeram sucesso imediato na Grã-Bretanha, mas ela era amplamente desconhecida em outras partes do mundo até o lançamento de "E o Vento Levou". Em dezembro de 1939, o crítico de cinema Frank Nugent escreveu no The New York Times: "Scarlett de Miss Leigh justificou a busca absurda por talentos que indiretamente a trouxe à tona. Ela é tão perfeitamente adequada ao papel pela arte e pela natureza que qualquer outra atriz no papel seria inconcebível". Conforme sua fama crescia, ela foi destaque na capa da revista Time como Scarlett. Em 1969, o crítico Andrew Sarris comentou que o sucesso do filme se devia em grande parte ao "elenco inspirado" de Leigh, e em 1998, escreveu que "ela vive em nossas mentes e memórias como uma força dinâmica em vez de uma presença estática". O historiador e crítico de cinema Leonard Maltin descreveu o filme como um dos maiores de todos os tempos, escrevendo em 1998 que Leigh "interpretou brilhantemente" seu papel.

Sua atuação na produção do West End de A Streetcar Named Desire , descrita pela escritora de teatro Phyllis Hartnoll como "prova de maiores poderes como atriz do que ela havia mostrado até então", levou a um longo período durante o qual ela foi considerada uma das melhores atrizes do teatro britânico. Discutindo a versão subsequente do filme, Pauline Kael escreveu que Leigh e Marlon Brando deram "duas das maiores atuações já feitas em um filme" e que a de Leigh foi "uma daquelas raras atuações que podem realmente evocar medo e pena."

Seu maior crítico foi Kenneth Tynan , que ridicularizou a atuação de Leigh ao lado de Olivier na produção de 1955 de Titus Andronicus , comentando que ela "recebe a notícia de que está prestes a ser arrebatada sobre o cadáver de seu marido com pouco mais do que o leve aborrecimento de alguém que teria espuma de borracha preferida." [134] Ele também criticou sua reinterpretação de Lady Macbeth em 1955, dizendo que seu desempenho era insubstancial e carecia da fúria necessária exigida do papel. Após a morte dela, no entanto, Tynan revisou sua opinião, descrevendo sua crítica anterior como "um dos piores erros de julgamento" que já havia cometido. Ele passou a acreditar que a interpretação de Leigh, na qual Lady Macbeth usa seu fascínio sexual para manter Macbeth encantado, "fazia mais sentido ... do que o retrato usual do personagem com machado de guerra". Em uma pesquisa com críticos de teatro realizada logo após a morte de Leigh, vários apontaram sua atuação como Lady Macbeth como uma de suas maiores realizações no teatro.

Em 1969, uma placa para Leigh foi colocada na Igreja dos Atores, St Paul's, Covent Garden , Londres. Em 1985, um retrato dela foi incluído em uma série de selos postais do Reino Unido, junto com Sir Alfred Hitchcock , Sir Charlie Chaplin , Peter Sellers e David Niven para comemorar o "Ano do Cinema Britânico". Em abril de 1996, ela apareceu na edição do selo Centenário do Cinema (com Sir Laurence Olivier) e em abril de 2013 foi novamente incluída em outra série, desta vez comemorando o 100º aniversário de seu nascimento. A British Library em Londres comprou os papéis de Olivier de sua propriedade em 1999. Conhecido comoO Arquivo Laurence Olivier , a coleção inclui muitos dos papéis pessoais de Leigh, incluindo inúmeras cartas que ela escreveu para Olivier. Os papéis de Leigh, incluindo cartas, fotografias, contratos e diários, são propriedade de sua filha, Sra. Suzanne Farrington. Em 1994, a Biblioteca Nacional da Austrália comprou um álbum de fotografias, com o monograma "L & V O" e que se acredita ter pertencido aos Oliviers, contendo 573 fotografias do casal durante sua turnê de 1948 pela Austrália. Agora é mantido como parte do registro da história das artes cênicas na Austrália. Em 2013, um arquivo de cartas, diários, fotografias, roteiros de filmes e peças de teatro anotados e seus numerosos prêmios de Vivien Leigh foi adquirido pelo Victoria and Albert Museum em Londres.  Também em 2013, Leigh estava entre as dez pessoas selecionadas pelo Royal Mail paraa emissão do selo postal comemorativo "Grandes britânicos".

Fonte:   https://en.wikipedia.org/wiki/Vivien_Leigh