RESPEITO E ÉTICA NO PREPARO DO CORPO NO PÓS-MORTE PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Data de postagem: Apr 23, 2015 7:33:28 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

ROUSSAU SOUZA SANTOS

RESPEITO E ÉTICA NO PREPARO DO CORPO NO PÓS-MORTE PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

EUNÁPOLIS, BA

2013

ROUSSAU SOUZA SANTOS

RESPEITO E ÉTICA NO PREPARO DO CORPO NO PÓS-MORTE PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem, das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, com parte dos requisitos para a obtenção do Titulo de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª Msc Henika Priscila Lima Silva

EUNÁPOLIS, BA

2013

ROUSSAU SOUZA SANTOS

RESPEITO E ÉTICA NO PREPARO DO CORPO NO PÓS-MORTE PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial à obtenção do Título de Bacharel em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, pela seguinte banca examinadora:

Profª. Claudine Gonçalves de Oliveira (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Profª. Msc Henika Priscila Lima Silva (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Profº. Diego da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Profª. Juliana Santos Ali

Coordenadora do curso de enfermagem

Eunápolis/BA._______________________

Ao meu Deus por ter me oferecido a oportunidade de viver, e prosseguir para o alvo da soberana vocação.

Ao meu esposo José Antônio, que sempre que eu pensava em desistir, ele me apoiava e me dava forças para continuar, sendo uma pessoa especial na minha vida e que me ensinou muitas coisas e que uma delas foi que por mais que o caminho esteja difícil e doloroso, devo prosseguir, pois lá na frente quando esse caminho já estiver no final, olharei para trás e me sentirei vitoriosa, obrigada por sempre estar ao meu lado me dando forças. Eu te amo.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que sonda e conhece a minha vida, e sempre será a minha luz.

Agradeço ao meu esposo José Antônio pelo amor e paciência.

Agradeço minha família: aos meus pais e em especial minha mãe que na minha vida tem sido uma base, aos meus irmãos e sobrinhos que estiveram presentes nessa conquista.

Agradeço as minhas amigas Yonete Penha e Lanny Passos.

Agradeço aos meus amigos, Dr. Marley Soares e Ana Marta Del Rey (in memoriam) pelo incentivo de seguir nessa carreira.

Agradeço as amizades que conquistei durante este período acadêmico, as quais creio que me acompanharão durante toda a minha vida, em especial: Christie Pinheiro, Léia Pedro, Adriele de Souza, Anatureza Guimarães e Graziele Pianizoli.

E as todas as pessoas, amigos, professores, que de uma forma direta e indireta me ajudaram.

Agradeço meus professores, Diego da Rosa, Henika Priscila e Juliana Ali pelo apoio e sustentação teórica que me auxiliaram na realização deste trabalho.

Agradeço a todos os professores do curso, que foram importantes na minha formação acadêmica.

Depois disto, José de Arimatéia rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. E foi também Nicodemos, levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro. E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus”.

João 19:38-42.

RESUMO

A busca pelos valores éticos, enfocando a ética impulsiona a desenvolver o presente trabalho, cujo objetivo é refletir sobre as questões éticas, respeito e responsabilidade durante o preparo do corpo sem vida pelos profissionais de saúde. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura através da busca a base de dados eletrônicos como Medline, Scielo e Bireme, de artigos compreendidos entre 1998 a 2012. Os dados foram analisados e separados por cada temática. Resultados: De acordo com os objetivos do estudo e critérios de inclusão apenas 16 artigos foram selecionados dos 38 achados e serviram como base para a escrita dos resultados e discussão. A morte faz parte do ciclo vital da vida, porém mesmo fazendo parte do dia-a-dia de trabalho dos profissionais, tal situação se configura como uma difícil tarefa, principalmente por lidar com sentimentos e emoção. É necessário não somente cuidar do corpo, mas ter a ciência de que se trata de um corpo sem vida coberto de sentimentos e simbologias. Diante de uma perda, as pessoas sofrem por muito tempo e são impelidas a voltar o mais depressa possível à rotina. Todavia cabe ao profissional de enfermagem levar em conta os sentimentos dos familiares ao vivenciar um processo de morte e aprender a lidar de forma humanizada neste momento considerado delicado. Conclusão: É necessário criar um espaço no ambiente de trabalho para se discutir acerca do respeito e de um atendimento ético durante o preparo do corpo no pós-morte a fim de instrumentalizar os profissionais de enfermagem para um cuidado mais humanizado.

Palavras-Chave: Morte, Ética, Corpo, Cuidado, Enfermagem.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características dos estudos selecionados segundo autor, ano de realização, local da pesquisa, fonte de coleta dos dados, principal causa de óbito e ano, produzidos no Brasil entre 1998-2012.

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LISTA DE SIGLAS

MEDLINE-Medical Literature Analysis and Retrieval System Online.

SCIELO-Scientific Electronic Library Online.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

Apesar de a morte ser parte do ciclo natural da vida de todos os animais, só o ser humano reconhece esse fato. Por ser um momento único e último, é uma experiência difícil de ser aceita por muitas pessoas ou entes próximos que admirava quando em vida e requer muito respeito, disciplina e ética por parte dos profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar principalmente neste momento de dor relativa a perda de um ente querido (SANTANA; DUTRA; MATOS, 2011).

A morte é parte integrante do ciclo limitado de vida do ser humano, é algo inesperado, sem a certeza do tempo, que causa um certo desconforto apenas pelo simples fato de mencionar o tema, tristeza, desconforto, angustia à alguns profissionais (OLIVEIRA; QUITANA; BERTOLINO, 2010).

O sentimento de morte está quase sempre presente nos hospitais, sendo muitas das vezes presenciada e até mesmo os profissionais de saúde ignoram seus sentimentos devido às tensões de cuidar do paciente durante o processo de recuperação da saúde. Muitos profissionais se culpam por acharem que a morte é uma limitação dos seus trabalhos no objetivo de curar e salvar o paciente. Devido a tanta tarefa do dia-a-dia o profissional em muito ignora e/ou se tornar indiferente à realidade da morte (SILVA; RUIZ, 2003).

Nas rotinas dos trabalhos cotidianos, os profissionais não esperam que os pacientes sobre seus cuidados venham a morrer, por esse motivo, surgem sentimentos de impotência diante dos óbitos dos mesmos. Porém, cabe salientar, que para tais o profissional deve manter a mesma postura de assistência técnica pautada nos valores éticos e humanos, tanto em vida quanto em morte (RIBEIRO; BARALDI; SILVA; 1998).

Apesar das muitas cargas de trabalho e as muitas atividades da enfermagem, os profissionais não podem levar a equipe de enfermagem a realizar mecanicamente o preparo do corpo, todavia devem refletir sobre a vida e a morte, levando em consideração os sentimentos alheios pelo corpo, o qual um dia foi um ser humano com vida, digno de respeito e cuidados. Sendo assim, muitos profissionais sentem-se despreparados para lidar com situações que envolvam morte, devido em muitos casos a banalização desse momento (SALOMÉ; CAVALI; ESPÓSITO, 2009).

Com a falta da reflexão, por parte de alguns profissionais da equipe de saúde a qual se atém apenas, em muitas das vezes, ao automatismo, acredita-se que a vivência e o expressar dos sentimentos possa levar os profissionais a refletirem sobre a importância do momento do preparo do corpo de um indivíduo após a sua morte, o respeito e a não banalização (QUINTANA et al., 2006).

Neste sentido, existe a necessidade de se abordar o assunto trazendo os parâmetros teóricos, humanos e éticos necessários para que os profissionais possam lidar com o momento do preparo do corpo no pós-morte com respeitabilidade e sensibilidade (SOUZA LB; SOUZA LE; SOUZA AM, 2005).

A partir da constatação de que há poucos estudos que abordam a relação existente entre o profissional de enfermagem e o preparo do corpo no pós-morte, bem como na relevância em fornecer compêndio literário que sirva de norte à estes profissionais, objetivou-se no presente estudo realizar uma abordagem teórica sistemática da literatura atual brasileira sobre o cuidado do corpo pós-morte.

2 METODOLOGIA

Para a realização desta pesquisa optou-se por desenvolver uma investigação bibliográfica de forma sistemática, a fim de observar o crescimento das publicações acerca do assunto. Uma das razões para a escolha de fontes bibliográficas para a realização do estudo está no fato dos dados permitirem o acesso a um conhecimento objetivo do assunto abordado.

A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, ela auxilia o exame de um tema sob novo olhar ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. Além de ser um reforço paralelo no referencial teórico e na análise da própria pesquisa. A escolha metodológica permitiu a análise de informações objetivas referentes a identificação dos artigos e, informações subjetivas relativas aos significados dos temas aqui contidos (FOGLIATTO, 2007).

A Revisão Sistemática da Literatura é um estudo secundário, que tem por objetivo reunir estudos semelhantes, publicados ou não, avaliando-os criticamente em sua metodologia e reunindo-os numa análise estatística, a metanálise, quando isto é possível. Por sintetizar estudos primários semelhantes e de boa qualidade é considerada o melhor nível de evidência para tomadas de decisões em questões sobre determinado assunto, principalmente terapêutica (ATALLAH; CASTRO, 1998).

Nesse sentido, foram buscados estudos em bases de dados científicas que abordassem o tema proposto. Na base de dados MEDLINE, para a busca referente aos anos de 1998 a 2011, usou-se a seguinte estratégia: morte, corpo, cuidado, ética, enfermagem. Na biblioteca virtual SCIELO buscou-se pelas palavras chaves: morte, corpo, cuidado, ética, enfermagem, referentes ao mesmo período. Outra estratégia utilizada foi a busca manual em listas de referências dos artigos selecionados.

A busca foi realizada em Agosto de 2012. A seleção dos artigos baseou-se na conformidade dos limites dos assuntos aos objetivos deste trabalho, tendo sido desconsiderados aqueles que apesar de aparecerem nos resultados da busca não abordavam respeito e a ética no preparo do corpo no pós-morte pela equipe de enfermagem ou que não remetiam a esta temática. Foram considerados critérios de inclusão os estudos que foram publicados em português, sendo excluídos os estudos publicados nos demais idiomas.

Seguindo a estratégia definida, a busca bibliográfica resultou em 38 artigos (10 da base MEDLINE, 28 da biblioteca SCIELO).

3 RESULTADOS

Numa perspectiva de fazer um trabalho de revisão literária são considerados vários aspectos visando responder às demandas por conhecimentos advindas das necessidades dos profissionais de saúde. Temas importantes, porém escasso precisam ser melhor abordados. Por essa razão, uma das dificuldades encontradas ao tratar do tema em questão foi coletar informações específicas e abrangentes pelo número limitado de publicações. A abordagem teórico-conceitual escolhida para pensar os problemas no preparo do corpo no pós-morte neste trabalho diz respeito aos fatores dos cuidados, que estão presentes na vida do profissional e de quem morre.

De acordo com os objetivos do estudo e critérios de inclusão apenas 16 artigos foram selecionados dos 38 achados. Para melhor compreensão e visualização dos resultados da busca bibliográfica, os trabalhos foram agrupados de acordo com o delineamento metodológico utilizado, uma revisão sistemática de literatura, que pode ser vistos claramente na Tabela 1.

Tabela 1. Características dos estudos selecionados segundo autor, ano de realização, local da pesquisa, fonte de coleta dos dados, principal causa de óbito e ano, produzidos no Brasil entre 1998-2012.

Fonte: Base MEDLINE e Biblioteca SCIELO.

3.1 MORTE COMO PARTE DE UM CICLO NATURAL DA VIDA

Cansado de tanto sofrer, em alguns casos, o homem deseja a morte como forma de alívio para a sua dor, mesmo sabendo que ele faz parte da vida, o homem sempre a temeu como se ela não fosse uma realidade que um dia chegará para todos (MOTA et al., 2011).

São inúmeros os questionamentos da sociedade com relação à morte. Muitos sentimentos em se tratando da morte são retratados em forma de poesias, música, sem deixar de enfatizar que a morte sempre foi um desafio para o ser humano de uma forma geral (ARGENTA et al., 2008).

A palavra morte reflete na mente humana sentimentos e associações negativas que fazem parte do cotidiano do ser humano. Nem todas as civilizações têm esses pontos de vista em comum e procuram desviar-se da morte, como também a tem como repugnante evitando, portanto retratar-se sobre esse assunto no âmbito social (MORAIS, 2010).

Ao longo dos anos houve uma mudança significativa na mentalidade do homem ocidental com relação à morte, muitos mitos em relação à morte foram quebrados, dando lugar aos sentimentos, reflexões e entendimento de que a morte é parte da vida, em que a dor da perda e sofrimentos, deve ser respeitada por todos os seres humanos. Verifica-se nos dias atuais que a morte se distanciou do convívio familiar, ocupando espaço nos ambientes hospitalares (COSTA; LIMA, 2005).

Atualmente, procede-se de uma maneira mais sigilosa com relação à morte, causando um maior impacto concernente ao processo de adaptação pela perda. Com isso os meios científicos e tecnológicos omitem a verdadeira realidade da morte (ROSA et al., 2006).

Os avanços da tecnologia e da medicina proporcionaram mudanças radicais na representatividade social da morte. Hoje não se morre mais em casa, os familiares não mais se reúnem para compartilhar os mesmos sentimentos de dor da perda, tudo está sendo transformado num mecanismo repleto de formalidades, onde o corpo é uma matéria pronta para o sepultamento (TAKAHASI et al., 2008).

Usando os parâmetros biológicos e racionais, vê-se a morte como um acontecimento natural. Sabe-se que o homem é um ser temporal, portanto, tudo que é temporal tem seu fim, não obstante luta-se contra esta teoria e por vezes não concorda-se que toda vida terrena se finda com a morte (RIBEIRO; BARALDI; SILVA, 1998).

O homem sempre pensa em viver, ele constrói seus pensamentos e cria seus próprios castelos de sonhos. Quando o mesmo se depara com o inesperado e vê os seus dias se findando, todos os seus sonhos são desfeitos, são nestes momentos que os profissionais da saúde e da enfermagem devem usar recursos que possam compreender os sentimentos, a ponto de satisfazer as necessidades daqueles que se encontram diante desse processo de morte/morrer (BELLATO; CARVALHO; 2005).

Em se tratando da morte biológica, emprega-se o termo o “fim da vida”, isto quer dizer, tudo se findou. Morrer é um processo cujas funções vitais sofrem bruscas alterações progressivas, que culmina com a falência dos órgãos cujo resultado é a morte. Sempre houve registro de cerimônias de despedidas daqueles que morrem e que no seio familiar são tratados como individuo (JUNIOR; ROLIM; MORRONE, 2005).

São diversos os comportamentos e mecanismos de quem lida com pacientes no término de vida. Os sentimentos gerados pela morte são diversos. Os momentos terminais do ser humano vivenciado por um profissional refletem a igualdade da humanidade e aflora um sentimento de perda irreparável. O luto gera sofrimento nos que ficam (SANTANA et al., 2011).

Os profissionais de Enfermagem passam a adquirir experiência no decorrer da sua vida profissional convivendo com o paciente que vivenciam o seu processo de morte/morrer. Mediante ao exposto o profissional torna-se capaz de transferir para pacientes terminais mecanismos para enfrentar o medo da morte (TAKAHASI et al., 2008).

3.2 ÉTICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ENFERMEIRO

São inúmeros os desafios éticos no campo da saúde. Tais impasses éticos trouxeram grandes mudanças neste século, estas têm influenciado nos paradigmas e nas ações do cotidiano dos profissionais de saúde. Como a utilização do código de ética profissional, que tem muito contribuído para a formação do profissional da saúde (PINHEIRO; MARQUES; BARROSO, 2006).

O crescimento dos conhecimentos nas áreas técnica e científica no cenário da saúde, o respeito e a dignidade da pessoa humana, passou a ser relegada a um segundo plano. Este fato se deve, por muitas das vezes, ao maior reconhecimento empregado às doenças por parte da ciência em detrimento ao bem estar ético e moral do indivíduo (BACKES; LUNARDI; FILHO, 2006).

Devido aos grandes problemas diários enfrentados pelos profissionais de saúde, mesmo esses profissionais tendo os Códigos de Ética para os direcionarem em suas ações continuas, muitos deles necessitam adotar uma postura firme nas tomadas de decisões, que não seja somente baseada nas normas que estão contidas nos códigos, mais precisam aplicar atitudes vivenciadas dia-a-dia, a fim de atender de forma humana os seus pacientes (ALVES; ÉVORA, 2002).

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem do Brasil constitui uma importante forma de declaração pública que visa o aperfeiçoamento do comportamento ético do profissional, norteando através de questões morais, valores e metas da Enfermagem (TREVIZAN et al., 2002).

Mesmo com tantas mudanças que acontecem no centro da ética, nos anos que se seguem, o código do profissional não pode deixar de utilizar a ética, mas também não deve ser restringir-se apenas e exclusivamente ao Código, precisa ter muito conhecimento de outros instrumentos que possam respaldá-los em suas ações diárias (ALVES; ÉVORA, 2002).

Através da disciplina curricular, os acadêmicos de enfermagem aprendem o primeiro valor sobre a ética que pode ser descrito de forma que o profissional venha entender durante seu atendimento o que é valorização, o respeito, o orgulho e a dignidade daqueles que a praticam. O enfermeiro deve buscar a qualidade do serviço e o respeito para melhor atender as necessidades do cliente, que no cenário da rede de saúde, tem o desejo de uma boa assistência (PASCHOAL; MANTOVANI; POLAK, 2002).

A ética tem que está relacionada às ações de cuidado ao ser humano, isso pressupõe boas relações com o cliente e com as equipes de saúde respeitando as qualificações técnicas de cada profissional. A ética deve servir para reflexão de forma igual, facilitando um ambiente que todos possam ser respeitados por suas especificidades profissionais, um ambiente seguro e ético (SANTIAGO, PALÁCIOS, 2006).

Quando identificados os valores que bloqueiam a forma que se responde às mudanças, pretende-se avançar para uma significante transformação na visão ética. As transformações éticas gera no profissional uma honestidade que é capaz de produzir serenidade e ajudar no cuidado ao cliente (TEIXEIRA, 2005).

Atualmente, com o advento da tecnologia os profissionais de saúde têm vivenciado um processo denominado por alguns estudiosos de “desumanização” no cuidado ao doente. Ao passo que o acolhimento humanizado se tornou prejudicado. Nesse sentido a ética, vem enunciar os valores, os deveres e direitos, o modo como os profissionais se conduzem nas relações, diante desse paciente, não só em seu período de doença e cura, mas também no pós-morte (BACKES; LUNARDI; FILHO, 2006).

O profissional de saúde não pode deixar de refletir nas ações éticas, diante de situações do seu trabalho. Tem que pensar e agir com comportamento ético visando o bem-estar do paciente que necessita de assistência. Especialmente que a Enfermagem se apoia nesse conceito de “cuidar” “assistir” ao doente, de forma a garantir os serviços de saúde para esse cliente. Deve ser respeita sempre a autonomia do indivíduo (KOERICH; MACHADO; COSTA, 2005).

A humanização é a base da ética nas práticas de saúde, mesmo gerando grandes discussões e críticas acerca das problematizações constantes dos processos em saúde. Pois tem levado os profissionais de enfermagem e de saúde em geral a reflexões que podem interferir no atendimento diferenciado ao cliente (JUNGES et al., 2011).

O respeito é um valor fundamental do individuo, da sociedade, tem seu princípio, e que não deveria ser infligido, violado ou desrespeitado por parte dos profissionais ou instituições que prestam assistência a saúde. Todo paciente deve ser atendido de forma humanizada. Como os estudos dos conflitos, a ética se ocupa em resolvê-los, mais sempre visando o ser humano como priori. O profissional de saúde não deve ter uma limitação no seu modo de pensar quanto às questões éticas, mais sim um olhar humano e preocupado em melhor atender o cliente com cumplicidade e compaixão (ARGENTA et al., 2008).

A enfermagem tem o domínio do cuidado e lida com o trabalho do cuidar como resultado de melhoras do paciente, tendo como base a ética, para uma possível via de base em relação ao seu serviço cotidiano. A ética pode levar às transformações diárias fazendo refletir no trabalho ou modo de trabalhar, que possa dar prazer de realizar tal “cuidar”, agregado à saúde com notáveis valores (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

Em se tratando de assuntos éticos não se pode em momento algum deixar de falar do ‘princípio universal da responsabilidade. Este princípio que envolve todas as questões éticas. O profissional deve a cada dia ter suas ações respaldadas nesse princípio e está relacionado aos aspectos da ética da responsabilidade individual. O Estado tem sua responsabilidade ética, com deveres que garantam saúde e qualidade de vida, e como cidadão pertencente a essa sociedade também temos responsabilidades (MENEZES; PRIEL; PEREIRA, 2011).

A ética é de fundamental importância, por não dizer primordial na formação do profissional, ela tem que ocorrer primeiramente dentro do ser desse profissional, dentro do ser humano, e conferir um momento para pensar nos questionamento e as ações praticadas e conduta em saúde, que devem estar voltadas para atender as necessidades humanas (PINHEIRO; MARQUES; BARROSO, 2006).

O ser humano é um ser social, que se relaciona com a natureza, o meio onde vive e com o próprio homem. O cliente tem suas necessidades e por essa razão não necessita tão somente de leis e normas, mas tem o direito de buscar respostas satisfatórias para tais necessidades, pois mesmo após sua morte elas devem ser respeitadas. O profissional de enfermagem deve buscar a cada dia uma humanização no seu trabalho, para que se possa fazer um trabalho ético e holístico na assistência prestada ao paciente, é a estética da enfermagem (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

Observa-se que enfermagem ainda hoje é fortemente influenciada pelo modelo de Descartes que via o corpo como uma máquina, a “visão cartesiana” ou também pelo modelo biologicista, que se preocupava como a parte curativa em combate aos sintomas e as causas das doenças. Porém o modelo pelo qual a enfermagem deve seguir é aquele que está pautado na preocupação com os fatores nos campos emocionais, psicológicos e sociais que influencia no estado de saúde e doença dos pacientes, o holístico (PASCHOAL; MANTOVANI; POLAK, 2002).

O princípio do respeito pelo ser humano é considerado como o valor básico inserido no Código de Ética de Enfermagem, com valores que irão respaldar o profissional de enfermagem como autonomia, respeito, beneficência, veracidade, confidencialidade, fidelidade, privacidade, justiça, competência e responsabilidade (TREVIZAN; MENDES; LOURENÇO et al., 2002).

Os acontecimentos éticos vão surgindo no transcorrer dos atendimentos dos trabalhos diários, exigindo do profissional uma constante atualização dos seus conceitos e conhecimento tanto práticos como teóricos. Por ser um processo dinâmico, as discussões éticas, que envolvem valores históricos, estão sujeitas a mudanças, por essa razão construídas para atender às diferentes situações que envolvem o profissional de saúde no atendimento. Diante disso, existem os constantes questionamentos ao profissional de enfermagem sobre sua atuação nas questões éticas, exigindo-lhe uma competência ampla (FREITAS; OGUISSO; 2003).

Muitos são os fatores determinantes que irão levar o profissional de saúde à jornadas de trabalho extenuantes, tais como, políticos, sociais e econômicos, o que faz com que os profissionais não estabeleçam vínculos como o cliente, beneficiando, dessa forma, uma desumanização da assistência prestada até mesmo no preparo do corpo no pós-morte (ALVES; ÉVORA, 2002).

A ética esta pautada no que diz respeito ao bem e na virtude, o profissional de enfermagem talvez tenha que voltar sua atenção para um atendimento holístico e humanizado, e acima de tudo para o cuidado, que nem sempre irá vir com a recompensa da cura, mas promovendo a conscientização da equipe de saúde acerca da importância do cuidado e respeito com o corpo do seu cliente no pós-morte (SOUZA LB; SOUZA LE; SOUZA AM, 2005).

3.3 ENFERMAGEM E O CUIDADO HUMANIZADO DURANTE O PROCESSO DE ASSISTÊNCIA AO PACIENTE NO MOMENTO DE MORTE

Os princípios que se aplicam a uma equipe de saúde de que é ela que detém todo saber contribui para a fragmentação do ser humano, esquecendo-se que suas necessidades não são todas biológicas e sim humanas preservando a sua integridade. O avanço da tecnologia médica por volta da segunda metade do século XX mecanizou os cuidados e procedimentos técnicos (BARBOSA; SILVA, 2007).

Refletindo a história, vê-se revelado os processos racionais encobertos que possibilita visualizar de outro ângulo traçando novas diretrizes que não nos façam submissos às idéias retrogradas. A reflexão permite viver uma história e ao mesmo tempo induz a tomarmos decisões em duplas soluções para os problemas presentes, princípios fundamentais na transformação dos atuais condições de trabalho na enfermagem (VARGAS; RAMOS, 2011).

Tornar humano é conduzir este processo com dignidade, é um princípio nas práticas de saúde, pois induz a resolução de problemas existentes acerca dos processos de saúde. As interferências nas relações pessoais, nos processos de trabalho e na gestão estão ligadas às maneiras pelas quais os profissionais compreendem a moral na humanização quando se dá na prática profissional. No contexto geral é de uma importância fazer-se a diferença entre o que foi criado como prática corrente e o que se manifesta como novo, a fim de dar continuidade ao processo agora estabelecido como novas regras e concertos relacional a mora e a ética no cuidado humanizado (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

Entretanto, ainda existem barreiras a serem demolidas para que seja implementado uma outra face quanto ao tratamento humano inserido nos cuidados de enfermagem. A rotina diária torna-se o grande impasse na troca de comunicação entre paciente/equipe de enfermagem. Apesar do grande empenho dos enfermeiros quanto a humanização do cuidado em saúde, esta é uma tarefa difícil, que requer determinação e boa vontade do profissional (VILA; ROSSI, 2002).

Cuidado significa atenção, precaução, desvelo, solicitude, diligencia, zelo, bem trato. As ações da enfermagem visam uma visão humanista na convivência assistencial, uma visão entre a técnica, a maneira de agir, proceder, de quem realiza cuidados de enfermagem. Uma reflexão dos motivos que nos levaram a optarmos profissionalmente pela Enfermagem, tais como: amar os seres humanos de igual maneira e dedicarmos a nossa vida em prol dos suas vidas. Vemos hoje no universo da Enfermagem muitos profissionais distantes da realidade, portanto faz-se necessário valorizar e resgatar o que a de humano em nós mesmos (SILVA; CAMPOS; PEREIRA, 2011).

O respeito e o tratamento devem ser iguais para todos devendo sempre procurar entender as necessidades dos pacientes que tanto precisam dos cuidados da enfermagem. Quando se age de maneira a entender a personalidade e a particularidade do paciente o enfermeiro agirá de maneira mais respeitosa e como efeito tratamento mais humanizada. Os princípios bioéticos da autonomia, justiça, beneficência e não maleficência, comportamentos que subsidiam a dignidade humana, essencial na qualidade do cuidado/cuidador (BARBOSA; SILVA, 2007).

O impulso emotivo do corpo faz parte de um comando de ação indireta sobre o outro na comunicação; o se infiltrar no sentimento de outro se traduz em compartilhar juntos deste mesmo sentimento como uma realidade. É vivendo este comportamento que o sujeito dá visão ao conjunto de afetos, primordiais nos processo educativos e de atendimento ao cliente (FONTES, ALVIM, 2008).

Os fatores agressivos contribuem para uma total desordem e incômodos tanto para a equipe multiprofissional como para o paciente de um modo geral. É essencial para os familiares que eles sejam atendidos fisicamente e emocionalmente para eu eles possam sujeitar dentro de suas limitações a situação vivida pelo paciente (VILA, ROSSI, 2002).

Se prática da enfermagem estiver sustentada em parâmetros que lhe distancia dos relacionamentos ultra pessoais é fácil de admitir que o paciente é tratado como um corpo/objeto, que simplesmente precisa-se de reparo. Desse modo o enfermeiro não precisa de um instrumento a ser manipulado em prol da sua própria instituição. Neste contexto, conforto é limitado e a razão por ele produzida é instrumental porque limita o paciente a um corpo e ao enfermeiro a um instrumento (MUSSI, 2005).

Na área da saúde o cuidado faz parte das ações do profissional, no entanto o que faz a diferença é a forma como estes cuidados são expressos. A enfermagem está sustentada na profissionalização e na capacidade de cuidar, inserindo na aquisição e aplicação de conhecimento técnico e científico, como atitudes e habilidades que condizem com os objetivos prescritos à enfermagem (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

A humanização não esta inserida na boa intenção do profissional, mas no resultado do seu emprego em fazer do usuário cujas manifestações recorrem na forma como foi assistido. Por isso, o que foi aplicado como ética profissional se reflete nas consequências que o levarão a resolução dos problemas que leva o usuário a procurar a unidade de saúde. Não se pode só julgar os profissionais como causa de um mau atendimento (JUNGES et al., 2011).

Na humanização dos cuidados, o respeito à individualidade do ser humano se sobressais e criar-se um ambiente satisfatório que de legitimidade a parte humana das pessoas envolvidas. Para isso, o profissional de saúde principalmente o enfermeiro que tem um contato mais direto como o paciente necessita do seu entendimento pessoal e qualidades para entender o outro agindo de uma forma mais ampla valorizando os princípios que formatam essas ações. O respeito ao paciente é um principio básico da ética, no tocante aos cuidados humanizados (BARBOSA; SILVA, 2007).

O trabalho é uma atividade necessária na vida do ser humano. O homem um ser vivo que se vivo que se beneficia da natureza para a sua subsistência. O raciocínio é que nos diferenciam dos outros animais. Os trabalhos nos completa como pessoas constroem a identidade profissional do modo como nos inserimos no mercado de trabalho. As consequências do trabalho são traduzidas de varias formas, aquilo que demanda peso, tempo, muitas vezes são superadas como a satisfação de fazer melhor aquilo que queremos (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

Durante os cuidados ao cliente doente ou depois de sua morte, faz-se necessário entender seus sentimentos e de seus familiares e conhecer aquilo que por ele está sendo servido afim de que se obtenham maiores e reais ações de cuidados. Não são só as realizações de tarefas ou procedimentos que definem o cuidado, devem estar incluso o componente que compõe tais como: moral de espírito consciente e voluntário, o emocional que flui do desejo de fazer, o aspecto conhecedor da participação e da intuição. Ao entendermos o cuidado dessa forma, estamos contribuindo para um ambiente mais salutar, reações agradáveis em que os sentimentos humanos são despertos para daí ser um modelo de incentivos para outras empenharem-se para resolução dos infortúnios (FONTES; ALVIM, 2008).

Humanizar o cuidado de enfermagem em todos os atendimentos é com certeza são atos emotivos, para toda a equipe de multiprofissionais. Tornar humano é uma impulsão para assistir de forma mais real um indivíduo gravemente doente ou aquele que foi a óbito, tratando-o de como ser dotado de suas faculdades vitais ou não. Como um agente do cuidado ao paciente, a humanização abre uma rede que envolve no processo saúde-doença, a começar pelo paciente, o ambiente em que de continuo, envolve toda equipe de profissionais e a família do assistido (BARBOSA; MELO, 2008).

Nos tempos atuais o homem ressalta a tecnologia como solução para tudo, no entanto é de suma importância a retomada do cuidado para que não venhamos a esquecer que nós somos seres que precisamos de um vasto relacionamento e cuidado (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

É notório um ambiente hospitalar existirem normas e regras que regem aqueles que prestam assistência em especial aos enfermos. Porém cabe aos enfermeiros por em praticas tais diretrizes para um bom atendimento, e que se empregue a humanização, o cuidado, que é tão necessário para o paciente, que por sua vez estar inserido no cotidiano da Enfermagem. Ao aflorar a percepção de que essas ações são voltadas para um ser humano dotado de seus princípios, é fundamental humanizar (BARBOSA; SILVA, 2007).

A humanização é um agente propulsor do entendimento de enfermagem. As demais coisas são secundárias, algumas com as suas relevâncias. A parte humana o agente principal das ações da equipe e enfermagem o que proporciona o local de trabalho um bem estar para aqueles que o utilizam diariamente (VILA; ROSSI; 2002).

Por haver uma sobrecarga de trabalho para a enfermagem, sendo executado sobre forma de tarefa e procedimentos isso inibi a ação direta ao paciente, uma vez que este é assistido por vários componentes do corpo de enfermagem que executam suas tarefas cada um no seu campo de ação, da higiene pessoal ao curativo. Sendo assim, e dessa forma são nas tarefas que atenções são redobradas. Todo esse contexto esta focado no princípio da economia, tempo e maior agilidade quanto à execução do serviço. Esses trabalhos mobilizam um grupo que em conjunto executam seus afazeres sem maior destaque ao paciente, os focos são as obrigações (MUSSI, 2005).

Mediante ao que foi exposto chega-se a conclusão que a humanização esta subordinada a quem realiza. Com isso não podemos dizer que a moral nas praticas de saúde tem seus fundamentos alicerçados nas boas intenções do profissional, porém, no cumprimento de normas realizáveis pela equipe multiprofissional (JUNGES et al., 2011).

Os sentimentos que residem no corpo são de natureza particular, porém, refletem indiretamente na comunicação; usando esses sentimentos se conseguirá penetrar no mais profundo dos outros, usando as fórmulas do saber ouvir, meditar, refletir e com eles o enfermeiro tornar-se-á sensíveis diante da realidade. Sendo assim o que se produzi sobressairá em diversos campos da enfermagem (FONTES; ALVIM, 2008).

O cuidar está revestido de uma conduta transparente do desejo de saber. Esse comportamento se reação nos valores e no uso do conhecimento daquele que cuida para aquele é cuidado. O uso do cuida faz emergir no ser humano comportamentos nos diversos campos da sensibilidade humana, palpado no que de melhor se deseja fazer em prol de outros, como também preservar sua integridade moral, física e reconhece-lo como pessoa. Quando nos comparamos como os outros nos voltamos para nós mesmo, momento em que nos avaliamos como gostaríamos de ser terapeuticamente tratados. O cuidar bem gerar o bem ser cuidado (BOUSSO; SERAFIM; MISKO, 2010).

Cuidado se manifesta quando existe compreensão de ambos. Para que isso se concretize na pratica a enfermeira precisa ter certeza de sua própria condição humana interagindo com o outro, dando melhor de si mesmo valorizando a vida o bem esta do paciente. Os seres humanos trazem consigo comportamentos éticos que despertam interesses que os direitos são recíprocos. Por entender que o conceito de ética esta inserido no respeito, para cuidar tem que haver o reconhecimento dos tratamentos mútuos de forma a avaliar o homem como sujeito (FONTES; ALVIM, 2008).

Considerar a relações humanas aquele que possuem esta característica em si mesmo sabendo que esta ética é uma consequência geradora da ocupação dos outros. Por tanto quem detém esse saber é capaz de produzir efeitos positivos nos ambientes que se viver, como também em suas relações interpessoais. O trabalho e cuidado estão firmados no comportamento de cada ser humano. No entanto, dividir as ações e saberes é algo que é do próprio homem e pode gerar como consequência o afastamento do homem daquilo que cria e transforma, causando efeitos desumanos voltados pra si e para as suas ações (WENDHAUSEN; RIVERA, 2005).

3.4 A IMPORTÂNCIA DO APOIO À FAMÍLIA DURANTE A SITUAÇÃO DE DOENÇA E MORTE

O profissional da saúde, em especial o enfermeiro desde sua formação vem se preocupando com uma assistência humana voltada às necessidades do paciente de forma holística, vislumbrando o cuidado em todas as esferas tanto física, emocional quanto espiritual. A assistência de enfermagem ao paciente em estágio final ou crônico degenerativo, somatizam vários fatores que levam o profissional a redobrar a atenção tanto ao paciente nessa fase como com a família, pois existe uma série de alterações físicas e alterações emocionais que acontece com os mesmo, durante esse processo. Os familiares nutrem sentimentos em relação aos entes queridos, tem a esperança de os verem curam e descartam a presença da morte (SHIMIZU; GUITIERREZ, 1997).

A morte, é um acontecimento que o homem não pode determinar e uma questão misteriosa, não se pode vencê-la. A morte irá continuar ser um grande mistério para sempre. O fator morte evidência, portanto, a grande poder da natureza sobre os animais, sobre o homem. Apesar de muitos esforços, avanços e as muitas conquistas do processo de tecnologias, habilidades e conhecimento científicos, alcançados pelo homem, não impede que a morte aconteça (COCENTINO; VIANA, 2011).

O homem moderno mudou a visão em relação “a morte” e o processo morrer, com isso o sentimentos de luto mudou, houve transformações importantes na sociedade. Os profissionais devem levar em contar e refletir sobre tais transformações no processo de morte para os familiares, a vivência do luto, pois muitos familiares se sentem angustiados, com sentimentos dor e perda (SANTOS; SALES, 2011).

Diferentes sentimentos podem ocorrer para a família quanto à perda de um membro no ciclo de vida familiar, podendo afetar de formas diferentes, gerando repercussões diversas. A perda de qualquer ente familiar seja cônjuge, filho, idoso gera tristeza com grande impacto sobre toda a família. Em virtude desses sentimentos o enfermeiro deve esta preparada para acolher toda a família enlutada e respeitar os sentimentos dos mesmos (SHMIDT; GABARRA; GONÇALVEZ, 2011).

O comunicar sobre a morte para quem ficou na esperança da vida, é tarefa difícil para o profissional. Além de a necessidade proteger os sentimentos. O comunicado da morte implica, para o profissional, esta a frente de sua própria limitação, sua finitude, medos e ansiedades. Especificamente em situações que o paciente foi a óbito revelam necessidade de compartilhar aos familiares tal acontecimento e respeitar seus medos, angústias e sentimentos. Nesse momento, o enfermeiro deverá estar preparado para transmitir e propiciar aos familiares, conforto, segurança. O profissional deve compartilhar e respeitar a dor da família pela perda da pessoa querida e favorecer bom diálogo, buscando amenizar o sofrimento da perda (LIMA; KOVÁSC, 2011).

A família constitui uma base na formação de crenças, valores, conhecimentos do indivíduo que faz parte dessa família e, em geral, quando um indivíduo adoece ou morrer toda a família sofre e sente as consequências do momento vivenciado. Partindo da premissa de que o profissional de saúde também sofre com o adoecer/morrer de uma pessoa próxima da familiar, vêm à tona questões a respeito e responsabilidade do cuidador para com os familiares durante o cuidado com o paciente fora de possibilidades de cura (INOCENTI; RODRIGUES; MIASSO, 2009).

O enfermeiro dever respeitar as formas que a família utiliza para conforto com as de ordens religiosas, para lidar com morte. Os entes que ficam utilizam crenças religiosas e valores para ajudar a dar sentido ao evento de adoecer ou morrer. Em muitos casos a religiosidade é vivenciada como forma de explicar o inevitável na busca de apoio para as angustias e dores da perda, e isso deve ser respeitada pelo profissional. Em um momento de doença e morte, a família atribui a Deus a possibilidade da superação da experiência amarga da partida do seu ente querido, uma forma de não perde a esperança e a fé eliminando assim o peso da morte (BOUSSO et al., 2011).

Há um grande impacto no cotidiano das pessoas com a morte de um familiar, acontecem varias mudanças, como sonhos e futuros brilhantes e planejados que com a morte cessam esses fatos importantes para o ser humano. A partir desse acontecimento, os familiares se veem na busca por respostas para o enfrentamento diante da situação da perda (BOUSSO; SERAFIM; MISKO, 2010).

Os profissionais de Enfermagem devem refletir e reconhecerem a necessidade de apoiar os familiares nesse momento difícil e prestar todos os cuidados aos mesmos e também ao corpo sem vida (SANTANA; DUTRA; MATOS, 2011).

Na trajetória, do enfermeiro perceber a família é carregar a responsabilidade durante todo o processo de adoecimento e morte. As muitas experiências avaliaram-nos o quão é difícil para os familiares visualizar a trajetória do processo morte/morrer, pois, o fato da morte de um membro da família provoca grandes reações, tanto do ponto de vista do indivíduo, quanto se considerar o grupo familiar. Diante de uma perda, as pessoas sofrem por muito tempo e são impelidas a voltar o mais depressa possível à rotina. Todavia cabe ao profissional de enfermagem levar em conta os sentimentos dos familiares ao vivenciar um processo de morte de membro da família, não poderemos ajudá-los de formar eficácia, mas uma vez que, no tocante à morte, cabe ao enfermeiro assistir a família de maneira a remete ao alívio da dor e do sofrimento de todos os envolvidos nessa situação (SANTOS; SALES, 2011).

3.5 OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O CORPO SEM VIDA

A equipe de Enfermagem está constantemente em situação de enfrentamento com a morte de pacientes que estão sob seus cuidados. E, mesmo que esses acontecimentos façam parte do dia-a-dia de trabalho dos profissionais, tais situações se configuram em momentos em que o lidar com os sentimentos e emoções por parte da equipe parece ser particularmente difícil. Por muita das vezes, o paciente que foi a óbito é destituído de todo e qualquer significado e identidade, reforçando a ideia de distanciamento entre profissionais e o corpo sem vida (KUNHN; LAZZARI; JUNG, 2011).

A morte e os cuidados com o preparo do corpo pós-morte são temas pouco discutidos com acadêmicos durante sua formação, mas também, com os profissionais da área de saúde. Como consequência, alguns profissionais da equipe de saúde podem apresentar dificuldades para cuidar de forma integral do paciente em sua finitude, limitando-se a cuidar apenas do corpo sem vida e não, do ser humano que morreu (ARGENTA et al., 2008).

A morte na maioria das vezes permanece oculta entre os biombos, escondida nas enfermarias, desconhecida, misteriosa. Embora alguns profissionais da saúde, de modo geral, ao se depararem com ela, a tem como um sinal de fracasso, gerando sentimentos de frustração e impotência. A morte é frequente no em muitos espaços hospitalares, e há certo despreparo dos profissionais para enfrentá-la e lidar com a dor e o sofrimento do outro. O enfermeiro tem contato direto com a pessoa que está morrendo, um cenário que pode ser um elemento que interfere no cuidado, de um lado pela possibilidade de banalização e, de outro, pelo sofrimento imposto ao trabalhador no momento dos cuidados do corpo sem vida (SULZBAHER et al., 2009).

A morte tem duas representações: uma física e outra social, a finitude de um corpo biológico, e a finitude de uma pessoa. A morte de um ente querido significa, normalmente, perda, dor e solidão para os que ficam. A ausência por ela deixada não atinge somente a família que conviviam com quem morreu, mas também a toda rede social. Por essa razão parte do profissional em cuidar com respeito do corpo, pois para as famílias há um deposito de sentimentos, expressado naquele corpo sem vida. A morte tem duas representações: uma física e outra social, a finitude de um corpo biológico, e a finitude de uma pessoa. A morte de uma de um ente querido significa, normalmente, perda, dor e solidão para os que ficam (CHAVES; MASSAROLLO, 2009).

Contudo, sob este olhar é apenas a destruição de um estado físico e biológico que ela traz, porém é também o fim de um ser que tinha correlação com outros. As pessoas que estão morrendo ou morrem necessitam ser tratadas com dignidade, integridade, respeito e ética, ou seja, que tenham garantido seus direitos a uma morte digna, que recebam cuidados contínuos e que seja respeitada sua autonomia. Para que isso ocorra são necessários, profissionais de enfermagem respeite princípios importantes como: a justiça, beneficência, a não maleficência e a autonomia na prestação da assistência de enfermagem (LORENCETTI; MERIGH, 2005).

Há uma inconformada insatisfação revelada por muitos profissionais por se sentirem culpados por essas perdas. O preparo para salvar vidas, que constitui a base na formação dos profissionais de enfermagem. O empenho se concentrou em salvar e pouco se compreender a finitude humana. Assim sendo, poucos estão preparados para lidar com a morte, mas quando ela vence, sentem-se culpados e incapazes de lidar com tais sentimentos, aponto de mecanizar o preparo do corpo, do paciente que ficou sobre seus cuidados (SILVA; VALENAÇA; GERMANO, 2010).

O cuidado é algo a ser compartilhado por toda a equipe de profissionais. Pressupõe o respeito à autonomia do indivíduo na perspectiva da proteção e em seu contexto social e familiar, tendo que ser levado em consideração ate mesmo após a sua morte, os seguintes aspectos: o profissional deve ser sensível para levar em considerando uma parte da população que se encontra desfavorável a muitos atendimentos de saúde, deve existir, por parte dos profissionais de saúde, ações que possam minimizar ou corrigir algumas das circunstâncias que tornam essas pessoas especialmente vulneráveis e/ou desfavoráveis (REGO; PALÁCIOS, 2006).

Os acadêmicos em muitas das vezes são preparados para a manutenção e recuperação da vida, a morte e o morrer em seu dia-a-dia, suscitam sentimentos de frustração, tristeza, perda, impotência, estresse e culpa, levando-os a esconderem esses sentimentos. Em geral, o despreparo leva o profissional a afastar-se da situação e uma banalização no momento do preparo do corpo, como uma forma de esconder tais sentimentos. A Enfermagem tem como estabelecer uma comunicação mais aberta e sincera a partir da relação estabelecida durante o cuidado do paciente, por consequência, tratando desse paciente holisticamente após a sua morte (SUSAKI; SILVA; POSSARI, 2006).

O cuidar é uma prática inerente a condição humana, mesmo em vida ou após a morte, o cuidar é uma condição primordial do ser humano, do nascimento até a morte. Nessa perspectiva, por conseguinte espera-se que haja uma mudança de paradigma a partir da conscientização dedo profissional de enfermagem acerca do cuidado do corpo que um é fato imprescindível tanto ao longo da vida quanto após morte de um paciente. Entretanto, cabe ressaltar as questões do cuidar e as práticas de assistência em saúde que parecem estarem sofrer uma grande influência das tecnologias com apenas o intuito de curar, o que deve também se levar em conta à promoção do conforto, não somente físico, no entanto emocional e espiritual (SILVA; CAMPOS; PEREIRA, 2011).

O próprio processo de aprendizagem em relação ao preparo do corpo sem vida deve ser continuo independente de ter sido iniciado ou não na formação acadêmica do profissional, a fim de prepara-lo emocionalmente quando o exercício diário assim o exigir. Para o profissional de enfermagem, o preparo do corpo morto é tido como agressivo, doloroso, penoso e muito violento. Independentemente de qualquer do profissional diante do momento da morte, o preparo do corpo do paciente que esteve sob seus cuidados, torna-se tarefa árdua e difícil. O corpo sem vida e submetido ao preparo pela equipe, que possuem rituais, com rotinas pré-estabelecidas, normalmente de acordo com a cultura da sociedade e rigor técnico. Em momento algum o corpo deve ser desrespeitado pela equipe (KUHN; LAZZARI; JUNG, 2011).

O cuidado como o corpo no pós-morte deve ser realizado com técnica, porém, principalmente, com respeito independe do seu estado vital, pois faz parte da conduta do profissional de enfermagem. Há uma grande diferença entre o preparo do corpo e os demais procedimentos de enfermagem, em momento algum esse processo deve ser desprovido de quaisquer sentimentos ou respeito. Cabe a equipe de saúde entregar o corpo para a família com aparência de conforto, como todos os cuidados de enfermagem necessários. Em momento algum os profissionais deverão ser punidos, com preparando do corpo do paciente, com forma de fracasso pela morte do mesmo. Todavia deve haver um sentimento respeito e ética para realizar o preparo do corpo, pois também é uma forma de cuidar, após sua morte (SANTANA; DUTRA; MATOS, 2011).

4 DISCUSSÃO

O cuidar de um corpo no pós-morte não é uma tarefa fácil, na qual são exacerbados sentimentos oriundos de vivências pessoais e familiares de quem cuida.

Compreende-se, através do estudo realizado, que muitos dos profissionais não foram preparados para lidar com a morte e sim trabalhar para a vida. Sendo assim, apesar do tema relativo ao procedimento “preparo do corpo” aparecer muitas vezes de forma técnica, deve-se levar em conta os momentos talvez mais árduos que compõem a assistência de enfermagem, haja vista toda a sua implicação emocional, relacionada à perda de um paciente que em sua essência representa muita para os seus familiares e amigos, levando-os ao luto.

Tal perspectiva pode ser confirmada pelo o que trouxe Santana; Dutra; Matos, (2011) em seus estudos, onde dizia que todo o preparo do corpo pós-morte necessite de o um direcionamento voltado para atitudes éticas e de respeito, conscientizando a equipe dessa prática quando se depararem com tais ocorrências. Espera-se que a equipe de profissionais de saúde em especial por parte do Enfermeiro, ponha em prática o princípio, de que lidar com o corpo sem vida requer respeito e ética.

Nesse sentido, tentou-se abordar de forma didática a importância do profissionalismo, respeito e a ética para assim tentar sensibilizar aqueles que dela participaram de forma direta ou indireta do preparo do corpo sem vida, abordagem esta encontrada também nos estudos de Nascimento et al.,(2007).

Nota-se que com a instrumentalização e a tecnologia nos hospitais, permitiu-se que o paciente tivesse, mas tempos para seu tratamento, e prolongando assim o tempo de morrer, implicando no atendimento mais humanizado.

Segundo Wendhausen e Rivera (2005) assistência deve ser humanizada, mesmo com as rotinas diárias que envolve e muito o trabalho do profissional de enfermagem, este por sua vez não deve ser mecanizado a ponto de tratar das questões como cuidar do corpo no pós-morte como uma simples procedimento banal. Mesmo sendo um procedimento técnico do “preparo do corpo” ser um dos mais árduos que compõem a assistência de enfermagem, haja vista toda a sua implicação emocional, relacionada à perda de um de seus pacientes isso não o impedirá de cuidar do mesmo, como se este estivesse com vida.

O profissional presencia em boa parte do seu trabalho cotidiano o sofrimento dos familiares pela morte do ente querido, por essa razão o enfermeiro deve compreender a morte como parte natural do ciclo da vida e repensar suas ações de cuidador. Com o processo das muitas cargas e jornadas de trabalho o profissional de enfermagem passa a se tornar mais mecanizado ao lidar com a morte e evita em inúmeras vezes pensar no assunto, e se esquece que são limitados e susceptíveis ao morrer.

Para Alves e Évora (2002) as inúmeras horas de trabalho ocasiona um desgaste para o profissional lidar com o paciente em leito de morte ou com corpo no pós-morte, fazendo com que o profissional de saúde tenha que mecanizar muitas de suas ações prestadas ao paciente em óbito. Por mais que exista um profissionalismo, o enfermeiro não deve se esquecer de que é um ser humano dotado de sentimentos.

É através das rotinas e plantões que o enfermeiro procurar uma válvula de escape para as inúmeras frustações, para a falta de afeto para com as pessoas que morrem sob seus cuidados, dificultando assim o expressar uma sensibilidade, porém antes a isso se resguardando do sofrimento psicológico que a própria atividade do cotidiano lhe impõe.

Para Lorencetti e Merigh (2005) os profissionais de enfermagem relatam que a proximidade da morte de um paciente, ao qual dedicou horas de assistência, pode despertar sentimentos como impotência, fracasso e culpa, levando-os a mecanizar os atendimentos dos mesmos após seu óbito.

O enfermeiro mesmo trabalhando em condições desgastantes, em que o atendimento preconizado não é realizado, e em muitos casos não permite que o profissional expresse seus sentimentos é de grande relevância para a contextualização do emocional do profissional, pois esse tem dificuldades de lidar com “morrer” de seu pacientes.

Observar-se que para Vila e Rossi (2002) o profissional de saúde não pode limitar-se apenas aos códigos e normatizações para presta uma assistência à saúde dentro dos aspectos éticos, mas com respeito o paciente, enfatizando a importância da responsabilidade e compromisso social. Os comportamentos éticos vão além do indivíduo, sempre respeitando seus direitos.

Conforme Koerich; Machado e Costa (2005) os temas éticos deve ser discutidos e deve se avaliar a importância principalmente na formação do enfermeiro, pois será a base pra a pratica profissional, é através da ética que o enfermeiro respaldará as sua ações diárias.

A ética deve permear e influenciar permanentemente as condutas do Enfermeiro para fazer dele um defensor do valor da competência, respeito e da capacidade de fazer bem feito, evitando assim danos de qualquer natureza ao paciente.

No entanto, para Freitas e Oguisso (2003) afirma que há uma necessidade de fortalecer o enfoque nas questões humanas a fim de poder promover uma relacionar teoria e prática nas ações diária, o que leva ao desenvolvimento teórico e crítico da profissão.

No entanto observou-se nesse trabalho, que existem poucos estudos que abordam a relação existente entre o profissional de enfermagem e o preparo do corpo no pós-morte. Foi possível identificar que nem todos os profissionais sentem-se preparados para lidar com a morte e com o procedimento do preparo do corpo.

Evidencia-se, por fim, a importância dos profissionais de enfermagem possuir a base teórica e sentimental neste momento especial do cuidado, que, não raras vezes, são tão importantes tanto para os profissionais dos envolvidos quanto para os familiares.

Devem ser feitas reflexões por parte da equipe de enfermagem, para ser realizado um atendimento ético, durante o preparo do corpo sem vida, evitando assim as infrações éticas para com o ser humano. Por tanto, cabe a cada profissional atender de forma mais humanizada em quaisquer circunstâncias, seja em vida ou morte/pós-morte, respeitando os sentimentos dos familiares pelo corpo do ente querido.

5 CONCLUSÃO

Esta pesquisa procurou compreender de uma forma abrangente, as atitudes, sentimentos, comportamentos dos profissionais de Enfermagem na relação com o paciente sem vida.

Observou-se que o Profissional ao lidar com um paciente em vida, usa de métodos ultrapassados, onde a humanização está em segundo plano, dando lugar a um tratamento mais profissional, esquecendo-se que o paciente, necessita de toda a atenção, principalmente em momentos de dependência mediante a sua situação clinica.

Contudo observou-se também um despreparo ainda maior por parte dos Profissionais de Enfermagem, com relação ao preparo do corpo sem vida. Notou-se que, é do saber de todos que existe um fim, um limite da vida do ser humano, assim sendo, existe um sentimento de culpa quando um paciente que está sob os seus cuidados vem a falecer, isto porque o Profissional não está preparado para lidar com a morte, algo natural, um último momento em que a ética, a assistência por parte do profissional deve estar em evidência, como quando estaria com o paciente em vida.

Todavia, notou-se que no ato da morte, o preparo e cuidados devem ser efetuados com sentimentos e respeito por se lidar com um corpo que um dia teve vida, cujo tratamento deve estar além do automatismo.

Salienta-se que existe um inicio e um fim da vida humana, sendo assim é um ciclo natural que envolve toda humanidade e que deve ser tratado com toda dignidade.

Viu-se também a atual situação em que vive os Profissionais da área de Enfermagem, sedentos por transformações e mudanças, haja vista que, os estudos que envolvem matérias relacionadas com o tema “preparo do corpo pós morte” são raros, espera-se avanços na área literária afim de nortear os profissionais da Enfermagem, e deixa-los mais preparados para tal situação.

Conclui-se que mesmo mediante as dificuldades encontradas, está evidenciada a humanização como uma base sólida pautada na ética, como uma mola propulsora na prática de saúde, que tem levado muitos profissionais a superar as suas limitações e criar novos horizontes buscando um melhor atendimento ao paciente quer com vida ou não.

Inserido neste estudo está a figura do Profissional em enfermagem, agente que convive no seu dia a dia com o quadro exposto, as dificuldades existem os sucessos também, isto porque, nas suas tarefas diárias o profissional aprende que ele é valorizado, digno de respeito, o que o leva a desempenhar-se o máximo para realizar as suas tarefas a contento.

Assim sendo esta Pesquisa retrata um quadro que precisa ser mudado, e que no decorrer dos anos possa-se vivenciar uma nova mentalidade por parte nos Profissionais de Enfermagem.

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