RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CAPS AD e IA

Data de postagem: Dec 15, 2014 10:53:6 AM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

CLEMACIA ROCHA DE SOUZA FERREIRA

EDJULIA SABINA DOS ANJOS

IANNE COSTA LIMA

LUANA FURLANETE MELO

MAIARA MEIRA CASCALHO

PAULA MARA BOTELHO

PETRONILIA BONIFÁCIO DOS SANTOS

SONARA DE OLIVEIRA SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CAPS AD e IA

EUNÁPOLIS, BA

2014

CLEMACIA ROCHA DE SOUZA FERREIRA

EDJULIA SABINA DOS ANJOS

IANNE COSTA LIMA

LUANA FURLANETE MELO

MAIARA MEIRA CASCALHO

PAULA MARA BOTELHO

PETRONILIA BONIFÁCIO DOS SANTOS

SONARA DE OLIVEIRA SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CAPS AD e IA

Trabalho apresentado ao curso de graduação em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado IV.

Orientação: Diego Leal

EUNÁPOLIS, BA

2014

SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CAPS Ad

2.2 CAPS IA

3 SUGESTÕES CAPS AD E IA

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

.

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, durante muitos anos, as pessoas com problemas psíquicos tiveram seu caminho caracterizado por maus tratos, violência, discriminação e estigma social, levando-os à exclusão social e ao tratamento restrito ao hospital psiquiátrico, provocando perda de identidade e dignidade (FREITAS, et al 2013).

A Reforma Psiquiátrica surgiu no Brasil, a partir da década de 70 como um movimento que repreendia a estrutura asilar, e apresentando propostas individualizadas de assistência em saúde mental, como: garantir os direitos dos pacientes com transtorno mental, auxiliar nas atividades da vida diária, valorizar o sujeito, facilitar trocas sociais, reportar subjetividade, promover autonomia e reinserção do sujeito na sociedade (DAMÁSIO; MELO; ESTEVES, 2008).

Esse movimento na década de 1970 permitiu a constituição de uma política de saúde mental no país, centralizado na reformulação e reorganização da saúde mental, levando a humanização na terapêutica dos usuários, proporcionada com a desinstitucionalização dos insanos internos em sanatórios. Nas décadas de 1980 e 1990, o país passou por alterações no modelo hospitalocêntrico em vigência, fazendo surgir novos objetivos relacionados ao cuidado, passando a dar valor à reinserção social e reabilitação, pautados nos direitos humanos e exercício pleno da cidadania, em aceitação à preparação de políticas públicas e serviços voltados para o novo modelo de cuidado ao doente mental, que passou a ser chamada agora de atenção psicossocial (FREITAS, et al 2013).

Os Centros de Atenção Psicossocial, são serviços públicos de saúde mental, destinados a atender indivíduos com transtornos mentais relativamente graves, esse serviço é uma substituição das internações em hospitais psiquiátricos, e tem como maior objetivo tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população, realizando o acompanhamento clínico, e promovendo a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e fortalecer os laços familiares e comunitários (TOWNSEND, 2002).

O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos ( MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

Frente a isso percebe-se a importância dos CAPS para o portador de doença mental, e ao longo desse trabalho discorremos particularmente sobre os CAPS Ad e o CAPS IA. O CAPS Ad promove um tratamento aos usuários de substâncias psicoativas, enquanto que o CAPS IA promove um tratamento para crianças e jovens com problemas mentais.

Trataremos ao longe deste relatório sobre assuntos pertinentes a esses dois tipos de CAPS, com ênfase no que observamos nas visitas feitas à eles na cidade de Porto Seguro. Levantaremos questões, como funcionamento, equipe, programas e sugestões de melhorias, com o objetivo de tornar conhecido o trabalho nesses CAPS.

.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CAPS Ad

Durante o estágio supervisionado do 10° semestre de enfermagem da Unesulbahia, que foi do dia treze de outubro ao dia três de dezembro nos CAPS de Porto Seguro, Bahia, foram escolhidos dois dias para visitar o CAPS Ad.

Nos dias 29 de outubro e 05 de novembro no período vespertino estagiamos no CAPS AD, localizado no bairro Campinho, durante esses momentos em que estivemos nesse CAPS houve identificação de estrutura física, conhecimento de programas e atividades realizadas e também depoimentos de alguns profissionais a respeito de sua atuação naquela instituição de saúde e esclarecendo para nos o que são CAPS.

É importante saber que os CAPS correspondem a instituições destinadas a acolher pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração cultural, social e familiar, apoiar suas iniciativas por busca de autonomia e oferecer atendimento médico e psicológico. Devem funcionar como articuladores estratégicos da rede de atenção à saúde mental, promovendo vida comunitária e autonomia dos usuários (BRASIL, 2008).

Em março de 2002, foram criados os CAPS ad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) que são serviços de atenção psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, devendo oferecer atendimento diário, intensivo, semi-intensivo ou não intensivo (BRASIL, 2004).

Estatísticas demonstram que o consumo do álcool e outras drogas, exceto tabaco, respondem por 12% de todos os transtornos mentais graves na população acima de 12 anos no Brasil, sendo o impacto do álcool dez vezes maior se comparado ao conjunto das drogas ilícitas ( AZEVEDO; MIRANDA, 2010).

O Brasil, por intermédio do Ministério da Saúde, adotou a política de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, exigindo a busca de novas estratégias de contato e de vínculo com o usuário e sua família, além do reconhecimento de suas

características, necessidades e vias de administração de drogas, objetivando o desenho e implantação de múltiplos programas de prevenção, educação, tratamento e promoção de fácil adaptação às diferentes necessidades ( AZEVEDO; MIRANDA, 2010).

É importante salientar ainda que o CAPS AD atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes (BRASIL, 2003).

De acordo com Souza; Kantorski (2007) os objetivos dos CAPS AD são: atendimento diário dos usuários dos serviços; redução de danos; cuidados personalizados; atendimento das modalidades intensiva, semi-intensiva e não intensiva; condições para o repouso e desintoxicação ambulatorial; cuidados aos familiares dos usuários dos serviços; promover, mediante diversas ações a reinserção social dos usuários; trabalhar os fatores de proteção para o uso e dependência de substancias psicoativas, buscando minimizar a influencia dos fatores de risco; trabalhar a diminuição do estigma e preconceito relativos ao uso de substancias psicoativas, mediante atividades de cunho educativo/preventivo.

Para se alcançar os objetivos traçados pelos CAPS AD se faz necessária a realização de algumas atividades como: atendimento individualizado (medicamentoso, psicoterápico, de orientação); atendimento em grupo; oficinas terapêuticas; visitas domiciliares; perspectiva individualizada e prevenção (SOUZA; KANTORSKI, 2007).

Esses serviços, conforme preconiza o Ministério da Saúde, devem contar com planejamento terapêutico individualizado de evolução contínua, possibilitando intervenções precoces, além de apoio de práticas de atenção comunitária e de leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Vale ressaltar que a multidisciplinaridade nesses serviços é de fundamental importância para que os atendimentos possam ser mais humanizados, visando à liberdade e autonomia das pessoas e não a reprodução de discursos (ALVERGA; DIMENSTEIN, 2006).

Quanto a composição da equipe multiprofissional do CAPS AD o Ministério da Saúde (2013) dispõe que a equipe mínima seja composta por: 01 médico psiquiatra; 01 enfermeiro com formação em saúde mental; 01 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas; 04 profissionais de nível universitário , 06 profissionais de nível médio (BRASIL, 2011).

Pudemos presenciar a prática de artesanatos, (oficina terapêutica) realizados pelos pacientes como forma de implementar o projeto terapêutico dos mesmos. Uma pesquisa de campo realizada no Estado do Espírito Santo a respeito da atuação do enfermeiro nos grupos terapêuticos dos CAPS AD revelou que dentre as dificuldades citadas pelos profissionais enfermeiros para realizar os grupos terapêuticos nos CAPS ad está a escassez de material para realização de dinâmicas, trabalhos manuais, confecção de cartazes, visualização de vídeos e filmes, levando-os a fazer um investimento pessoal no serviço (BOURGUIGNON; GUIMARÃES; SIQUEIRA, 2010 ).

Desta forma, percebe-se que ainda existem dificuldades a serem ultrapassadas, mas que desde a Reforma Psiquiátrica, a assistência aos portadores de sofrimento psíquico vem passando por fortes mudanças, deslocando-se a centralidade dada à loucura para um sujeito real, de direitos, aspirações e anseios, integrante de uma família e inserido em uma certa comunidade. As oficinas terapêuticas são avanços na psiquiatria que permitem a possibilidade de projeção de conflitos internos/externos por meio de atividades artísticas, com a valorização do potencial criativo, imaginativo e expressivo do usuário, além do fortalecimento da autoestima e da autoconfiança, a miscigenação de saberes e a expressão da subjetividade (AZEVEDO; MIRANDA, 2011).

Dessa forma, destaca-se o acolhimento dos usuários e o projeto terapêutico individual, construído e idealizado conforme as necessidades de saúde/doença e realidade social encontrada, além do atendimento individual e de grupo. Como atividades coletivas destaca-se: as oficinas terapêuticas, os encontros e os passeios externos ao CAPS, as festividades em datas comemorativas, as assembleias e as reuniões, as atividades artísticas (expressão corporal, gestual, musical (AZEVEDO; MIRANDA; 2011).

Segundo Tavares (2003) nos CAPS, a arte em suas várias expressões vem sendo utilizada nas oficinas terapêuticas, embora em alguns casos a apropriação do seu campo conceitual pelos técnicos em saúde mental ainda ocorra de forma incipiente. A arte é capaz de produzir subjetividades, catalisar afetos, engendrar territórios desconhecidos e/ou inexplorados. Ainda que haja indefinição por parte dos profissionais da área quanto às formas de compreensão da relação entre arte e terapia, o seu valor na reabilitação está na possibilidade do usuário trabalhar e descobrir suas potencialidades para conquistar espaços sociais.

As oficinas em Saúde Mental podem ser consideradas terapêuticas quando possibilitarem aos usuários dos serviços um lugar de fala, expressão e acolhimento. Além disso, avançam no caminho da reabilitação, pois exercem o papel de um dispositivo construtor do paradigma psicossocial (TAVARES, 2003).

A implantação dos CAPS representa um avanço nos tratamentos destinados às pessoas portadoras de transtornos mentais, e a regulamentação dos serviços destinados aos usuários de álcool e outras drogas representa um início para quebrar com paradigmas relacionados à figura dos dependentes químicos, muito associada à criminalidade e justiça (SILVA, 2004).

No entanto, entende-se, também, que o CAPS AD possui limitações, no sentido de estrutura física, pois se pôde perceber através do que foi visualizado que a estrutura física não é suficiente para a realização de todas as atividades necessárias pelos pacientes, além de, que os cômodos já existentes tem espaço limitado para a quantidade de usuários do serviço.

Nesse sentido, sabe-se que está entre os objetivos do CAPS AD propiciar condições para o repouso e desintoxicação ambulatorial, sendo assim fica resolvido pelo Ministério da Saúde (2013) que todos os CAPS poderão ter ao menos 01 quarto com duas camas e banheiro para atender usuários que estejam em situação de crise e necessitem de maior atenção. O número de quartos é superior para os CAPS III e para os CAPS ad III, já que devem possuir capacidade para acolhimento em tempo integral (BRASIL, 2003).

A equipe técnica mínima para atuação no CAPs AD (álcool/droga) para atendimento de 25 (vinte e cinco) pacientes por turno, tendo como limite máximo 45 (quarenta e cinco) pacientes/dia, será composta por: médico psiquiatra, 1 enfermeiro, 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas; 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais ( psicológo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico); 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão; auxiliar administrativo, cozinheira, auxiliar de cozinha, oficineira, recepcionita, auxiliar de serviços gerais e porteiro (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

A equipe multidisciplinar é fundamental para a recuperação e reabilitação dos usuários do CAPS, sendo que cada um exerce uma função relevante na evolução da cura da doença e reintegração do paciente na sociedade (GOMES, 2008).

Uma pesquisa de campo realizada com os familiares dos usuários do CAPS Ad, no município de Natal-RN, a respeito do que os familiares achavam do atendimento ofertado, demonstrou que os familiares entrevistados perceberam mudanças significativas de melhorias na forma de tratar o seu familiar, não mais amparada no tratamento manicomial ou simplesmente no afastamento da substância psicoativa, inspirado em um modelo de exclusão, negação da doença e da expressão de subjetividade. Eles identificaram que o tratamento recebido nos CAPSad favorece melhoras substanciais nas condições de vida e de saúde de seu familiar usuário e nas relações familiares dentro e fora do lar, ainda que seja detectada no desenvolvimento das atividades terapêuticas a necessidade de ajustes e de aumento da oferta ( AZEVEDO; MIRANDA, 2010).

2.2 CAPS IA

Nos dias 10 e 12 de novembro foi realizado o estágio supervisionado no CAPS IA no bairro Cambolo, sob supervisão do professor Diego Leal. Fizemos reconhecimento da unidade, e conhecemos o seu funcionamento e programas.

Foi nos explicado pela psicóloga, pela assistente social e pela enfermeira a respeito do funcionamento das atividades realizadas, e a respeito da Unidade de Acolhimento em que as mesmas encaminham alguns jovens para esse serviço.

A Unidade de Acolhimento é um serviço residencial, uma casa. Nessa perspectiva, é um espaço projetado para o acolhimento, a hospitalidade, a convivência e é fundamental considerar que a possibilidade de “habitar” e de “trocar identidades”, no sentido de produção de local de enriquecimento das redes sociais, constituem eixos centrais na proposição de “reabilitação como cidadania” (SARACENO, 1999).

A Unidade de Acolhimento (UA), instituída pela Portaria GM/MS n. 121, de 25 de janeiro de 2012, oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento de vinte e quatro horas, em ambiente residencial e objetiva oferecer acolhimento voluntário e cuidados contínuos para pessoas com necessidades decorrentes de uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, acompanhadas nos CAPS, em situação de vulnerabilidade social e/ou familiar e que demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório. O período de permanência pode ser de até seis meses, de acordo com o projeto terapêutico singular que está sendo desenvolvido e discutido com o CAPS de referência (BRASIL, 2012).

Em relação ao CAPS IA percebemos alguns problemas nos dias que visitamos o local, como falta de atividades para as crianças, falta de união da equipe, falta de amor pelo que fazem por parte de alguns profissionais, e entre outros problemas. Lembrando que tais problemas não podem ser levados tanto em conta, visto que passamos pouco tempo nesse local, e possam se tratar apenas de problemas momentâneo. Mas diante do que vimos percebemos a necessidade de que sejam desenvolvidas atividades recreativas diariamente para essas crianças, além de ter uma educação permanente para a equipe, objetivando falar da importância da união da equipe e de terem um compromisso com o atendimento prestado.

O CAPS IA atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões com população acima de setenta mil habitantes (BRASIL, 2002).

A equipe multiprofissional mínima é composta por: 01 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental; 01 enfermeiro, 04 profissionais de nível superior, 05 (cinco) profissionais de nível médio (BRASIL, 2002).

Acolhimento inicial realizado pelo CAPS IA e presenciado por nós, compreende o primeiro atendimento, por demanda espontânea ou referenciada, incluindo as situações de crise no território; consiste na escuta qualificada, que reafirma a legitimidade da pessoa e/ou familiares que buscam o serviço e visa reinterpretar as demandas, construir o vínculo terapêutico inicial e/ou corresponsabilizar-se pelo acesso a outros serviços, caso necessário (BRASIL, 2005).

Também foi por nós acompanhado o atendimento individual que é a atenção direcionada aos usuários visando à elaboração do projeto terapêutico singular ou que dele derivam. Comporta diferentes modalidades, incluindo o cuidado e acompanhamento nas situações clínicas de saúde, e deve responder às necessidades de cada pessoa. Percebeu-se que esse é um momento de grande importância visto que é definitivo para o traçar do projeto terapêutico individual que irá contribuir definitivamente para estabilidade do paciente (BRASIL, 2011)

Já Atendimento em grupo para familiares e pacientes, também presenciado, são ações desenvolvidas coletivamente, como recurso para promover sociabilidade, intermediar relações, manejar dificuldades relacionais, possibilitando experiência de construção compartilhada, vivência de pertencimento, troca de afetos, autoestima, autonomia e exercício de cidadania. É um momento de interação entre os familiares e que pode-se perceber que os agradam muito o fato de haver a troca de experiências e formas de lidar com as diversas situações (BRASIL, 2012).

É realizado também no CAPS IA o matriciamento de equipes dos pontos de atenção da atenção básica, urgência e emergência, e dos serviços hospitalares de referência que representam apoio presencial sistemático às equipes que oferte suporte técnico à condução do cuidado em saúde mental através de discussões de casos e do processo de trabalho, atendimento compartilhado, ações intersetoriais no território, e contribua no processo de cogestão e corresponsabilização no agenciamento do projeto terapêutico singular (BRASIL, 2002).

Foi de grande importância o período de estágio no CAPS IA, visto que o conhecimento acrescentado e o crescimento profissional são imprescindíveis para nós estagiários, além de ter sido um momento de percepção a respeito do público assistido, pois percebeu-se que a grande maioria dos pacientes não possuem transtornos mentais, mas sim problemas comportamentais, sem relação com patologia mental, e os familiares procuram o serviço do CAPS para serem ajudados a lidar com essa situação.

3 SUGESTÕES CAPS AD E IA

Maior inclusão dos familiares no programa terapêutico pois muitos familiares têm o desejo de aumentar o seu leque de possibilidades, mas são barrados pela falta de ampliação de outras formas participativas, em virtude da infraestrutura ou gestão organizacional deficitária, incapazes de incluí-los nos momentos de atividades (AZEVEDO; MIRANDA, 2010)

Elaboração de atividades de educação permanente direcionadas aos profissionais e fortalecimento do vínculo entre a equipe, o trabalho em equipe exige uma construção coletiva das ações em saúde, em que as dificuldades estão presentes e precisam ser superadas. A formação de uma equipe permite a troca de informações e a busca de um melhor plano terapêutico ( DUARTE; VALE; STENERT, 2014)

Emponderamento nas oficinas terapêuticas organizando um espaço para desenvolvimento das atividades grupais de socialização, expressão e inserção social, visando proporcionar ao paciente a aquisição, preservação e expansão de sua autonomia ( BRASIL, 2006) .

CONCLUSÃO

A partir da construção deste trabalho passamos a compreender com uma maior profundidade a respeito do funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que são instituições brasileiras que objetivam substituir os hospitais psiquiátricos e seus métodos para cuidar de afecções psiquiátricas. Os CAPS, foram instituídos juntamente com os Núcleos de Assistência Psicossocial (NAPS), através da Portaria/SNAS nº 224 - 29 de Janeiro de 1992, atualizada pela Portaria nº 336 - 19 de Fevereiro de 2002.

Os CAPS correspondem a um modelo proposto na Itália, em Trieste, e que está sendo construído e adaptado no Brasil desde 1986. Os Centros de Atenção Psicossocial são serviços públicos de saúde mental, destinados a atender indivíduos com transtornos mentais relativamente graves. Esse serviço é uma substituição as internações em hospitais psiquiátricos, e tem como maior objetivo tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população, realizando o acompanhamento clínico, e promovendo a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laços familiares e comunitários.

Percebe-se assim que os CAPS desempenham um papel de vital importância para os doentes mentais e seus familiares, os auxiliando no tratamento e na reinserção na sociedade.

Os CAPS AD e IA, em especial, foram discutidos ao longo do trabalho, deixando claro o seu funcionamento e a sua importância, além de, sugestões para sua melhoria na cidade de Porto Seguro.

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REFERÊNCIAS

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FREITAS, L.A, et al. Musicoterapia como modalidade terapêutica complementar para usuários em situação de sofrimento psíquico. Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(12):6725-31, dez., 2013.

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