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Cine Favoritos

Apresentação

(Pequenas histórias, grandes verdades)


Sou um cinéfilo. A própria criação deste site sobre cinema já é prova cabal desta minha afirmação.

Meu nome é Hildebrando Martins de Almeida, nasci em Piracicaba — cidade do interior de São Paulo, famosa por seus habitantes terem um sotaque caipira —, no dia 15 de outubro de 1961. Fui o único membro da minha família (éramos nove filhos, dois já morreram) que se dedicava a colecionar informações sobre cinema (fotos, livros, revistas, DVDs etc) e assistir a filmes não apenas como diversão, mas principalmente como Arte. Minha maior frustração cinematográfica (se é que podemos chamá-la assim) é nunca ter tido coragem para largar a vidinha rotineira de solteirão solitário, estudar mais (concluí o segundo grau através de supletivo) e tentar uma carreira cinematográfica, seja no Brasil ou no exterior.

Meu interesse pelo cinema começou no início da minha adolescência ou durante a minha puberdade. Explicando melhor: certo dia, não encontrando nada melhor para fazer, resolvi pegar um pedaço de papel e uma caneta para anotar o nome de todas as atrizes bonitas e sensuais que eu conhecia. Sim, apenas o nome das atrizes, e não dos atores. Naquela época, meu interesse pelo sexo oposto estava se enraizando em minha mente com interesse crescente. Lembro-me que nomes como Ursula Andress (eu escrevi, na época, Andrews) e Raquel Welch fizeram parte desta primeira lista. Sim, primeira lista. Por muitos anos eu fiz listas imensas com os nomes de atrizes, atores, diretores de fotografia e compositores. Mas eu era displicente, não colocava os nomes dos artistas em ordem alfabética — aí você pode imaginar o trabalho imenso que era acrescentar um título novo numa filmografia. Infelizmente, naquela época, ainda não existiam os computadores domésticos e um site como o IMDb. De todas essas listas, a única que sobreviveu até os dias atuais é a de filmes assistidos. Iniciei em 1983, sempre fazendo as anotações em agendas (essas comuns que vêm com os dias e os meses impressos). Anotava os títulos em português (às vezes o ano em que foi produzido, nome do diretor e elenco) e fazia um breve comentário sobre o que tinha achado daquele filme. Essa lista eu interrompi em 1997 (fiquei cansado e sem muito tempo disponível), mas voltei a dar continuidade em setembro de 2002. Fazer essas anotações em agendas era cansativo e consumia muito tempo, tudo ficou mais fácil quando comprei meu primeiro computador em outubro de 1999, e foi nele que passei a cadastrar os filmes que assistia. Antes, quando as minhas anotações eram apenas nas agendas, deixava de anotar os títulos originais. Posteriormente, com o passar dos anos e aumento de filmes vistos, isso se tornou um problema, pois comecei a notar que vários filmes estrangeiros recebiam o mesmo título em português. Tudo foi contornado quando passei a usar o Access no computador. Quase perdi tudo que digitei quando, em março de 2002, o HD do meu computador quebrou — felizmente eu tinha feito backup. Atualmente, meu arquivo no Access tem cadastrado mais de 6.500 filmes assistidos — sem falar aqueles que vi várias vezes. É um trabalho estafante e sem fim, visto que essa lista aumenta todos os meses, pois estou sempre vendo novos filmes.

Em 2009, novamente exausto de anotar os filmes vistos — sem esquecer que isso consumia muitas horas diárias —, decidi parar e nunca mais retornar. Entretanto, o principal motivo dessa decisão foi ter encontrado outra paixão mais importante: fiquei apaixonado por espiritualidade! Pesquisar na internet, ler livros e refletir sobre esse tema, considerei que era, aos 48 anos de idade, muito mais importante. Ver filmes passou a ser mero passatempo. Antes dessa decisão, sentia-me obrigado a ver no mínimo um filme por dia — meu recorde ocorreu em 1987: num único final de semana vi nove ou 12 filmes (naquelas antigas fitas VHS). Comecei na manhã de um sábado e encerrei no início da madrugada da segunda-feira seguinte. Assim, com o tema espiritualidade sendo o cerne das minhas atenções, foi com naturalidade que a quantidade de filmes vistos decaíram. Eu tinha passado uns 35 anos da minha vida vendo 200, 300 ou 400 filmes por ano. A partir do ano 2009 ou 2010, passei a ver apenas 20 ou 25 filmes por ano. Não me arrependi por mudar tão radicalmente meu modo de viver. Para consolidar essa decisão, em 2011, não hesitei e decidi doar todas as revistas, recortes e páginas de jornais, alguns livros e fotografias, ou seja, tudo que fosse sobre cinema. Contudo, não consegui evitar de ainda manter comigo os livros sobre roteiro, e os filmes no formato DVD. Em 2014 ou 2015, senti saudades daquela lista no Access e decidi voltar a anotar os filmes vistos. Puro saudosismo. Eu já não tinha mais o mesmo interesse de antigamente, sem esquecer que faltavam muitos filmes, principalmente daquele período  — 1997 até 2002 — em que deixei de anotar os filmes vistos. Nos dias atuais (2020, 2021), vez ou outra, abro o Access e cadastro os filmes que vi.

Eu devia ter 14 para 15 anos de idade quando vi o filme "Quando os Irmãos se Defrontam" (1963), estrelado por Marlon Brando. Não fiquei satisfeito com o filme, mas aquele ator tinha algo especial que me conquistou para sempre. Brando se tornou o meu ator favorito.

Eu ainda era um adolescente quando comecei a ler o Jornal da Tarde (1966-2012), para mim este foi o melhor jornal brasileiro; só se tornou um jornaleco em meados da década de 1990 e principalmente quando passou a imitar jornais populares. Nos bons tempos eu gostava de devorar a coluna Filmes de Hoje na TV, escritas pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho (1945-2019). Como naquela época ainda não existiam discos DVDs e nem TV por assinatura, os melhores filmes eram exibidos pelos canais de sinal aberto nas madrugadas, principalmente nos finais de semana. Aprendi muito lendo os comentários do Rubens, ainda que nem sempre concordasse com as opiniões dele. A melhor sessão de cinema foi exibida na década de 1980 pela TV Globo; eles exibiram muitos filmes clássicos com som original e legendas em português nas noites de domingo. O melhor programa sobre cinema foi exibido pela TV Cultura: "Última Sessão de Cinema", apresentado pelo crítico Luciano Ramos; ele e outros profissionais debatiam filmes clássicos antes da exibição do respectivo filme. Bons tempos aqueles, apesar da precariedade da tecnologia da época.

Em janeiro de 2000, comprei algo que todo cinéfilo que se preze deve ter em sua casa: um aparelho de DVD. Naquela época poucas pessoas sabiam o que era um DVD. Em 2006, chegaram os aparelhos e discos blu-ray. Uns dez anos depois, as locadoras de vídeo começaram a sentir a concorrência da pirataria através da internet. Em setembro de 2011, a Netflix chegou ao Brasil para sangrar ainda mais as locadoras de vídeo. No final de 2020 a Netflix viu seu império ser ameaçado com a chegada da Disney+. E não podemos esquecer das TVs por assinatura. Hoje (janeiro de 2021), aqui em Piracicaba, creio que só permanecem abertas no máximo duas locadoras.

Embora a internet esteja recheada de sites sobre cinema, talvez possa parecer supérfluo criar outro site sobre esse tema. Em dezembro de 2003, ano em que criei este site no Geocities, também fiz esse questionamento. Porém, meu desejo de tornar público meus favoritos cinematográficos foi mais forte, e, mesmo sabendo quanto trabalho ele iria me dar, não hesitei em tornar realidade meu desejo, principalmente porque nunca paguei para mantê-lo no ar. Poucos anos depois eu o transferi para o Google Sites, onde permanece até os dias atuais. Em suma, este modesto site é apenas mais uma opção sobre o tema. Saliento que as fichas técnicas foram copiadas do IMDb e de material que eu colecionei durante anos. Os filmes estrangeiros que contiverem apenas os títulos originais, será porque não tive tempo de inseri-lo ou porque não existe o título traduzido. E embora eu tenha abandonado este site por volta do ano 2010, ocasionalmente, quando encontro tempo disponível, retorno para acrescentar algo novo.

Hildebrando Martins de Almeida
hilde.martins@gmail.com


Escrito em dezembro de 2003, reescrito em dezembro de 2008 e atualizado em janeiro de 2021.