DIFICULDADES PSICOSSOCIAIS PARA O PORTADOR DE HANSENÍASE.

Data de postagem: Dec 11, 2017 9:20:54 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

ARIANE PORTO LEAL

DIFICULDADES PSICOSSOCIAIS PARA O PORTADOR DE HANSENÍASE.

EUNÁPOLIS, BA

2017

ARIANE PORTO LEAL

DIFICULDADES PSICOSSOCIAIS PARA O PORTADOR DE HANSENÍASE.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador: Profª Diego da Rosa Leal

EUNÁPOLIS, BA

2017

ARIANE PORTO LEAL

DIFICULDADES PSICOSSOCIAIS PARA O PORTADOR DE HANSENÍASE.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Prof. Esp. Diego da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Prof. Esp. Johan Paulo Rodrigues da Silva (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Prof. Esp. Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Prof.ª Esp. Maria Cristina Marques

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Eunápolis- BA, 08 de Dezembro de 2017.

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho a Jesus Cristo, pois sem Ele eu não teria conseguido vencer as minhas dificuldades, obrigada meu Deus.

Agradeço á minha família, aos meus tios e tias, a minha mãe, que sempre me deu apoio e ao meu irmão que sempre me ajudou nos momentos difíceis.

Ás minhas amigas Rose, Naiara e Pâmela que sempre me motivaram e ajudavam quando eu precisava.

Ao orientador Diego Leal, pelas palavras de incentivo, paciência, e por sempre acreditar em mim.

A todos os professores do curso, que foram muito importantes para o meu aprendizado.

A todos aqueles que de alguma forma colaboraram para conseguisse alcançar as minhas metas. O meu muito obrigado!!

EPÍGRAFE

A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!

Florence Nightingale.

RESUMO

A hanseníase é uma das enfermidades mais antigas da história e provocando elevada descriminação social, causando consequências psicossociais para o portador, necessitando este de um cuidado mais humanizado. Elaborou-se a seguinte pergunta de pesquisa: o portador de hanseníase sofre preconceitos psicossociais?. O objetivo geral deste trabalho é Identificar na literatura científica brasileira as dificuldades psicossociais aos quais o portador de hanseníase esta sujeito na sociedade moderna. Essa pesquisa é uma revisão integrativa da literatura, desenvolvida através dos descritores: Enfermagem, Hanseníase, Psicologia e Pessoas com deficiência, resultou em 24 artigos extraídos na base de dados Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online; Esses estudos foram publicados entre os anos de 2010 a 2017. Evidenciou-se a importância de se realizar uma abordagem humanizada e criteriosa, visto que os portadores dessa enfermidade sofrem enfrentam algumas dificuldades psicossociais, tais como: o preconceito, problemas na sua capacidade de trabalho, na independência, no sustento da casa, discriminação social, implicações sexuais e psicológicas, necessitando que o enfermeiro esteja capacitado para realizar um atendimento mais holístico.

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Descritores: Enfermagem, Hanseníase, Psicologia, Pessoas Com Deficiência.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

.LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Distribuição da produção científica a respeito das dificuldades psicossociais encontradas pelo paciente com hanseníase.............................................................................................................35

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LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

    1. SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO12

2 OBJETIVOS14

2.1 GERAL14

2.2 ESPECÍFICOS14

3 REVISÃO DE LITERATURA15

3.1 HANSENÍASE 15

3.1.1 Manifestações clínicas e classificação 16

3.1.1.1 Hanseníase indeterminada 18

3.1.1.2 Hanseníase tuberculóide18

3.1.1.3 Hanseníase virchowiana19

3.1.1.4 Hanseníase dimorfa20

3.1.1.5 Multibacilar e Paucibacilar20

3.1.2 Diagnóstico e tratamento 20

3.1.3 Reações hansênicas23

3.2 AS CONSEQUENCIAS PSICOSSOCIAIS NAS DEFORMIDADES DA HANSENÍASE25

3.2.1 Estigma da hanseníase 25

3.3 AÇÕES DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE E NA ABORDAGEM HUMANIZADA DO PORTADOR DE HANSENÍASE27

3.3.1 Prevenção de incapacidades 29

4 METODOLOGIA31

5 RESULTADOS 34

6 DISCUSSÃO 39

CONCLUSÃO 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46

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    1. INTRODUÇÃO

A hanseníase é vista como uma das moléstias mais arcaicas e que tem um alto potencial de causar estigma nos indivíduos, sendo uma enfermidade tida como um problema de saúde pública de várias nações subdesenvolvidas. Neste sentido, o Brasil atingiu no ano de 2013 mais de 33 mil casos novos, se tornando, mundialmente, a segunda nação com um quantitativo maior de casos de hanseníase (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2014).

Neste sentido, alguns estudos sobre a situação epidemiológica da doença no Brasil que foram realizados pelo Ministério da Saúde mostram que, entre 2001 e 2008, foram detectados 370.162 casos novos, concentrados em 1.173 municípios brasileiros, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, que registraram 53,5% das novas ocorrências detectadas entre 2005 e 2007 (LANA et al, 2009).

O número de casos novos de hanseníase na Bahia em 2015 foi de 2.540. No mesmo ano, o município de Eunápolis, localizada no estado da Bahia, obteve uma taxa de detecção anual de casos de hanseníase por 100.000 habitantes de 45,06 casos novos de hanseníase, sendo considerada hiperendêmica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

A hanseníase pode ocasionar incapacidades as quais pode evoluir para deformidades, que causa vários problemas para o portador da doença, tais como: redução do rendimento de trabalho, vida social limitada, complicações psicológicas ocasionadas pelo preconceito, mesmo após se obter muitas informações (BRASIL, 2008).

Nesse contexto, amparar consiste em dar atenção ao doente em todas as suas dimensões física, psicológica e social, buscando ouvi-lo, valorizando a suas queixas, verificar suas necessidades, incluir a família no acolhimento e tentar dar informações ao usuário e a família sobre todos os tipos de tratamento. Ao amparar um usuário, a equipe de saúde mostra sua responsabilidade perante ele e seu tratamento. (MERHY, 2004).

Os enfermeiros são responsáveis pelo controle da hanseníase na Estratégia de Saúde da Família, na qual exerce uma função estratégica de promover uma assistência aos pacientes, desenvolvendo ações na prevenção e no controle da hanseníase, associando a busca e diagnóstico dos casos e tratamentos, prevenção de incapacidades, administração do controle e sistema de registro da vigilância epidemiológica (BRASIL, 2011).

Diante disso, elaborou-se a seguinte pergunta de pesquisa: O portador de hanseníase sofre preconceitos psicossociais?

Esse trabalho justifica-se na tentativa de causar uma sensibilização aos profissionais de saúde, principalmente ao Enfermeiro, no que diz respeito ao cuidado humanizado aos portadores de hanseníase, visto que o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase e que há uma necessidade de um cuidado holístico, pois é uma doença que traz consequências psicossociais para o portador, devido ser uma doença estigmatizante, ressaltando que o enfermeiro realiza um papel fundamental na prática das políticas de controle e tratamento dos pacientes, tendo em vista que o mesmo opera nas práticas de políticas de controle e na terapêutica dos enfermos.

No momento em que o indivíduo fica doente, por vezes precisa de vários tipos de atenção e acaba se tornando mais vulnerável, no que diz respeito a hanseníase a vulnerabilidade aumenta ainda mais, por causa da descriminação da sociedade que estão relacionadas com as incapacidades provocadas por essa patologia. O cuidado de enfermagem necessita ser continuado e humanizado, incluindo de forma ampla os aspectos do portador de hanseníase.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar na literatura científica brasileira as dificuldades psicossociais aos quais o portador de hanseníase está sujeito na sociedade moderna.


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    • Descrever os aspectos gerais da hanseníase evidenciando a classificação, diagnóstico e tratamento.

    • Discorrer sobre as consequências psicossociais do portador de hanseníase.

    • Relatar as ações do enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família no controle e na abordagem humanizada ao portador de hanseníase.

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    1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença contagiosa, infecciosa, de progressão lenta, com período de incubação de em média de 2 a 7 anos, ocasionada pelo bacilo Mycobacterium leprae, o qual atinge a pele e os nervos periféricos, especialmente em olhos, mãos e pés, o que proporciona uma das características principais da doença causando incapacidade física que pode progredir para deformidades; possui elevada infectividade e pequena patogenicidade, ou seja, muitos indivíduos são infectados e poucos desenvolvem a doença (PARDINI; FREITAS, 2008).

O Brasil é o segundo país no mundo com maior número de casos de hanseníase sendo considerado um grave problema de saúde pública. Ao atingir a pele e nervos periféricos pode levar a sérias incapacidades e consequentemente isolamento do portador na sociedade (BRASIL, 2011).

Neste sentido, essa doença possui sinais e sintomas dermatoneurológicos, que varia entre as duas formas estáveis (tuberculóide e virchowiano), com formas intermediárias instáveis. Além disso, esta enfermidade possui uma classificação operacional que se divide em dois grupos: paucibacilares e multibacilares, sendo de fundamental importância para que possa definir o tratamento com a poliquimioterapia (PQT) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000).

Em vários países ainda permanece um medo da lepra, baseado em seu histórico não-científico, menções bíblicas e acréscimos não-bíblicos que conduzem a crenças, tabus e impedimentos, privação de direitos sociais e legais, separação e isolamento dos familiares, afastamento do trabalho e discriminação ao logo da vida (BROWNE, 2003).

A transmissão da doença inicia-se com os pacientes multibacilares, os quais não começaram o tratamento específico. Quando o doente inicia o tratamento quimioterápico, o mesmo para de transmitir, interrompendo a cadeia de transmissão. Nas primeiras doses da medicação, faz com que os bacilos tornem-se inviáveis, tornando-se incapazes de contaminar outros indivíduos (NASCIMENTO et al, 2011).

Deve ser notificada assim que for diagnóstica a doença, pois a saúde pública tem um grande interesse, já que atinge toda faixa etária economicamente ativa, devido à mesma ser considerada incapacitante (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000).

A hanseníase possui cura e quanto mais depressa à mesma for diagnosticada e tratada, mais rápido o paciente a obterá. Nem sempre os indivíduos desenvolvem a doença, devido ter uma alta imunidade contra o Mycobacterium leprae, e as que adoecem, o nível de imunidade altera e determina o desenvolvimento da doença (BRASIL, 2008).

Pode acontecer em qualquer classe social, independente de sexo e idade, mas a incidência é maior nas classes socioeconômicas mais desfavorecidas, com baixos níveis de instrução, nutrição e moradia. Continua sendo um grande problema na saúde pública, devido á sua extensão, por acometer a faixa economicamente ativa (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000).

3.1.1 Manifestações clínicas e classificação

Ao entrar nos nervos periféricos o bacilo pode causar ulcerações nas plantas dos pés e nas mãos, alopecia, até mesmo na sobrancelha e cílios e ausência da sensibilidade nas extremidades, geralmente nas mãos, pés e olhos. Além disso, existem outros sintomas relacionados como: dor e espessamento dos nervos periféricos, falta da força nos músculos inervados comprometidos, especialmente nos membros inferiores e superiores e nas pálpebras (GODINHO et al,2014).

As manifestações clínicas da hanseníase são manchas descoradas, vermelhas, com redução ou ausência da sensibilidade, desaparecimento da produção de suor, caroços, engrossamento e dor dos nervos periféricos, redução ou queda de pelos, coceira, falta de rigidez dos músculos que são inervados pelos nervos, inchaço de mãos e pés e bolhas na pele (BRASIL,2002).

Além disso, a hanseníase é uma patologia infecciosa, sistêmica que atinge os nervos periféricos principais levando a neurite, que pode não manifestar sinais e sintomas ou pode ocasionar dor intensa, inchaço, sensibilidade excessiva e paralisia muscular (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000).

A Neurite é definida como uma "inflamação dos nervos", mas possui um sentido característico, que significa a existência de dor, espontânea ou à palpação, em um tronco nervoso, seguida ou não de comprometimento da função ou mesmo o acometimento isolado da função nervosa, identificado no exame sequencial do paciente, sem presença de dor. Além disso, a neurite pode ter pouca ou não haver lesão do nervo, ocasionando principalmente durante os eventos reacionais (PIMENTEL et al, 2004).

A ausência da sensibilidade causa à dormência e a falta da força muscular, provocando paralisia nas regiões inervadas pelos nervos comprometidos. Uma vez não instituído o tratamento, esse acometimento neural pode desencadear incapacidades e deformidades (GODINHO et al,2014).

A patogenia modifica com a forma clínica da hanseníase. Assim, na hanseníase tuberculóide, o dano nervoso está relacionado à hipersensibilidade de tipo retardado contra os antígenos do Mycobacterium leprae que estão presentes nos nervos, com desenvolvimento de granulomas de células epitelióides e, ocasionalmente, necrose (PIMENTEL et al, 2004).

As incapacidades podem ser classificadas em grau I e II. No grau I pode ser identificada quando há ausência da sensibilidade protetora, tanto dos olhos quanto dos membros superiores e inferiores, já no grau II o enfermo pode manifestar ectrópio, lagoftalmo, triquiase, opacidade corneana central, acuidade visual menor que 0,1 ou perda da capacidade de contar dedos. Além disso, pode manifestar nas mãos, danos tróficos ou traumáticos, reabsorção ou mão caída, garras. E nos pés, podem aparecer semelhante lesões tróficas ou traumáticas, garras, reabsorção e também pé caído e contraturas do tornozelo (GODINHO et al.,2014).

3.1.1.1 Hanseníase indeterminada

A forma indeterminada é a primeira fase da moléstia, pode ser caracterizada por manchas esbranquiçadas, com mudanças na sensibilidade, que pode provocar queda de pelos. Os danos podem ser vários ou apenas um, com beiras indefinidas e sem mutações dos troncos nervosos (OPRAMOLLA, 2000).

3.1.1.2 Hanseníase tuberculóide

Os danos cutâneos da forma turbeculóide, são manifestadas por meio de placas bem demarcadas, avermelhadas e comumente com contornos de fora aumentados e com núcleo sem presença de anormalidade, manifestando mudanças na sensibilidade, redução ou ausência da produção de suor e queda de cabelos ou pelos (LASTÓRIA; ABREU,2012).

Ocorre nessa forma o espessamento do tronco nervoso e dano neural sério e precoce, especialmente quando acomete nervos sensitivo-motores. A baciloscopia apresenta-se negativo. As formas HI e HT representam as formas paucibacilares da hanseníase. Na HT existe a possibilidade de cura espontânea, mas é recomendado que todos os casos sejam tratados, a fim de diminuir o tempo de progressão da patologia e o risco de causar dano neural (ARAÚJO, 2003).

3.1.1.3 Hanseníase virchowiana

É definida como uma forma multibacilar, esta representada pelo polo de baixa resistência, incluindo no espectro imunológico da doença. Então, se apresenta em pessoas que estão com baixa imunidade para o Mycobacterium leprae. A HV pode se desenvolver a partir da forma indeterminada ou manifestar desse modo desde o começo. A progressão lenta da HV é representada pela infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das vias aéreas superiores, olhos, testículos, nervos, podendo atingir também os linfonodos, o fígado e o baço (ARAÚJO, 2003)

Na forma virchoviana, o acometimento confluente dos nervos pode aparentar uma polineuropatia.Neste sentido, os nervos cranianos também podem ser comprometidos, ainda que o sejam em mínima frequência. As decorrências deste envolvimento, porém, possui ampla repercussão clínica, tal como dos ramos do nervo trigêmeo responsáveis pela inervação da córnea e do ramo zigomático do nervo facial (ALVES; FERREIRA; NERY FERREIRA, 2014).

Ocorre presença de fácies leonina, comprometimento nervoso nos ramúsculos da pele, na inervação vascular e nos troncos nervosos. Os dois últimos vão manifestar deficiências funcionais e sequelas tardias. Neste sentido, a HV possui alguns sinais precoces, tais como: obstrução nasal, rinorréia serossanguinolenta e inchaço em membros inferiores. Além disso, o HV possui baciloscopia bastante positiva e corresponde aos casos que nunca fizeram tratamento, é um significativo foco de infecção ou reservatório dessa patologia (ARAÚJO, 2003).

No começo da doença, há dano preferencial das células de Schwann tanto das fibras mielinizadas quanto as amielínicas –, de tal maneira que o dano é primariamente mielínico. Contudo, progressivamente, começa a ocorrer acometimento axonal, quer de forma lenta e progressiva, quer rapidamente como nas neurites. Os problemas sensitivos antecedem os distúrbios motores, mas todas as modalidades de fibras podem ser comprometidas, desde as fibras não mielinizadas neurovegetativas e nociceptivas até as sensitivas discriminativas e as fibras motoras (ALVES; FERREIRA; NERY FERREIRA, 2014).

    1. Hanseníase dimorfa

Esta forma é representada por sua instabilidade imunológica, o que faz com que ocorra alta variação nas manifestações clínicas, podendo acometer na pele, nos nervos ou comprometimento sistêmico. Podendo haver características misturadas das formas HV e HT pode ocorrer à predominância de uma ou de outra forma clínica. Esta forma manifesta-se através de manchas hipocrômicas com bordas ferruginosas, manchas eritematosas ou acastanhadas, placas eritematosas e placas eritema-ferruginosas (ARAÚJO, 2003).

    1. Multibacilar e paucibacilar

A hanseníase é classificada como Multibacilar (HV ou HD) quando se manifesta em vários locais do corpo ou quando acomete mais de um tronco nervoso, já a forma paucibacilar (HI ou HT) é caracterizada por acometimento de apenas um tronco nervoso e somente em um local anatômico (BRASIL, 2017).

    1. Diagnóstico e tratamento

Neste sentido, o diagnóstico pode ser realizado através dos sinais e sintomas, exame clínico baseado na anamnese, é realizado também um exame físico bem detalhado, fazendo a inspeção da pele, os olhos, verificando a sensibilidade superficial da força muscular dos membros superiores e inferiores. Neste sentido, as lesões cutâneas são classificadas em quatro formas clínicas que podem ser usadas por profissionais especializados e em investigação científica na área (BRASIL, 2008).

O diagnóstico diferencial é feito através de baciloscopia, tendo que ser realizado em cada paciente que houver suspeita da patologia, podendo não ter indício do aparecimento do Mycobacterium leprae nas lesões da hanseníase. O exame baciloscópico é usado como exame complementar para os casos de MB e PB. O resultado positivo da baciloscopia indica hanseníase multibacilar, sem importar a quantidade de lesões. Há também o exame histopatológico que é utilizado como reforço na elucidação diagnóstica e em pesquisas (BRASIL, 2008).

É essencial que seja realizado o exame da superfície do corpo, para detectar os locais atingidos pelas lesões na pele. Deve ser feito uma investigação nestas lesões como tátil, térmica e dolorosa, se completando. Neste sentido, a procura de sensibilidade nos locais acometidos, precisa ser feito com exatidão e paciência, porque é uma ferramenta de essencial importância para o diagnóstico (NASCIMENTO et al., 2011).

Para parar o contágio, fechar o ciclo epidemiológico, prevenir as incapacidades é necessário que se realize o tratamento, garantindo a recuperação e reabilitação social e física do portador de hanseníase (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2008).

O SUS oferece através da Unidade Básica de Saúde, a terapêutica, que consiste nas drogas dapsona, rifampicina e clofazimina; dependendo de cada caso, há mudanças na composição dos fármacos, sendo paucibacilar adulto, multibacilar adulto, paucibacilar infantil, multibacilar infantil (BRASIL, 2008a).

Desse modo, quando o enfermo possui até cinco manchas na pele é caracterizado como paucibacilar, sendo medicado com rifampicina e a dapsona, com uma dose de rifampicina de 600 mg mensalmente, a qual é monitorada pelo profissional e com dapsona apenas uma dose monitorizada e 100 mg diariamente, acabando a terapeutica com seis doses monitoradas no período até nove meses (BRASIL, 2002).

Já em crianças é realizado um tratamento com uma dosagem mensal de rifampicina 450 mg, com a administração monitorizada, e dapsona 50 mg mensalmente monitorizada, e diariamente com uma dose de 50mg (BRASIL, 2010a).

Os portadores que apresentam mais de cinco manchas são considerados como multibacilar, onde é utilizada o tratamento de combinação de três medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina; uma dose de rifampicina no mês de 600 mg, 2 cápsulas de 300 mg com a dosagem supervisionada; uma dose de clofazimina no mês de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração supervisionada, além disso, uma dose diária de 50 mg pelo próprio cliente; e a dapsona com dose mensal de 100 mg supervisionada e uma dose diária de 100 mg administrada pelo próprio cliente, este tratamento tem duração de 12 doses supervisionadas em até 18 meses (BRASIL, 2008c).

O tratamento em crianças consiste em dosagem menor, rifampicina dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) medicação supervisionada; dapsona dose mensal de 50 mg supervisionada e uma dose de 50 mg diária; clofazimina dose mensal 150 mg (3 cápsulas de 50 mg) supervisionada e uma dose de 50 mg autoadministrada em dias alternados (BRASIL, 2010a).

A poliquiomioterapia ou PQT reduz o poder de infectividade do Mycobacterium leprae, mas não recupera as deformidades físicas que já estão instaladas no paciente. Algumas medidas precisam ser tomadas, tais como: a terapia medicamentosa, avaliação, ações de prevenção das incapacidades físicas e atuações de educação para saúde que necessitam ser realizadas para os portadores(BRASIL,2002).

Ao associar a administração dos medicamentos preveni-se a resistência do bacilo ao fármaco que muitas vezes acontece ao tomar um único medicamento, impedindo a cura da patologia. O PQT destrói o bacilo transformando o mesmo em inviável e impedindo a progressão da enfermidade, evitando as incapacidades e deformidades ocasionadas por ela, trazendo a cura (BRASIL, 2011).

O paciente precisa ir mensalmente ao ESF, para fazer revisão a fim de realizar a reavaliação das lesões de pele e comprometimento neural, identificando, a manifestação de neurites ou de estados reacionais e tomar a medicação. Além disso, é necessário esclarecer ao paciente, quando for preciso, sobre as técnicas de prevenção de incapacidades, o cuidado com si próprio, que necessita serem realizados todos os dias para prevenir as complicações que essa patologia possa causar (BRASIL, 2008).

    1. Reações Hansênicas

As reações hansênicas são respostas do sistema imunológico do doente ao Mycobacterium leprae. Manifestam-se por meio de episódios inflamatórios agudos e sub-agudos. Podendo atingir os casos Paucibacilares e Multibacilares. Os estados reacionais acontecem, especialmente, no decorrer dos primeiros meses do tratamento quimioterápico da hanseníase, porém pode acontecer também antes ou após o mesmo; nesse caso, depois da cura do paciente, quando acontecem antes do tratamento, podem levar ao diagnóstico da moléstia. Neste sentido, as reações hansênicas são o principal motivo de lesões dos nervos e de incapacidades causadas pela hanseníase (BRASIL, 2002).

Podem ocorrer episódios inflamatórios agudos ou subagudos, cutâneos e/ou extracutâneos, chamados estados ou episódios reacionais, antes, durante ou após o tratamento (GOULART et al, 2002).

Neste sentido, as reações reversas ou reações tipo 1 define-se em novas manifestações de danos dermatoneurológicos, por meio de infiltrações, placas ou manchas, mudanças na coloração e inchaço nos danos antigos, com ou sem a presença de engrossamento e neurites (BRASIL,2016).

As reações tipo I ou reações reversas que estão relacionadas com a elevação da resposta imunológica contra antígenos do M. leprae, ocasiona o crescimento do granuloma e edema intraneural, com presença de dor e espessamento no trajeto nervoso. A compressão súbita pode provocar o acometimento da função com rapidez, ocasionalmente ausência de dor (PIMENTEL et al., 2004).

Deste modo, é imprescindível que o diagnóstico dos mesmos seja o mais precoce possível, para começar imediatamente o tratamento, com o objetivo de evitar essas incapacidades. O diagnóstico dos estados reacionais é feito por meio do exame físico e dermatoneurológico do paciente. Se as reações hansênicas ocorrem no decorrer do tratamento (PQT), este não pode ser interrompido, mesmo porque o tratamento diminui expressivamente a freqüência e o agravamento dos próprios. Se forem identificados depois do tratamento (PQT), não é preciso recomeçar. È necessário permanecer atento a fim de as reações hansênicas pós-alta, comuns nos esquemas de tratamento quimioterápico de pequena duração, não fiquem confundidos com As ocorrências de recidiva da enfermidade (BRASIL, 2002).

As reações de tipo II ou eritema nodoso hansênico (ENH), os nervos periféricos podem estar dolorosos por períodos longos, sem grande acometimento da função. As lesões de eritema nodoso são notadas nos nervos com impregnação neutrofílica e formação de microabscessos, podendo causar amplo extermínio neural (PIMENTEL et al., 2004).

3.2 CONSEQUENCIAS PSICOSSOCIAIS NAS DEFORMIDADES DA HANSENÍASE

No que se refere ao corpo humano deve ser considerado não só os fatores biológicos, visto que o mesmo é socialmente constituído e resultado de uma representação psicológica e cultural. Acrescentados às mudanças físicas, a hanseníase, provoca disfunções sociais pela exibição da doença, que são manifestas nas partes evidentes do corpo, como as deformidades que são muito difícil ocultar seus pares sociais (COELHO, 2008).

Os pacientes de hanseníase de maneira inevitável levam por vários anos uma particularidade própria conhecida por grande parte da população e prontamente percebida pelos os mesmos que são as deformidades físicas visíveis (MARTINS; CAPONI, 2010).

Os pacientes que possuem deformidades e inaptidões causadas pela hanseníase ocasionam sentimento de angústia, revolta, não aceitação, de não adaptação, não participação e além de promover a discriminação pelo seu grupo social, discriminação social pelo corpo deformado (PALMEIRA; QUEIROZ; FERREIRA, 2013; BATISTA; VIEIRA; PAULA, 2014).

    1. O estigma da hanseníase

A história dessa enfermidade é marcada pelo isolamento compulsório que os portadores de hanseníase sofreram no Brasil, sendo extinto apenas depois da inserção da poliquimioterapia, na década de 1980. Com a sistematização do tratamento ocorreu a mudança do nome para hanseníase com o objetivo na reinserção social do portador da hanseníase e reduzir o estigma presente nos termos “lepra” e “leproso” (MACIEL;OLIVEIRA;GALLO,2010).

Esse estigma leva ao sofrimento psíquico para o individuo portador da enfermidade fazendo com que ocorram alterações na sua vida pessoal contribuindo para o isolamento social como uma maneira de ocultar o próprio corpo a fim de esconder a doença e evitar ser rejeitado (COELHO, 2008, ROOSTA; BLACK; REA, 2013, BATISTA; VIEIRA; PAULA, 2014).

Neste contexto, o estigma é identificado quando as mudanças físicas são visíveis e é reafirmada toda vez que o outro olha para a pessoa com deformidades, o mesmo se sente exposto por estar com pessoas normais/ saudáveis. Os portadores de hanseníase acabam se isolando de familiares, amigos e não conseguem entrar no mercado de trabalho (MARTINS; CAPONI, 2010).

O estigma da doença gera um impacto sobre a saúde, a qualidade de vida e o estado mental das pessoas atingidas. Além disso, outros aspectos do paciente com hanseníase são atingidos como: a autoestima, bem- estar físico e emocional e suas famílias são passiveis de serem afetadas (YAMAGUCHI; POUDEL; JIMBA, 2013).

Existem momentos em que o individuo que sofre o estigma acaba tendo comportamentos agressivos quando se aproxima de pessoas que não apresentam a enfermidade e podendo causar aos outros: situações desnecessárias, desconforto e momentos desagradáveis. Este momento pode fazer com que qualquer encontro social se torne um momento de tristeza (MARTINS; CAPONI, 2010).

Neste sentido, mesmo com a descoberta da cura da hanseníase o estigma enfrentado pelos pacientes da doença ainda continua, visto que sua representação ainda está associada com deformidades físicas, causando a repulsão pelo medo, contribuindo dessa forma para a exclusão social (COELHO, 2008, ROOSTA; BLACK; REA, 2013, BATISTA; VIEIRA; PAULA, 2014).

As implicações do estigma comprometem o indivíduo e a eficácia das estratégias de controle da hanseníase. Neste sentido, esse estigma pode afetar algumas áreas da como: independência, relacionamentos interpessoais, casamento, presença nas funções sociais e religiosas, trabalho, atividades de lazer (VAN BRACKEL, 2003).

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    1. AÇÕES DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE E NA ABORDAGEM HUMANIZADA AO PORTADOR DE HANSENÍASE

Com o avanço do Sistema Único de Saúde (SUS), o papel do enfermeiro tem crescido nas ações de prevenção, promoção e controle da hanseníase no Brasil, no qual os enfermeiros possuem a função de organização do serviço de saúde em todos os graus de complexidade. Neste sentido, houve um marco com relação à hanseníase com a implantação da poliquimeoterapia com dose supervisionada, na qual a supervisão e execução são competências da enfermagem (BRASIL, 2011).

O enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família (ESF) age diretamente no controle da hanseníase seja com o paciente, família ou comunidade. Sendo necessária ao mesmo uma comunicação apropriada no atendimento profissional, a fim favorecer a troca de informações para que o enfermeiro obtenha um diagnóstico preciso (VERONISI; FOCACCIA, 2002).

Segundo Nascimento et al., (2011), resaltam sobre a relevância do alcance da erradicação da doença descrita é fundamental que as ações desenvolvidas no espaço do Programa de Saúde da Família estejam direcionador para o cumprimento dos princípios dos SUS, especialmente da integralidade. A enfermagem é parte integrante e motivadora para o trabalho coletivo, na qual age diretamente nas ações de controle da hanseníase, realizando pesquisa com o paciente, família e comunidade onde o mesmo está inserido

Neste sentido, os enfermeiros possuem uma função muito importante relacionado às atuações no controle da enfermidade, tais como: prevenção da hanseníase, busca e identificação de casos, tratamento e acompanhamento dos pacientes, profilaxia e tratamento de incapacidades, notificações (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2009).

A consulta de enfermagem é uma das atuações desenvolvidas pelo enfermeiro que possibilita o encontro entre o portador e Unidade de Saúde, no qual será realizado o histórico, exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem. Durante a consulta é necessário que o enfermeiro possua uma escuta concentrada em todas as etapas, visto que uma boa comunicação será fundamental para o conhecimento e avaliação do perfil e da doença (SILVA et al., 2009).

É fundamental que o enfermeiro estabeleça um vínculo com o portador da hanseníase durante a consulta de enfermagem caso o profissional, no momento da consulta, conseguir conquistar a confiança e compromisso com o paciente, incentivando o mesmo, em cada etapa de cuidado, vai diminuir a probabilidade de abandono (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2009).

O enfermeiro desenvolve outra ação que é sistematização de cuidados, na qual integra o diagnóstico precoce, execução dos exames dermatoneurológicos, prevenção de incapacidades, assistência psicológica no decorrer do tratamento até a cura, de acordo com o Programa de Eliminação da Hanseniase (BRASIL, 2010).

Segundo Merhy (2004), um modelo que se espera se basear pela necessidade do paciente/família precisa afastar-se da lógica do consumo em saúde, provocando os diferentes atores a analisar a ocorrência e atuando como protagonistas que desenvolvem novos sentidos para a fabricação dos atos de cuidar. O amparo tem sido notado como fundamental sugestão para a transformação no padrão de organização da assistência e do método de trabalho em saúde.

O enfermeiro deve ofertar assistência ao longo do tratamento, identificando as preocupações mais importantes sobre a enfermidade, a fim de instruir a cerca da doença, tratamento, e instruir com relação a prevenção de incapacidades.Além disso,é necessário orientar o paciente a respeito do cuidado de si próprio, tudo o que inclui no tratamento, como controlar as tomadas de medicamentos e principalmente efeitos adversos que podem ocasionar (SILVA et al.,2009).

As incapacidades e deformidades podem causar alguns problemas, como redução da capacidade de trabalho, limitação da vida social e complicações psicológicas, assim como são responsáveis pelo estigma e preconceito que circulam a doença, porém que podem ser prevenidas ou diminuídas através do diagnóstico precoce e tratamento no momento correto com procedimentos simples e com acompanhamento nos serviços de atenção básica á saúde (BRASIL, 2010).

O papel do enfermeiro também é ofertar educação continuada aos técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, e especialmente fazer consultas de enfermagem que possibilitem, entre outras funções, a descoberta dos fatores de risco e de aceitação no tratamento da hanseníase (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2000).

Além disso, para que ocorra o controle da hanseníase, é preciso que as ações não fique apenas na unidade. As visitas domiciliares são uma ferramenta que deve ser executados pelo enfermeiro e médicos quando for preciso, e pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) todo mês, na qual tem como plano inicial a assistência domiciliar e a reinclusão das pessoas a comunidade (NASCIMENTO et al, 2011).

    1. Prevenção de incapacidades

A hanseníase é o maior causador de incapacidades infectocontagiosas. As formas mais efetivas de prevenir as incapacidades causadas pela hanseníase são o diagnóstico e o tratamento desta patologia, no momento adequado, antes de ocasionar lesões nervosas. O tratamento apropriado das complicações da hanseníase envolvendo reações e neurites podem evitar ou reduzir o surgimento de outras incapacidades. Além disso, a doença e as deformidades são responsáveis pelo estigma social e pelo preconceito da sociedade contra os portadores e seus familiares (BRASIL, 2008).

As estratégias de prevenção da hanseníase, tendo em vista o seu controle, estão baseadas na detecção de novos casos, no tratamento com poliquimioterapia, na vistoria dos comunicantes de cada residência, na assistência as incapacidades físicas e na reabilitação do paciente (LIMA et al., 2013).

As ações de prevenção e contenção da Hanseníase estão fundamentadas na identificação precoce de novos casos, assim como na adesão do tratamento poliquimioterápico (que impede a transmissão do bacilo), no monitoramento dos outros membros da família, no cuidado das incapacidades e na recuperação desse paciente (LANZA; LANA, 2011).

As incapacidades possuem um elevado nível de acometimento da vida do portador nos aspectos social e psicológico. Nesse sentido, é imprescindível a intervenção do profissional enfermeiro que necessita está capacitado para realizar uma avaliação diagnóstica clínica, a detectar as possíveis alterações e identificar as complicações apresentadas pela enfermidade (LIMA et al., 2013).

    1. .

    2. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa da literatura realizada a partir de seis etapas: 1) identificação do tema e seleção da questão norteadora da pesquisa; 2) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; 3) definição o que você deseja saber segundo o seu problema de pesquisa a serem extraídos dos resultados dos artigos originais; 4) avaliação dos artigos selecionados na revisão integrativa; 5) interpretação dos resultados; e 6) apresentação do conhecimento evidenciado pela revisão integrativa.

A revisão integrativa da literatura pode ser definida como um método de revisão amplo que inclui pesquisas experimentais e não-experimentais, objetivando o melhor entendimento a respeito de um fenômeno e permitindo o resumo do estado do conhecimento a respeito de um assunto específico, sinalizando, dessa forma, as lacunas científicas que necessitam ser preenchidas com a execução de novas pesquisas (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008; ALMEIDA et al., 2011).

A finalidade dessa revisão foi Identificar na literatura científica brasileira as dificuldades psicossociais aos quais o portador de hanseníase está sujeito na sociedade moderna, sendo direcionada pela seguinte questão norteadora: Quais as dificuldades psicossociais enfrentadas pelo indivíduo portador de hanseníase?.

O levantamento dos artigos foi realizado entre agosto e setembro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) através dos Descritores em Ciência da Saúde(DeCS): Enfermagem; hanseníase; psicologia; pessoas com deficiência, cruzados dois a dois, no idioma português.

Na seleção dos estudos, como critério de inclusão foram utilizadas as publicações em que os textos estivessem completos, de forma que o conteúdo pudesse ser lido na integra online, estudos publicados na língua portuguesa e artigos originais no período de 2010 a 2017 e que respondessem a questão norteadora dessa revisão.

Como critérios de exclusão estabeleceram-se: trabalhos apresentados em congressos, dissertações, monografias, teses, cartas ao editor, estudos de reflexão, artigos sobre outros temas e artigos sem resumo disponível.

Realizou-se o primeiro cruzamento com os descritores ”enfermagem AND hanseníase AND psicologia AND pessoas com deficiência” encontrando-se nenhum resumo de artigos. O segundo cruzamento consistiu na utilização dos descritores “enfermagem AND hanseníase AND psicologia”, encontrando-se 4 artigos. O terceiro cruzamento realizado foi entre os descritores “enfermagem AND hanseníase AND pessoas com deficiência”, encontrando-se 1 artigo.

O quarto cruzamento, deu-se entre os descritores ” hanseníase AND psicologia AND pessoas com deficiência”, encontrando-se 1 artigo. ““O quinto cruzamento realizado foi entre os descritores” enfermagem AND hanseníase”, encontrando-se 9 artigos.O sexto cruzamento realizado foi entre os descritores” hanseníase AND psicologia”, encontrando-se 5 artigos. O sétimo cruzamento realizado foi entre os descritores” hanseníase AND pessoas com deficiência ”, encontrando-se 4 artigos.

O fluxograma PRISMA abaixo descreve o processo de busca dos artigos (Figura 1)

Figura 1: Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa.

5 RESULTADOS

A organização dos artigos encontrados na revisão integrativa da literatura foi realizada através da elaboração de um instrumento estruturado contendo a base de dados; ano; o nome da revista; o tipo de estudo; a amostra do estudo; o país no qual esse foi realizado; e o nível de evidência. O processo de análise dos 24 artigos selecionados deu-se por meio da leitura exploratória e crítica dos títulos, resumos e dos resultados das pesquisas, onde se buscou resposta à sua questão norteadora da revisão.

Quanto às evidências dos estudos, classificou-se considerando a hierarquia de evidências para estudos de intervenção (MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT, 2005): Nível I – revisão sistemática ou metanálise; Nível II – estudos controlados e aleatórios; Nível III – estudos controlados sem radomização; Nível IV – estudos caso-controle ou de coorte; Nível V – revisão sistemática de estudos qualitativos ou descritivos; Nível VI – estudos qualitativos ou descritivos; e Nível VII – opiniões ou consensos.

Considerando-se a análise dos artigos originais e excluindo-se as revisões integrativas ou sistemáticas da literatura, assim como artigos de opiniões de especialistas, conforme mencionado nos critérios de inclusão e exclusão, só serão selecionados artigos com níveis de evidência IV e VI (Quadro 1).

QUADRO 1: Distribuição da produção científica a respeito das dificuldades psicossociais encontradas pelo paciente com hanseníase.

6 DISCUSSÃO

Ayres et al.,(2012) e Cid et al., (2012) afirmam que a hanseníase possui uma representação histórica como uma enfermidade que não possui cura, é vista como uma doença mutilante, bastante contagiosa, causando isolamento do portador da sociedade.

Souza et al., (2013) refere que em definição abrangente, o estigma social é ocasionado pela hanseníase e se integra como uma incapacidade, visto que a sua aceitação pela comunidade desinformada e inclusive os próprios capacitados da área saúde que atendem estes pacientes.


Batista; Vieira; Paula (2014), afirmam que é antiquíssimo o estigma suportado pelo portador de hanseníase, e ainda depois do aparecimento da cura, as origens de seus aspectos sociais são persistentes, porquanto sua representação está relacionada com as deformidades físicas, causando medo nos indivíduos, e provocando o isolamento social.

Santos et al., (2010) destaca que as consequências sexuais na sexualidade do paciente com hanseníase são várias. Neste sentido, esta doença não permite que as pessoas possuam uma vida sexual completa, por causa de implicações na dimensão orgânica ou psicológica.


Palmeira; Queiroz; Ferreira (2013) evidencia que algumas portadoras de hanseníase relatam que se apoiaram na confiança de que seriam curadas, na religião e na fé para enfrentar a enfermidade e o andamento do tratamento.

Tanto Cid et al., (2012) quanto Bittencourt et al., (2010) corroboram que o enfermeiro necessita ter conhecimento sobre a importância da sua função no terapêutica e cura da doença, realizando uma assistência mais humanizada a esses clientes, de maneira integral, promovendo a cura e reabilitação do mesmo. Kil et al., (2012) complementa que é imprescindível realizar uma assistência mais criteriosa na abordagem no Sistema Único de Saúde.

Souza et al.,(2013) refere que a falta de preparo do profissional, com a ausência de cuidado ou com a assistência conturbada, é insuficiente para estabelecer vínculos de saúde, também não impede as consequências psicossociais da hanseníase, causando somente mais aflição e inquietação. Barreto et al., (2013) complementa que já é notado em trabalhos antecedentes, a ausência de capacitação do profissional relacionado a compreensão da doença e das maneiras de prestar cuidado ou estabelecer vínculos com o paciente.

Leite, Sampaio, Caldeira (2015) afirmam que deve se buscar enfrentar o estigma da hanseníase, sendo necessário combater essa doença não apenas com medicamentos, visto que a mesma configura não apenas o físico, mas cada um de seus aspectos, até mesmo o estigma. Essa enfermidade precisa ser vista com um olhar multidisciplinar de forma a perceber a sua dimensão figurada, visto que o psicológico do cliente é uma esfera essencial no sua saúde, tratamento e qualidade de vida.

Para Souza et al., (2011) é imprescindível uma abordagem multiprofissional para conseguir restabelecer de forma plena a saúde dos portadores de hanseníase, e que visem as reabilitações físicas, psicológicas e sociais desses pacientes e práticas preventivas eficazes que minimizem as consequências na vida dessas pessoas acometidas por essa enfermidade.

Leite; caldeira (2015) referem que as oficinas terapêuticas tiveram um bom resultado na reabilitação dos pacientes que sofrem com o estigma, recuperando expressivamente a qualidade de vida e as dimensões psicológicas, físicas e sociais.

Lanza; Lana, (2011) relatam que a assistência de enfermagem em hanseníase, restringe a abordagem apenas ao aspecto biológico do indivíduo. Além disso, a inserção do método de enfermagem pode reforçar o acolhimento holístico ao portador de hanseníase, uma vez que durante a fase de coleta de dados, conseguirá tratar das dimensões emocionais, econômicas, sociais e costumes, mas sem esquecer-se das dimensões características da doença, tais como: avaliação dermatoneurológica e o exame de incapacidades.

No que se refere as ações do enfermeiro tanto Ribeiro et al., (2017) ,quanto Kil et al., (2012) relatam que o profissional deve continuar acompanhando o cliente e finalizar o tratamento, pois podem surgir reações hansênicas ou recidivas que são as causas do acometimento neural e das incapacidades nos pacientes.

Para Cid et al.,(2012) é fundamental que o profissional possua uma formação humanística, especialmente a enfermagem por ser uma serviço que está inteiramente envolvida com o cliente, através de um rígido acompanhamento, sendo necessário que o mesmo esteja capacitado para realizar orientações ao cliente e aos seus parentes, bem como á sociedade a respeito da enfermidade, terapêutica, cura, e sobretudo em combate ao preconceito.

Carvalho et al.,(2013) complementam que a atuação dos profissionais de saúde vem a ser essencial para a execução de ações de prevenção (atos de controle e de terapêutica das incapacidades e deformidades) de maneira holística ao portador de hanseníase. Contudo, estas ações não são vistas com prioridade no cotidiano como necessitaria, afetando o prognóstico dos afetados. Além disso, a fase da alta vem a ser essencial para avaliação neurológica, porque, é nesta ocasião que o profissional descobre os prováveis acometimentos neurais, e dar primazia na direção de práticas preventivas, curativas e recuperadoras.

Ikehara et al., (2010) afirmam que a cura da enfermidade continua, porém o zelo e cuidado ao paciente precisa permanecer a fim de prevenir deformidades, sem precisar parar na ocasião da alta medicamentosa. Por fim, o agravamento das lesões podem trazer problemas no cotidiano, no lazer, trabalho e participação na comunidade.

Silva et al.,(2010) relatam que a educação em saúde no controle da doença precisa haver participação do portador e de seus familiares, além de ter que realizar busca ativa de casos e diagnóstico precoce, redução do estigma e reinserção social do individuo na sociedade. Ayres et al.,(2012) complementa que é preciso iniciar do descobrimento das causas estruturais das fraquezas do paciente de hanseníase, a fim de melhor se adaptarem as ações de atenção a saúde do mesmo, de forma a favorecer o enfrentamento solidário dos estigmas e preconceitos e a sua reinserção na comunidade.

Para Gaudenci et al., (2015), a existência de elevadas taxas para grau 1 e 2 de incapacidades físicas apontam para um diagnóstico tardio, especialmente pelo avanço da enfermidade, e a falta de tratamento e acompanhamento. Além disso, a ausência de falta de aparecimento de políticas públicas de saúde causa muitos acometimentos físicos e taxas de incapacidades nas práticas do cotidiano diminuindo a qualidade de vida dos clientes.

Monteiro et al., (2013) relatam que os portadores de hanseníase podem sofrer problemas na sua habilidade de trabalho por causa das deficiências e, logo, na autonomia e no sustento da família, suscitando implicações no aspecto físico e psicossocial.

Finez; Salotti (2011) referem que a falta de um diagnóstico prévio decidira por vezes, as incapacidades e deformidades físicas causadas pela hanseníase. Sousa et al., (2011) complementa que os profissionais de saúde e o próprio cliente precisam ter atenção ás deformidades causadas pela doença ao longo ou depois da alta medicamentosa, visto que da mesma forma que outras doenças podem ser evitadas mas acaba não sendo,causando despesas do tratamento e provocando sérias implicações físicas e psicológicas ao enfermo.

Tanto Ribeiro et al., (2017) quanto Nascimento et al., (2011) afirmam que a assistência de enfermagem necessita ser ofertada de maneira holística, acolhendo a pessoa em cada uma das suas carências biológicas, sociais, psicológicas e culturais; em vista disso é fundamental que o cliente do programa de hanseníase receba uma atenção monitorizada que colabora para diminuir a abdicação da terapêutica e elevar a quantidade de indivíduos recuperados.

Luna et al., (2010) e Silva; Paz (2010) concordam que a educação em saúde necessita ser mais sistematizada e com foco ao desenvolvimento da doença, á adesão ao tratamento. Araújo et al., (2016) complementam que o desenvolvimento da doença está relacionado com patologias crônicas contribui para o surgimento de incapacidades físicas, sociais e psicológicas atingindo o bem-estar do indivíduo.

Tanto Souza et al., (2014) quanto Queiroz et al.,(2015) corroboram que os atributos do indivíduo não limita-se apenas a dimensão biológica, mas que pode provocar consequências além do problema físico do portador de hanseníase.

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CONCLUSÃO

Os portadores de hanseníase enfrentam algumas dificuldades psicossociais, tais como: o preconceito, problemas na sua capacidade de trabalho, na independência, no sustento da casa, discriminação social, implicações sexuais e psicológicas, necessitando que o enfermeiro esteja capacitado para realizar um atendimento mais humanizado.

É fundamental que seja realizado mais estudos relacionados com as dificuldades psicossociais enfrentadas pelo portador de hanseníase, bem como artigos sobre o atendimento humanizado do enfermeiro a esses pacientes, visto que foram encontrados poucos artigos relacionados a esses assuntos.

Os enfermeiros responsáveis pelas ações de controle na ESF devem continuar e intensificar essas ações ,visto que são fundamentais para conseguir o diagnóstico precoce de casos de hanseníase a fim de prevenir as incapacidades físicas que podem progredir para deformidades. Além disso, os serviços de saúde necessitam perceber o cliente em sua complexidade, de forma a abordar não só o tratamento, mas também os aspectos que abrangem a pessoa e seus parentes por meio de ferramentas simples como a educação em saúde.

Neste sentido, a educação em saúde deve ser realizada ao longo de todo o tratamento da doença, por meio dela é possível reduzir o estigma nas ESF, porque pode ser realizada a orientação à população sobre como ocorre à transmissão, tratamento e evidenciando a cura, vai trazer o esclarecimento com relação a enfermidade, amenizando o estigma, favorecendo a reinserção dos pacientes na comunidade.

É imprescindível que ocorra o fortalecimento e amparo ao paciente portador de hanseníase, sempre estimulando a melhora da autoestima do mesmo com realização de oficinas terapêuticas. Além disso, é necessário que ocorra o incentivo e a orientação do enfermo para a sua reabilitação, de forma a atender o mercado de trabalho, são ações que ajudam de maneira efetiva os pacientes com deformidades.

Portanto, os enfermeiros devem realizar uma assistência mais humanizada aos portadores de hanseníase, a fim de que seja ofertado um tratamento de forma holística, se atentando e intervindo em todos os aspectos que atingem o enfermo, promovendo a cura e reabilitação, e incentivando a sociedade a se informar sobre as práticas coletivas para que sejam esclarecidas sobre essa enfermidade.

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TelmaLeonelFerreira,IsaíasNery,organizadores;Alberto

NovaesRamosJúnior...[etal.].–Brasília:NESPROM,2014.

492p.;23cm.–(ColeçãoPROEXT;1

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