SAÚDE DOS CATADORES DE LIXO DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS, BAHIA.

Data de postagem: Apr 23, 2015 6:50:36 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

VALDIMEIRE OLIVEIRA ESPÍNDOLA

SAÚDE DOS CATADORES DE LIXO DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS, BAHIA.

EUNÁPOLIS, BA

2014

VALDIMEIRE OLIVEIRA ESPÍNDOLA

SAÚDE DOS CATADORES DE LIXO DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS, BAHIA.

Trabalho apresentado ao curso de graduação em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina em Trabalho de Conclusão de Curso, sob a orientação do professor Diego da Rosa Leal e Co-orientação da professora Henika Priscila.

EUNÁPOLIS, BA

2014

VALDIMEIRE OLIVEIRA ESPÍNDOLA

SAÚDE DOS CATADORES DE LIXO DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS, BAHIA.

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial à obtenção do Título de Bacharel em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, pela seguinte banca examinadora:

Professor Esp Diego da Rosa Leal (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________________________

Professor (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________________________

Professor (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________________________

Profª Esp Juliana Ali

Coordenadora do curso de Enfermagem

Eunápolis–BA ______________________________

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por me capacitar e hoje chegar ao fim dessa etapa, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

Ao meu orientador Diego da Rosa Leal pela a dedicação e incentivos e a co-orientadora Henika Priscila, pelo suporte em suas correções que muito me ajudou e pelo seu apoio.

Aos meus pais, irmãs, filhos e esposo pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

Aos catadores de lixo de Eunápolis que com o grande exemplo de coragem e humildade se dispuseram a colaborar na realização desse trabalho.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada.

A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor, pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes.”

Florence Nightingale

RESUMO

Com o crescimento na produção de resíduos sólidos, surgiu também, diante das politicas econômicas e sociais uma massa de excludentes, que passaram a se beneficiar dessa geração, que é a população de catadores de lixo. Os catadores de lixo são submetidos as mais diversas formas de transmissão de doenças, sejam por vetores, lixos hospitalares dentre outras como os agentes físicos que são os gases e odores do lixo, materiais perfurocortantes, ruídos excessivos, poeiras, fumaça, bem como os agentes químicos, e os agentes biológicos que são os microorganismos patogênicos. O objetivo desta pesquisa está voltado a analisar as condições e concepções de saúde dos catadores de lixo do município de Eunápolis/BA. Foi uma pesquisa descritiva de cunho quanti-qualitativo. O estudo em questão foi desenvolvido no único lixão do município de Eunápolis. Os dados foram coletados no período de maio á julho de 2014, em duas visitas ao lixão, por meio de uma entrevista semi-estruturada. Os resultados evidenciaram a participação de 19 catadores, onde foi possível observar a baixa escolaridade e a percepção dos catadores em relação o que é ter saúde, sendo que os mesmo consideram se não estão doentes e se estão trabalhando então isso quer dizer que tem saúde. Mesmo que excluídos e discriminados por muitos da população são pessoas que se sente honradas pelo que fazem, e consideram o trabalho de catação digno, necessitando assim da atenção dos gestores nas três esferas do governo e dos profissionais de saúde, para garantir seus direitos trabalhistas, melhores condições de trabalho e atendimentos de qualidade à saúde dos mesmos.

Palavras chaves: Lixo, Catadores, Saúde Pública e Meio Ambiente.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

O consumo diário de produtos industrializados que é responsável pela contínua produção de lixo, nas cidades é de tal intensidade que não tem como arquitetar uma cidade sem considerar os problemas gerados pelos resíduos sólidos. Devendo ser analisados desde a etapa da geração até a disposição final o que geralmente são destinados a céu aberto nas cidades brasileiras. Em média no Brasil, o lixo doméstico é constituído por 65% de matéria orgânica; 25% de papel; 4% de metal; 3% de vidro e 3% de plástico (MUCELIN; BELLINI, 2008).

Nota-se nas cidades brasileiras uma política de destino final do lixo em ambientes degradados localizados nos vazios da malha urbana. O lixão é uma forma inapropriada de disposição final de resíduos sólidos, sem nenhum critério técnico, sendo o lixo depositado diretamente sobre o solo, sem qualquer tratamento prévio, colocando assim em risco o meio ambiente e a saúde pública (CAVALCANTE; FRANCO, 2007).

De um lado houve um crescimento na produção de resíduos sólidos, por outro lado, diante às politicas econômicas e sociais surge uma massa de excludentes, que passaram a se beneficiar dessa geração, que é a população de catadores de lixo. Onde os mesmos convivem da pior maneira possível com os resíduos que podem até obter um precário sustento, mas que com certeza terão doença e agravarão as condições de vida da população (SIQUEIRA; MORAES, 2009).

O trabalho na catação se classifica como precário por princípio, devido as condições nas quais se objetiva para sua realização e seu impacto na vida e na saúde dos trabalhadores inseridos nesse contexto. Assim sendo, os catadores de lixo podem estar inseridos na categoria de precarização, tendo em vista que se trata de uma atividade que começa como resultado da nova conformação do mundo do trabalho (MACIEL et al., 2011).

Esta modalidade de trabalho apresenta riscos à saúde, pois os catadores ficam em contato direto com o lixo, sendo submetidos as mais diversas formas de transmissão de doenças, sejam por vetores, lixos hospitalares dentre outras. Lembrando que a maioria não faz o uso de equipamento de proteção individual e ainda reaproveitam alimentos e outros objetos encontrados no lixão, por isso torna-se necessário entender as condições de saúde desses catadores, bem como são utilizados os serviços de saúde e quais as dificuldades encontradas pelos mesmos em ter qualidade de vida.

Diante dessa realidade que vem agravando-se cada vez mais, apresentando-se como um sério problema de saúde pública, tal estudo propõe aos enfermeiros atuantes nesta área que tenham um olhar diferenciado e criem vínculos com essa clientela que faz parte do Sistema Único de Saúde. Apesar das adversidades provocadas por determinantes sociais esses catadores têm o direito de serem tratados como cidadãos, de sonhar com as possíveis mudanças em sua vida, se integrarem novamente à sociedade e ter uma vida saudável.

Sendo assim, o presente estudo torna-se relevante, pois fornece subsídios para atuação específica dos gestores, contribuindo diretamente nas tomadas de decisão dos profissionais da área de saúde que atendem os mesmos. Além de ser mais um passo na implementação de medidas de promoção a saúde específica a este público.

Frente a essa problemática é preciso analisar as condições e concepções de saúde desses catadores de lixo, para que os profissionais enfermeiros atuantes na saúde pública possam ter um olhar diferenciado à esse público, ajudando a promover seu bem-estar e exercer seus direitos garantidos pelo o Sistema Único de Saúde, que é saúde para todos baseados em seus princípios de igualdade, universalidade e integralidade.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 GERAÇÃO DE RESÍDUOS, MEIO AMBIENTE E SAÚDE PÚBLICA

Resíduo é o material que não tem mais valor econômico para seu possuidor e que, de acordo com as normatizações europeias o conceito de resíduo é tudo aquilo que requeira processamento físico ou químico para reaproveitamento, mesmo que ainda conserve um valor econômico residual. O mesmo é resultado dos reflexos da maneira de vida seguida em cada comunidade e das atividades econômicas ali realizadas, pesquisas revelam que a quantidade de resíduos domésticos produzidas por habitante é maior em cidades maiores e países desenvolvidos (PHILIPPI JR., 2005).

A produção de resíduos vem crescendo cada vez mais na sociedade atual, como os seres humanos consomem mais, devastam também a natureza e mais produzem lixo, porém, não sabem o que fazer com estes detritos. Alguns produtos de consumo são altamente contaminadores quando se transformam em lixo, lembrando que os mesmos não podem ser desprezados de qualquer forma, porque causam contaminação e proliferação de doenças graves e fatais (SANTOS; BELINE, 2009).

Devido a rapidez dos processos de industrialização, urbanização e o crescimento demográfico, houve um avanço tanto em quantidade como em variedades da produção dos resíduos que passaram abrigar, elementos sintéticos e perigosos à saúde por causa das novas tecnologias incorporadas na vida diária (FIGUEIREDO, 1995; RIGOTTO, 2002 apud CAVALCANTE; FRANCO, 2007).

A classificação mais comum dos resíduos é quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente que são classificados como perigosos, quando apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade. Os não-inertes, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente. Os inertes aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e quanto à natureza ou origem que é o lixo doméstico ou residencial, comercial, público, domiciliar especial e lixo de fontes especiais (BRASIL, 2001).

Os padrões de consumo são maneiras de extração de recursos naturais, processamento, uso e descarte dos resíduos, que acontecem de formas diferentes a depender da cultura, o porte da cidade, as atividades econômicas bem como os recursos tecnológicos disponíveis. Por isso que há um número maior de lixo doméstico em cidades maiores uma vez que as pessoas consomem mais produtos industrializados, e no caso da construção civil há tendência de demolição de casas térreas e sobrados, causando geração de resíduos em áreas menores (PHILIPPI JR., 2005).

A cultura de um povo distingue a maneira de uso do ambiente, os costumes e os hábitos de consumo de produtos industrializados, sendo que na zona urbana os mesmo implicam na produção exagerada de lixo e a forma com que esses resíduos são depositados no ambiente, geram intensas agressões aos fragmentos do contexto urbano, além de afetar a zona rural (MUCELIN; BELLINI, 2008).

Percebido o meio ambiente como uma produção social histórica e atingida por relações políticas, econômicas, culturais e sócio-ambiental, cabe então relacionar esse conceito à saúde e à qualidade de vida, na tentativa de trazer subsídios cognitivos que permitam incluir racionalmente algo que apresenta como incontestável as relações entre meio ambiente e saúde. Uma vez que o conceito sobre os mesmos vem sendo alvo de reformulações, na expectativa de adaptar às atuais e difíceis demandas colocadas pela realidade (FIGUEIREDO, 2008).

A geração de resíduos pela sociedade em suas diversas atividades acaba em riscos à saúde pública, ocupando papel estratégico na estrutura epidemiológica de uma comunidade. Destacando-se na linha de transmissão de doenças causadas por vetores, onde os mesmos encontram no lixo condições adequadas para proliferar, bem como comprometimento da saúde física, transtornos psicológicos, psiquiátricos e desintegração social (SIQUEIRA; MORAES, 2009).

A questão dos resíduos sólidos é um problema de saúde pública que abrange questões de importância coletiva, influenciado por interesses econômicos, manifestações da sociedade, aspectos culturais e conflitos políticos. Na atualidade, a sociedade tem incorporado novos elementos, modificando assim sua visão sobre resíduos sólidos, sendo um deles é que se a geração de lixo for inadequada, bem como o acondicionamento inapropriado é prejudicada a qualidade de vida (PHILIPPI JR., 2005).

2.2 FORMAÇÕES DOS LIXÕES

Mesmo sendo o Brasil um país onde mais de 80% da população convive em áreas urbanas, não houve acompanhamento das infraestruturas e os serviços ao ritmo de crescimento das cidades. Os impactos da manipulação inadequada de resíduos sólidos e da limpeza urbana precária são enormes sobre o cotidiano da população, tanto em relação à saúde pública e à qualidade ambiental, como em relação aos aspectos estéticos e de turismo. Sabendo que os mesmos são marcas da qualidade da administração pública e do desenvolvimento das populações, uma vez que as pessoas são conscientizadas da importância do saneamento ambiental (MANSOR et al., 2010 ).

Devido o crescimento das cidades a limpeza urbana é desafiada não só em remover os lixos de logradouros e edificações como também dar um destino final adequado aos resíduos coletados. Realizando a coleta de lixo de forma inadequada a prefeitura será pressionada pela população à melhorar a qualidade de seus serviços, e mediante seu orçamento restrito, o sistema de limpeza urbana deixa para segundo plano a disposição final do lixo, dando prioridade à coleta e à limpeza pública, devido a isso surgem os lixões em municípios de pequeno porte (MONTEIRO et al., 2001).

Selecionar locais para depósito, popularmente conhecidos como lixões é um dos métodos mais utilizado, como forma de disposição final de resíduos sólidos, não existindo separação dos mesmos, o acondicionamento é precário, sendo desprezado a céu aberto, proporcionando assim a contaminação do meio ambiente, de animais e pessoas no local (FRANÇA; RUARO, 2009).

O gerenciamento da gestão de resíduos sólidos é o elemento operacional e abarca as etapas de segregação, coleta, transporte, tratamentos e disposição final. O mesmo integrado é feito ao se considerar uma variedade de alternativas para atingir, entre outros propósitos, a minimização dos resíduos sólidos. No caso dos resíduos sólidos urbanos, o gerenciamento integrado abrange distintos órgãos da administração pública e da sociedade civil (MANSOR et al., 2010 ).

Acontece que todos os dias o lixo é coletado na área urbana e conduzido para as áreas de destino final, sendo na maioria das vezes lançado a céu aberto, sem qualquer forma de tratamento. O tratamento correto do lixo urbano ainda é visto por autoridades competentes por baixo nível de prioridade, uma vez que os mesmos depositam em lugares distantes escondendo dos olhos da população mais privilegiada (SIQUEIRA; MORAES, 2009).

O problema da disposição final do lixo ostenta uma magnitude alarmante, analisando os resíduos urbanos e públicos entende-se que tem ocorrido uma ação generalizada dos gestores públicos ao longo dos anos, detendo-se em apenas afastar das zonas urbanas o lixo coletado. Fazendo com que o lixo seja depositado em locais absolutamente inadequados, como encostas florestadas, manguezais, rios, baías e vales (MONTEIRO et al., 2001).

Assim sendo a proposta do aterro sanitário surge como uma apropriada alternativa para o destino final do lixo, em substituição dos lixões uma vez que forem construídos adequadamente com as normas técnica corretas e no local certo. Aonde os resíduos são dispostos em camadas, compactados e cobertos com camadas de substâncias e material inerte sendo intercalados (ALENCAR, 2005 apud SILVA, 2011).

2.3 CATADORES DE LIXO

O abuso da força do trabalho dos catadores tem origem histórica que podem ser encontradas na figura do pobre, como camponês, nas cidades medievais. Sendo considerados como corpo marginal pela sociedade feudal, os mesmos tiveram papel importante na construção dessas cidades, apesar de serem destituídos de seus direitos. Nesse contexto, os catadores dos lixões aparecem como herdeiros natos de um processo histórico que tende a reproduzir a sua condição de indivíduos socialmente excluídos (CAVALCANTE; FRANCO, 2007).

Os catadores podem ser pessoas pobres que reviram o lixo para ter suas necessidades, especialmente alimentares providas e coletam materiais recicláveis de maneira informal, e assim vendem à intermediários ou empresas. Como também os catadores formalizados que fazem parte de cooperativas, associações vinculados a sindicatos, lembrando que em muitos países somente os mesmos são responsáveis pela coleta seletiva (JUNIOR et al., 2013).

A grave crise social que existe no país, tendo uma das piores distribuições de renda do mundo, consequentemente tem atraído cada vez mais um número maior de pessoas a buscarem a sua sobrevivência através da catação de materiais recicláveis no lixo domiciliar, com a redução da oferta de trabalho e o desemprego de grande quantidade de pessoas de baixa qualificação profissional, os mesmos passam a recorrer qualquer tipo de trabalho, que venha pelo menos garantir um meio de se sobreviver e a sua família (MONTEIRO et al., 2001).

A realidade é que a profissão de catadores se evidencia pelo exercício precário uma vez que os mesmos têm contato direto com os rejeitos em lixões (ABREU, 2001 apud SOUZA; MENDES, 2006). E isso contribui para a precariedade do trabalho, a informalidade da ocupação dos catadores, categoria que os deixa mais vulneráveis, já que não tem direitos trabalhistas e previdenciários (SOUZA; MENDES, 2006).

Estudos afirmam que são três tipos de catadores de lixo: os catadores de rua são aqueles que catam os detritos diretamente das ruas colocados pela população, pelo comércio local ou pela as indústrias, caracterizando-se por possuírem sua própria carroça ou outro tipo de transporte para levar seu material. Os cooperativados, que trabalham no serviço de coleta seletiva de qualidade têm o apoio de organizações não governamentais. Existem ainda os catadores que trabalham diretamente nos lixões dos municípios, os excluídos da sociedade e que estão desvinculados de qualquer assistência e organização (SIQUEIRA; MORAES, 2009).

Em certas cidades, parte dos catadores de rua se ajuntou em associações e vive com os outros catadores que trabalham para depósitos, de maneira competitiva realizam a mesma espécie de serviço, ocupando assim da catação de materiais em condomínios e residências e em outros locais, depositando o material que pode ser vendido como reciclável. Os catadores de rua são diferentes dos catadores de lixões, pois os últimos não saem à rua e sim trabalham dentro dos lixões (MACIEL et al., 2011).

Dentro do trabalho realizado pelos catadores, podemos enumerar todo um conjunto de apreços sociais e ambientais sobre a relevância das suas atividades, como a segregação de recicláveis diminuindo a poluição do solo, água e ar, bem como melhora a limpeza da cidade e ainda prolonga a vida dos aterros sanitários além de gerar renda quando comercializam os materiais (SANTOS; RIGOTTO, 2008 apud SANTOS; SILVA, 2009).

São muitas as causas que levam os indivíduos se tornarem catadores entre elas estão a baixa escolaridade, limitações físicas para exercer outra atividade, idade já avançada, êxodo rural, desemprego, a falta de qualificação profissional dentre outras. Sendo assim os mesmos encontra na catação de resíduos sólidos um meio de sobreviver, já que não tiveram oportunidades para serem inseridos no mercado de trabalho (JUNIOR et al., 2013).

2 4 IMPACTO E RELEVÂNCIA NA SAÙDE PÙBLICA

Em 1986 aconteceu no Canadá a Conferência de Ottawa, onde a Organização de Mundial de Saúde conceituou a Promoção de Saúde como o início orientador das ações de saúde em todo o mundo, levando em consideração que as condições ambientais são fatores importantes para ter saúde. Alcançando então o conceito de que saúde é um completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças, sendo que nos dias atuais não só as ações de prevenção e assistência são importantes mais também deve agir nos fatores determinantes de saúde (BRASIL, 2006).

Ao longo da história brasileira o sistema de saúde teve um grande avanço com o surgimento da Constituição Federal de 1988, onde a mesma definiu que o direito à saúde passaria a ser universal, deixando de atender só um pequeno grupo de pessoas, que estavam registrados no mercado formal de trabalho. Assim sendo foi de suma importância para o setor saúde, pois o mesmo deliberou-se como um setor de relevância pública, deixando o estado responsável por adequar as condições necessárias para o atendimento à saúde da população (AVELLO; GRAU, 2005).

Para a Organização Mundial de Saúde saneamento define-se da seguinte maneira, é o controle de todos os fatores do meio físico que exercem ou possam exercer efeito prejudicial sobre o bem-estar físico, mental ou social das pessoas. Acontece que várias doenças ocorrem pelo desconhecimento da forma ideal de cuidar do meio ambiente e do destino dado aos dejetos, e mesmo quando as pessoas possui este conhecimento ignoram e continua agindo como se seu comportamento não fosse nocivo para sua saúde, de sua família e a da coletividade (BRASIL, 2003).

Apesar da gestão de resíduos sólidos fazer parte do setor de saneamento básico, a mesma não tem tido a devida atenção pelo poder público, sendo assim cada vez mais é comprometida a saúde da população. É notável a relação entre meio ambiente, saúde e saneamento, o que leva a entender a necessidade de integrar as ações provenientes desses setores para que haja um progresso na qualidade de vida da população brasileira (MONTEIRO et al., 2001).

Os resíduos sólidos são problemas sanitário de gravidade, quando não são devidamente tratados, por isso que são elaboradas estratégias sanitárias com o objetivo de prevenir e controlar doenças a eles relacionadas. Lembrando que além desse objetivo, também se faz uma abordagem dos efeitos psicológicos quando uma comunidade é limpa percute sobre os costumes da população em geral, o que facilita a criação de hábitos correlatos (BRASIL, 2006).

A intensificação das atividades humanas, o crescimento demográfico e as melhores condições de vida são importantes para o aumento exponencial de volume dos resíduos sólidos gerados. E o manejo inadequado dos resíduos começando da geração até o destino final constitui um fator agravante que pode resultar em riscos ambientais, sociais, econômicos e para a saúde pública (MANSOR et al., 2010 ).

Tanto a saúde humana como a ambiental está exposta aos agentes danosos presentes nos lixões através de duas maneiras: pelo modo direto é quando existe o contato estreitado do organismo humano com agentes patogênicos contidos no lixão. E indireto quando há aumento de um fator de risco, que atua de forma descontrolada sobre o entorno e por via ocupacional quando o catador se contamina com substancias perigosas, via ambiental caracterizada pela dispersão dos agentes contaminantes no meio ambiente e a via alimentar onde os catadores ingerem restos de comida encontrados nos lixões (CAVALCANTE; FRANCO, 2007).

É importante observar os gastos com a limpeza urbana, gestão e manejo dos resíduos sólidos, onde cerca de 5% do fundo municipal é consumido com os mesmos, exigindo assim esforço de racionalização para sustentabilidade econômica do serviço público. É necessário que os dados reflitam a diferença e a especificidade local ou regional e as suas identidades econômicas, sociais e ambientais em relação a outras regiões do estado (BRASIL, 2012).

Observa-se que a despesa envolvida nessa modalidade não é apenas com a saúde, mas também no que se refere à inclusão e exclusão social e ao que marca por realizar um trabalho com o lixo. Pois de uma forma geral esses catadores, já se encontram abaixo da margem de pobreza, sem oportunidades no mercado formal sendo apresentados como pessoas desocupadas e sujas, indivíduos de rua as peças descartáveis da sociedade (ADAMANTES, 2004 apud MACIEL et al., 2011).

2.5 EPIDEMIOLOGIA

A epidemiologia em saúde pública busca compreender o processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que diferencia da clínica, criando estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade. Já a epidemiologia como ciência baseia-se no raciocínio causal, sendo que constitui também uma ferramenta para desenvolvimento de politicas no setor da saúde, levando em consideração o conhecimento disponível para sua ampliação (WALDMAN, 1998).

Dentre os impactos negativos gerados pelo o lixo urbano estão as contaminações de corpos d’água, assoreamento, enchentes, proliferações de vetores transmissores de doenças como cães, gatos, ratos, baratas, moscas, verminoses. E isso acontece em consequência a disposição inadequada de resíduos sólidos em fundos de vale, às margens de ruas ou cursos d’água e ainda provoca a poluição visual bem como o mau cheiro e a contaminação do ambiente (MUCELIN; BELLINI, 2008).

A leptospirose é uma doença grave, que causa sérios problemas à saúde dos indivíduos, a bactéria Leptospira interrogans normalmente fica nos rins do rato e é eliminada pela a urina ao meio ambiente, essa bactéria penetra no organismo pelas lesões da pele, mucosas ou mesmo pela pele íntegra se o tempo de imersão na água for prologado. Assim sendo a mesma chega à corrente sanguínea podendo atingir o líquido cefalorraquidiano sem causar inflamação e no prazo de 1 a 20 dias a doença pode se manifestar com febre, mal-estar geral, cefaleia e icterícia ou não (BRASIL, 2003).

Os agentes mais frequentes presentes no lixo capaz de interferir na saúde humana e no meio ambiente são os agentes físicos como os gases e odores do lixo, materiais perfurocortantes, ruídos excessivos, poeiras, fumaça, monóxido de carbono, posturas forçadas e incômodas. Bem como os agentes químicos, os líquidos que vazam de pilhas e baterias, graxas, solventes, pesticidas, tintas, produtos de limpeza, metais pesados chumbos, cádmio e mercúrio e os agentes biológicos que são os microorganismo patogênicos (FERREIRA; ANJOS, 2001 apud CALVACANTE; FRANCO, 2007).

Os helmintos nematelmintos são parasitas que apresentam tamanhos e formas variadas, entre eles a classe dos nematodas que transmite a ascaríase causada pelo Ascaris lumbricoides através de alimentos, água ou mãos sujas de terra contaminada pelas fezes do individuo parasitado. Provocando assim desconforto abdominal, cólicas, má digestão, perda do apetite, irritabilidade e coceira no nariz. Transmite ainda a tricuríase, enterobíase, strongiloidíase, ancilostomíase, larvas migrans cutânea e a filariose (BRASIL, 2003).

Microorganismo patogênicos podem viver por anos indeterminados nas embalagens, frascos e restos de lixo, e com isso larvas de mosquitos como os da dengue são levados de um lugar para outro, sendo transportadas nestas embalagens velhas, sem que as pessoas que ali trabalham no processo de reciclagem conheçam (RAMOS, 2012).

2.6. SAÚDE OCUPACIONAL

As doenças de trabalho são um conjunto de danos ou agravo que acontecem sobre a saúde dos trabalhadores ocasionados, desencadeados ou agravados por fatores de riscos presentes nos locais de trabalho, aparecem de maneira lenta, insidiosa, podendo levar anos para manifestarem. Lembrando que são consideradas também doenças advindas de contaminação acidental do setor de trabalho e as doenças endêmicas quando adquiridas por exposição ou contato direto, apontado pela natureza do trabalho realizado (BRASIL, 2001).

Em relação aos riscos ocupacionais no trabalho, encontra-se num espaço nas discussões referente a saúde e a segurança dos trabalhadores, aonde são abordados por uma variedade de aspectos teóricos, e até mesmo tecnicistas e muitos que privilegiam as aparências sociais (CAVALCANTE; FRANCO, 2007).

É relevante destacar que no processo de averiguação de certa doença e sua provável relação com o trabalho, os fatores de riscos presentes nos setores de trabalho não devem ser abarcados de forma isolada. Mas, é indispensável entender a forma como eles ocorrem na dinâmica global e diária do processo de trabalho (BRASIL, 2001).

Nos lixões, os acidentes de trabalho que normalmente ocorrem são devido à precariedade e a falta de condições apropriadas de trabalho, o que gera ferimentos e perdas de membros por atropelamentos prensagem em equipamentos e veículos automotores, bem como ataques de animais e insetos. Além da questão estética, que muitas vezes não é lembrada, mas é importante, ocorre que quando os trabalhadores visualizam os resíduos sólidos, naturalmente desagradáveis, essa experiência pode provocar desconforto e náuseas (MARTINS, 2007 apud PEREIRA; AMARAL, 2011).

Nos setores de trabalho as doenças das vias aéreas estão diretamente relacionadas com materiais inalados nesse ambiente, dependendo assim das propriedades físico, químicas desses agentes, da vulnerabilidade de cada individuo e da localização em que as partículas foram alojadas. Que pode ser nariz, traquéia, brônquios ou parênquima pulmonar (BRASIL, 2001).

Segundo Cruz (2004 apud ALENCAR; CARDOSO; ANTUNES, 2009) várias condições de trabalho podem causar efeitos psicológicos ao trabalhador, e estes podem aparecer de diversas maneiras, manifestas em comportamentos ou através de alterações psicológicas ou fisiológicas. Inúmeras ocupações põem em risco a saúde mental e o ofício de catador de materiais recicláveis se agrupa entre eles.

A falta de informação é o principal motivo destes acidentes e a conscientização da população em geral, que não tem o cuidado se selecionar os resíduos sólidos. E com relação as doenças ocupacionais podemos destacar as micoses que são comuns nessa atividade principalmente nos pés e mãos, sendo que as luvas e os calçados propiciam ambientes favoráveis para a proliferação de microrganismos, além de doenças coronárias e hipertensão arterial que tem sido diagnosticado entre os catadores (RAMOS, 2012).

2.6.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O equipamento de proteção individual é qualquer dispositivo de uso individual, e tem como função proteger a saúde e a integridade física da pessoa trabalhadora, sendo estes de uso obrigatório e deve ser determinado pela empresa, só que muitas vezes é ignorado pela as mesmas. A escolha do equipamento de proteção individual é feita de acordo a atividade executada, do local de trabalho, das condições ambientais e do tempo de exposição do trabalhador ao risco (MIGLIORANSA et al,. 2003).

Um fato de grande importância diz respeito à educação e o preparativo precedentes do trabalhador no que diz à aceitação do equipamento de proteção individual como hábito no trabalho, de modo que o mesmo se torne, psicologicamente, e tenham noção, da sua seriedade e da obrigação do seu uso, em benfeitoria de sua própria segurança (RAMOS, 2012).

A maioria da população não tem conhecimento como é efetivado o trabalho dos catadores de lixo, bem como dos riscos e as doenças a que estão expostos, por isso se torna necessário o uso dos equipamentos de proteção individuais (luvas, avental, máscara, botas, óculos, abafador de ruídos). Mesmo que haja resistência ao uso, os trabalhadores devem se conscientizar de que estes equipamentos são para lhes conferir saúde e segurança (PEREIRA; AMARAL, 2011).

Fazer uso correto de equipamentos de proteção individual, exigi reciclagem consecutiva dos profissionais responsáveis, para então conseguirem medidas, mas econômicas e eficientes para a proteção dos trabalhadores, bem como evitar problemas trabalhistas. Desenvolver a percepção do risco ligado a um conjunto de dados e normas básicas de segurança são instrumentos necessários para impedir á exposição e assegurar o sucesso das medidas individuais de proteção a saúde das pessoas (VICENTE, 2008 apud RAMOS, 2012).

2.6.2. ASSISTÊNCIA À SAÚDE DOS CATADORES DE LIXO

Ao longo dos anos o Brasil atende os trabalhadores em seu sistema público de saúde, contudo só nos anos 80 é que surgi o Sistema Único de Saúde, sendo uma prática diferente do setor, considerando os impactos sobre o processo saúde/doença. “No artigo 200, Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei (...) II- executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; (...)” (BRASIL, 2001).

Mas o campo de promoção da saúde surgiu na década de 90, frente as demandas emergentes, decorrentes da descentralização determinadas pelo Sistema Único de Saúde na Constituição de 1988. Esse novo modelo assistencial é necessário que os serviços de saúde se organizem em rede hierarquizada, sendo de competência o nível básico atender aos problemas, bem como identificar as causas sociais, econômicas e culturais, para então buscar soluções junto aos outros setores (BRASIL, 2003).

Assim sendo o Programa de Saúde da Família elabora ações de saúde para enfretamento dos problemas mais frequente numa certa região, sendo responsáveis pelo acompanhamento de famílias cadastradas. Demanda que cresce frente a novos desafios que se inserem através de novos programas e faz necessário que equipe se adequa, para atendê-los (SILVA, 2011).

A própria natureza do trabalho de catadores de lixo pode afetar a integridade física, entre outros problemas que podem ocasionar doenças, por isso é imprescindível o interesse que enfermagem e os demais profissionais de saúde devem ter a esses trabalhadores. Ainda que os mesmos trabalhem informalmente, crescem cada vez mais e fazem parte da clientela dos serviços de saúde conveniados ao Sistema Único de Saúde (DALL’AGNOL; FERNANDES, 2007).

3 METODOLOGIA

3. 1 TIPO DE ESTUDO

No intuito de descobrir as condições e concepções de saúde dos catadores de lixo do município de Eunápolis/BA, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva de cunho quanti-qualitativo.

3.2 CAMPO E CENÁRIO DE ESTUDO

O município de Eunápolis/Ba está localizado às margens da BR-101 e segundo o IBGE (2013) sua população é de 110.803 habitantes, sendo então a 16ª cidade mais populosa do estado, com uma área de 1.179,126 km² com clima tropical.

No município existem cerca de 26.792 mil famílias na zona urbana e 1.851 famílias na zona rural. Em busca ativa ao setor de limpeza urbana do município de Eunápolis juntamente com os órgãos do meio ambiente baseado na lei 520 de 09/06/2004, obtiveram-se informações que existem oito caminhões com capacidade de 10 toneladas cada. Diariamente os oito são preenchidos e todo o lixo é descartado no lixão municipal.

Neste sentido, são produzidas diariamente 80 toneladas na zona urbana não havendo nenhum dado que mostre a existência de coleta seletiva, entretanto sabe-se que algumas famílias utilizam parte dos resíduos plásticos e metálicos para artesanato e outras atividades, sem muita expressividade diante do montante de lixo produzido.

Segundo os responsáveis da área de limpeza urbana estima-se que 30% do material são recicláveis e 60% é de origem orgânica, e que o destino dado ao lixo industrial e comercial é descartado no lixão da mesma maneira do lixo urbano. Isto leva a crer que a coleta é feita de modo individual no próprio lixão da cidade, não existindo nenhuma associação de catadores na cidade de Eunápolis. Também existem outros descartes no lixão de Eunápolis como o de lixos hospitalares, tornando permissivo e evidente o risco à saúde pública.

3.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO

O estudo em questão foi desenvolvido no único lixão do município de Eunápolis. Com o crescimento na produção de resíduos sólidos, surgiu também, diante das politicas econômicas e sociais uma massa de excludentes, que passaram a se beneficiar dessa geração, que é a população de catadores de lixo.

Portanto, foram selecionados como população do estudo os catadores de lixo que estiverem no lixão no momento da coleta de dados e obedecerem aos seguintes critérios: possuir 18 anos de idade, ambos os sexos, variados níveis de formação educacional, crenças religiosas e situação conjugal, não levando em consideração o tempo que exerce essa atividade.

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Como forma de captar o ponto de vista e o imaginário dos catadores de lixo sobre as condições e concepções de saúde, entre os vários meios técnicos de abordagem temática foi realizada uma entrevista, por dar oportunidade de diálogo entre o entrevistador e o entrevistado. Alguns desses catadores residem com a família dentro do próprio lixão e outros nos bairros variados do município.

Para realização das entrevistas individuais foi utilizado um questionário semi-estruturado, contendo vinte e oito questões que foi aplicado aos catadores no local de trabalho no próprio lixão, com o tempo estimado de 16 minutos por pessoa para a realização da mesma. Aos catadores foi lido o questionário e registrado sua resposta pela própria pesquisadora. Foram entrevistados todos os catadores que estavam no momento da visita no lixão no qual a mesma aconteceu nos dias vinte e oito de maio e dezoito de julho de dois mil e quatorze das 10:00h as 13:30h.

3.5 PLANO DE ANÁLISE

Os dados foram tratados de forma descritiva, tabulados e analisados através do programa Excel versão 2010 e a análise das questões abertas se deu pela técnica de análise de discurso.

3.6 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo foi desenvolvido respaldando-se na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, regulamentadora das pesquisas com seres humanos, considerando a observância da beneficência, não maleficência, ausência de riscos e prejuízos, com garantia do anonimato aos sujeitos do estudo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia sob nº 516.869.

4 RESULTADOS

O lixão municipal de Eunápolis conta com uma população de cerca de 60 catadores, destes apenas 19 participaram do estudo, o que dá uma amostra de cerca de 32% do total. Da amostra investigada 74% (n=14) eram do sexo masculino e 26% (n=05) feminino, ambos entre a faixa etária de 18 a 60 anos de idade; 68% (n=13) declararam-se pardos e 63% (n=12) dizem possuir um companheiro (a). As demais variáveis que compõem o perfil sociodemográfico dos indivíduos podem ser conferidos na tabela 1.

Tabela 1. Distribuição percentual dos catadores de lixo do município de Eunápolis/BA, segundo variáveis sociodemográfico.

Fonte: Dados coletados pela própria pesquisadora.

Quando questionados sobre a percepção do catador de lixo em relação o que é ter saúde 26% (n=5) não souberam responder e os outros percentuais são mostrados no gráfico 1.

Gráfico 1. Percepção do catador de lixo em relação ao que é ter saúde.

Fonte: Dados coletados pela própria pesquisadora.

Já 53% (n=10) dos catadores relatam que o lixão pode causar problemas à saúde provocando algum tipo de doença as pessoas e pode causar danos ao meio ambiente devido a demora dos materiais para se degradarem. E 47% (n=9) consideram que o lixão não causa problemas nem ao meio ambiente e nem à saúde.

A maioria dos catadores reconhece que o trabalho de catação possui riscos 89% (n=17), apesar de não saberem expressar com clareza exatamente quais são esses riscos e 11% (n=2) acham que não possui riscos e por isso trabalham tranquilos. Os catadores não consideram que corte com vidros e perfurocortantes dentre outros como queda de caminhão sejam acidentes, apenas uma pequena parte relata que várias vezes foram acidentados no trabalho principalmente com vidros e perfurocortante e que ficaram impossibilitados de exercer suas atividades por algum tempo até se recuperarem, como demonstra o gráfico 2.

Gráfico 2. Percentual de catadores que já acidentaram na catação.

Fonte: Dados coletados pela própria pesquisadora.

Os catadores relatam sobre a importância da utilização dos equipamentos de proteção individual para seu trabalho diário, destacando o uso de alguns como podem conferir no gráfico 3.

Gráfico 3. EPIs utilizados pelos catadores.

Fonte: Dados coletados pela própria pesquisadora.

Embora os catadores tenham relatado sobre frequentes dores de cabeça e nas costas, gripe, prurido na pele principalmente nos membros inferiores e superiores, quando indagados se já tiveram alguma doença depois que começaram a trabalhar de catador, 95% (n=18) disseram não, que as doenças que sentem como hipertensão, diabetes e outras já tinham antes de irem trabalhar no lixão. E somente 5% (n=1) diz que sim, sofreu acidente vascular encefálico isquêmico e por isso apresenta dificuldade na fala e também na deambulação.

Ainda foram questionados se já presenciaram algum acidente com seus colegas catadores e 74% (n=14) falaram que não, 26% (n=5) relataram que sim e os mais frequentes são cortes com vidros e perfurocortantes, mas que também ocorre queda de caminhão, além da ocorrência de um acidente onde um catador que cortou o pulso em um vaso sanitário e que apesar de socorrido, não resistiu e morreu no hospital.

Também foi perguntado se quando tem algum problema de saúde busca tratamento, disseram alguns estabelecimento como podem conferir no gráfico 4.

Gráfico 4. Estabelecimento onde os catadores buscam tratamento.

Fonte: Dados coletados pela própria pesquisadora.

Outra questão analisada foi se os mesmos realizam exames de saúde periódicos, quais os exames e de quanto em quanto tempo, grande número disseram que não 89% (n=17), porque é muito difícil para ser atendidos, quando estão sentindo algum problema são tratados com descaso imagina se é só um exame de rotina. E os outros 11% (n=2) responderam que sim, pois entendem a importância de acompanhar seu estado de saúde e por isso de seis em seis meses fazem exames de sangue, fezes e urina.

No que diz a respeito a vacinação 74% (n=14), tomou alguma vacina depois que começou a trabalhar na catação e 26% (n=5) disseram que não, e as vacinas foram influenza, dt, Hep.B e febre amarela, todos os entrevistados responderam que não sabem por quanto tempo estão protegidos com essas vacinas, a não ser a febre amarela que eles sabem que é por dez anos.

Os catadores foram indagados se o trabalho do catador poderia ser melhorado, na opinião dos mesmos 79% (n=15) disseram que sim e 21% (n=4) responderam que não. E de forma esse trabalho poderia ser melhorado 73% (n=11) disseram que com aumento da remuneração do material coletado, 7% (n=1) responderam que poderia ser melhorado com mais assistência da saúde e 20% (n=3) não souberam responder.

No quesito como os catadores percebem a relação entre o lixo e o meio ambiente 11% (n=2) não souberam responder, 42% (n=8) responderam que o lixo prejudica o meio ambiente e 47% (n=9) disseram que não prejudica o meio ambiente, pois o lixo serve de adubo para o solo. Já a questão onde foram questionados se os mesmos achavam que o trabalho de catador contribui para a preservação do meio ambiente apenas 5% (n=1) não soube responder e 95% (n=18) falaram que sim, e de que forma todos disseram que retirando do meio ambiente o material de difícil degradação, e assim dessa maneira estão dando uma contribuição muito significativa ao meio ambiente.

Quando questionados se sua vida tinha melhorado ou piorado depois que passou a ser um catador 84% (n=16) falaram que com certeza melhorou, pois agora mesmo sendo pouca a remuneração eles sabem que tem algum sustento para a família e 16% (n=3) disseram que piorou principalmente porque sentem-se discriminados por muitas pessoas na convivência social. Ao serem questionados sobre o que achavam do trabalho e de ser um catador todos relataram que é um trabalho como outro qualquer, no qual os mesmos extraem o sustento para manter a família e sentem-se honrados e orgulhosos pelo que fazem. Os catadores que participaram da entrevista foram questionados se possuem algum vício e 63% (n=12) disseram que sim e 37% (n=7) responderam que não, desses que responderam os percentuais encontram-se na tabela 2, assim como as dificuldades encontradas e os sonhos dos catadores.

Tabela 2. Distribuição percentual dos catadores de lixo do município de Eunápolis/BA, segundo variáveis abaixo:

Fonte: Dados coletados pela própria pesquisadora.

5 DISCUSSÃO

De acordo RADIS 139 (2014), os números assinalam que maioria dos trabalhadores catadores de lixo são do sexo masculino, trabalho esse que é apontado pela informalidade. No entanto Hoefel et al (2013), averiguaram em seu estudo realizado sobre catadores um percentual maior de mulheres, analisando-as como chefe de famílias e pessoas que exercem a força de trabalho, além de serem jovens em sua fase reprodutiva.

Segundo Alencar, Cardoso e Antunes (2009) frente às mudanças ocorridas no mundo do trabalho devido o processo de globalização econômicas, surge então uma modificação no perfil da classe trabalhadora, onde as empresas cada vez mais exigem um grau de escolaridade maior. E Junior et al (2013), afirma que um dos motivos que leva os catadores a coletarem materiais é justamente a baixa escolaridade. Já Cunha et al (2003), em sua pesquisa, realizada com os catadores constatou um nível bom de alfabetizados, onde 81,25% têm a 1ª fase do ensino fundamental, ensino fundamental e o ensino médio.

BRASIL (2006), afirma que saúde é um completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças, sendo que nos dias atuais não só as ações de prevenção e assistência são importantes mais que também devem agir nas causas que provocam as doenças. No entanto Dall’Agnol e Fernandes (2007), no artigo saúde e o autocuidado diz que as revelações dos catadores afluíram para uma mesma afirmação ter saúde é não ter uma doença grave, compreendendo a saúde apenas na esfera biológica, concordando assim com o gráfico 1 onde os catadores de lixo do município de Eunápolis/Ba tem a mesma percepção.

Quando a disposição final do lixo ocorre de maneira inadequada, surge então o lixão, onde os resíduos sólidos são depositados diretamente no solo, sem nenhum tratamento anterior, pondo em risco o meio ambiente e a saúde pública (LIMA; SILVA, GUERRA; MOUSINHO, 1999 apud CAVALCANTE; FRANCO, 2007). Mas Gonçalves et al. (2013), observou em seu estudo que quando os catadores tem menos tempo de experiência no trabalho de catação no lixão, menor é a preocupação com os riscos provenientes da atividade, pois os mesmos objetivam alcançar maiores lucros concorrendo com os colegas, sem falar que a precariedade de informação sobre os agravos à saúde é maior para estes.

De acordo Hoefel et al (2013), no trabalho dos catadores os acidentes normalmente ocorrem em consequência da precariedade e a falta de condições apropriadas para a execução do trabalho, vários estudos assinalam os acidentes com cortes, perfurações, queimaduras, dermatites, além da alta incidência de intoxicação alimentares e doenças parasitarias. Junior et al (2013), em sua pesquisa analisa que parte dos entrevistados não avalia como acidente de trabalho parte dos componentes expostos, como cortes, quedas dentre outros, acordando assim com o gráfico 2.

Segundo Conceição (2001 apud RAMOS, 2012), o equipamento de proteção individual tem como objetivo proteger os trabalhadores contra os riscos presentes nos setores de trabalho, bem como dar proteção contra as espécies de trabalho incômodas e desconfortáveis, mas é necessária a aceitação do trabalhador em usar o mesmo, por isso, é importante conscientizar através de uma educação e preparação prévia, para que os catadores possam entender a necessidade e os benefícios em sua utilização. No gráfico 3 está a demonstração da utilização dos equipamentos usados pelos os entrevistados.

Os agravos à saúde humana advindos do contato com o lixo, ocorridos devido as várias maneiras de transmissão, principalmente pela atuação dos vetores, dos riscos biológicos e mecânicos (HELLER, 2007 apud RAMOS, 2012). É importante ressaltar que, embora seja mencionada por muitos autores a relação entre os riscos existente no trabalho de catação e diversas doenças e os sintomas relatados pelos os entrevistados, somente uma pequena quantidade de catadores assume que já tiveram alguma doença gerada pelo trabalho com o lixo (PORTO, 2004).

Os catadores em seu cotidiano enfrentam dificuldades, como a falta de um sistema de remuneração, uma renda fixa onde os mesmos possam garantir uma instabilidade financeira, bem como o volume de materiais recolhidos, a rotina de trabalho muito difícil, pois, os mesmos não tem um horário definido nem para a sua chegada, nem tão pouco para sair, além da grande quantidade peso carregada por esses catadores. E ainda não deixando de salientar a deficiência do apoio efetivo da prefeitura e órgãos ambientais (JUNIOR et al,. 2013).

6 CONCLUSÃO

Os catadores de lixo do município de Eunápolis/BA são pessoas carentes que encontraram no trabalho de catação um meio de sobrevivência, com um perfil bem característico dos demais catadores brasileiros, sendo os mesmos, um grupo que resulta da exclusão social, por falta de oportunidades de emprego principalmente pela baixa escolaridade, idade já avançada e a não qualificação profissional para conseguir um novo trabalho, pobreza dentre outros.

Apesar de não serem valorizados devido ao trabalho que realizam, ou pelos gestores, ou pela a sociedade, são pessoas que contribuem de maneira significativa para a preservação do meio ambiente, uma vez que estes coletam materiais de difícil degradação os quais são encaminhadas para reciclagem. Ainda são constantemente explorados e desvalorizados financeiramente pelos compradores de materiais que se tornam os grandes beneficiados, à custa do serviço dos catadores.

Fica bem explícito que os catadores estão longe de ter saúde, pois sabemos que saúde não é apenas a ausência de doenças, mas sim o completo bem-estar físico, mental e social, tendo direito a uma moradia digna, educação, lazer, saneamento básico, emprego etc. No entanto, devido à falta de conhecimento, acreditam ter saúde quando conseguem as condições físicas de exercer suas atividades laborais diariamente, não estando com nenhuma doença que os impeça de trabalhar.

Os catadores no seu cotidiano lidam com os riscos constantes que o lixo oferece, como os riscos físicos, biológicos e químicos, entretanto precisam continuar trabalhando, pois, é da atividade de catação que extraem o sustento para sua família sobreviver. Apesar de não considerarem cortes e perfuração com vidros e perfuros como acidentes, podemos notar que o lixão é um local que propicia para a ocorrência de vários acidentes dos mais simples ao mais complexo, podendo levar até a morte.

Por ser um trabalho favorável ao acidente, faz-se necessário o uso de equipamentos de proteção individual para que possa reduzir os mesmos, e é interessante observar que os catadores entendem a importância de estarem protegidos para evitar situações incômodas que podem ocorrer durante suas atividades, porém é difícil a aquisição desses equipamentos, podemos notar que o uso de botas, luvas e chapéu ainda é muito pouco frequente entre os catadores.

Vale salientar que os catadores encontram muitas dificuldades para executar o seu trabalho, pois além de ser insuficiente o material para o número de catadores, a falta de transporte dentre outros, enfrentam o grande descaso dos gestores municipais que não os apoiam e, segundo verbalizam, não realizam ações que possam os ajudar a melhorar a situação no qual se encontram.

Contudo, são pessoas comuns que sonham um dia ter uma vida melhor, realizando os seus anseios de ter uma casa própria, seu próprio local para trabalhar e contam com o apoio dos gestores para que isso aconteça. Mesmo que excluídos e discriminados por grande parte da população, são pessoas que se sentem honradas pelo que fazem, e consideram o trabalho de catação digno, deixando bem claro em seus relatos, que é bem melhor ser um catador de lixo do que ser alguém que rouba ou um traficante de drogas.

Diante de toda essa problemática que vivem os catadores é necessário sim, mais atenção dos gestores não só municipais, mas nas três esferas do governo a fim de implantar e implementar políticas que possam favorecer os catadores, garantindo seus direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho. Não pode ser esquecido, principalmente, de se preocupar com a saúde dos mesmos. E aos profissionais de saúde da mesma forma que elaboraram a campanha de vacinação no lixão e por isso podemos observar um número bom de catadores vacinados, também pode-se e deve-se implantar um dia de atendimento médico, no intuito de atender aqueles que têm resistência em procurar as unidades de saúde, numa perspectiva de melhorar progressivamente a garantia de um dos mais importantes direitos do cidadão, o exaustivamente mencionado direito a saúde.

7 REFERÊNCIAS

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WALDMAN, E. A. Vigilância em Saúde Pública. Colaboração de Tereza Etsuko da Costa Rosa. Série Saúde & Cidadania, Vol 7. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo: 1998.

ANEXO I

QUESTIONÁRIO

IDENTIFICAÇÃO

1.Nome: ___________________________________________

2. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3. Idade:

( ) De 18 a 29 anos. ( ) De 30 a 45 anos.

( ) De 45 a 59 anos. ( ) Acima de 60 anos.

4. Etnia:

( ) Branco ( ) Negro ( ) Pardo

5. Estado civil:

( ) Casado(a) ( ) Solteiro(a) ( ) Viúvo(a)

( ) Tenho um(a) companheiro(a) ( )Desquitado(a)

6.Naturalidade:_______________________________________________________

7.Tempo de residência em Eunápolis/ Bairro:

8. Grau de escolaridade:( )Analfabeto ( ) Primeiro grau completo ( ) Primeiro grau incompleto ( ) Segundo grau completo ( ) Segundo grau incompleto ( ) Terceiro grau.

9. Composição familiar:

Tem filhos? ( ) Sim ( ) Não. Quantos?

( ) Um filho ( ) Dois filhos.

( ) Três filhos ( ) Quatro ou mais filhos.

10. Quem mora com você?

( ) Sozinho(a) ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Esposa/marido/companheiro(a).

( ) Filhos ( ) Irmãos ( ) Outros parentes ( ) Amigos ou colegas.

SAÚDE/RISCOS NA PERCEPÇÃO DO CATADOR

11. Para você o que é ter saúde?

12. Você acha que o lixão pode causar problemas ambientais e à saúde?

( ) Sim ( ) Não.

Se sim que tipo de problemas?

13. Você acha que o trabalho na catação possui riscos?

( ) Sim ( ) Não

14.Você já se acidentou na catação ?

( ) Sim ( ) Não

Quantas vezes? Conte como foi o acidente?

15. Você utiliza equipamentos de proteção individual (EPIs), necessários para a

realização do trabalho diário? Em caso afirmativo, quais são eles?

( ) Luva ( ) Chapéu ( ) Botas ( ) Aventais ( ) Máscaras ( ) Outros

16. Você já teve alguma doença depois que começou a trabalhar de catador?

Quantas vezes? E qual foi a doença?

17. Você já presenciou algum acidente com os seus colegas catadores?

( ) Sim ( ) Não Como aconteceu?

18. Quando você tem algum problema de saúde, busca tratamento?

( ) Sim ( ) Não

Caso afirmativo, qual o tipo?

( ) Posto de saúde ( ) Hospital municipal ( ) Farmácia

( ) Consultórios particulares ( ) Amigos ou parentes ( ) Outro

19. Você realiza exames de saúde periódicos? Em caso afirmativo, Quais os exames? De quanto em quanto tempo?

20. Você tomou alguma vacina depois que começou a trabalhar na catação? Quais? Você sabe até quando esta protegido por essa vacina?

21. Você tem algum vício?

( ) Sim ( ) Não Que tipo?

( ) Cigarro ( ) Álcool ( ) Outro

22. Na sua opinião, o trabalho do catador poderia ser melhorado?

( ) Não ( ) Sim De que forma?

23. Como você percebe a relação entre o lixo e o meio ambiente?

24. Você acha que o catador contribui para a preservação do meio ambiente?

( ) Não ( ) Sim De que forma?

25. Na sua percepção sua vida melhorou ou piorou depois que passou ser um catador?

26. Quais as principais dificuldades encontradas pelo catador?

27. O que você acha do trabalho e do ser catador?

28. Qual é o seu sonho sendo um catador?

OBRIGADO POR SUA ATENÇÃO E COLABORAÇÃO!

Data: ____/____/____