HANSENÍASE UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: ESTRATÉGIAS E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) EM PORTO SEGURO, BAHIA.

Data de postagem: Oct 19, 2016 12:28:24 AM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

BÁRBARA PORTELA GUIMARÃES REIS

HANSENÍASE UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: ESTRATÉGIAS E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) EM PORTO SEGURO, BAHIA.

EUNÁPOLIS, BA

2015

BÁRBARA PORTELA GUIMARÃES REIS

HANSENÍASE UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: ESTRATÉGIAS E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) EM PORTO SEGURO, BAHIA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador: Prof. Diego Rosa Leal

EUNÁPOLIS, BA

2015

BÁRBARA PORTELA GUIMARÃES REIS

HANSENÍASE UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: ESTRATÉGIAS E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) EM PORTO SEGURO, BAHIA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Professor Diego da Rosa Leal (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professor (a) (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professor (a) (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professora Maria Cristina Marques, Coordenadora do curso de Enfermagem Eunápolis–Ba

___________________________________________________ DATA: ___/___/___

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho ao meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, a Ele toda Honra e Glória, pois Dele vem tudo que sei e sou e sem Ele eu não teria chegado até aqui, obrigada meu Deus.

Agradeço aos meus amados pais José Alberto (in memorian) e Círia, meu alicerce, amor eterno, que me ensinaram os princípios e verdadeiros valores da vida, sem vocês nada disso seria possível.

Ao meu amado esposo Giordhan, meu grande amigo, companheiro, por sempre me incentivar e por acreditar em mim, você é o homem dos meus sonhos, essa conquista também é sua meu bem.

Aos meus queridos irmãos Roberta, Cristiane e Ari, obrigada por todo apoio, amo vocês, essa conquista também dedico a vocês.

Aos familiares e amigos que de alguma forma me apoiaram, me ajudaram a trilhar por este caminho e torceram por mim.

Ao amigo Doutor Luiz Andrade, obrigada por tudo.

A amiga Priscilla Sampaio uma mão sempre amiga quando eu precisava.

Aos meus colegas de classe por compartilhar bons momentos durantes esses cinco anos de muito aprendizado e crescimento.

As colegas e amigas que ganhei durante esse tempo, Gabriela, Lívia, Lorena e Tatiana minhas companheiras que sempre me incentivaram nessa caminhada tornando ela mais fácil, amo vocês.

Aos mestres, pelos ensinamentos, conhecimentos, pelas lições de vida e amizade, obrigada por ter contribuindo para realização de um grande sonho.

Ao meu orientador Diego Rosa Leal, obrigada por todo apoio, amizade, paciência e direcionamento, contribuindo para que este sonho se tornasse realidade.

Hoje, enfim, Enfermeira!!! Muito Obrigada!!!

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Art. 196 da Constituição Federal

RESUMO

A Hanseníase é uma das doenças mais antigas da história da humanidade, sendo procedente da infecção causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e células dos nervos periféricos. É uma doença que representa um grande problema de saúde pública no Brasil. O diagnóstico precoce é fundamental para que haja tratamento e cura, e assim, diminuir a proliferação da doença e as possíveis sequelas causadas ao organismo do individuo não tratado. O presente estudo tem como objetivo investigar as estratégias e as atribuições do enfermeiro no controle da hanseníase nas Unidades Básicas de Saúde no Município de Porto Seguro – BA. Trata-se de uma pesquisa de campo, um estudo transversal, de caráter descritivo, com abordagem qualitativa. A qualificação do profissional de enfermagem é fundamental na estratégia do controle da hanseníase, sendo, o enfermeiro, o profissional atuante na estratégia do controle ao portador da doença. Todas as entrevistadas possuem tempo relevante no trabalho com hanseníase e apresentam capacitações na área, sendo preparadas para atender pacientes com a doença. Aptas a contribuir com o objetivo principal, que é a eliminação da doença no país. Enfim, com todo o material colhido e através das informações dos estudos relacionados à hanseníase, pode-se concluir que as metas buscadas pelo Ministério da Saúde que visam à redução de casos de hanseníase serão alcançadas com a qualificação continuada do profissional de enfermagem e de toda equipe da saúde da família, associadas a práticas de busca ativa para o diagnóstico precoce de novos casos e informação a população sobre a doença.

Palavras-chave: Hanseníase; Enfermagem; Saúde Pública.

LISTA DE SIGLAS

ACS - Agentes Comunitários de Saúde

BCG - Bacilo Calmette e Guérin

BCG-ID - Bacilo Calmette e Guérin – intradérmica

ESF – Estratégia de Saúde da Família

PQT – Poliquimioterapia

MB - Multibacilar

MS – Ministério da Saúde

PB - Paucibacilar

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HANSENÍASE

2.1.1 Aspectos Históricos

2.1.2 Etiologia e Modo de transmissão

2.1.3 Classificação Operacional e Formas Clínicas

2.1.3.1 Hanseníase indeterminada

2.1.3.2 Hanseníase Tuberculóide

2.1.3.3 Hanseníase Virchoviana

2.1.3.4 Hanseníase dimorfa

2.1.5 Diagnóstico

2.1.6 Tratamento

2.2 O PROGRAMA DE HANSENÍASE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

2.3 PROGRAMA DE CONTROLE DA HANSENÍASE

2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA HANSENÍASE

2.4.1 Atribuições do enfermeiro

2.4.2 Dificuldades encontradas pelos enfermeiros para o controle da hanseníase

2.5 IMPORTÂNCIA DAS CAPACITAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM HANSENÍASE

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

3.2 CAMPO E CENÁRIO DE ESTUDO

3.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

3.6 QUESTÕES ÉTICAS

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5 CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANEXO I

ANEXO II

1 INTRODUÇÃO

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que pode levar anos entre a transmissão e a manifestação dos sintomas, pode ocorrer em qualquer idade, em ambos os sexos, sendo mais comum a infestação em indivíduos adultos, que se manifesta principalmente por sinais e sintomas dermatoneurológicos, tais como: lesões na pele e nos nervos periféricos, especialmente nos olhos, mãos e pés (BRASIL, 2002).

A porta de entrada para o bacilo de Hansen são as vias aéreas superiores e a outra pessoa deve estar susceptível para ser infectada pela doença, o homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. Deste modo, faz-se necessário estar em contato com o indivíduo doente e sem tratamento, para que ocorra a infecção pelo bacilo (BRASIL, 2008a). O período de incubação é, em média, de 2 a 7 anos, porém, há menções de tempos menores, cerca de 7 meses ou até mesmo podendo durar por mais tempo, até 10 anos (BRASIL, 2010a).

É uma doença que tem tratamento e cura, no entanto, ao ser diagnosticado, se o indivíduo já apresentar alguma deformidade instalada, esta pode ficar como sequela permanente após o tratamento. Por isso, é fundamental o diagnóstico prévio e início imediato do tratamento adequado como forma de prevenção das incapacidades e deformidades físicas que a proliferação da doença pode provocar ao organismo infectado (EIDT, 2004).

O diagnóstico da hanseníase é realizado primeiramente na Atenção Básica de Saúde, sendo uma doença de notificação compulsória em todo território nacional e de investigação obrigatória (BRASIL, 2008a). No entanto, para que seja detectado o maior número de casos se faz necessário uma maior busca ativa na população em geral ou em população com maior vulnerabilidade (FIGUEIREDO, 2012). Nesta esteira, um dos fatores que influenciam a endemia da hanseníase são as condições de moradia e socioeconômicas desfavoráveis do individuo, assim como, o estado do ambiente em que vive e a uma maior densidade populacional convivendo em um local de risco, pode torná-las mais vulneráveis ao contágio pela doença (BRASIL, 2001a).

Por apresentar alto poder incapacitante, é uma doença que exige atenção, faz-se necessário o controle e atenção integral às populações de risco acima mencionadas, visando ao diagnóstico precoce de casos, tratamento e cura, com consequente eliminação de fontes de infecção (FIGUEIREDO, 2012). O tratamento é gratuito e obrigatório o atendimento em toda rede do Sistema Único de Saúde, devendo ser oferecido de acordo com a necessidade de cada caso (BRASIL, 2010b).

Por se tratar de um problema de saúde pública o governo brasileiro começou a buscar metas para a eliminação da doença no país (MACKERT, 2008). Assim, o Brasil assumiu o compromisso em diminuir o coeficiente de prevalência de menos de um doente em cada 10.000 mil habitantes até 2015, sendo que, em 2010 foi lançada esta mesma meta e foram alcançados 1,56 casos para cada 10.000 habitantes. Para que se alcance resultados mais favoráveis, a estratégia essencial para a redução de casos é o aumento da detecção precoce de novos casos e o acompanhamento até a cura dos casos diagnosticados (BRASIL, 2012).

Neste contexto, o profissional de enfermagem como corresponsável pelos programas governamentais de diagnóstico e tratamento da hanseníase, deve contribuir através de educação continuada de sua equipe de saúde e da população, buscando, sobretudo, a conscientização quanto aos sinais e sintomas da hanseníase para que se alcance o objetivo maior, de redução da notificação de novos casos, diminuição do quadro de diagnóstico tardio da doença e das possíveis complicações dos indivíduos afetados, assim como, diminuírem o tempo de exposição de contatos domiciliares.

Despertei o interesse pelo tema, enquanto discente na disciplina de Enfermagem de Prática Assistida I, quando pude observar a ocorrência considerável de pacientes portadores de Hanseníase e o impacto social que a patologia traz para a saúde do indivíduo e, principalmente, na importância da atuação do enfermeiro, buscando conhecer quais dispositivos e estratégias são pertinentes e eficazes durante a sistematização das ações da enfermagem para o combate da hanseníase.

Desta forma, nota-se a relevância do tema, pelos inúmeros casos notificados anualmente, por ser uma patologia de grande estigma social, com impactos psicossociais ao paciente, à família e por perceber que ainda há muito desconhecimento da população sobre o assunto. Assim, entende-se quão grande é a necessidade da participação do enfermeiro na conscientização da comunidade.

Dados estes esclarecimentos iniciais, o objetivo deste estudo consiste em investigar as estratégias e as atribuições do enfermeiro no controle da hanseníase nas Unidades Básicas de Saúde no município de Porto Seguro – BA. Este estudo terá como objetivos específicos: identificar as estratégias e ações do enfermeiro no controle da doença, averiguar os conhecimentos e dificuldades encontradas pelos enfermeiros para o controle da hanseníase, descrever a importância do profissional de enfermagem no controle da hanseníase e identificar a importância das capacitações da equipe de enfermagem.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HANSENÍASE

2.1.1 Aspectos Históricos

A hanseníase é uma das doenças mais antigas da história da humanidade e tem uma imagem preconceituosa arraigada na sociedade, porque é vista como uma doença contagiosa e incurável, ocasionando a rejeição, discriminação e exclusão do doente do meio social. Parte desse preconceito está associada ao modo como os doentes eram confinados e tratados em hospitais-colônias ou leprosários (NUNES; OLIVEIRA; VIEIRA, 2011).

A Bíblia Sagrada expõe várias passagens referentes à lepra, termo pela qual antes era conhecida a Hanseníase e usado pela primeira vez por Hipócrates, para descrever doenças dermatológicas com lesões corporais, associadas ao castigo divino, e que revela parte da sistemática de tratamento da doença utilizada durante muito tempo, sendo bastante compreensível, diante do contexto de baixíssima tecnologia sanitária e total desconhecimento das origens desse mal (MACKERT, 2008).

Bíblia sagrada, no Antigo Testamento, no livro de Levítico 13 do versículo 9 a 14:

“Quando no homem houver praga de lepra, será levado ao sacerdote,

E o sacerdote o examinará, e eis que, se há inchação branca na pele, a qual tornou o pelo em branco, e houver carne viva na inchação,

Lepra inveterada é na pele da sua carne; portanto, o sacerdote o declarará por imundo; não o encerrará, porque imundo é. E, se a lepra se espalhar de todo na pele, e a lepra cobrir toda a pele do que tem a praga, desde a sua cabeça até aos seus pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote, Então o sacerdote examinará, e eis que, se a lepra tem coberto toda a sua carne, então declarará o que tem a praga por limpo; todo se tornou branco; limpo está. Mas no dia em que aparecer nela carne viva será imundo.”

Era uma doença muito temida por causar deformidades físicas, a antiga lei israelita obrigava o reconhecimento da moléstia por ser considerada uma ameaça à saúde coletiva, e os leprosos eram colocados em locais isolados para que a lepra não se espalhasse, pois não havia tratamento para os doentes (MORENO; ENDERS; SIMPSON, 2008).

Segundo Brasil (2008b) o termo lepra foi modificado para hanseníase em 1873 pelo médico Amaneur Hansen, na Noruega, após descoberta do causador da doença, o Mycobacterium leprae, cujo bacilo também chamado de bacilo de Hansen, em sua homenagem. A substituição do termo lepra para hanseníase visa a redução do estigma ainda hoje associado à doença.

Por muito tempo, como mencionado nos tempos bíblicos e durante toda a idade média e até a descoberta de sua causa, o único meio de controle para a hanseníase eram os isolamentos compulsórios. Com a evolução da ciência médica, em 1962 foi abolido este método, e adotado o tratamento com poliquimioterapia, que é uma associação de três drogas: dapsona, clofazimina e rifampicina. A poliquimioterapia passou a ser utilizado no Brasil a partir de 1989, concretizando-se como um instrumento essencial para os planos de erradicação da moléstia (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2008).

Após a descoberta da eficácia do tratamento acima descrito, os pacientes ficaram livres dos hospitais-colônias, pois, os doentes que começam a fazer uso do medicamento param de transmitir a hanseníase logo no início, não sendo mais necessário o seu isolamento social. Desde então, o tratamento poliquimioterápico vem sendo recomendado como tratamento medicamentoso para combater a hanseníase, visando prestar um tratamento integral ao doente (EIDT, 2004).

Contudo, visto que a Hanseníase é uma doença que se constitui como um problema de saúde pública, principalmente por sua proporção e seu grande poder em causar incapacidades permanentes, faz-se necessário uma vigilância permanente pelos órgãos de controle epidemiológico (BRASIL, 2002; 2008a).

2.1.2 Etiologia e Modo de transmissão

O agente etiológico da hanseníase Mycobacterium leprae, é um parasita intracelular obrigatório, organismo altamente infeccioso, o qual depende de um hospedeiro para se proliferar, assim, tem afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos (BRASIL, 2010a). É um bacilo álcool-ácido resistente e gram-positivo, tendo a forma em bastonete. Decorrente da sua alta infectabilidade tem a capacidade de afetar muitas pessoas, porém, poucas desenvolvem a doença devido a sua baixa patogenicidade (BRASIL, 2002).

As vias aéreas superiores são consideradas como a principal forma de contaminação pelo bacilo (SOUZA, 1997). A transmissão ocorre por meio de uma pessoa infectada pela forma multibacilar da doença, não submetida ao tratamento, através da eliminação do bacilo para o meio exterior, contaminando outras pessoas vulneráveis, através de contato íntimo e prolongado (FIGUEIREDO, 2012). O período de incubação é, em média, de 2 a 7 anos, porém, há menções de tempos menores, cerca de 7 meses ou, até mesmo podendo durar por mais tempo, até 10 anos (BRASIL, 2010a).

Um dos fatores que influenciam a endemia da hanseníase são as condições desfavoráveis do indivíduo, socioeconômicas e de moradia, assim como, o estado do ambiente em que vive e a uma maior densidade populacional convivendo em um local de risco. Esses fatores associados podem tornar as comunidades e indivíduos mais vulneráveis ao contágio pela doença (BRASIL, 2001a).

2.1.3 Classificação Operacional e Formas Clínicas

As formas de manifestação da hanseníase, operacionalmente, são enumeradas pela quantidade de lesões epidérmicas que, comumente, estão relacionadas à quantidade de bacilos. A forma paucibacilar (PB), quando há até cinco lesões na pele e a carga de bacilos é baixa, e multibacilar (MB), quando há mais de cinco lesões e alta carga bacilar. Essa classificação se faz necessária para que o profissional de saúde possa identificar o diagnóstico e assim escolher o esquema terapêutico quimioterápico de acordo com o caso (BRASIL, 2008b).

As formas clínicas da hanseníase são classificadas em quatro tipos: indeterminada, tuberculóide, virchoviana ou borderline, e dimorfa. As formas indeterminada e tuberculóide são classificadas como paucibacilar, já as formas virchoviana ou borderline e dimorfa são classificadas como multibacilar (SOUZA, 1997).

2.1.3.1 Hanseníase indeterminada

A hanseníase indeterminada é o estágio inicial da doença, comumente caracterizada por mancha hipocrômicas, com alteração da sensibilidade, podendo ocasionar perda de pelos, sendo que as lesões podem ser únicas ou múltiplas, com limites imprecisos e não há alteração dos troncos nervosos. Nesta fase, o exame de baciloscopia sempre será negativo (OPRAMOLLA, 2000). As manifestações clínicas podem desaparecer de acordo com as características imunológicas do paciente, espontaneamente, ou evoluir para outros estágios da doença (BRASIL, 2010c).

2.1.3.2 Hanseníase Tuberculóide

A forma clínica tuberculóide caracteriza-se por lesões cutâneas distribuídas eritematosas ou hipocrômicas, com limites externos sempre nítidos e definidos. Pode apresentar comprometimento dos troncos neurais periféricos, resultando em alterações tanto sensitivas quanto autonômicas, acarretando em diminuição da sensibilidade, pele ressecada, hipoidrótica, queda de pelos e baciloscopia negativa (SOUZA, 1997).

2.1.3.3 Hanseníase Virchoviana

As manifestações clínicas virchoviana iniciam-se com quadro clínico variado, como manchas simétricas distribuídas sobre a pele, podendo apresentar-se avermelhadas, pode apresentar-se também de forma progressiva a qual resulta em acentuação do eritema e infiltração, com poros dilatados, e nestes locais se sobrepõem pápulas, nódulos e tubérculos e placas nomeadas de hansenomas (BRASIL, 2010c). O desenvolvimento dessa variante da doença compromete vários troncos nervosos tornando-os espessados, fibrosos e endurecidos, de forma que, sobrevém perda sensitiva e motora, perda da função, atrofia muscular, paralisias, deformidades e contraturas (SOUZA, 1997).

2.1.3.4 Hanseníase dimorfa

A hanseníase dimorfa varia entre as formas tuberculóide e virchorviana, e mostra-se com dermatites cutâneas, bem demarcadas, sem ou com baixa presença de bacilos, e dermatites infiltrativas mal demarcadas, com elevada presença de bacilos (BRASIL, 2010c). Nesta fase há grandes chances do paciente desenvolver incapacidades e deformidades físicas, devido ao comprometimento de nervos e por ocorrências reacionais constantes (SOUZA, 1997; BRASIL, 2010c).

2.1.5 Diagnóstico

O diagnóstico clínico é realizado através da anamnese, exame físico do cliente, avaliação dermatoneurológica, almejando obter informações autênticas a respeito dos sinais e sintomas característicos da doença, e ao mesmo tempo, sobre a fonte de infecção. Uma vez diagnosticado, é necessário que seja classificado, operacionalmente, para que possa ser realizado o tratamento mais adequado (BRASIL, 2001a).

Também no diagnóstico clínico da hanseníase buscam-se informações da história clínica e epidemiológica do paciente (BRASIL, 2002). As informações sobre os primeiros sinais e sintomas apresentados, há quanto tempo tem aparecido manchas na pele, se há perda da sensibilidade nas áreas das machas, presença de nódulos, presença de dores nos nervos, mãos, pés e se nestes há dormência, bem como se o paciente está fazendo uso de alguma droga para os problemas apresentados (BRASIL, 2008b).

Desta forma, a avaliação dermatológica realizada tem a função de identificar lesões específicas da hanseníase, os locais de maior frequência (face, orelha, nádegas, braços, pernas e costas) e também, analisar a sensibilidade das mesmas. O exame neurológico avalia as perdas neurais, e objetiva identificar presença de neurites, incapacidades e comprometimento dos nervos periféricos das regiões da face, braços e das pernas (BRASIL, 2002).

Além destes procedimentos é realizado ainda, como exame complementar, o diagnóstico laboratorial da hanseníase, isto é, o exame baciloscópico, a fim de corroborar o diagnóstico e também como critério de confirmação da doença (BRASIL, 2010a). A baciloscopia consiste na análise laboratorial, no qual é realizado um exame microscópico, onde se busca observar a presença do Microbacterium leprae no esfregaço realizado nas lesões hansênicas (BRASIL, 2008a).

O diagnóstico laboratorial é um exame que deve ser solicitado pelo médico da unidade de saúde, como forma complementar ao diagnóstico, a fim de que tenha um diagnostico diferencial de outras eventuais doenças dermatoneurológicas, para classificação operacional de difícil diagnóstico clínico e em casos suspeitos de recidiva (BRASIL, 2010c).

Assim, quando o exame baciloscópico é positivo a classificação é multibacilar, independente do número de lesões (BRASIL, 2010b). É importante lembrar que o resultado de baciloscopia negativa não exclui a possibilidade de o indivíduo submetido ao exame ser portador da doença (BRASIL, 2010a).

Se a doença for confirmada, todos os familiares que residem com o paciente ou que tenham contato direto e frequente precisarão ser examinados e orientados sobre a doença e deverão receber a vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guërin) e, a pessoa doente começará seu tratamento conforme sua forma clinica, imediatamente (FIGUEIREDO, 2012). Frise-se que a vacina BCG deve ser administrada aos contatos diretos dos pacientes com hanseníase, a fim de contribuir com a proteção destes, no entanto, a vacina não impede que as mesmas contraiam a doença ela apenas aumenta a proteção contra as formas multibacilares, daí a necessidade de que os contatos diretos e frequentes compareçam ao serviço de saúde para exame dermatoneurológico, anualmente e por um período determinado (BRASIL, 2001b).

2.1.6 Tratamento

O tratamento da hanseníase tem como finalidade fazer cessar a transmissão da doença, anulando a cadeia epidemiológica, assim como, prevenir as incapacidades físicas, promover a cura e a reabilitação física e social do indivíduo doente (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2008).

Confirmado o diagnóstico para hanseníase, inicia-se o tratamento com as drogas rifampicina, dapsona e clofazimina, acondicionadas em quatro tipos de cartelas, com a composição variando de acordo com a classificação diagnosticada de cada caso: paucibacilar adulto, paucibacilar infantil, multibacilar adulto e multibacilar infantil. O tratamento é realizado pelo SUS, através da Unidade Básica de Saúde mais próxima ao paciente, como parte de sua rotina, seguindo o esquema terapêutico padronizado de acordo com a classificação operacional (BRASIL, 2008a).

Paciente com até cinco machas na pele é classificado como paucibacilar, neste caso, é usado uma combinação de rifampicina e dapsona, sendo uma dose de rifampicina no mês de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) supervisionada pelo profissional de saúde e dapsona, 1 dose supervisionada e doses diárias de 100 mg; este tratamento será concluído com 6 doses (cartela) supervisionadas em até 9 meses (BRASIL, 2002).

Em crianças, o tratamento é realizado com rifampicina dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) sendo a administração supervisionada e dapsona dose mensal 50 mg supervisionada, e dose diária de 50 mg (BRASIL, 2010a).

Os pacientes que possuem mais de cinco manchas são classificados como multibacilar, neste tratamento é utilizada uma combinação de três drogas, a rifampicina, a dapsona e a clofazimina; uma dose de rifampicina no mês de 600 mg, 2 cápsulas de 300 mg com a dosagem supervisionada; uma dose de clofazimina no mês de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração supervisionada, além disso, uma dose diária de 50 mg pelo próprio cliente; e a dapsona com dose mensal de 100 mg supervisionada e uma dose diária de 100 mg administrada pelo próprio cliente; clofazimina dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) administração supervisionada e uma dose diária auto administrada; este tratamento tem duração de 12 doses supervisionadas em até 18 meses (BRASIL, 2008c).

Em crianças, a dosagem é menor, rifampicina dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 cápsula de 300 mg) medicação supervisionada; dapsona dose mensal de 50 mg supervisionada e uma dose de 50 mg diária; clofazimina dose mensal 150 mg (3 cápsulas de 50 mg) supervisionada e uma dose de 50 mg autoadministrada em dias alternados (BRASIL, 2010a).

2.2 O PROGRAMA DE HANSENÍASE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

A Atenção Básica representa o primeiro nível de atenção à saúde, englobando um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, que levem a promoção e proteção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação dos pacientes e a manutenção da saúde. Para a implantação das diretrizes da Atenção Básica nos municípios, teve início o Programa Saúde da Família (PSF), em 1994. Hoje, o PSF é denominado de Estratégia de Saúde da Família (ESF) (KAWAMOTO, 2009).

Assim, a Atenção Básica de Saúde deve atender o individuo de forma singular e integral buscando a promoção de sua saúde, prevenindo e tratando doenças, almejando sempre a redução de danos ou de sofrimentos que possam prejudicar as possibilidades de viver de forma saudável, olhando não somente o estado de saúde do cliente, mas também de toda sua família bem como de sua condição econômica, social, culturas, dentre outros fatores relevantes para o bem-estar individual (BRASIL, 2005).

A Unidade Básica de Saúde (USB) é a porta de acesso do sistema local de saúde, o qual realiza uma assistência integral, contínua e de qualidade à população de sua área de abrangência, desta forma, todo trabalho é realizado por uma equipe multiprofissional, composta por um médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS), responsáveis por um número variável que abrange de o número de seiscentas a mil famílias, com limite máximo de 45 mil habitantes. Para cumprir tal mister, cada unidade pode atuar com uma ou mais equipes multidisciplinares (FIGUEIREDO, 2012).

Todo o tratamento para Hanseníase deve ser realizado nas unidades de saúde, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Assim, o paciente após ser diagnosticado, é acompanhado em todo seu tratamento pela equipe de saúde, desde a avaliação, tratamento, controle e recebimento mensal da medicação (BRASIL, 2002).

O enfermeiro responsável pelo acompanhamento clínico e terapêutico realizará o controle das doses supervisionadas e revisão clínica sistêmica, a fim de identificar estados reacionais, efeitos adversos ou colaterais aos remédios em uso e aparecimento de sequelas neurais. Em casos complicações que não puderem ser resolvidas na unidade o paciente deverá ser conduzido para uma unidade de referência (BRASIL, 2008a).

Nesse contexto, o enfermeiro da unidade deve realizar trabalhos tanto em sua unidade de saúde como na comunidade, supervisionando e apoiando o trabalho de sua equipe, sobretudo dos agentes de saúde e, prestando assistência as pessoas que precisam de atenção específica de enfermagem (FIGUEIREDO, 2012). De maneira complementar ao trabalho de enfermagem, os agentes comunitários de saúde (ACS) também são responsáveis pelo acompanhamento das famílias cadastradas na USB em sua residência, local onde estes agentes promovem ações educativas em saúde e orientações quanto à promoção da saúde e prevenção de doenças (DUNCAN et al., 2004).

2.3 PROGRAMA DE CONTROLE DA HANSENÍASE

O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto por um conjunto de organizações públicas de serviços de saúde integrada pelas esferas municipal, estadual e federal, além dos serviços privados, como forma complementar. O sistema busca como prioridade assegurar ao cidadão o acesso igualitário, universal e integral, com objetivo da redução de risco de doenças e de outros agravos, buscando promover, proteger e a recuperar a saúde do individuo, da família e da comunidade (AGUIAR, 2011).

As recomendações atuais do SUS determinam que é de competência dos municípios a organização dos serviços da atenção básica, e atribui aos Estados, a normatização, avaliação e assessoria técnica aos municípios. Assim, os municípios são responsáveis pela gestão da saúde na rede básica e lhes compete prestar a assistência integral à população, inclusive, aos doentes com hanseníase (PEREIRA et al., 2008). Tais recomendações abrangem um conjunto de normas e estão especificamente discriminadas na Portaria 3.125/2010, que aprova as diretrizes para vigilância, atenção e controle da hanseníase, e visa redução de diagnósticos de novos casos da doença através de ações educativas junto à população e mobilização de rastreamento social da cadeia epidemiológica (BRASIL, 2010b).

O Brasil vem criando estratégias e ações para o controle da hanseníase desde o ano de 1985, e, em 1999 adotou o compromisso de abolir a hanseníase até 2005 com a estratégia de obter o índice de menos de um doente em cada 10.000 habitantes (BRASIL, 2002). Após o balanço das ações e visto que a referida meta ainda não foi alcançada, em 2010 foi relançado um novo pacote de atuação, sendo que neste ano foram alcançados 1,56 casos para cada 10.000 habitantes. A referida meta de redução ainda é perseguida nos dias atuais e o objetivo de alcançar o resultado de 1:10.000 (um caso para dez mil habitantes) foi estendido para o ano de 2015 (BRASIL, 2012).

Para que se cumpram as metas estabelecidas, o ministério da Saúde preconiza como objetivo de medidas para o controle da hanseníase, a realização busca de novos casos com finalidade de interromper o contágio da doença e prevenir as incapacidades físicas, iniciação ao tratamento, vigilância dos contatos e educação em saúde (BRASIL, 2010a). Helena et al. (2008) confirma o entendimento acima, sendo que uma das estratégias do Programa de Controle da Hanseníase – PCH e para o atingimento da meta perseguida, é a detecção precoce de novos casos de hanseníase, para que se reduzam as incapacidades físicas, amenizando o sofrimento individual e para que se possa prevenir a transmissão da doença aos menores de 15 anos de idade.

Para controle epidemiológico da doença se faz necessário que todos os casos diagnosticados nas unidades básicas sejam notificados em uma ficha de investigação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação – SINAN, estas fichas devem ser preenchida por profissionais atuantes da UBS e encaminhada para a vigilância epidemiológica para que possam ser registrados (BRASIL, 2008a).

Para tanto, o ministério da saúde entende como política pública fundamental para o atingimento das metas e parâmetros adotados a atuação e a colaboração dos profissionais de saúde atuantes na Estratégia da Família, que são a porta de entrada dos indivíduos no sistema e efetivamente onde são implementadas as estratégias sugeridas (BRASIL, 2008c).

Assim, estes profissionais devem ser preparados e capacitados de forma permanente para o combate à hanseníase, sobretudo, com os mais importantes e modernos conhecimentos para a abordagem do paciente de hanseníase, como instrumento de capacitação, esperando que ele contribua com a eliminação da enfermidade no país e reintegração dos pacientes sarados, ao convívio na família e na sociedade e assim contribuam para o alcance das metas preestabelecidas (BRASIL, 2002).

2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA HANSENÍASE

A atuação do enfermeiro no controle da hanseníase baseia-se no planejamento de ações assistência no controle do paciente, família e comunidade, a partir do levantamento epidemiológico e operacional; avaliação do estado de saúde do individuo através da consulta de enfermagem; realização de ações de promoção da saúde dirigidas para grupos de risco ou para segmentos populacionais alvo dos programas institucionais de saúde; realização de ações educativas para família e comunidade; realização medidas de controle de contatos; realização de busca ativa de casos; dentre outros mecanismos de ação (BRASIL, 2002).

A enfermagem tem essencial importância aos cuidados de pacientes portadores da hanseníase. Na Estratégia Saúde da Família (ESF), é o enfermeiro orienta a equipe de ESF quanto aos sinais e sintomas da hanseníase e como informar a comunidade da área de ação, sendo de sua responsabilidade a educação continuada e informação dos técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde do ESF e de levar ao conhecimento da população de sua abrangência as medidas adotadas e necessárias ao combate da hanseníase (COSTA, 2012).

Assim além da função organizacional de supervisão, também compete ao enfermeiro na ESF realizar consultas de enfermagem que identifiquem os fatores de risco e as dificuldades de adesão da comunidade e dos indivíduos envolvidos no tratamento dos portadores de hanseníase, na intenção de restaurar o seu bem-estar e ajudá-los a enfrentar as dificuldades da doença (SILVA, 2007).

2.4.1 Atribuições do enfermeiro

Dentre tais atribuições do enfermeiro, especificamente no controle da hanseníase, lhe compete buscar mecanismos de divulgação para a prevenção da doença e no caso dos casos diagnosticados, buscar implementar mecanismos que visem a prevenção de incapacidades causada pela mesma. Assim, ele deve atuar através de ações educativas de prevenção, buscar melhorias da qualidade de vida do portador de Hanseníase, informar e elucidar as causas e formas de infecção visando a diminuição do estigma social ainda presente, na unidade ou na comunidade, a fim de promover o controle da moléstia e, sobretudo a propagação para que se enquadre nas metas globais de redução buscadas pelo Ministério da Saúde (FIGUEIREDO, 2012).

Segundo Brasil (2008a), também é atribuição do profissional enfermeiro, identificar sinais e sintomas da Hanseníase e encaminhar os casos suspeitos para a unidade de saúde. A suspeição diagnóstica de enfermagem em Hanseníase é indicação ou detecção de um possível suspeita do enfermeiro frente a um caso que indica a existência de contágio da hanseníase, que é observado através da consulta de enfermagem, auxiliada sobretudo por meio do histórico e do exame clínico do paciente, de sua área de inserção e de estar ou não dentro de um contexto prévio de vulnerabilidade social. Após tal análise o enfermeiro encaminhará o paciente suspeito para o profissional médico para a confirmação do diagnóstico.

As atividades desenvolvidas pelo enfermeiro da ESF, no controle da hanseníase, como mencionado, não se restringe apenas ao tratamento medicamentoso, e como visto, existem necessidades mais amplas que compreendem a busca e diagnósticos dos casos, terapêutica e acompanhamento das doses supervisionadas mensais dos portadores, prevenção e tratamento de incapacidades, gerência das atividades de controle, sistema de registro e vigilância epidemiológica e pesquisas (NASCIMENTO et al., 2011; OLIVEIRA, 2008).

Gize-se que desde a confirmação do diagnóstico o enfermeiro participa no controle das datas mensais de administração da dose supervisionada ao portador de hanseníase, fazendo controle especial da evolução do tratamento, devido à importância do tratamento PQT para que se promova a cura do paciente (BRASIL, 2002). Assim, se o indivíduo não comparece para tomar a medicação supervisionada na data agendada, o enfermeiro no âmbito de suas responsabilidades, deve, em parceria com o agente comunitário de saúde, realizar a busca ativa desse paciente para averiguar as possíveis dificuldades, dentre as quais, a de inviabilidade de acesso ao serviço de saúde, eventuais recusa a tomar os remédios devido às reações que estes podem causar, além de controle visando que o paciente não abandone o tratamento por não acreditar na cura (BRASIL, 2008b).

Uma das maiores dificuldades encontradas para o alcance das metas globais de redução da hanseníase é o diagnóstico tardio da doença e este tem sido um dos fatores que atrasam o controle da doença, isto está relacionado principalmente à falta do conhecimento dos profissionais de saúde quanto aos sinais e sintomas iniciais da doença e no atraso no atendimento ao indivíduo ou a busca tardia ao serviço de saúde quando as sequelas já se tornam irreversíveis (NASCIMENTO et al., 2011).

Assim, o profissional enfermeiro deve atuar também de forma a contribuir com a diminuição de incapacidades físicas através de buscas proativas e de atenção contínua à detecção e diagnóstico da doença, visto que a hanseníase tem um alto poder incapacitante, podendo causar redução da sensibilidade, paralisia e atrofias, com comprometimento de diversos órgãos faciais, dentre os quais as pálpebras e os olhos, causando deformidades físicas que afetam a autoestima do indivíduo (SILVA SOBRINHO et al., 2007).

Portanto, a avaliação do grau de incapacidade, deve ocorrer em, pelo menos, dois momentos principais, na avaliação inicial que diagnostica a doença e no momento final do tratamento, ou seja, na alta, intercalada com avaliações esporádicas regulares durante o tratamento. Esse procedimento é vital para se determinar a qualidade assistencial e a eficácia do tratamento e reduzir eventuais consequências e sequelas causadas pela hanseníase (BRASIL, 2008a).

2.4.2 Dificuldades encontradas pelos enfermeiros para o controle da hanseníase

Alguns dos grandes desafios encontrados para o controle da hanseníase são as dificuldades de realizar-se o diagnóstico inicial da doença, a manutenção dos enfermos em um tratamento regular e ininterrupto até sua finalização e, sobretudo, o exame das pessoas que convivem ou conviveram com o enfermo, antes do tratamento. E estes são pontos determinantes para o eficaz tratamento da Hanseníase e interrupção da cadeia de contágio, sendo necessário que a equipe de saúde, ao lado de lideranças comunitárias, estejam alertas quanto à perfeita harmonização e implementação das diretrizes de tratamento acima elencadas, sob pena de ter-se frustradas as expectativas de redução da doença (BRASIL, 2008b).

2.5 IMPORTÂNCIA DAS CAPACITAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM HANSENÍASE

Diante do quadro projetado até aqui, exsurge como fundamental a qualificação do profissional e o tratamento adequado da hanseníase na estratégia do controle da doença, sendo o enfermeiro o profissional de referência na estratégia do controle integral ao portador, ao acompanhar o paciente através de consultas mensais e supervisão medicamentosa, contribuindo para interromper a cadeia de transmissão da doença (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2008).

Por isso, é fundamental a capacitação dos profissionais da atenção básica na realização da avaliação do grau de incapacidades, visto que de acordo com o Ministério da Saúde todos os diagnósticos e tratamento da hanseníase devem ser realizados na rede básica dos serviços de saúde (SOUSA; BRITO; SILVA, 2012).

Visando a esta maior qualificação, é proposta pelo ministério da saúde a capacitação dos profissionais que atuam na rede de atenção básica, com intuito de prepará-los e atualizá-los para os mais importantes conhecimentos para a abordagem do paciente de hanseníase almejando a eliminação da moléstia no país e reintegração dos pacientes tratados ao convívio na família e na sociedade (BRASIL, 2001a).

Em um estudo realizado por Moreno, Enders e Simpson (2008), observou-se que:

“Avaliação da Capacidade dos Profissionais no Desenvolvimento das Ações de Controle da Hanseníase, Antes e Depois do Treinamento: A maioria respondeu que não se sentia capacitada para desenvolver as ações de controle dessa doença antes de receber o treinamento de clínica em hanseníase, porque não havia se aprofundado na patologia; tinha muitas dúvidas; medo da doença; não via pacientes na rotina; achava complicado e, na faculdade, as aulas haviam sido muito superficiais. Sobre a capacidade de desenvolver as ações de controle depois do treinamento, 90,8% responderam que sim. Os motivos relacionados foram, em sua maioria, que o treinamento serviu para reciclar e tirar dúvidas. Outros responderam que, mesmo após o treinamento, ainda se sentem inseguros. Esses dados demonstram a carência de treinamentos”.

Em concordância, Helena et al. (2008) confirma a importância das capacitações dos profissionais de saúde asseverando que o mesmo é essencial para que se alcance um objetivo maior no controle de casos e na prevenção da incapacidade física conforme preconizado pelo Programa de Controle da Hanseníase.

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de pesquisa de campo, um estudo transversal, de caráter descritivo, com abordagem qualitativa. Para coleta de dados, foi aplicado um questionário aos enfermeiros atuantes das Unidades Básicas de Saúde da zona urbana de Porto Seguro/Bahia.

3.2 CAMPO E CENÁRIO DE ESTUDO

O estudo foi desenvolvido nas unidades básicas de saúde, no de Município de Porto Seguro, localizado na região demográfica conhecida como Extremo Sul da Bahia, com população estimada de 143.282 habitantes, segundo dados do censo IBGE 2014.

De acordo informações coletadas na secretaria municipal de saúde de Porto Seguro, o município é referência para atendimento à Hanseníase e dispõe atualmente de 35 unidades básicas de saúde, sendo 26 Unidades localizados na zona urbana e 9 Unidades localizados na zona rural.

3.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO

A população do estudo é constituída por 13 (treze) enfermeiros atuantes nas Unidades Básicas de Saúde (USB) da zona urbana de Porto Seguro, Bahia.

Os critérios de inclusão foram os enfermeiros que estavam atuando nas UBS há mais de 1 (um) ano, que se dispuseram a participar e que estavam disponíveis no momento da coleta; que aceitaram responder o questionário e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO I). Critérios de exclusão: os enfermeiros que estão no cargo há menos de 1(um) ano, que não prestam assistência nas UBS (por diversos motivos como afastamento por doença, licença, férias ou não estão atuando na função de enfermeiro no momento da coleta), os que não aceitaram responder o questionário ou não estavam na Unidade Básica de Saúde no dia da aplicação do mesmo.

Portanto, após aplicar os critérios supracitados chegou-se a uma amostra total de 13 enfermeiros.

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Primeiramente foi solicitada a liberação da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Seguro/BA para coleta de dados com enfermeiros nas Unidades Básicas de Saúde.

Após liberação da autorização foi agendada uma reunião com a coordenação da Atenção Básica a fim de esclarecer os objetivos da pesquisa e solicitar autorização para adentrar as Unidades Básicas de Saúde e realizar coleta.

Em seguida, portando a autorização para a realização das entrevistas, me dirigi às unidades básicas de saúde, adotando como critério a proximidade geográfica a partir da sede de secretária municipal de saúde que fica localizada no centro da cidade.

Passo seguinte, foram realizadas as entrevistas de acordo com a disponibilidade das enfermeiras, sendo aplicado o questionário, respondidos na presença da pesquisadora, com tempo estimado de 20 minutos, após terem respondidos, foram recolhidos subsequentemente. Após isso, foi iniciada a análise dos dados.

Os enfermeiros que participaram da pesquisa foram orientados sobre os objetivos do estudo e a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (ANEXO I). Os dados foram coletados através de um questionário com 12 questões fechadas (ANEXO II), objetivando investigar as estratégias e as atribuições do enfermeiro no controle da hanseníase na Unidade Básica de saúde, a fim de conhecer-se os métodos usados por eles. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2015.

Utilizou-se também para coleta de dados o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) na Vigilância Epidemiológica do município de Porto Seguro, a fim de colher informações dos casos de hanseníase dos anos de 2014 a agosto de 2015.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados colhidos foram codificados e armazenados em banco de dados usando o Programa Excel Office versão 2007.

3.6 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo foi desenvolvido respaldando-se na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, regulamentadora das pesquisas com seres humanos, considerando a observância da beneficência, não maleficência, ausência de riscos e prejuízos, com garantia do anonimato aos sujeitos do estudo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram entrevistados 13 (treze) enfermeiras, atuantes nas unidades básicas de saúde, sendo todas do sexo feminino, com faixa etária média de 36 anos (amplitude: 26 – 64 anos).

Em relação ao tempo de experiência profissional na Unidade Básica de Saúde, os dados indicaram que a maioria das entrevistadas 8 das enfermeiras apresentaram mais de 5 anos atuantes na área, seguido de 3 enfermeiras que apresentaram entre 3 a 5 anos de experiência profissional e apenas 2 enfermeiras apresentaram entre 1 e 3 anos de atuação na área (Gráfico 1).

Gráfico 1: Tempo de experiência profissional na Unidade Básica de Saúde, Porto Seguro - BA, 2015.

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

Feitas et al. (2008) relata que o tempo de experiência profissional reflete importância no atendimento, porque o enfermeiro trata da prevenção da doença, diagnóstico de casos novos, tratamento e seguimento dos pacientes, além de atuar como um gestor diante às atividades de controle epidemiológicas junto ao sistema de registro nacional. O autor segue enfatizando a necessidade de o profissional conhecer os componentes principais envolvidos na gênese da hanseníase para poder compreender os diversos fatores que envolvem a doença.

Entretanto, para Sousa, Brito e Silva (2012) o tempo de atuação não garante maior experiência em hanseníase, sendo que este pode ter maior tempo e ter feito poucas capacitações ou ter pouca experiência com o atendimento em hanseníase e o que tem tempo menor possa ter tido muito mais experiência de atuação por ter tido mais contato com pacientes de hanseníase.

Segundo Brasil (2002) o ministério da saúde determina ser de extrema importância onde todos os profissionais atuantes na equipe de saúde da Família, devem ser capacitados para atender paciente com hanseníase, como finalidade de eliminar a moléstia do Brasil.

Conclui-se, portanto, que as capacitações se fazem necessárias para que os profissionais de saúde sejam capazes de determinar o diagnóstico e orientar quanto ao tratamento, como também estejam preparados na realização de ações de prevenção de incapacidades físicas e na orientação ao autocuidado (FINEZ; SALOTTI, 2011). Todas as entrevistadas possuem algum tipo de capacitação dentro da área de Hanseníase e em consenso relataram melhora durante o atendimento quanto à detecção de casos e acompanhamento do paciente depois da realização de capacitações continuadas dentro da área.

Nota-se a relevância de tais capacitações visto que o município de Porto Seguro é referência para atendimento à Hanseníase, segundo informações coletadas pela vigilância epidemiológica, os casos de hanseníase notificados na cidade estão aquém do que é preconizado pelo ministério da saúde, que seria 1:10.000 habitantes, como mostra na tabela a seguir.

Tabela 1: Distribuição de dados comparativos de casos de Hanseníase no Município de Porto Seguro entre os anos de 2014 – 2015.

Fonte: Através do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN)

A tabela 1 demonstra que, apesar de ainda distante da meta buscada de 1:10.000 (um caso para cada dez mil habitantes), a pesquisa demonstrou, a partir dos dados coletados nos anos mais recentes de 2014 e 2015, que as referidas melhorias das aptidões técnicas e do treinamento ativo direcionado, levaram a acentuada melhoria no avanço da detecção de mais casos de hanseníase, contribuindo, para uma menor propagação da doença. Assim, tendo-se em mente o quadro acima percebe-se que, entre 2014 e 2015, houve queda de cerca de 54% na notificação de novos casos, o que, leva a acreditar, mantidas as condições percebidas.

No entanto, não podendo deixar de frisar que mesmo com a diminuição dos casos, em comparação ao preconizado pelo MS, a quantidade de novos casos notificados, ainda se encontra elevada, notando-se a relevância de que é necessária a qualificação continuada dos enfermeiros e demais profissionais de saúde e uma maior busca ativa, para que se alcance a meta almejada pelo Ministério da Saúde de um caso para cada dez mil habitantes (BRASIL,2012).

E, considerando a hanseníase como um problema de saúde pública, entende-se fundamental a continuidade desta capacitação dos profissionais da atenção básica que foram relatadas pela amostra colhida, com enfoque em hanseníase, uma vez que a referida necessidade de capacitação profissional demanda treinamentos adequados e conscientização que se pode obter através da educação continuada e permanente (MOREIRA; ENDERS; SIMPSON, 2008).

A pesquisa apontou que, consistentemente, a qualificação do profissional é necessária na estratégia do controle da hanseníase, sendo o enfermeiro o profissional atuante na estratégia do controle integral ao portador, ao acompanhar o paciente através de consultas mensais e supervisão medicamentosa, contribuindo para interromper a cadeia de transmissão (DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2008).

Nesse contexto de qualificação profissional, destacou-se o conceito de busca ativa, tal metodologia de abordagem que busca aprimorar e detectar in loco os casos suspeitos de hanseníase para diagnóstico na população considerada com maior vulnerabilidade foi realizada com unanimidade (100%) das entrevistadas, no entanto, afirmaram também que na maioria das vezes, delegam essa função exclusivamente as Agentes Comunitárias de Saúde, após as devidas orientações.

Para Figueiredo (2012), a busca ativa constitui a principal estratégia de atuação, sendo a mais eficaz para que seja detectado o maior número de casos, assim, se faz necessário buscar na população em geral ou em população com maior vulnerabilidade. Assim, faz-se relevante pontuar que uma maior busca ativa de casos principalmente em áreas mais afetadas, como em populações com condições de vida precárias, porque, indubitavelmente, esta é uma doença que também está ligada a pobreza (BRASIL, 2012).

Não se pode olvidar da necessidade de preparação da equipe técnica que assessora o enfermeiro nas atividades intermediárias de busca, detecção, tratamento e acompanhamento dos pacientes, realizados pelos técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, que sem dúvida, devem integrar o rol de funcionários que devem ser permanentemente capacitados.

Tal necessidade de prática da busca ativa no controle da hanseníase para a detecção de novos casos e a possibilidade do diagnóstico precoce colabora, como restou evidenciado pelas respostas e pelos resultados colhidos, para a diminuição do risco significativo dos doentes exibirem incapacidades físicas e/ou deformidades, reforçando a necessidade de organização de um fluxo de referência das ações de prevenção de incapacidades, em todos os níveis de atenção (HELENE et al., 2008).

Seguindo as normas preconizadas a pesquisa comprovou que o diagnóstico da hanseníase é realizado primeiramente na Atenção Básica de Saúde, e sendo uma doença de notificação obrigatória em todo território nacional e de investigação obrigatória, foram devidamente registradas.

Para Brasil (2002) a busca dos contatos dos doentes deve ser de forma sistêmica a fim de que sejam adotadas medidas de prevenção em relação ao mesmo, assim, quanto antes identificado mais rápido começará o tratamento exclusivo, aos contatos que não apresentarem sinais e sintomas deveram ser informados sobre a doença e orientados a ficarem atentos quanto ao surgimento de características do mesmo, devendo neste caso buscar a unidade de saúde.

De acordo Resende, Souza e Santana (2009) há uma grande carência em ações educativas a nível comunitário, visto o grande número de diagnósticos tardios, para tanto, faz-se ne­cessário uma maior divulgação dos sinais e sintomas da doença à população por meio de palestras e orientações individuais, tendo em vista uma maior detecção de casos nos estágios iniciais da doença e início do tratamento correto, que são essenciais para o controle epidemiológico.

As ações educativas a nível comunitário podem ser realizadas através de grupo de autocuidado, que são grupos sugeridos pelo ministério da saúde, como forma de apoio ao paciente com hanseníase e familiares. Caracteriza-se por ser um apoio a pessoas que tenham os mesmos interesses e necessidades, a fim de obterem conhecimentos necessários para cuidarem de seus problemas, normalmente, utilizam recursos próprios e os da comunidade. Esse grupo, essencialmente, permite que os participantes troquem e compartilhem suas experiências e vivências fortalecendo os integrantes e serve como facilitador para abordagens sociais e integrativas mais amplas dentro do contexto comunitário (BRASIL, 2010d).

Para tanto, dados da entrevista mostram a efetividade das ações educativas aos usuários realizadas pelas enfermeiras com intuito de orientar a respeito da hanseníase, todas as enfermeiras realizam em suas unidades ciclos de apresentação de educação individual, incluindo palestras educativas para grupos de interesse. Dessa forma, a atuação da base de dados foi ao encontro das afirmações de Brasil (2008a) que enfatiza essa importância, pois o enfermeiro deve contribuir com ações educativas e de mobilização social, a fim de esclarecer sobre a doença e suas características, combatendo o preconceito e realizando controle da doença.

Outro aspecto relevante dentro da atuação dos enfermeiros na Hanseníase, e que foi abordado durante a entrevista diz respeito à informação aos pacientes diagnosticados sobre a importância de trazer familiares à unidade de saúde para serem avaliados e encaminhados à vacina BCG, os dados da pesquisa mostram mais uma vez a unanimidade nas respostas, onde (100%) das enfermeiras realizam efetivamente esse processo dentro do atendimento na UBS.

Deste modo, corroborando os procedimentos observados nas amostras, foi dito que se faz necessário que pessoas que conviveram nos últimos cinco anos ou convivem com o paciente com hanseníase sejam investigados se apresentam características da doença, a fim de tratá-los, assim, independente do resultado deverão ser submetidos à vacina BCG-ID dependendo do histórico vacinal, para tanto, precisará ser avaliado cicatriz vacinal, para assim prestar as devidas condutas, para contatos que não apresentarem cicatrizes deverá ser prescrito uma dose da vacina, com uma cicatriz de BCG indicar uma dose e para os que apresentarem duas cicatrizes não será necessário a prescrição de nenhuma dose de BCG (BRASIL, 2010b).

A fim de contribuir com a proteção dos contatos diretos dos pacientes deve ser administrada nestes a vacina BCG-ID, no entanto, esta apenas aumenta a proteção contra as formas multibacilares, não impedindo que os mesmos contraiam a doença, assim, é necessário que as pessoas que mantiveram contato direto com o infectado compareçam ao serviço de saúde para exame dermatoneurológico, anualmente por um período determinado de até dois anos (BRASIL, 2001b).

Ainda em relação às atribuições dos enfermeiros dentro das unidades básicas de saúde tem-se a realização do autocuidado, sendo definido como o cuidado que o doente terá com ele mesmo. O qual realizará procedimentos técnicos e exercícios com finalidade de prevenir incapacidade ou impedir que ela piore (BRASIL, 2008b).

As técnicas e as demonstrações do autocuidado devem fazer parte das orientações de rotina do atendimento mensal sendo recomendação à organização de grupos de pacientes e familiares ou de pessoas de sua convivência que possam apoiá-los na execução dos procedimentos indicados (BRASIL, 2010a).

Observou-se que todas realizam este cuidado como estratégia de orientação ao autocuidado e atendimento aos pacientes acompanhados. Entendendo que é responsabilidade do enfermeiro orientar e ensinar o cliente e seus familiares com a importância da realização do autocuidado, assim como, realização de técnicas de prevenção de incapacidade física, para evitar complicações (BRASIL, 2008a).

Quanto à dificuldade em relação ao acompanhamento do paciente com hanseníase houve concordância nas respostas das entrevistadas em não apresentarem tais dificuldades durante suas atuações. As enfermeiras entrevistadas, neste particular, apresentaram resultado positivo quanto à eficácia dos treinamentos e ficaram constatadas, como insignificantes as dificuldades apresentadas no trato dos pacientes hansênicos.

Com relação às dificuldades encontradas pelas enfermeiras no trabalho com a hanseníase, os dados evidenciam que 5 enfermeiras (aproximadamente 39%) apresentaram dificuldade em despertar o comprometimento dos ACS (Agentes Comunitários de Saúde) em realizar a busca de casos suspeitos, 3 enfermeiras (aproximadamente 23%) refere-se à irregularidade do cliente ao tratamento, outras 3 entrevistadas relataram não apresentar nenhuma dificuldade (23%) e 2 entrevistadas (15%) apresentaram a falta de tempo como principal dificuldade (Gráfico 2).

Gráfico 2: Quais são suas maiores dificuldades no trabalho com hanseníase, Porto Seguro - BA, 2015.

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

Os agentes comunitários de saúde (ACS) são responsáveis pelo acompanhamento das famílias cadastradas na USB em sua residência, onde estes agentes promovem ações educativas em saúde e orientações quanto à promoção da saúde e prevenção de doenças (DUNCAN et al., 2004).

Sendo assim, é fundamental a contribuição do ACS na busca de casos, pois o mesmo é o primeiro da unidade a ter contato direto e constante com a população, devendo atuar através de identificação de casos suspeitos e encaminhamento para a unidade de saúde, na realização da busca ativa de casos faltosos, na orientação aos cuidados a serem tomados tendo em vista à prevenção de incapacidade física, encaminhar os contatos intradomiciliares para avaliação na unidade de saúde, supervisionar o uso do medicamento, desenvolver ações educativas e de mobilização envolvendo a comunidade para o controle da hanseníase e diminuição do preconceito (BRASIL, 2008a).

Para tanto, Andrade et al. (2001) sugere que os ACS devem ser capacitados e orientados quanto a importância da identificação precoce da hanseníase, a fim de alcançar disposições e práticas para uma melhor qualidade de assistência prestada à comunidade, realizando as ações preventivas e curativas, usando eficientemente os instrumentos certos para identificar os primeiros sinais da doença. Por isso é fundamental a capacitação desses profissionais a fim de obterem uma melhor qualidade de assistência prestada à comunidade nas as ações preventivas e curativas às quais estão incumbidos de realizar.

Para Araújo e Oliveira (2003) uma boa parte dos clientes que apresentam irregularidades ao tratamento é do sexo masculino e que trabalham, sendo este um dos motivos que os desviam do comparecimento regular programada pelo serviço de saúde. Porém, os dados da pesquisa segundo o relato das participantes evidenciou que portadores de hanseníase irregulares ao serviço de saúde, justificam o horário como principal empecilho, pois o horário de atendimento da unidade de saúde coincide com o período de trabalho o que os prejudicam, e, muitos patrões não aceitam a justificativa de falta e atestados emitidos pela instituição de saúde.

A adesão do paciente ao tratamento é fundamental para que se consiga alcançar a cura da doença. Por esse motivo, a equipe de saúde deve está sempre atenta e fazer com que o cliente permaneça ao tratamento até o fim, pois inúmeras causas podem contribuir para o seu abandono, como: terapêutica de longo prazo, reações adversas, dificuldades de acesso ao serviço de saúde, falta de disciplina e compromisso do cliente com o tratamento (BRASIL, 2008b).

Desta forma, se o indivíduo não comparecer para tomar a medicação supervisionada na data agendada, o enfermeiro, unido ao agente comunitário de saúde, deve realizar a busca ativa desse paciente para averiguar as possíveis dificuldades, a fim de dar seguimento ao tratamento e evitando o abandono (BRASIL, 2010b). Conforme sobredito alhures, uma das funções do enfermeiro na ESF é realizar consultas de enfermagem que identifiquem os fatores de risco e as dificuldades de adesão no tratamento dos portadores de hanseníase, na intenção de, restaurar o seu bem-estar ou ajudá-los a enfrentar as dificuldades da doença (SILVA, 2007).

Em relação à falta de tempo, Freitas et al. (2008) refere ser um problema devido a grande demanda de serviços de saúde, que acaba sobrecarregando os funcionários do ESF que são obrigados a trabalhar com um público grande em uma área muito abrangente, prejudicando a qualidade e eficiência dos serviços. O ideal seria aumentar o número de ESF e profissionais e diminuir a abrangência de atuação, distribuindo melhor o público atendido por unidade resultando na melhoria dos serviços para a população.

5 CONCLUSÃO

A hanseníase é uma doença que acomete a humanidade desde tempos antigos e tem se perpetuado até os dias atuais como um problema de saúde pública, principalmente por seu alto poder em causar incapacidade física e ter uma imagem preconceituosa arraigada na sociedade.

Assim, diante de várias questões levantadas acerca do papel do enfermeiro e outras alistadas no objetivo específico, o estudo visa colaborar e afirmar sobre a importância do enfermeiro no controle da hanseníase porque este profissional tem um papel essencial para o objetivo de eliminação de casos do país, como meta do ministério da saúde, assim como na conscientização da população.

Observou-se que todas as enfermeiras entrevistadas que atuam nas UBS do Município de Porto Seguro – BA possuem tempo relevante no trabalho com hanseníase e apresentam capacitações na área, sendo preparadas para atender pacientes com a doença. E, de acordo informações colhidas, mostra-se evidente que se sentem preparadas para atuação na suspeição de diagnóstico precoce, prevenção de incapacidades físicas, dentre outros. Isso é evidenciado na diminuição do número de casos que foi relevante se comparado ano de 2014 até a data do presente estudo agosto de 2015, com 54% de redução de notificações.

Não foram registrados dificuldades dos conhecimentos das enfermeiras em realizar acompanhamento ao paciente com hanseníase. No entanto, foram detectados alguns obstáculos relacionados ao trabalho com hanseníase, sobretudo, os que são relacionados ao despertar o comprometimento e participação dos ACS em realizar a busca ativa e ajudar no controle dos casos suspeitos, seguido da dificuldade em manter-se a regularidade do paciente em relação ao comparecimento à unidade de tratamento para acompanhamento e evolução do tratamento, que associada à escassez de tempo em realizar todo o programa médico estabelecido, de maneira mais satisfatória, uma vez que as outras atribuições administrativas e outras necessidades da profissão e escassez de profissionais de enfermagem, impedem que se realize melhor a função de controle da hanseníase, o que sugere que há necessidade de especialização e de disponibilização de mais profissionais de saúde para os programas de combate e controle à hanseníase nas condições de organização dos serviços de saúde.

Enfim, com todo o material colhido e através das informações dos estudos relacionados à hanseníase, pode-se concluir que as metas buscadas pelo sistema de saúde que visam a redução de casos de hanseníase para os níveis de 1:10.000 habitantes serão mais facilmente alcançados com a qualificação continuada da equipe multidisciplinar envolvida com os programas, dos quais destaca-se o profissional de enfermagem, associadas a práticas de busca ativa para o diagnóstico precoce de novos casos, aliada com a informação eficaz dos indivíduos e a população afetados, sobre a doença, são estratégias necessárias ao diagnóstico e tratamento da saúde em hanseníase, o que favorecerá o processo de declínio do coeficiente de prevalência de notificações adotado pelo ministério da saúde e devem continuamente ser objeto de acompanhamento pelos órgãos superiores de saúde e incentivada, sobretudo, desde a formação dos enfermeiros e das equipes de atuação na saúde da família.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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ANEXO I

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA -

UNIÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA -

BR 367, KM 14, 14 - ZONA RURAL - CEP: 45825000 / EUNÁPOLIS-BA

FONE / FAX: 73 32814342

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.

Prezado enfermeiro (a) gostaria de convidá-lo (a) a participar desta pesquisa. Sou Bárbara Portela Guimarães Reis e estou realizando juntamente com Diego Rosa Leal o estudo “Hanseníase um problema de Saúde publica: Estratégia e Atribuições do enfermeiro na Unidade Básica de Saúde (USB) em Eunápolis /BA”. Esta pesquisa tem como principais objetivos: Investigar as estratégias e as atribuições do enfermeiro no controle da hanseníase nas Unidades Básicas de Saúde no município de Eunápolis - BA; Identificar as estratégias e ações do enfermeiro no controle da doença, averiguar os conhecimentos e dificuldades encontradas pelos enfermeiros para o controle da hanseníase e, descrever a importância do profissional no controle da hanseníase.

Por isso, o senhor (a) será solicitado a responder a um questionário contendo questões sobre dados relativos à Hanseníase. As questões serão no sentido de conhecer o trabalho do enfermeiro no incentivo a realização dos exames de detecção e tratamento da hanseníase. Trata-se de questões simples, de múltipla escolha e/ou discursivas que não demandam de grandes esforços ou muito tempo para respondê-las.

A sua participação no estudo será voluntária, anônima e confidencial, suas respostas não produzirão prejuízo pessoal, dado que não haverá nenhuma forma de identificação nominal nos questionários. Deixamos claro que os danos aqui expostos são ínfimos quando comparados aos resultados que esta pesquisa pode trazer.

Você está livre para recusar a participar do estudo ou para desistir a qualquer momento, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo pessoal. Não haverá remuneração e, portanto, sua participação é voluntária. A sua decisão em participar ou não, desta pesquisa, não implicará em nenhuma discriminação ou represália por parte dos pesquisadores. A qualquer momento você poderá pedir esclarecimentos a respeito da pesquisa, no que será prontamente atendido, mesmo que a resposta afete sua vontade de continuar participando do estudo. Caso aceite participar da pesquisa, o TCLE precisará ser assinado em duas vias, sendo que uma das vias ficará com o Senhor e a outra será arquivada pelos pesquisadores por cinco anos.

Consentimento para participação: Eu estou de acordo com a participação no estudo descrito acima. Eu fui devidamente esclarecido quanto os objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais serei submetido e os possíveis riscos envolvidos na minha participação. O pesquisador me garantiu disponibilizar qualquer esclarecimento adicional a que eu venha solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que a minha desistência implique em qualquer prejuízo à minha pessoa ou à minha família, sendo garantido anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação, bem como de que a minha participação neste estudo não me trará nenhum benefício econômico.

Eu, ___________________________________________________________, aceito livremente participar do estudo intitulado “Hanseníase um problema de Saúde publica: Estratégias e Atribuições do enfermeiro na Unidade Básica de Saúde (USB) em Eunápolis/BA” desenvolvido pela acadêmica Bárbara Portela Guimarães Reis, sob a responsabilidade do Professor Orientador Diego Rosa Leal das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.

Nome da Participante_________________________________________

COMPROMISSO DO PESQUISADOR

Eu discuti as questões acima apresentadas com cada participante do estudo. É minha opinião que cada indivíduo entenda os riscos, benefícios e obrigações relacionadas a esta pesquisa.

_____________________________________________ Eunápolis, Data: __/__/__

Assinatura do Pesquisador

Para maiores informações, pode entrar em contato com:

® Diego Rosa Leal. Fone: (73) 99310980

® Bárbara Portela Guimarães Reis. Fone: (73) 81737876. Rua da Linha, 630, Cambolo. Eunápolis-BA. E-mail: barbarapg33@gmail.com

® Comitê de Ética em Pesquisa

ANEXO II

Questionário auto aplicável, direcionado aos profissionais enfermeiros atuantes nas Unidades Básicas de Saúde de Eunápolis, BA.

1. Sexo: ( ) Masculino Feminino ( )

2. Idade: _________ anos.

3. Tempo de experiência profissional na Unidade Básica de Saúde (UBS)?

Entre 1 e 3 anos ( ) Entre 3 e 5 anos ( ) Mais de 5 anos ( )

4. Já fez algum tipo de capacitação para atender casos de hanseníase?

( ) Sim ( ) Não

5. Você acredita que seu desempenho no atendimento aos pacientes de hanseníase melhorou depois das capacitações?

( ) Sim Não ( )

6. Você realiza busca ativa de casos suspeitos de hanseníase para diagnóstico na população considerada com maior vulnerabilidade?

( ) Sim Não ( )

7. Em sua UBS existe alguma ação educativa aos usuários a fim de orientar a respeito da hanseníase?

( ) Sim Não ( )

Se não, Por quê?

_______________________________________________________________

8. Você realiza prevenção de incapacidade física da hanseníase?

( ) Sim Não ( )

9. Você informa aos pacientes diagnosticados a importância de trazer seus familiares à unidade de saúde para serem avaliados e encaminhados à vacina BCG?

( ) Sim Não ( )

10. Você dá orientação do autocuidado, a fim de prevenir as incapacidades físicas?

( ) Sim Não ( )

11. Apresenta alguma dificuldade em realizar acompanhamento ao paciente com hanseníase?

( ) Sim ( ) Não

Se presente dificuldade, assinale dentre as questões abaixo:

( ) Suspeição de diagnóstico

( ) Realizar prevenção de Incapacidades

( ) Tratar complicações

( ) Palpação de nervos

( ) Outros ­­­­­­­­­­­­­­­­­­_____________________________________________________

_______________________________________________________________

12. Quais são suas maiores dificuldades no trabalho com hanseníase?

( ) Irregularidade do cliente ao tratamento

( ) Falta de materiais

( )Falta de tempo

( ) Despertar o comprometimento dos ACS em realizar a busca e ajudar no controle dos casos suspeitos

( ) Nenhuma das alternativas