SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE OS ENFERMEIROS

Data de postagem: Oct 29, 2015 1:19:1 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

LARISSA DE ALMEIDA VIEIRA

SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE OS ENFERMEIROS

EUNÁPOLIS, BA

2014

LARISSA DE ALMEIDA VIEIRA

SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE OS ENFERMEIROS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Maria Cristina Marques

EUNÁPOLIS, BA

2014

LARISSA DE ALMEIDA VIEIRA

SÍNDROME DE BURNOUT NOS ENFERMEIROS

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial à obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, pela seguinte banca examinadora:

Professora Ma. Maria Cristina Marques ( Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

_______________________________________________

Professor ( Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

_______________________________________________

Professora (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

_______________________________________________

Profº. Msc. Juliana Alli

Cordenadora do curso de Enfermagem

Eunápolis-BA_____________________________

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais e irmão, e a todos os meus amigos que tornaram possível mais essa conquista em minha vida.

Agradeço a Deus, aos meus pais e irmão, a minha orientadora e professores que ao longo do curso fizeram esse sonho de ter uma formação acadêmica possível.

“Ao cuidar de outrem, o cuidador se transforma, na

mesma medida em que transfere para o outro parte de si

mesmo e vê neste seu trabalho realizado”.

(CODO e VASQUES-MENEZES apud Telles e Pimenta, 2009,p.53).

RESUMO

O Burnout é um termo que se menciona quando alguma coisa esta deixando de funcionar por exaustão. Uma situação que interrompe o interesse dos profissionais levando ao aumento do absenteísmo e falta de motivação para se trabalhar de forma satisfatória. Essa Síndrome admite uma percepção em várias dimensões, que tem como expressão o esgotamento emocional, diminuição da prática pessoal nas tarefas e despersonalização do próximo. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de fatores que predispõe à Síndrome de Burnout nos enfermeiros e suas consequencias em seu trabalho e para a sociedade, além de medidas de prevenção para que essa Síndrome seja um sinal de alerta, para todas as instituições de saúde.Trata se de uma revisão da literatura sobre o tema Síndrome de Burnout. Esse estudo concluiu que o ambiente de trabalho com longas jornadas, os desgastes emocionais e físicos que neles são gerados por conta das pressões que diariamente esses profissionais passam, são os principais fatores que predispõe à Síndrome de Burnout. A prevenção consiste em ações individuais, grupais e mudanças nas estratégias organizacionais.

Palavra-chave: Síndrome de Burnout; Exaustão Emocional; Estresse Ocupacional.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

2 OBJETIVOS 17

2.1 OBJETIVO GERAL 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17

3 ESTRESSE NO TRABALHO 18

4 SÍNDROME DE BURNOUT 19

4.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS 21

5 SINAIS E SINTOMAS DO BURNOUT 23

5.1 FATORES QUE CARACTERIZAM O BURNOUT 24

6 PREVENÇÃO 25

7 QUALIDADES DE VIDA NOS PROFISSIONAIS 27

8 METODOLOGIA 28

9 DISCUSSÃO 28

10 CONCLUSÃO 29

1 INTRODUÇÃO

A síndrome de Burnout é definida por Maslach e Jackson (1981) como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto e excessivo com outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com problemas. Cuidar exige tensão emocional constante, grande responsabilidades espreitam o profissional a cada gesto no trabalho. Com isso, faz se necessário buscar algumas medidas ou até mesmo a apoio ao psicólogo a intervir para prevenir, tratar ou diminuir o Burnout que acomete os profissionais ocasionando assim uma melhora do quadro e evitando-se a desorganização.

O Burnout é originado em virtude do prolongamento do estresse e sua cronificação. Apesar de o estresse ocupacional ser desenvolvidos pela atividade realizada, o Burnout no profissional se diferencia por se tratar de uma síndrome que raramente esse profissional terá atitudes defensivas além da empatia frente à pessoa que presta atendimento ou profissão. Com isso, observou que, em pouco tempo, esses jovens se sentiam esgotados, facilmente irritados, e desenvolviam também uma atitude clínica em relação aos seus pacientes e uma tendência a evitá-los (BUENDIA, 1998).

Tem sido crescente a preocupação com a saúde de pessoas que exercem suas atribuições em organizações de saúde. A instituição hospitalar apresenta-se como um contexto de risco à saúde ocupacional. Tantas pressões sociais acarretaram para o trabalhador situações de estresse psíquico que compromete sua qualidade de vida (MASLACH; LEITER).

O trabalhador que exerce o seu papel nas instituições hospitalares, aqui ressalta o papel de enfermeiro, está sujeito a diferentes estressores ocupacionais que implicam diretamente em seu bem estar. O problema do desgaste dos trabalhadores inclui entre inúmeros outros fatores, o ambiente de trabalho e a maneira como ele estão organizados (MASLACH; LEITER, 1999).

Ressalta-se, além disso, as extensas jornadas de trabalho, e número precário de profissionais, a falta de reconhecimento profissional, alta exposição a risco químico e físico, assim como o intenso contato com a ansiedade, a dor e a morte.

De acordo com Rodriguez-marín (1995), uma das causas de burnout nestes profissionais deve-se ao fato de que grande parte do seu tempo de trabalho é utilizada em contato intenso com outras pessoas, pacientes e seus familiares. A relação interpessoal na maioria das vezes fica acompanhada de sentimentos de tensão, ansiedade, medo e até mesmo de hostilidade encoberta.

Em conseqüência desses profissionais de enfermagem serem atingidos por essa Síndrome, faz-se necessário uma abordagem para acrescentar a importância de a instituição hospitalar estar atento para essa Síndrome, que de maneira silenciosa e rápida vem atingindo grande parte desses profissionais, gerando assim não só um problema de saúde pessoal, mas a ausência do trabalho (absenteísmo), ocorrendo licenças por auxilio- doença, e assim a instituição hospitalar estar preocupada em ter que fazer reposição de funcionários, transferências ,novas contratações, novos treinamentos e assim novos gastos.

O Burnout pode ser considerado um grande problema no mundo profissional da atualidade (WORLD HEATH ORGANIZATION, 1998).

Segundo Figueroa; Veliz-Caquias (1992) as profissões mais afetadas pela síndrome são: polícia, enfermeiras, professores. Neste grupo ainda se encontram os terapeutas ocupacionais, psicoterapeutas e outros relacionados à saúde mental.

Estudo tem demonstrado que o burnout incide principalmente sobre os profissionais de ajuda, que prestam assistência ou são responsáveis pelo desenvolvimento ou cuidado de outros (BENEVIDES; PEREIRA, 2002).

Estudar sobre a origem e sintomas da síndrome que ocorre entre enfermeiros permite compreender e explicar alguns problemas, tais como o constrangimento do enfermeiro, a produtividade do trabalho, o absenteísmo, o imprevisto de afazeres e determinadas doenças, e buscar intervenções na procura de soluções. (MASLACH 1976).

A preferência desse tema foi de grande importância, pois essa Síndrome é um dado de pouco conhecimento em nossa realidade. Essa investigação serviu para explicar e conceituar a respeito da Síndrome de Burnout, visto que muitos profissionais são acometidos, dificultando a prevenção e cura dessa Síndrome, pois essa falta de conhecimento dos profissionais os levam a acreditar que os sintomas que estão sentindo não é do Burnout.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a ocorrência de fatores que predispõe à síndrome de burnout nos enfermeiros

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    • Analisar as causas da Síndrome de Burnout nos profissionais de enfermagem com o trabalho;

    • Identificar o perfil dos profissionais que podem ser acometidos pela Síndrome de Burnout;

    • Identificar os danos que a síndrome de Burnout pode causar na saúde desses profissionais;

3 ESTRESSE NO TRABALHO

O trabalho na contemporaneidade pode então ser envolvido como uma estrutura que satisfaz as obrigações do ser humano e é fonte de riqueza. Ele trouxe durante a história, aumento econômico, social, político e faz do homem obra do elaborador de seu produto, levando a causa de problemas de insatisfação, desinteresse, irritação e exaustão. Portanto, nem sempre possibilita o crescimento, reconhecimento e independência profissional. (JACQUES; AMAZARRAY, 2006).

A exaustão emocional é caracterizada pela falta de energia, sobrecarga emocional, sensação de esgotamento emocional e físico. Trata-se da constatação de que não se dispõe mais de nenhum resquício de energia para levar adiante as atividades laborais. (Benvides-Pereira 2004).

Segundo Batista e Bianchi (2006), o controle do estresse engloba a identificação dos estressores fisiológicos e psicossociais através da avaliação da educação, finanças, trabalho, família, hábitos, atividades, história de saúde pessoal e familiar, bem como as responsabilidades do paciente.

Lazaros e Folkman (1974) definiram o estresse como uma relação entre a pessoa e o ambiente que é percebida pela pessoa como sobrecarregado ou sobrepujado seus recursos e colocando em risco seu bem-estar. A determinação de uma relação pessoa/ambiente específica como estressante depende da avaliação cognitiva da situação pelo indivíduo.

Roy (1976) definiu a resposta adaptativa como um comportamento que mantém a integridade física do indivíduo. Quando altera a integridade do indivíduo, o comportamento é percebido tendo como má adaptação.

Achkar (2006) acrescenta que o termo estresse, além de se amplamente veiculado pelos órgãos de comunicação e utilizado na linguagem cotidiana, cada vez mais tem sido tema de estudo e pesquisa científica e acadêmica.

Para Guimarães (2000, p.42), ‘’[...] é importante ressaltar que toda mudança, grande ou pequena, positiva ou negativa, agradável ou não, pode causar estresse e este se caracteriza por ser um processo e não uma doença única’’.

Para Cherniss (citado em Roazzi, Carvalho, & Guimarães, 2000) burnout é uma forma de adaptação que pode resultar em efeitos negativos tanto para a própria pessoa quanto para seu local de trabalho. Portanto, é conseqüência de uma tentativa de adaptação própria das pessoas que não dispõem de recursos para lidar com o estresse no trabalho. Essa falta de habilidade para enfrentar o estresse é determinada tanto por fatores pessoais como por variáveis relativas ao trabalho em si e à organização.

A dupla jornada de trabalho faz-se necessária aos trabalhadores de enfermagem devido à situação econômica da área da saúde, aos baixos salários insuficientes para o sustento da família, o que os leva a procurar novas fontes de renda. Na realidade, necessita enfrentar dupla atividade, o que pode interferir em alguns aspectos referentes à qualidade de vida do trabalhador. (PAFARO; MARTINHO, 2004, p. 155).

4 SÍNDROME DE BURNOUT

A enfermagem, em cuja essência encontra-se o cuidado, teve no Brasil seu marco para conformação enquanto profissão, na década de 20, quando enfermeiras norte-americanas implantaram o sistema nightingaliano, com a criação da Escola de Enfermagem Ana Nery, no Rio de Janeiro.

Para Farber (1991),

“Burnout é uma síndrome do trabalho, que se origina da discrepância da percepção individual entre esforço e conseqüência, percepção esta influenciada por fatores individuais, organizacionais e sociais.”

O termo Burnout foi inicialmente utilizado em 1953 em uma publicação de estudo de caso de Schwartz e Will, conhecido como ‘’Miss Jones’’. Neste, é descrita a problemática de uma enfermeira psiquiátrica desiludida com o seu trabalho.

O termo burnout consiste em uma conjunção entre “burn” e “out”, ambas as palavras da língua inglesa, onde a primeira significa “arder”, “queimar”, enquanto a segunda se refere a “fora”, “para fora” (MICHAELIS, 1989). Portanto, o significado literal para burnout em português é “queimar para fora”.

Maslach e Jackson (1984, apud RAEDEKE 1997, p. 397) definiram burnout como “uma síndrome psicológica de exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização profissional que pode ocorrer em indivíduos que trabalham com pessoas em alguma capacidade”.

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.

A psicóloga Cristina Malasch é apontada como uma das pioneiras do estudo da Síndrome de Burnout. Estudos iniciais foram desenvolvidos com profissionais de serviço de saúde, em razão da natureza do trabalho desenvolvido, no qual são necessários os contatos diretos e constantes com outras pessoas.

Desde então, vários autores, como Maslach (1976), Cherniss (1980), Pines (1989), dentre outros, expuseram suas teorias e definições sobre o burnout. A proposta de Maslach foi à de maior impacto e aceitação acadêmica, definindo-a como uma síndrome de cansaço emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, que pode ocorrer entre indivíduos cujo trabalho requer contato com pessoas, principalmente quando essa atividade é considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).

No Brasil, a primeira publicação data de 1987, em que França (1987), na Revista Brasileira de Medicina discorre sobre A síndrome de “burnout”.

Segundo Spooner-Lane (2004) os primeiros estudos que investigaram o burnout em enfermeiros mostraram que a síndrome estava positivamente correlacionada com a quantidade de tempo que os enfermeiros passam com os doentes, com a intensidade das exigências emocionais destes e com o cuidar de doentes com mau prognóstico.

Benevides-Pereira (2002 a) acrescenta que Freudenberger não foi o primeiro a introduzir o termo burnout para denominar esgotamento físico e mental, mas seus artigos foram de fundamental importância para divulgar esse termo na comunidade científica e organizacional.

A síndrome de burnout é uma forma de resposta ao estresse laboral crônico, sendo esta uma categoria em que o trabalhador se desgasta, e recusa, na avaliação em que perde o contentamento e sentido pelo trabalho. Levando em consideração a economia global, portanto, o desemprego, a insegurança e o medo de perder o emprego, são necessários compreender os assuntos para originar alternativas e soluções de interferência eficazes buscando a saúde e o conforto do trabalhador. (Maslach e Goldenberg. 1976).

O enfermeiro que trabalha em instituições hospitalares está exposto a estresses ocupacionais no qual afeta no seu bem estar. Alguns desses motivos são: as longas jornadas de trabalho, a falta de reconhecimento profissional, a exposição do profissional com riscos químicos e físicos, fora os sofrimentos em ver pacientes tendo dores constantes e que muitas vezes terminam em morte. (Maslach e Goldenberg. 1976).

Portanto, estressores ocupacionais, quando persistentes, podem levar à síndrome de Burnout. Síndrome considerada como uma resposta emocional a situações de estresse crônico em função de relações intensas em situações de trabalho com outras pessoas. França e Rodrigues (1999)

A exaustão emocional é caracterizada pela falta ou carência de energia, entusiasmo e por sentimento de esgotamento de recursos. Os trabalhadores acreditam que já não tem condições de despender mais energia para o atendimento de seu cliente ou demais pessoas como faziam antes. Fazendo com que o profissional de enfermagem comece a tratar o paciente através da despersonalização, além é claro dos colegas que ali estão inseridos. CASTRO e ZANELLI, 2007

De acordo com Lautert (1997), existem algumas explicações para a ocorrência desse fenômeno. Uma delas seriam o rápido desenvolvimento tecnológico, a divisão e expansão das especialidades médicas, que determinam o hospital como um complexo sistema de divisão do trabalho, com elevada hierarquia de autoridade, com canais formais de comunicação e um grande conjunto de regras e normas para seu funcionamento.

Por conta das diferenças de autoridades, fica para enfermeiro toda a responsabilidade, e com isso surgem-se as desorganizações devido a diversos valores, pois o enfermeiro às vezes acaba fazendo o que o seu subordinado teria que realizar, ficando assim esse profissional não só responsável pela parte administrativa, mas da parte de ter que fazer o que os outros não estão sendo capaz, sobrecarregando assim o profissional, além de gerar muitas vezes o estresse, que contribui assim a baixa motivação em seu trabalho. Hebert J. Freudenberg. 1974

O que deve ser avaliado é a sua persistência, associada à presença diária e constante desses sintomas ao longo do tempo. A maior incidência dessa síndrome ocorre com professores e profissionais da área de saúde, mas pode acontecer com qualquer profissional voltado para o atendimento ao público. Hebert J. Freudenberg. 1974.

O burnout pode ser considerado um grande problema no mundo profissional da atualidade (World Health Organization, 1998).

4.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

No Canadá, estudo evidenciou que os enfermeiros possuíam uma das mais altas licenças médicas entre todos os trabalhadores, o que se desvia, principalmente, ao burnout, ao estresse induzido pelo trabalho e as lesões musculoesqueléticas (Shamian ET al. 2013).

Conforme Batista e Bianchi (2006), o setor de emergência tem sido o maior problema para a equipe de enfermagem. Os pesquisadores compararam o setor público e privado e identificou que os fatores que tornam a unidade de emergência um setor estressante são: o número reduzido de funcionários, a falta de respaldo institucional e profissional, carga horária de trabalho, realização de tarefas em tempo reduzido, falta de experiência por parte dos supervisores, ambiente físico da unidade, assistência ao paciente e ausência de tempo com familiares.

Trabalhos anteriores realizados nos hospitais brasileiros demonstraram que no Rio Grande do Norte, um estudo realizado com 205 profissionais universitários constatou que 93% dos participantes de um dos hospitais apresentavam burnout de níveis moderados e elevados (Borges ET al. 2002).

Em estudo realizado por Luz (2011), com um grupo de 32 profissionais que trabalhavam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Picos (PI), eles apresentaram médias de 10,9 para desgaste emocional, 4,6 para despersonalização e 26,8 para incompetência profissional.

Com relação às variáveis demográficas, verifica-se que mulheres apresentaram maior exaustão emocional, despersonalização e menor realização profissional. Resultados obtidos em relação a esta variável ainda apresentam-se de forma discrepante na literatura sobre Burnout. Alguns estudos não têm encontrado diferenças (Silva & Carlotto, 2008; Rosa & Carlotto, 2005) e outros apontam mulheres como as que apresentam maior índice de exaustão (Benevides-Pereira, 2002; Cornelius & Carlotto, 2008; Gil-Monte, 2002) homens com maiores médias em despersonalização (Gil-Monte, 2002; Greenglass, Burke & Ondrack, 2008), sendo semelhantes em realização no trabalho (Cornelius & Carlotto, 2008).

Santos, Alves e Rodrigues (2009) identificaram maior ocorrência de Burnout em enfermeiros que possuíam experiência de trabalho, na faixa de 6 a 15 anos. Após um tempo maior de atuação na profissão, o profissional pode entrar em um período de sensibilização, tornando-se mais vulnerável.

Em Maceió foi realizada uma pesquisa, descritiva, exploratória com abordagem quantitativa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Parecer nº 1414-10). A população do estudo constituiu-se de 42 enfermeiros atuantes nos Serviços de Atendimento Móvel das cidades de Maceió e Arapiraca - Alagoas. (Salomão Patrício de Souza França et.al. 2011).

A população contou com 42 enfermeiros, sendo entrevistados 38. Destes, 76,3% apresentavam Síndrome de Burnout. (Salomão Patrício de Souza França et.al. 2011).

Trata-se de um estudo de caráter descritivo e transversal sobre o levantamento de sintomas relacionados à síndrome de Burnout e estratégias de enfrentamento, realizado em uma Ala de um Hospital do Estado de São Paulo. Os participantes foram 24 profissionais da Enfermagem da ala de um hospital do interior do estado de São Paulo, sendo o grupo composto por Auxiliares de Enfermagem e Enfermeiros. Dos resultados constataram que para o Desgaste Emocional (escore moderado, escore baixo e escore alto), verificou-se que 58% dos participantes apresentaram escore moderado para esta categoria, 25% apresentou escore baixo e 17% apresentaram escore alto.

No item Despersonalização, 67% dos participantes apresentaram escore baixo e 33% apresentaram escore moderado.

Em relação ao item Satisfação Pessoal no trabalho, 100% (cem por cento), apresentaram escore alto em relação à categoria (baixa moderada e alta). (Quésia Justo de Oliveira, et. AL, 2012).

Diante dos artigos coletados, constataram que desde 2002 até o ano de 2011, vem diminuindo em serviços de Atendimento Móvel de Urgência, porém já nos hospitais, vem aumentando cada vez mais, talvez pela instituição se preocupar mais em dar uma melhora nos equipamentos e assim melhorando no atendimento para a clientela, mas já nos serviços não há a preocupação, ocasionando assim um desgaste dos profissionais de enfermagem.

Estudos que foram realizados em três hospitais no ano de 2002 constataram que 93% (noventa e três) por cento dos enfermeiros do universo de 205 desenvolveram a Síndrome de Burnout. Extrai-se que aproximadamente 191 profissionais foram acometidos pela sintomatologia do Burnout, pois apresentaram tanto na forma física e emocional a Síndrome de Burnout.

Já numa outra pesquisa um estudo realizado por Luz (2011) com 32 profissionais que trabalhavam na Unidade de Atendimento Móvel, e a pesquisa aponta que 10,9 para desgaste emocional onde 4 profissionais foram atingidos, 4,6 (quatro vírgula seis) para despersonalização 2 apresentaram a sintomatologia e 26,8 (vinte e seis vírgula oito) por cento para incompetência profissional sendo que 9 apresentaram esses sintomas. Concluindo assim que dos 32 profissionais que participaram da entrevista, 15 obtiveram a sintomatologia dessa síndrome, levando assim a uma forte preocupação com os profissionais que trabalham nas Unidades de Atendimento Móvel.

Pesquisa realizada na cidade de Maceió e Arapiraca apontou que dos 42 entrevistados, só 38 participaram da pesquisa realizada, o que dos resultados obtidos, 76,3% apresentaram a Síndrome de Burnout. Com isso, chegamos à conclusão de que dos 38 participantes, 29 apresentavam a Síndrome de Burnout (Salomão Patrício de Souza França et.al. 2011).

Já na pesquisa realizada no ano de 2012 no Hospital Geral de São Paulo dos 24 participantes, indicam altos índices da sintomatologia da Síndrome onde é dividido em categorias como Desgaste Emocional apresentando 58% (cinqüenta e oito) por cento em escore moderado, sendo aproximadamente 19 profissionais atingidos, no desgaste emocional baixo 25% (vinte e cinco) por cento, e 6 profissionais atingidas, e no escore alto 17% (dezessete) por cento, sendo 4 profissionais.

No item Despersonalização 67% (sessenta e sete) por cento apresentaram escore baixo, sendo 16 profissionais com a sintomatologia, 33% (trinta e três) por cento com escore moderado, sendo 8 profissionais.

E em relação ao Item Satisfação no trabalho Pessoal todos os 24 participantes apresentaram 100%%, ou seja, todos trabalham com a dignidade de dar uma melhora no atendimento para o cliente.

5 SINAIS E SINTOMAS DO BURNOUT

Segundo BENEVIDES-PEREIRA, (2002) os sintomas físicos são: fadiga constante e progressiva, dores musculares ou osteomusculares, distúrbios sonos, cefaléias, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares (mesmo infartos e embolias), disfunções sexuais e alterações menstruais nas mulheres.

Os sinais comportamentais são: desinteresse onde só pensa em si próprio, seguido do bloqueio da atenção em sua execução nas atividades ocupacionais, faz com que o profissional faça uso de café, álcool, fármacos e outras drogas ilegais, para conseguirem ficar acordados e atentos a determinadas situações, e que muitas vezes ocorre o afastamento dos clientes e colegas, pois não enfermeiro não terá a paciência que já é esperada do profissional. E isso faz com que ocorra um aumento da agressividade,a incapacidade de se ajustar as novas situações que vão surgindo, havendo assim são os pensamentos negativos, e como tendo como conseqüência a incapacidade administrar e ajudar ao próximo. (MASLACH e LEITER 1999).

Segundo o Ministério da Saúde (2007), o quadro evolutivo tem 4 níveis de manifestação:

1º nível - Falta de vontade, ânimo ou prazer de ir a trabalhar. Dores nas costas, pescoço e coluna. Diante da pergunta o que você tem? Normalmente a resposta é "não sei, não me sinto bem"

2º nível - Começa a deteriorar o relacionamento com outros. Pode haver uma sensação de perseguição ("todos estão contra mim"), aumenta o absenteísmo e a rotatividade de empregos.

3º nível - Diminuição notável da capacidade ocupacional. Podem começar a aparecer doenças psicossomáticas, tais como alergias, psoríase, picos de hipertensão, etc. Nesta etapa se começa a automedicação, que no princípio tem efeito placebo, mas, logo em seguida, requer doses maiores. Neste nível tem se verificado também um aumento da ingestão alcoólica.

4º nível - Esta etapa se caracteriza por alcoolismo, droga dicção, idéias ou tentativas de suicídio, podem surgir doenças mais graves, tais como câncer, acidentes cardiovasculares, etc.

Durante esta etapa, ou antes, dela, nos períodos prévios, o ideal e afastar-se do trabalho.

Benevides-Pereira (2002) acrescenta que os sintomas defensivos caracterizam-se pela tendência ao isolamento, sentimento de onipotência, perda do interesse pelo trabalho ou pelo lazer, insônia e cinismo.

Segundo Pereira (2001) os sintomas mais freqüentes associados ao burnout são:

- psicossomáticos: enxaquecas, insônia, gastrites, diarréias, palpitações, hipertensão, dores musculares.

- comportamentais: absenteísmo, isolamento, violência, droga, incapacidade de relaxar, mudanças bruscas de humor e comportamento.

- emocionais: impaciência, distanciamento afetivo, sentimento de solidão, irritabilidade, ansiedade, sentimento de impotência, desejo de abandonar o emprego, baixa auto-estima, decréscimo de rendimento no trabalho.

Um modelo proposto por Seyle, em 1956, e indica que o processo do estresse é composto por quatro fases: a de (1) Alerta, onde a pessoa se defronta com o estressor e se prepara para as reações de “luta e fuga”, apresenta principalmente alterações a nível biológico do organismo; já a fase de (2) Resistência ocorre quando o estímulo estressor não cessa imediatamente e exige que o sujeito utilize estratégias de adaptação para resistir e voltar a homeostase, caso isso não ocorra, o organismo enfraquece e se torna vulnerável a doenças; quando a resistência do X sujeito não dá conta da fonte de estresse ou novos estressores aparecer, o organismo passa a manifestar sintomas psicológicos como resultado da sobrecarga do sistema, entrando na terceira fase, a (3) Quase-Exaustão; na última fase, (4) Exaustão, o sujeito já apresentaria doenças, como resultado do contato persistente com fontes de estresse (GOULART JUNIOR e LIPP, 2008).

Uma pessoa com síndrome de burnout não apresenta necessariamente todos esses sintomas, apesar de sua semelhança com o estresse, alguns desses são descritos somente no processo burnout, chamando a atenção para seus efeitos por interferir negativamente no âmbito profissional, individual e organizacional (BENEVIDES-PEREIRA, 2010).

5.1 FATORES QUE CARACTERIZAM O BURNOUT

Reduzida Realização Profissional: ocorre na sensação de insatisfação que a pessoa possa a ter com ela própria e com a execução de seus trabalhos, derivando daí, sentimentos de incompetência e baixa auto- estima. Maslach & Jackson (1981).

Conforme Philips (1984), a primeira medida para evitar a Síndrome de Burnout é conhecer suas manifestações. Torna-se essencial a conciliações das atividades profissionais com o lazer, não precisam fazer de suas vidas um campo de batalha, não permitindo que o estresse tome conta, procurando não se desgastar emocionalmente, afim de não entrarem em Burnout.

Segundo Benevides-Pereira (2002) as principais características são:

Exaustão Emocional: ocorre quando o indivíduo percebe não possuir mais condições de despender energia que o seu trabalho requer. Algumas das causas apontadas para a exaustão é a sobrecarga de atividades e o conflito pessoal nas relações.

Despersonalização considerada uma dimensão típica da síndrome de burnout e um elemento que distingue esta síndrome do estresse. Originalmente apresenta-se como uma maneira do profissional se defender da carga emocional derivada do contato direto com o outro. Devido a isso, desencadeiam-se atitudes insensíveis em relação às pessoas nas funções que desempenha, ou seja, o indivíduo cria uma barreira para não permitir a influência dos problemas e sofrimentos alheios em sua vida. O profissional em burnout acaba agindo com cinismo, rigidez ou até mesmo ignorando o sentimento da outra pessoa. Maslach & Jackson (1981).

Para Gil-Monte (2002) a despersonalização é o desenvolvimento de sentimentos negativos além das atitudes e condutas de cinismo frente às pessoas com quem trabalha. Estas pessoas são vistas pelos profissionais de maneira desumana devido a um endurecimento afetivo.

Para Paganini (2011), a SB manifesta-se também por três sintomas: esgotamento físico

— aumento da fragilidade física com o surgimento de alguns sintomas e sinais, tais como: dores de cabeça, dores nas costas, taquicardia, hipertensão, etc. Esgotamento emocional-surgimento de estados depressivos e abúlicos que podem evoluir em casos extremos, para doenças mentais e pensamentos suicidas. Esgotamento mental — desenvolvimento de atitudes obsessivas, para o trabalho e vida em geral, verificando-se uma queda no autoconceito e sentimentos de inadequação, inferioridade e incompetência.

A Exaustão Emocional ocorre pela falta ou carência de energia, de entusiasmo e pelo sentimento de esgotamento de recursos; no caso da Despersonalização, o profissional passa a tratar seus colegas e clientes como objetos e na Baixa Realização Profissional o profissional tende a se autoavaliar de forma negativa, sentindo-se infeliz e insatisfeito com seu trabalho (CARLOTTO; CÂMARA, 2007).

6 PREVENÇÃO

Para a prevenção do burnout é de fundamental importância que o trabalhador junto com a instituição façam um trabalho com o psicólogo para identificar quais os fatores que o levaram a adquirir essa síndrome, e assim buscar uma solução de modo que ele consiga se adequar da melhor maneira possível, além é claro de chamar todos os outros profissionais que ali estão inseridos e ter uma conversa em grupo para que tudo se esclareça e se resolva da melhor maneira, e assim consigam trabalhar em união sem conflitos. (STACIARINI; TROCCOLI, 2001).

Segundo Pereira (2002), apesar de existirem várias linhas de intervenção e prevenção do Burnout nas organizações, os programas interventivos vêm prevalecendo sobre aqueles do tipo preventivo.

Cherniss (1992, apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002), diz que as condições que auxiliam a recuperação de Burnout nas pessoas são as mesmas que a previnem, ou seja, novas situações que promovem maior autonomia no trabalho, suporte organizacional e interesse pelo trabalho.

Segundo Carlotto (2009) coloca que é importante o tratamento juntamente com a empresa em que o trabalhador atua, para que assim, possa haver a diminuição dos fatores de estresse que acarretam na doença.

Segundo Gil-Monte (2003), as estratégias de prevenção e tratamento do burnout podem ser agrupadas em três categorias: individuais, grupais e organizacionais.

As estratégias individuais referem-se à formação em resolução de problemas, assertividade, e gestão do tempo de maneira eficaz.

As estratégias grupais consistem em buscar o apoio dos colegas e supervisores. Deste modo, os indivíduos melhoram as suas capacidades, obtêm novas informações e apoio emocional ou outro tipo de ajuda.

No que se refere às formas de prevenção de burnout, França e Rodrigues (1997) algumas formas de prevenção são: a) aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia; b) prevenir o excesso de horas extras; c) dar melhor suporte social as pessoas; d) melhorar as condições sociais e físicas de trabalho; e) investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores.

Enfim, as estratégias organizacionais, muito importantes porque o problema está no contexto laboral, consistem no desenvolvimento de medidas de prevenção para melhorar o clima organizacional, tais como programas de socialização para prevenir o choque com a realidade e implantação de sistemas de avaliação que concedam aos profissionais um papel ativo e de participação nas decisões laborais.

Há um ditado popular que diz ‘’ é melhor prevenir do que remediar’’. Isso quer dizer que é melhor evitar sofrer a doença, evitando-a, do que ter que fazer o uso de medicação e várias sessões de psicoterapia. Algumas dicas podem ser muito úteis para evitar ou amenizar o estresse laboral, diminuindo as possibilidades de instalação da Burnout. JBEILI. C (2011).

Programe melhor as atividades do dia, deixando espaço para intervalos importantes: O acúmulo de afazeres diários gera estresse e aumenta as chances de falhas, comprometendo a qualidade dessas atividades, podendo afetar inclusive a auto-estima do profissional;

Promover ou buscar qualidade nas relações interpessoais: A presença de um bom amigo ou a interação prazerosa com outras pessoas libera um hormônio chamado ocitocina, também conhecido popularmente como “hormônio da amizade”. A presença desse hormônio no organismo diminui a quantidade de um hormônio nocivo à saúde, o cortisol, também conhecido como o “hormônio do estresse”. Além desse efeito benéfico da ocitocina, a qualidade nas relações interpessoais aumenta a rede de apoio da pessoa, proporcionando mais segurança no ambiente de trabalho.

Mudar estilo de vida: Repensar o espaço que o trabalho ocupa em sua vida, rever conceitos, hábitos alimentares e reorganizar o seu tempo e suas atividades, colocando harmonia entre as áreas chaves da vida;

Segundo França e Rodrigues (1997), a prevenção da Síndrome de Burnout consistiria em aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia, prevenir o excesso de horas extras, dar o melhor suporte social às pessoas e melhorar as condições sociais e físicas de trabalho e investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores.

7 QUALIDADES DE VIDA NOS PROFISSIONAIS

O trabalho constitui-se em atividade social e também o caminho para conseguir integração e sociabilidade, a maneira pela qual se obtém o respeito e o reconhecimento dos companheiros, o modo de se ter amigos e estabelecer vínculos sociais (NICOLETE, 2001). Grandes partes desses profissionais sofrem vários problemas no ambiente hospitalar, pois parte dessas instituições não conseguem prover as reais necessidades tanto individuais quanto os problemas dos profissionais de enfermagem, e assim há um desgaste geral de ambos os lados.

Para que se entenda a produtividade e qualidade, é necessário que se tenha indivíduos saudáveis e com advindo de qualidade. Porém a instituição age de uma maneira que muitas vezes comprime o indivíduo, que faz o levar a situações de doenças, além da insatisfação e desmotivação em seu ambiente de trabalho. Gerando assim a um quadro da síndrome de burnout que são: distúrbios no sono, alcoolismo, fadiga, entre outros que acabam prejudicando a sua saúde e qualidade de vida.MORENO (1991).

De acordo com HANDY (1978) apud MORENO (1991), o trabalho dever ser visto como parte inseparável da vida humana, talvez sendo hoje a organização o principal meio para o homem adquirir sua identidade.

Para que o trabalho possa gerar uma boa qualidade de vida para o profissional de enfermagem, é necessário que a instituição que ele esteja inserido, proporcione uma alimentação saudável, meios de transportes, saúde, além dos direitos básicos que todos apresentam. Porém quando essas necessidades não são atendidas, o profissional começa a desempenhar uma função multifuncional na instituição levando assim ao desgaste profissional.

A qualidade de vida no trabalho surge para alertar a importância desse suporte assim se tenha um crescimento, e uma satisfação na vida dos profissionais de enfermagem, e assim aumentando a sua produtividade e mudando e criando um novo desenho de se administrar um ambiente de trabalho.

Os processos de trabalho cada vez mais exigentes e complexos, carga horária às vezes excessiva, bem como as graves transformações sociais com repercussões na vida familiar e social, aliadas a dificuldades financeiras e a crescente violência, têm determinado comprometimentos sérios à qualidade de vida do trabalhador (LIPP TANGANELLI, 2002). E com isso, essas horas não necessitam ser avaliadas como uma angústia, pois, poderão se tornar um estresse que levará há conseqüências como a irritabilidade, falta de interesse, ansiedade e várias outras complicações tais como os acidentes de trabalho por conta desse desgaste que são ocasionados pela falta de interesse da instituição com os profissionais de enfermagem que ali estão inseridos.

Silva e Marchi (1997), afirma que a relação entre saúde e Qualidade de Vida parece óbvia, o próprio senso comum nos diz que ter saúde é a primeira e essencial para que alguém possa considerar sua vida como de boa qualidade.

Para França (1997 apud VASCONCELLOS, 2001, p.80),

[...] Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerências e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O posicionamento representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa [...]

8 METODOLOGIA

Segundo Trentini e Paim (1999, p.24), a revisão bibliográfica ou revisão de literatura é definida como uma fonte de informação para as pesquisas bibliográficas.

Realizou-se para essa pesquisa um levantamento bibliográfico, que buscou através dos artigos, revistas científicas, livros com publicações dos anos de 1982 até o presente momento, e foram usadas as seguintes nomenclaturas sobre para a realização do presente trabalho: Enfermeiro no trabalho, sinais e sintomas, exaustão emocional e físico, estresse, dentre outros, para explicar a Síndrome de Burnout que acomete os profissionais de enfermagem. Após a coleta, as informações e resultados adquiridos foram colocados em gráficos e tabulados para a melhor compreensão, e observação da evolução dessa Síndrome até os momentos atuais.

Para Lakatos e Marconi (2001) a grande vantagem do estudo bibliográfico é a possibilidade de se conhecer a opinião de diversos autores, e acompanhar a evolução desses pareceres. Além disso, oferece também a oportunidade de sabermos a opinião dos próprios profissionais de Enfermagem.

Foram escolhidos artigos empíricos, textos sobre transtornos mentais, conceitos sobre a Síndrome de Burnout, para detectar os pontos que são proeminentes para se discutir e traçar objetivos para uma melhora desses profissionais de saúde em seu ambiente de trabalho.

9 DISCUSSÃO

Do proposto trabalho apresentado, observamos que as alterações no processo de trabalho continuam afetando na vida de cada um dos profissionais de enfermagem, e com isso acabando gerando a consequencia de não poder se tiver mais uma boa qualidade de vida, levando- o assim a um quadro de saúde grave.

Portanto, as exigências recorrentes que acontecem no local de trabalho acabam fazendo com que os enfermeiros apresentem os sinais e sintomas que levam ao quadro da Síndrome de Burnout que prejudicam o seu desempenho profissional, ocorrendo assim a insatisfação no seu ambiente de trabalho. Esses sintomas são apresentados por esses profissionais, fazem com que eles cheguem ao ponto máximo de exaustão.

É interessante ressaltar que somente indivíduos que estão envolvidos de maneira intensa no seu trabalho e dão importância para o cuidado diariamente ao paciente, que são suscetíveis a essa síndrome, sendo um problema que as instituições precisam dar importância pois vem crescendo a cada ano que passa.

Mesmo diante da grande importância de se estudar essa síndrome, ainda é bastante desconhecida por profissionais de várias áreas, dificultando a prevenção e cura dessa síndrome, pois essa falta de conhecimento dos profissionais os levam a acreditar que os sintomas que estão sentindo não é do Burnout, mas de um estresse e depressão, pois fazem uma ligação com o fator pessoal, e não o fator organizacional, que se diz a respeito dessa síndrome.

De um modo geral, os autores mencionados confirmam que o Burnout é uma síndrome que tem como característica o meio laboral e que se apresenta em resposta a cronificação do estresse ocupacional, ocorrendo assim implicações negativas no nível individual, profissional, familiar e social. O Burnout traz efeitos negativos na qualidade da assistência de enfermagem pelo aumento do absenteísmo, risco de acidentes no trabalho e a despersonalização com os pacientes.

Quanto a prevenção da Síndrome de Burnout, existe muita resistência à busca da ajuda, pois muitos negam ou desconhecem que estão com essa Síndrome além de negar o seu estado de saúde por medo de perder o emprego,so buscando a ajuda quando já está numa fase avançada, onde a síndrome já chegou ao seu limite, levando ao estado crônico da doença.

10 CONCLUSÃO

Diante da pesquisa realizada, foi constatado através de livros, artigos, textos, dentre outros, de que essa síndrome tem grande importância, pois através dos dados adquiridos, foi constatado de que ela vem crescendo, e tendo como conseqüência disso o mal estar da saúde dos profissionais que trabalham diretamente e intensamente com pessoas em sofrimento entre eles o enfermeiro.

O Enfermeiro, que é o profissional responsável direto pela assistência ao cliente e estará sempre exposto a situações de risco de diferentes níveis de complexidade. Além dessa grande responsabilidade, existe também a parte burocrática que ultrapassam a da assistência ao cliente, que são as ações de gerenciamento onde compreendem os recursos humanos, organizações no ambiente de trabalho, que tem por finalidade de ser obter qualidades apropriadas na assistência do trabalho.

Cabe às instituições de saúde zelar pelo bem estar do seu funcionário através do acompanhamento e diagnóstico de risco para a Síndrome de Burnout através de um atendimento psicológico, convocar todos os profissionais de enfermagem para uma reunião, para buscar melhorias em seu ambiente de trabalho, melhorar as condições de trabalho, aumentando a variedade de rotinas para evitar a monotonia, e evitar o excesso de carga horária, atentando sempre para a necessidade em dar folgas e horas de descanso para esses profissionais.

Pode-se conseguir amenizar os riscos e casos de Síndrome de Burnout buscando compreende-la e atentar para a qualidade de vida desses profissionais, com isso,é importante que as instituições estejam avaliando as condições de trabalho em que esses profissionais estão inseridos, para que futuramente não interfiram na sua saúde, seja ela física emocional e comportamental.

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