IDOSO EM TRATAMENTO DE ALZHEIMER: RELEVÂNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM.

Data de postagem: Dec 12, 2014 9:26:25 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

CHRISTIE PINHEIRO GUIMARÃES

IDOSO EM TRATAMENTO DE ALZHEIMER: RELEVÂNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM.

EUNÁPOLIS, BA

2013

CHRISTIE PINHEIRO GUIMARÃES

IDOSO EM TRATAMENTO DE ALZHEIMER: RELEVÂNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem, das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, com parte dos requisitos para a obtenção do Titulo de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª Juliana Santos Ali.

EUNÁPOLIS, BA

2013

CHRISTIE PINHEIRO GUIMARÃES

IDOSO EM TRATAMENTO DE ALZHEIMER: RELEVÃNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM.

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial à obtenção do Título de Bacharel em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, pela seguinte banca examinadora:

Profª. Juliana Santos Ali (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Profª. MscHenika Priscila Lima Silva (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Profº. Diego da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Profª. Juliana Santos Ali

Coordenadora do curso de enfermagem

Eunápolis/BA._______________________

Dedico este trabalho a Minha Família, que nos momentos de minha ausência

dedicados ao estudo superior, sempre fizeram entender que o futuro, é feito a partir da constante dedicação no presente!

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que foram importantes para esse trabalho. Em especial meus familiares, meu marido e amigas Roussau Souza Santos, Ariane Guerrieri, Katilaine Nogueira e Léia Pedro que me apoiaram do início ao fim de toda essa árdua jornada de estudo. Bem como a minha orientadora Juliana santos Ali, que me encorajou e me mostrou o caminho correto que deve seguir o verdadeiro acadêmico.

“A vida é uma grande universidade, mas pouco ensina

a quem não sabe ser um aluno...”

Augusto Cury.

RESUMO

O aumento da população de idade avançada devido a baixa natalidade, a crescente esperança de vida, o desenvolvimento de novas tecnologias que tem tratamento hoje e que antes era impossível, gera uma perspectiva e um prognóstico favorável de vida para alguns transtornos, entre eles as demências. Neste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas e em sites como ABIREME, SCIELO e outros, tendo como base das pesquisas as palavras chaves demência, Alzheimer, enfermagem, envelhecimento, sendo abordado o assunto nos capítulos: teorias do envelhecimento, demência, Alzheimer, diagnóstico de enfermagem, assistência de enfermagem ao portador do mal de Alzheimer e familiares. Os capítulos mostram de maneira simples alguns aspectos da doença de Alzheimer, que é uma causa de demência e é direcionado ao profissional da área de enfermagem, familiares e outros profissionais de saúde, para que se conscientizem da importância e relevância do seu trabalho uma vez que faz toda a diferença no cuidado desse paciente idoso em tratamento desta patologia. Convém buscar a melhor situação para todos, embora a família se encontre angustiada e mais ocupada. Onde os cuidados paliativos e curativos devem ser feitos em continuidade e sem abandono, onde o enfermeiro deve evitar e proteger a família contra desesperança, informando-os adequadamente em cada situação e incluindo o cuidado de enfermagem como parte fundamental do processo terapêutico. Sendo de suma importância adotar uma conduta terapêutica múltipla, incluindo intervenções farmacológicas e não farmacológicas, haja visto que aumentam a qualidade de vida do paciente e do cuidador.

Os profissionais precisam desenvolver uma assistência para o portador da Alzheimer com dedicação e esmero, aumentando a expectativa de vida de quem sofre degeneração em sistemas importantes no seu organismo.

Palavras-Chave: Envelhecimento, Alzheimer, Dependência, Enfermagem.

SUMÁRIO

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1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da expectativa de vida, verificada hoje em todo o planeta, há um elevado número de indivíduos que alcança uma idade avançada tendo como conseqüência, uma significativa prevalência de doenças crônico-degenerativas causadoras de demência (ALVAREZ, 2001).

No Brasil a lei nº 8.842, considera-se idoso a pessoa maior de sessenta anos de idade (BRASIL, 1994).

Atualmente, estima-se que existam no Brasil cerca de 17,6 milhões de idosos. A previsão para o ano de 2050 é que haverá em média dois bilhões de pessoas com sessenta anos e mais no mundo (BRASIL, 2010).

Segundo Agimon (2009) torna-se essencial que os profissionais de saúde conheçam a etiologia da Doença de Alzheimer, bem como os sinais e sintomas, as formas de diagnóstico e terapêutico indicadas em cada fase da doença.

O envelhecimento populacional não desencadeou apenas a mudança no perfil morbi-mortalidade, mas também trouxe problemas sociais e financeiros de grandes proporções, que estão com a manutenção da saúde da população idosa. Com base nesses fatos, a Doença de Alzheimer torna-se um importante problema de saúde pública no mundo todo (MAGNIÉ, 2010).

Analisar a doença de Alzheimer na comunidade é de extrema importância, devido a sua alta prevalência entre idosos e ao fato de constituir importante causa de incapacidades nessa faixa etária e por haver grande lacuna estatística a respeito da situação no Brasil. Ficando evidente a necessidade de uma investigação profunda dessa enfermidade, que já figura como um problema de saúde pública (GONÇALVES, 2011).

A patologia em questão se caracteriza pela perda de neurônios da substância cinzenta , acometendo a formação hipocampal e comprometendo áreas corticais associativas e relativa preservação dos córtices primários (BOFF,2009).

Na demência ocorrem múltiplos déficits cognitivos que são suficientemente graves para afetar as atividades profissionais, ocupacionais e sociais do indivíduo (BRASIL, 2006).

Nas últimas décadas verificou-se, um grande avanço científico e tecnológico sobre a fisiopatologia da doença de Alzheimer e a descoberta de novos tratamentos, mas não se dispõe ainda medidas capazes de interromper ou modificar o curso da doença e por isso, diversas intervenções são essenciais para melhorar a qualidade de vida e a auto-estima de pacientes e familiares, bem como o desempenho cognitivo e funcional desses portadores (TRUZZI, 2010).

Ainda segundo o autor supracitado é indispensável à assistência de enfermagem e de diversos profissionais como: nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, que contribua positivamente no cuidado interdisciplinar nos diferentes estágios da doença, pois, o paciente necessita de acompanhamento (TRUZZI, 2010).

Esta doença traz custos onerosos para o paciente, familiares e cuidadores. Além de prejuízos emocionais, físicos e sociais para todos aqueles que estão envolvidos no processo (SEVERINO, 2009).

Cabe aos profissionais de enfermagem orientar os cuidadores quanto à doença já que são responsáveis pelo cuidado do doente em seu domicílio. O paciente precisa ser apoiado para conseguir viver a situação de forma mais tranquila, garantindo a sua dignidade (DIOGO, 2008).

Este trabalho objetiva ampliar o conhecimento sobre o Alzheimer no idoso, evidenciando os impactos positivos da doença, uma vez que o paciente responde positivamente aos tratamentos quando a assistência de enfermagem é realizada com esmero e dedicação, evidenciando a importância de uma conduta terapêutica múltipla, incluindo intervenções farmacológicas e não farmacológicas, que são essenciais para aumentar a qualidade de vida do paciente e do cuidador.

2 EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL

O primeiro estudo populacional de prevalência de desordens mentais em idosos avaliou uma amostra de 139 habitantes com mais de 55 anos em uma área de baixa renda da cidade de Salvador, Bahia, utilizando o Questionário de Morbidade Psiquiátrica de Adultos. Onde foram encontrados "quadros orgânico-cerebrais" de 4,3%, taxa que se elevou para 6,8% considerando os 44 indivíduos com mais de 65 anos

Blayet al., (1989) aplicaram uma versão do Face-Hand Test , que detectou "síndromes psicorgânicas" na população idosa paulista , em 1991 idosos com 65 anos ou mais(FINK et al., 1952). Constatando cinco casos de distúrbios psicorgânicos, que corresponde a 5,5% da prevalência.

No Brasil, não há dados objetivos à respeito da doença de Alzheimer, porém, é possível com base em alguns índices estimar a sua frequência no meio médico.

As taxas estimadas de incidência e prevalência para a doença de Alzheimer, de acordo com o Estudo Longitudinal de Baltimore, demonstram que a taxa de incidência aos 60 anos é de aproximadamente 10% (KAWASet al., 1997, 2000; ZONDERMAN, 2005).

3 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO

O envelhecimento atinge sistemas importantes do organismo causando modificações no comportamento individual do paciente acometido por essa patologia (GONÇALVES, 2011).

De fato o que ocorre no início do processo é uma perda gradual da reserva funcional, que decorre de um acúmulo de danos infringidos ás células ao longo do tempo. Quanto maior o número de células atingidas, maior a possibilidade de determinado tecido apresentar alterações funcionais (JARDIM, 2009).

Ainda segundo o autor supracitado o processo de envelhecimento deve ser avaliado em função das limitações impostas por ele. Uma pessoa de 50 anos, sedentária, obesa, hipertensa, que anda com dificuldade devido ao reumatismo, pode ser funcionalmente mais velha do que outra de 70 anos em plena atividade, sem nenhuma limitação. O envelhecer saudável é consequência de várias ações ao longo da vida, que resultam em boas condições físicas e psíquicas e em inclusão social.

3.1ENVELHECIMENTO FISIOLÓGICO

O envelhecimento se compõe por uma série de alterações nas funções orgânicas e mentais por causa dos efeitos da idade avançada sobre o organismo, onde o mesmo perde a capacidade de manter o equilíbrio homeostático e todas as funções fisiológicas gradualmente declinam. Tais alterações têm por característica principal a diminuição progressiva da reserva funcional (BOFF, 2009).

De acordo com a fisiologia o envelhecimento depende significativamente do estilo de vida desde a infância ou adolescência. Neste processo ocorrem, alterações de vários aspectos perceptíveis do organismo que se subdivide em envelhecimento primário referindo-se ao processo de senescência normal e secundária que faz referência ao aparecimento com o avanço da idade, de lesões patológicas, mas que se mantêm potencialmente reversíveis (JACKSON, 2010).

De acordo com Alavarez (2011), o envelhecimento biológico faz referencia a seis teorias:

Teoria Imunológica – onde o sistema imunitário não diferencia células sadias do organismo de corpos estranhos.

Teoria genética – onde há um processo contínuo, durante o desenvolvimento orgânico, incluindo as fases da embriogênese, puberdade e maturação.

Teoria do erro da síntese protéica – refere-se as alterações na molécula de DNA quanto a informação genética e formação de proteínas que são incapazes de realizar a sua função.

Teoria do desgaste – trata da deteriorização do organismo de acordo com o uso constante.

Teoria dos radicais livres – afirma que os radicais livres provocam a peroxidarão dos lipídios não saturados e os transformam em substâncias que causam envelhecimento celular.

Por isso, as perdas funcionais e emocionais que acometem o idoso evidenciam que no processo de envelhecimento o idoso necessita se adaptar a as alterações na vida cotidiana. Com isso, pode haver isolamento físico e psicológico o que trazem perdas nas relações sociais. Comprovando que é extremamente importante que o cuidado de enfermagem seja holístico e respeite os seus limites, suas fraquezas e os seus sentimentos (CARROL, 2008).

3.2 ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO

Segundo Eduardo (2006 apud FREITAS, 2009) o envelhecimento é uma perda progressiva e irreversível da capacidade do organismo em se adaptar às condições mutáveis do meio ambiente.

Quando o indivíduo envelhece, ele observa mais atentamente o que se passa em si. Absorvendo o que traz o mundo exterior. Para Jung este processo chama-se “introversão” e para Neugartemé denominado “interiorização (ENGELHARDT, 2009)”.

O indivíduo atinge a integridade do eu, completando todos os outros períodos, aceitando seu passado, defendendo suas escolhas e estilo de vida, aprovando e amando os que o rodeiam e os que lhe são importantes, aceitando que a morte é inevitável e que ele a teme, bem como a solidão, a incapacidade e perda de sua autonomia. Conscientizando-se do seu papel e da sua importância na sociedade (CARVALHO 2010).

Com o passar dos anos, o indivíduo, deve superar três crises na sua vida, para atingir a integridade do ego. A diferenciação de eu-(ego),onde é preciso uma consciência do seu valor e que ele sinta-se apto a desempenhar outros papeis além do papel de trabalhador. O desligamento, traçando objetivos de vida além dos que dos que se ligam á força física, para aceitar as mudanças físicas, a nova imagem corporal e a perda das forças físicas. Transcendência do eu, onde o indivíduo precisa aceitar que a morte é inevitável e importante para realização da terceira idade e reconhecer todas as realizações e contribuições passadas, para sua felicidade e o bem-estar dos outros (CALDAS,2010).

4 DEMÊNCIA

A demência é detectada pelas alterações do raciocínio, como a perda da capacidade de abstração e a repetição contínua de idéias. Inicialmente o indivíduo repete frases. Posteriormente repete apenas uma palavra, sendo incapaz de formar uma frase inteira (KANDEL, 2008).

Outra característica da demência é a perda gradual da memória, principalmente em eventos mais recentes. Onde a pessoa pode lembrar-se do que ocorreu há muitos anos, mas esquecer-se do que se passou no dia anterior ou não recordar o que lhe foi dito há poucos minutos. Tendo como causa o déficit de concentração, que o impede de registrar determinado fato da memória (ALVAREZ, 2011).

A demência se associa a várias doenças como demência por esclerose múltipla, Parkinson ou demência de Alzheimer (MACHADO, 2010).

4.1 ESTÁGIOS DA DEMÊNCIA

A demência se manifesta em três fases: leve, moderada e grave. Na fase leve, é realizado um exame comparativo que analisa o comportamento do indivíduo antes e agora, estabelecendo o grau do dano (MAMFRIM, 2009). É a fase inicial gradual da demência, em que pode ocorrer diminuição de interesse, dificuldade de novos aprendizados e de tomada de decisões, irritação, vulnerabilidade, desconfiança, repetitividade, impaciência, resistência a mudanças, esquecimento do que foi dito há pouco tempo.

Na fase moderada, o indivíduo se torna limitado quanto aos aspectos já citados. De acordo com (MAMFRIM, 2009) pode se agravar com o aumento do esquecimento de fatos recentes, piorarem a orientação; a pessoa sai de casa e não consegue voltar, acha estranha a sua casa, aumentar a confusão quanto ao dia, mês, hora, comportar-se inadequadamente: abraça um desconhecido, abre a roupa, tiram os sapatos etc., deixar o fogão aceso, chuveiros e torneiras correndo a água, rádio e televisão ligados, descuidar-se do próprio aspecto (não se penteia, veste-se mal), da sua higiene (não toma banho, não escova os dentes) e da sua alimentação.

Na fase grave, a pessoa passa a ser altamente dependente de alguém que lhe ajude, pois, aparece o descuido total quanto ao aspecto pessoal, à higiene e à alimentação; a orientação é nula, é possível que a pessoa não saiba, dependendo o grau, onde e com quem está; aumento da confusão, repetição e irritação, podendo tornar-se agressiva (o); repetição de palavras, em geral incompreensíveis e incontinência da urina e fezes (MAMFRIM, 2009).

Se o idoso que sofre demência sentir-se confortável, alimentado e tratado com carinho, convive em ambiente calmo e aconchegante, com familiares e cuidadores bem-relacionados, demonstrando confiança e tranquilidade. À medida que a demência avança, diminui proporcionalmente o contato com o mundo externo. Na prática, o idoso demenciado desenvolve problemas de relacionamento social por ter o raciocínio muito diminuído e dificuldade de comunicação. Havendo dificuldade para conversar, não conseguindo se comunicar tendo como consequência o isolamento (SMELTZER, 2008).

5 ALZHEIMER

A doença de Alzheimer (DA) é definida pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1907, como uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que causa perda da memória e outros distúrbios cognitivos. Em geral, a DA de acometimento tardio,, ocorre esporadicamente, enquanto que a DA de acometimento precoce, mostra recorrência familiar. Tanto a DA de acometimento tardio como a DA de acometimento precoce são uma mesma e indistinguível unidade clínica e nosológica (MARINHO 2010).

Na visão neuropatológica, se observa no cérebro de indivíduos com DA atrofia cortical difusa, grande número de placas senis e novelos neurofibrilares, degenerações grânulo-vacuolares, perda neuronal, acúmulo da proteína b-amilóide nas placas senis e da microtubulinatau nos novelos neurofibrilares. A concentração destas placas senis está correlacionada ao grau de demência nos indivíduos afetados e por isso ocorrem frequentemente transtornos da transmissão da acetilcolina e acetil-transferases nestes indivíduos (BOFF, 2009).

Existem diversos fatores relacionados a etiopatogenia da DA, como: agentes etiológicos, a toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigênio, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em micro túbulos, proteínas associadas, além do fator genético que é preponderante. Tais agentes atuam no dano direto do material genético, causando mutação somática nos tecidos (PITELLA, 2009).

Por esse motivo, a causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. Porém, a comunidade científica aceita que seja uma doença geneticamente determinada, mesmo não sendo já hereditária. Ou seja, não implica que se transmita de pais para filhos (ENGELHARDT, 2010).

Atualmente são conhecidos quatro subtipos de doenças de Alzheimer relacionados com a evolução (MARQUES, 2012):

a) Benigno: onde a evolução é lenta;

b) Mioclônico: onde a evolução é rápida, apresentando mutismo, tremores e o falar sozinho precoces;

c) Extrapiramidal: onde o declínio das funções operativas e intelectuais se associam com alterações psicóticas;

d) Típico: onde há uma evolução na deterioração gradual não existindo outros sinais característicos.

A divisão por fases indica didática e se estabelece a valoração da dependência através de escores e métodos. Mesmo que não haja fronteiras entre elas, alguns pacientes evoluem de maneira bastante particular. Sendo muito variada a duração das fases e a sobrevida (MARQUES, 2010).

Analisando a história da medicina, a descoberta desta doença é relativamente recente e o único fator de risco bem conhecido e aceito universalmente é a idade. Pois, a doença de Alzheimer ocorre proporcionalmente ao avanço da idade. Entretanto existem estudos que demonstram uma incidência aos 80 anos de aproximadamente 20% e aos 85 anos de 40% (RAMOS, 2008).

A doença de Alzheimer (DA) não é causada apenas pela ocorrência de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Mesmo assim, a idade continua sendo o único fator de risco inquestionável e, se a demência tem início antes dos 75 anos, o fator mais provável é a história familiar prévia, por haver forte indício de hereditariedade e síndrome de Down (SANTANA, 2010).

As pessoas com mais escolaridade administram suas limitações cognitivas mais facilmente que analfabetos ou pessoas com baixo nível de escolaridade. Conclui-se então que o risco da doença diminui em pessoas com o nível de escolaridade mais alto, evidenciando que a educação é uma forte proteção ao risco (ALZHEIMERMED, 2010).

A doença de Alzheimer infelizmente não tem cura. Mesmo assim, o diagnóstico precoce é fundamental no retardo do aparecimento de complicações e na instituição imediata de terapia farmacológica disponível. Essa fase dura de dois a quatro anos, é lenta, e o paciente adapta-se as deficiências facilmente e não percebe outras alterações. A vida atribulada das grandes cidades, dentre outros fatores, com os de origem sócio-cultural, permitem aos familiares aceitarem perdas e alterações comportamentais, quando o pacientes é idoso (MACHADO, 2010).

5.1 FISIOPATOLOGIA DA ALZHEIMER

Na concepção de Maciel Jr. (2008) o processo patológico da Alzheimer inicia-se no hipocampo. Onde há um depósito de substâncias beta amilóide ou ²-amilóide, que produzem as placas senis pela degeneração neurofibrilar. Em seguida se estenderá aos lobos temporal e frontal e, acometendo todo o córtex cerebral.

Segundo Argimon (1995) e Morley,na doença de Alzheimer são encontradas lesões cerebrais microscópicas como: placas senis, degenerações neurofibrilares, degeneração grânulo-vascular e corpos de Hirano. Onde as placas senis (neuríticas) e degenerações ou emaranhados neurofibrilares, são lesões extracelulares formadas por um núcleo central de substâncias amilóide, constituído por uma proteína chamada beta amilóide ou peptídeo beta A4 e marcam neuropatologias características, que ao passar dos anos ocorre de forma seqüenciada e as manifestações clínicas (cognitivas e não-cognitivas) se tornam previsíveis , por se acumulada no cérebro dos idosos na forma mais tóxica, sendo formada a partir de uma proteína precursora (glicoproteína) chamada beta amilóide APP (ENGELHARDT, 2009).

Para Smeltzer e Bare (2002) e Nettina (2001), o portador da patologia supracitada, sofre alterações neuropatológicas e bioquímicas específicas, formando emaranhados neurofibrilares no córtex cerebral, diminuindo o tamanho do cérebro, acumulando neurofibrinas e placas senis (neuríticas), degenerando o sistema cardiovascular e perdendo células nervosas colinérgicas, atuantes na memória, função e cognição.

As degenerações ou emaranhados neurofibrilares se caracterizam pela espessura e por terem densidade e possuírem neurofibrilas tortas quando lesionadas (PITELLA, 2009).

De acordo com Magnié (2010) há uma codificação por um gene do sistema nervoso central, sendo preciso de um acúmulo de proteína beta amilóide livre no meio extracelular e de uma associação com outras substâncias tóxicas como a a polipoproteína E (PS1), alumínio, o ferro, e radicais livres para causar alterações e feitos neurotóxicos e neuroquímicos que acontecem no cérebro.

5.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Segundo Kandel (2011), a doença de Alzheimer deteriora a memória, a compreensão, o julgamento, a comunicação, a competência e a perda da independência. Por isso, os cuidadores tem uma tarefa um tanto quanto árdua, especialmente quando ocorrem problemas de comportamento como; vagar sem rumo e se perder, irritabilidade e agressão, mudança de personalidade para pior, incontinência, relutância em trocar de roupa ou se lavar e agitação noturna.

Algumas famílias internam o paciente com a doença de Alzheimer em instituições assistenciais causando morte prematura dos mesmos. A doença tem uma evolução muito variada, causando desamparo profundo, bloqueando a fala. Porém, nas formas mais benignas pode não ocorrer nada mais do que uma confusão (FREITAS, 2009).

5.3 TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS E NÃO FRMACOLÓGICOS

Anteriormente, exames bioquímicos e celulares determinaram que uma célula nervosa que estimula outra, por liberação da neurotransmissora acetilcolina, que se encontrava mais vulnerável nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Procurava-se técnicas que suprisse a acetilcolina nas células nervosas debilitadas, resultando na descoberta das anti-colinesterases, para desacelerar o processo e permitir que acetilcolina ficasse mais tempo na sinapse e não continuasse a estimular a próxima célula nervosa. Hoje, as anticolinesterases são administradas na fase inicial da doença (DUARTE, 2008).

Tais substâncias retardam a deterioração mental em cerca de um ano e podem no máximo proporcionar recuperação temporária da memória e da consciência. Bem como melhoram os problemas comportamentais que fazem do portador da doença de Alzheimer um tormento para os cuidadores (CORREA, 2011).

Para Argimon (2009) a assistência aos cuidadores é tão importante quanto aos pacientes. Pensando nisso a enfermagem orienta aos cuidadores e familiares sobre a existência de serviços sociais para aqueles que não têm condições de realizar tarefas básicas como: cozinhar, fazer compras no supermercado como:serviços de entrega de refeições em domicilio, auxílios financeiros, assistência temporária ou permanente.

Ainda segundo o autor supracitado os serviços psiquiátricos para idosos proporcionam assistência a pacientes com doenças de Alzheimer e outras demências oferecendo avaliação ampla, medicamentos, cuidados psiquiátricos comunitários e terapia ocupacional. As terapias de orientação para a realidade, reminiscência e validação proporcionam melhora do respeito e consciência pessoal, orientação e empatia. Sendo que a assistência aos cuidadores é tão importante quanto aos pacientes.

6 DIAGNÓSTICO MÉDICO E DE ENFERMAGEM

Ramos (2008) afirma que não existe um exame específico para diagnosticar a doença de Alzheimer, e por isso é preciso fazer uma avaliação médica, exames físicos e neuropsicológicos associados às informações colhidas pelo enfermeiro para haver 90% de precisão no diagnóstico da doença de Alzheimer, realizando necropsia para revelar placas senis, redes de neurofibrilas e corpos granulam vasculares presentes no tecido cerebral. já que percorre todo o córtex cerebral.

Na concepção de Machado (2006 FREITAS et al., 2009), é preciso diagnosticar a demência , para identificara existência de Alzheimer e poder reconhecer os déficits cognitivos e não-cognitivos presentes e correlacionando-os com as características clínicas próprias da Alzheimer, através da avaliação cognitiva ou neuropsicológica e com os resultados dos exames laboratoriais e de neuro imagem cerebral.

A Tomografia Computadorizada do crânio e a Ressonância Nuclear Magnética (RNM) avaliam o hipocampo, permitindo observar alterações das partes ativas ou não-ativas do cérebro. Bem como avaliam as atividades mentais, como pensar, lembrar, falar e ouvir, entre outras (SAYEG et al., 2008; MACIEL Jr., 2008; RAMOS, 2008).

Por não existirem elementos biológicos específicos para Alzheimer o diagnóstico depende de sintomas e sinais, e de exames de imagem e laboratoriais, para descartar formas secundárias de demência (FREITAS, 2009).

Verifica-se então, que para proporcionar um diagnóstico correto em 90% dos casos de Alzheimer, é preciso uma avaliação investigativa, detalhada, relevando o histórico de saúde do paciente, sem descartar anamnese, a história medicamentosa, o exame físico avaliando o sistema neurológico, a confirmação dos familiares sobre o estado de saúde funcional e mental, que avalia orientação, memória, linguagem e atenção por exames neuropsicológicos administrados por profissionais especializados (SAYEG et al., 2008; MAGNIÉ; THOMAS, 2010).

Acrescentar sinais e sintomas ou evidências que apóiam os diagnósticos; ou o plano pode começar com os resultados a serem alcançados pelo cliente, seguido das conexões com os diagnósticos de enfermagem. (DE)

Segundo o (DE) Diagnóstico de enfermagem a demência do tipo Alzheimer tem como diagnósticos de enfermagem:

Risco de lesão, relacionado com condições ambientais; confusão crônica, relacionada com deterioração da função intelectual, evidenciada por distúrbios cognitivos; percepção sensorial prejudicada, relacionada por distúrbios de recepção, transmissão ou integração dos estímulos sensoriais, evidenciada palas alterações dos estímulos; padrão do sono perturbado, relacionado com disfunção sensorial, evidenciado pelo estresse psicológico; manutenção ineficaz da saúde, relacionado com disfunção cognitiva, evidenciado com o descuido do aspecto e higiene pessoal; enfrentamento familiar comprometido/ tensão no papel do cuidador, relacionado com a desorganização familiar, evidenciado por verbalização de frustração e raiva e por fim risco de síndrome de estresses por mudança, relacionado por pouca transferência para o novo ambiente, evidenciado por deterioração física.

Estes diagnósticos norteiam os planos de cuidados de enfermagem seguindo fatores relacionados, características definidoras, adotando assim o prognóstico, e realizando ações e intervenções de enfermagem específicas a cada problema de enfermagem seguindo sempre uma ordem de prioridade e necessidades do paciente a ser tratado.

7 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DO MAL DE ALZHEIMER E FAMILIARES.

Portadores de demência associadas ao envelhecimento são assistidas em domicílio, por parente que precisam de apoio (CALDAS, 2009).

Com frequência, o cuidador prioriza as necessidades do paciente e se esquece das suas. Sendo fundamental que ele se coloque em primeiro lugar durante algum tempo, para desempenhar esse papel e precisa ser informado sobre, sintomas, efeitos colaterais dos medicamentos etc. onde a enfermagem deve orientá-lo ou o serviço social a existência de algum grupo de apoio para cuidadores e pacientes. Após a avaliação da condição financeira do cuidador que precisa deixar o trabalho integralmente ou parcialmente (NITRINI, 2008).

Algumas medidas podem facilitar a vida dos doentes e de quem cuida deles:

- Fazer o portador de Alzheimer usar uma pulseira, colar com dados de identificação (nome, endereço, telefone, etc.) e as palavras “Memória Prejudicada”, já que o paciente perde a noção do lugar onde se encontra;

- Estabelecer uma rotina diária e ajudar o doente a cumpri-la. Espalhar lembretes pela casa (apague a luz, feche a torneira, desligue a TV, etc.) pode ajudá-lo bastante; fazendo o paciente se envolver nesta rotina;

- Encorajar a pessoa a vestir-se, comer, ir ao banheiro, tomar banho por sua própria conta. Quando não consegue mais tomar banho sozinho, por exemplo, pode ainda atender a orientações simples como: “Tire os sapatos. Tire a camisa, as calças. Agora entre no chuveiro”;

- Eliminar o álcool e o cigarro, pois agravam o desgaste mental;

- Estimular o convívio familiar e social do doente;

- Reorganizar a casa afastando objetos e situações que possam representar perigo. Tendo o mesmo cuidado com o paciente de Alzheimer que se tem com crianças;

- Conscientizar-se da evolução progressiva da doença. Habilidades perdidas jamais serão recuperadas;

- Providenciar ajuda profissional e/ou familiar e/ou de amigos, quando o trabalho com o paciente estiver sobrecarregando quem cuida dele.

Argimon (2009) defende que o cuidador deve ser informado a procurar ajuda dos amigos parentes ou descobrir as opções de atendimento domiciliar, centros de cuidados diurnos, centro de conveniência e serviço residencial temporário. Pedindo a parentes e amigos que façam visitas ou telefonem, para o horizonte do cuidador não ficar limitado. Já que o cuidador não pode fazer tudo sozinho, uma boa orientação é que o cuidador peça ajuda cedo para quando precisar, haja uma equipe de pessoas treinadas e de confiança que possam substituí-lo

A enfermagem ainda deve orientar o cuidador a realizar consultas periódicas ao clínico geral e buscar orientação para qualquer problema. Ansiedade e depressão são comuns em cuidadores, e o tratamento é mais fácil no estágio inicial. Deve ser analisada a alimentação: se não puder cozinhar, deve ser procurado um serviço de entrega de refeição em domicílio complementando com frutas e hortaliças frescas, proteínas com baixo teor de gordura e cereais integrais de qualidade nas demais refeições. Procurar exercitar-se, e durma o suficiente á noite (ALZHEIMERMED, 2010).

Mesmo assim o cuidador deve ser informado a procurar ajuda dos amigos parentes ou descobrir as opções de atendimento domiciliar, centros de cuidados diurnos, centro de conveniência e serviço residencial temporário. Pedindo a parentes e amigos que façam visitas ou telefonem, para o horizonte do cuidador não ficar limitado. Já que o cuidador não pode fazer tudo sozinho, uma boa orientação é que o cuidador peça ajuda cedo para quando precisar haja uma equipe de pessoas treinadas e de confiança que possam substituí-lo (ARGIMON, 2009).

Para isso, o enfermeiro pode utilizar a comunicação terapêutica no apoio emocional, ações educativas que desenvolvem habilidades de cuidado e intervenções clínico-assistenciais na sobrecarga física, prevenindo o adoecimento (SANTANA, 2010).

Contatos com outras pessoas com situações semelhantes de estresse desencadeadas pelo adoecimento e cuidado de um familiar, através de reuniões periódicas em grupo, promovem manutenção da socialização do cuidador, bem como momentos de troca de experiências e desabafos sobre a sua situação de vida (PITELLA, 2009).

8 DISCUSSÃO

Para Gonçalves (2011) analisar a doença de Alzheimer na comunidade é de extrema importância, devido a sua alta prevalência entre idosos e ao fato de constituir importante causa de incapacidades nessa faixa etária e por haver grande lacuna estatística a respeito da situação no Brasil. Ficando evidente a necessidade de uma investigação profunda dessa enfermidade, que já figura como um problema de saúde pública.

Segundo Ávila (2010) a Alzheimer se caracteriza pela perda de neurônios da substância cinzenta, acometendo a formação hipocampal e comprometendo áreas corticais associativas e relativa preservação dos córtices primários.

Marinho (2010) acredita que a doença de Alzheimer (DA) é definida, como uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que causa perda da memória e outros distúrbios cognitivos, que ocorrem.

A doença de Alzheimer provoca progressiva deterioração das funções cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio. Não se conhece a causa específica da doença de Alzheimer. Parece haver certa predisposição genética para seu aparecimento. Nesses casos, ela pode desenvolver-se precocemente, por volta dos 50 anos.

A exposição do cérebro á algumas substâncias, como o alumínio levantam a hipótese de que algum vírus e a deficiência de certas enzimas e proteínas estejam envolvidos na etiologia da doença e contribuem para a instalação do quadro, mas não foi estabelecida nenhuma relação segura de causa e efeito a respeito disso.

Pitella (2009) e Engelhadart (2010), acreditam que existem diversos fatores relacionados a etiopatogenia da DA, como: agentes etiológicos, a toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigênio, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em micro túbulos, proteínas associadas, além do fator genético que é preponderante. Tais agentes atuam no dano direto do material genético, causando mutação somática nos tecidos. E, por esse motivo, a causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. Porém, a comunidade científica aceita que seja uma doença geneticamente determinada, mesmo não sendo já hereditária. Ou seja, não implica que se transmita de pais para filhos.

Na concepção de Maciel Jr. (2008) o processo patológico da Alzheimer inicia-se no hipocampo. Onde há um depósito de substâncias beta amilóide ou amilóide, que produzem as placas senis pela degeneração neurofibrilar. Em seguida se estenderá aos lobos temporal e frontal e acometendo todo o córtex cerebral.

Para Smeltzer e Bare (2002) e Nettina (2001), As degenerações ou emaranhados neurofibrilares se caracterizam pela espessura e por terem densidade e possuírem neurofibrilas tortas quando lesionadas.

Não há um teste diagnóstico definitivo para a doença de Alzheimer. A doença só pode ser realmente diagnosticada na autopsia. Médicos baseiam o diagnóstico no levantamento minucioso do histórico pessoal e familiar, em testes psicológicos e por exclusão de outros tipos de doenças mentais. Mesmo assim, estima-se que o diagnóstico possa estar equivocado em 10% dos casos.

Para Machado (2006 FREITAS et al., 2009), é preciso identificar o diagnóstico de demência, para avaliar a existência da Alzheimer e poder reconhecer déficits cognitivos e não cognitivos presentes que estejam relacionados com a clínica da Alzheimer, através dos resultados de exames laboratoriais e neurológicos.

Segundo Kandel (2011), os cuidadores de pacientes com Alzheimer têm uma tarefa um tanto quanto árdua, especialmente quando ocorrem problemas de comportamento como; vagar sem rumo e se perder, irritabilidade e agressão, mudança de personalidade para pior, incontinência, relutância em trocar de roupa ou se lavar e agitação noturna.

Para Alzheimermed (2010) a enfermagem deve orientar o cuidador a realizar consultas periódicas ao clínico geral e buscar orientação para qualquer problema. Ansiedade e depressão são comuns em cuidadores, e o tratamento é mais fácil no estágio inicial. Deve ser analisada a alimentação: se não puder cozinhar, deve ser procurado um serviço de entrega de refeição em domicílio complementando com frutas e hortaliças frescas, proteínas com baixo teor de gordura e cereais integrais de qualidade nas demais refeições. Procurar exercitar-se, e dormir o suficiente á noite.

Para Freitas (2009) a internação é prejudicial ao paciente, pois as internações em instituições assistenciais causam morte prematura dos mesmos. Uma vez que a doença tem uma evolução muito variada, causando desamparo profundo, bloqueando a fala. Porém, nas formas mais benignas pode não ocorrer nada mais do que uma confusão.

A prática da enfermagem terá grande contribuição com a compreensão do sentido de ser cuidador, na medida em que a abordagem do enfermeiro poderá ser mais eficaz junto a uma clientela, que enfrenta uma problemática altamente complexa e que a torna tão vulnerável a situações de estresse. Dessa forma a compreensão possibilitará o encaminhamento e sugestões de outras atividades e condutas com relação ao cuidador e à qualidade de assistência não só ao idoso, mas a ele próprio, que precisa de suporte de todo tipo, para atender as necessidades do idoso acometido pela Alzheimer.

9 CONCLUSÃO

Apesar dos avanços tecnológicos e das intensas investigações e pesquisas cientificas, a demência do tipo Alzheimer ainda é uma demência de entendimento complexo. É considerado um importante problema de saúde pública.

É uma doença que passa por fases caracterizadas por alterações e déficits profundos, gerando a pessoa idosa angústia, tristeza, depressão e dependência total. Provocando grande sofrimento tanto ao idoso como a seus familiares, que muitas vezes assumem a função de cuidadores e passam a viver em função dessa tarefa, em grande parte sem informação e esclarecimento sobre a doença.

Ainda existem muitos questionamentos sobre a doença em questão, onde alguns autores defendem a tese que as placas neuríticas possam ser encontradas em cérebros de pessoas idosas sadias como resultado do processo natural do envelhecimento e possivelmente que elas indiquem a fase assintomática da doença de Alzheimer. O que torna mais difícil para os profissionais diagnosticar esta doença e desenvolver um cuidado que alcance êxito.

Constatou-se ainda que o cuidar do idoso é um processo ativo de interação e planejamento de ações a partir do conhecimento e do respeito à realidade do idoso com Alzheimer e sua família, e que o cuidado humanístico deve ser contínuo, envolvendo o enfermeiro com conhecimento e habilidades interativas, psicomotoras e éticas no atendimento à saúde desse paciente. Portanto, o processo de cuidar da saúde do paciente com Alzheimer exige uma relação interativa e contínua entre paciente, família e enfermeira, juntamente com uma equipe multiprofissional, porque o cuidado desse paciente possui vários níveis e dimensões, que o envolve com um ser biopsicossocial e espiritual.

O estudo, além de proporcionar reflexão sobre a evolução da complicação da doença, alertou para a importância do profissional enfermeiro em aprofundar conhecimentos na assistência à pessoa idosa, demenciado ou não, para melhorar a sua atuação. Havendo necessidade da formação em recursos humanos com conhecimento em gerontologia para aperfeiçoar o processo do cuidado. Para isso acontecer, necessita-se de uma orientação e conscientização dos cuidados adequados a cada cliente repassando de forma sutil pela enfermagem, devendo implantar os processos de humanização diante da fragilidade adquirida pela enfermidade, visando o emocional, o racional, a intuição e o espiritual resultando numa visão holística.

É preciso haver conhecimento técnico e teórico da assistência de enfermagem, nas orientações apresentadas aos familiares cuidadores para que haja contribuição para um resultado satisfatório no processo de retardamento do Alzheimer. Sendo que as atividades de reabilitação realizadas por familiares proporcionam ao cliente à estagnação da doença, incluindo o idoso a rotina domiciliar, sem causar traumas, estimulando sua independência, comunicação, o que proporciona bem estar e melhora na qualidade de vida.

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