SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: ABORDAGEM PREVENTIVA DAS DST’S PELA ENFERMAGEM

Data de postagem: Jun 18, 2015 5:17:53 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

CAROLINA PORTO BORGES

SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: ABORDAGEM PREVENTIVA DAS DST’S PELA ENFERMAGEM

EUNÁPOLIS – BA

2014

CAROLINA PORTO BORGES

SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: ABORDAGEM PREVENTIVA DAS DST’S PELA ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Maria Cristina Marques

EUNÁPOLIS – BA

2014

CAROLINA PORTO BORGES

SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: ABORDAGEM PREVENTIVA DAS DST’S PELA ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial à obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis – BA, pela seguinte banca examinadora.

Aprovado em ___/___/_____

BANCA EXAMINADORA

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Prof. Orientador

_________________________________

Prof. Examinador

_________________________________

Prof. Examinador

SABER ENVELHECER

Sentir-se jovem é sentir o gosto

De envelhecer ao lado da mesma mulher;

Curti ruga por ruga do seu rosto,

Que a idade – sem vaidade – lhe trouxer;

O corpo transforma-se em escultura;

O tempo apaixonado é um escultor

E a fêmea oculta na mulher madura

Explode em sensuais formas de amor!

Ser jovem cinquentão: não é preciso

Provar que emagrecer rejuvenesce!

Pois a melhor ginastica é o sorriso,

E quem sorri de amor nunca envelhece.

Amar ou desamar sem sentir culpa,

Desafiando as leis do coração.

Não faça da velhice uma desculpa

E nem da juventude profissão.

Idade não é culpa, velhice não é desculpa,

Nem mesmo a juventude é profissão!

Fica mais velho quem tem medo de ser velho.

Roubando sonhos de algum adolescente,

Dizer que ele “dá duas”, que é potente,

Mentir para si e para o espelho.

A idade é uma verdade, não ilude.

Quem dividiu a vida com prazer,

Velho é se drogar da juventude,

Ser jovem é saber envelhecer!

Velho é quem se ilude

Que a idade é juventude.

Ser jovem é saber envelhecer!

Juca Chaves

RESUMO

O envelhecimento populacional é um fato característico do século atual e se observa entre os idosos que possuem condições de saúde favoráveis à manifestação do desejo e a prática sexual. A sexualidade no envelhecimento é pouco abordada pelos profissionais de saúde, dificultando ou não permitindo a prevenção de patologias como as DST’s. Tem-se notado um aumento no número de casos de AIDS em pessoas acima de 50 anos tornando-se uma situação preocupante. Este trabalho tem por objetivo sensibilizar os profissionais de enfermagem quanto à importância da abordagem preventiva das DST’s frente à sexualidade dos idosos. Trata-se de um estudo descritivo e observacional, de abordagem qualitativa, tendo como base a consulta a diferentes autores dentre o período de 1998 a 2013. Apesar dos dados confirmarem o aumento do número de casos de infecção por AIDS, essa população não considera o risco para contrair DST’s mesmo tendo praticas sexuais. A AIDS em idosos é uma realidade que exige da equipe de saúde a adequação da abordagem desse problema no atendimento a terceira idade. Bem como elaborar e implementar campanhas públicas de prevenção específicas para esta população, além de desenvolver uma prática profissional capaz de atender o aumento da população de idosos que enfrentam essas doenças de acordo com o seu perfil. Sendo assim, os idosos devem ser vistos como indivíduos que possuem desejos e necessidades sexuais, necessitando da percepção da enfermagem para sua vulnerabilidade a contaminação por DST’s e que ações preventivas e assistências aconteçam na atenção à saúde do idoso.

Palavras-chave: Envelhecimento, sexualidade, DST, campanhas públicas

ABSTRACT

Population aging is a fact characteristic of the present century and is observed among the elderly who have health conditions favorable desire and sexual practice continue to manifest. Sexuality in aging is rarely addressed by health professionals difficult, or not allowing the prevention of diseases such as STDs. Has noticed an increase in the number of AIDS cases in people over 50 years becoming a worrying situation. This work aims to raise awareness among nurses about the importance of the preventive approach of STDs front sexuality of the elderly. This is a descriptive, observational, qualitative approach, based on consultation among the different authors the period 1998-2010. Although the data confirm the increased number of cases of AIDS infection, this population does not consider the risk of contracting STDs even having sex practices. AIDS in the elderly is a reality that requires health team adequacy of approach to this problem in the care of seniors. And to establish and emplementar public prevention campaigns specific to this population, and develop a professional practice able to meet the increasing population of elderly facing these diseases according to their profile.Therefore , the elderly should be seen as individuals who have sexual desires and needs , requiring the perception of nursing to its vulnerability to contamination by STDs and preventive actions and assists happen in health care for the elderly.

Keywords: Aging, sexuality, STD,public campaigns.

LISTA DE ABREVIATURAS

ACS – Agentes Comunitários de Saúde

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida

CAP – Caixas de Aposentaria e Pensão

DIP – Doença Inflamatória Pélvica

DST – Doença Sexualmente Transmissível

HIV – HumanImmunodeficiencyVirus

IAP – Instituto de Aposentadoria e Pensão

INPS – Instituto Nacional de Previdências Sociais

MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social

OMS – Organização Mundial de Saúde

PACS – Programas de Agentes Comunitários de Saúde

PSF – Programa de Saúde da Família

SAE – Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS

SUS – Sistema Único de Saúde

TARV – Terapia Anti-Retroviral

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Ministério da Saúde (2010), a velhice tem idade preestabelecida, designando como idoso o indivíduo a partir dos 60 anos ou mais, para caracterizá-la socialmente. Apesar dessa classificação a velhice não tem idade para se iniciar, dependem do estado de espírito, atitude, enfrentamento, disposição e interesse de cada pessoa para continuar mantendo a qualidade de vida.

A expectativa para o ano 2050 no Brasil é que terá mais pessoas idosas do que jovens no mundo, em razão à mudança de alguns indicadores de saúde, principalmente a diminuição da fecundidade e da mortalidade e contribuindo para o aumento da expectativa de vida (BRASIL, 2007, p. 8).

O autor Burke (2008) traz o conceito de que “o envelhecimento por sua vez é fase de transição precedente, dada à inexistência de um marcador biofisiológico, eficaz e confiável do fenômeno”. Com o tempo o processo vai acontecendo naturalmente e surgindo a influência na vida do indivíduo na parte ambiental, social e genética, mostrando que a idade cronológica não pode ser o único indicador do envelhecimento e nem o meio mais confiável.

Moraes (2008) reafirma que a senescência diminui o funcionamento estrutural do corpo, tornando-o muitas vezes limitados em suas atividades e restritos da participação social e até mesmo no convívio familiar.

Enquanto para Perracini e Fló (2009) afirma que na velhice o indivíduo fica mais exposto ao risco de perdas nos domínios da saúde, da funcionalidade física e intelectual, exercício de papeis e relações sociais a eventos de vida estressantes e demandas típicas dessa fase.

Para Sousa (2008) muitos investimentos têm sido realizados para melhorar a qualidade de vida dos idosos, momento em que essa população começa a aproveitar a vida em sua plenitude, com aumento das relações sociais e, porque não, sexuais, já que a libido não acaba com o aumento da idade. Com isso, riscos antes característicos de faixas etárias mais jovens estão cada vez mais acometendo pessoas a partir dos 60 anos.

Por se tratar de saúde humana, dados como esses se tornam preocupantes. Entretanto faz-se necessário a detecção precoce da patologia e uma abordagem preventiva por parte dos profissionais de saúde.

“A longevidade é, sem dúvida, um triunfo. Há, no entanto, importantes diferenças entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Enquanto, nos primeiros, o envelhecimento ocorreu associado às melhorias nas condições gerais de vida, nos outros, esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social e da área de saúde adequada para atender às novas demandas emergentes” (BRASIL, 2006, p. 7).

A população idosa é grande usuária dos serviços de saúde, porém os profissionais de saúde não estão educados para abordar a questão da sexualidade com esses clientes, e por negligenciarem este assunto a terceira idade, já tão fisiologicamente sensível pode se tornar vulnerável ao contágio das DST/AIDS.

Costa, Sousa e Suassuna (2009) nos mostra que o surto da AIDS tem sido um evento de grande amplitude, observando uma transformação nos números de casos nas populações, feminina e masculina, com idade estimada acima de 50 anos, indicando ser uma evidência de uma recente característica da epidemia.

Mas de 20 anos após o surgimento da epidemia da AIDS no Brasil, Zornitta (2008) nos apresenta um novo perfil da população atingida, “uma nova geração” de idosos com AIDS, expondo uma sexualidade, até então negada ou ignorada e a vulnerabilidade desse grupo populacional às DST e a AIDS.

Cujo objetivo é avaliar as crenças a respeito da sexualidade durante a terceira idade, bem como a prevenção de DST’s, identificar o conhecimento dos idosos a respeito da moléstia, o enfrentamento do paciente quando infectado por estas doenças e, principalmente, sensibilizar os profissionais de enfermagem quanto a importância da abordagem preventiva da patologia frente à sexualidade dos idosos.

Olivi, Santana e Mathias (2008) trazem dados que confirmam o aumento do número de casos de infecção por HIV e AIDS, mesmo assim essa população não considera o risco para contrair DST/AIDS mesmo praticando comportamentos de risco. Ao contrário do que se pensam as DST’s podem ter consequências graves, deixando o organismo da pessoa doente susceptível para a infecção pelo HIV e futuro desenvolvimento da AIDS.

Desse modo o trabalho de conclusão do curso está organizado a princípio em dois capítulos:

O primeiro capítulo refere uma abordagem dos aspectos que contribuem para o processo de envelhecimento, mudanças fisiológicas decorrentes da idade, é necessário que o profissional tenha competência teórica e científica para apoiar e atende-lo de forma holística. Mostrando dados a respeito da epidemiologia das DST’s apresentadas por idosos com maior frequência bem como sua etiologia.

Por fim será discorrido a respeito da assistência de enfermagem quanto à sexualidade da pessoa idosa. Como acontece atualmente a abordagem do tema nas consultas de enfermagem, como deve ser tratado este assunto, bem como uma suposta solução para este problema eminente em nossa população idoso.

O estudo buscou identificar a abordagem dos profissionais de saúde aos pacientes na senilidade. Segundo Gradim, Lobo e Sousa (2007) afirmam que “os profissionais da saúde não tem como prática, em suas consultas, questionar sobre aspectos ligados a sexualidade e a prática sexual dos clientes e menos ainda quando estes são idosos”.

O envelhecer é visto como fase da vida caracterizada pela decadência física, processo contínuo de perdas, dependência, ausência de papéis sociais e ser assexuado. A realidade de vida sexual ativa do idoso não é culturalmente bem aceita, tornando o tema até então pouco conhecido pela sociedade, causando constrangimento aos idosos e sendo negligenciado pelos profissionais da saúde.

“[...] em nossa cultura, diversos mitos e atitudes sociais são atribuídos às pessoas com idade avançada, principalmente aos relacionados à sexualidade, dificultando a manifestação desta área em suas vidas.” (GRADIM; SOUSA; LOBO, 2007, p. 205)

A escolha do tema “Sexualidade na terceira idade: uma abordagem preventiva das DST’s pela enfermagem” justifica-se pela necessidade dos pacientes idosos receberem orientações acerca das DST/HIV e do profissional de saúde atentar-se para à abordagem do mesmo sendo de alta relevância em uma entrevista/consulta com o paciente possibilitando a prevenção e agravos por essa patologia.

2. METODOLOGIA

Este trabalho se trata de uma revisão bibliográfica, apoiada em uma extensa pesquisa onde vários autores dissertam sobre a questão escolhida. A qual permitiu fundamentar análises e conclusões a partir da delimitação das pesquisas avaliadas do conhecimento científico a respeito do tema desenvolvido.

Como método da literatura científica para melhor entender as dificuldades dos pacientes idosos quanto do profissional de enfermagem diante desse assunto. O estudo foi realizado através de uma coletânea de livros, manuais ministeriais, consulta de artigos científicos, monografias, dissertações e teses encontradas nas bases de dados Lilacs, Medline, Pubmed, Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde.

A escolha dos estudos foi realizada por meio da leitura criteriosa dos títulos e resumos, a fim de certificara adequação do assunto orientador o qual facilitou um estudo minucioso, com o propósito de não serem perdidos aspectos relevantes para o engrandecimento do estudo e elaboração da pesquisa.

3. PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Segundo Moraes (2008) o envelhecimento é caracterizado pelo declínio progressivo do metabolismo celular e dos sistemas fisiológicos principais, tornando gradativamente limitadas e restritas as atividades fisiológicas, que consequentemente acaba afetando o convívio social e familiar do indivíduo.

Cancela (2007) diz que o envelhecimento, não é um estado, mas sim um processo de degradação progressiva e diferencial. Ela afeta todos os seres vivos e denominado como morte do organismo. E ocorre com velocidade e gravidade diferentes de indivíduo para indivíduo.

Para Schwanke e Schneider (2008) apenas a utilização da idade cronológica não deve ser tida como única referência ao assumir uma posição a respeito da expectativa de vida da pessoa.

De acordo com Freitas et al (2006) não se deve ignorar as manifestações comuns do envelhecimento, porém deve ser considerado aspectos individuais pois cada um pode apresentar particularidades ao longo de sua existência.

O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, inevitável, irreversível e ocorre de forma mundial para todos os seres humanos, torna-se notório que em nosso país temos uma população de idosos em crescimento considerado rápido (BRASIL, 2010). Sendo uma característica de todo ser vivo, evitar a esse processo é irrecusável, portanto todo indivíduo com exceção dos que sofrerem morte prematura, passarão um dia por essa fase.

São vários os fatores que contribuem para o envelhecimento da população, dentre eles podemos destacar o crescimento da expectativa de vida, melhoria das condições de saúde, assistência médica, desenvolvimento da indústria farmacêutica, preocupação com alimentação, aumento da renda familiar, redução dos índices de mortalidade e diminuição da taxa de natalidade.

“As pessoas estão vivendo cada vez mais tempo, despertando questionamentos sobre o modo como se percebe o processo de envelhecer e trazendo transformações nos valores éticos, estéticos e sociais” (FIGUEIREDO; PROVINCIALI, 2007, p. 21).

Aplicando-se ao conceito já mencionando, Santos (2008) ao adentrar no envelhecimento populacional explica que é “uma realidade mundial, sendo que a perspectiva de octogenários, nonagenários e centenários se amplia”.

No entanto, Bare e Smeltzer (1998) afirmam que: “A indisposição e a doença, a poluição do ar e a luz solar são exemplos de fatores extrínsecos que podem acelerar o processo do envelhecimento”. É possível observar em muitos idosos os sinais do envelhecimento precoce dado a esses fatores, que forçam os mesmos a deixar cedo suas atividades sociais prostando-se, tornando-se frágeis e perdendo a alegria de viver.

Para Zianze (2007) “os idosos com comprometimentos físicos tendem a isolar-se socialmente, o que pode aumentar a gravidade das doenças, incapacidades e depressão”. É necessário que haja um trabalho com esses pacientes de incentivo e inclusão no convívio social de forma que os mesmos sintam-se acolhidos pela sociedade calorosamente e sem nenhum preconceito.

3.1. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO

“Todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre mudanças fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo multicelular costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento e desenvolvimento, a fase reprodutiva e a senescência ou envelhecimento” (CANCELA, 2007, p. 1).

Para Perracini e Fló (2009) “o envelhecimento apresenta alterações que traduzem uma maior vulnerabilidade biológica, como sarcopenia, perda de peso, diminuição da capacidade imunológica, dentre outras”. Com o passar do tempo começam a aparecer os sinais e sintomas do envelhecimento que são:

De acordo com Filho e Netto (2006) a pele desidrata e diminui a elasticidade, surgindo manchas e pregas ressecando e contendo o fluxo capilar, reduzindo a capacidade de cicatrização. Alterando a massa corpórea, tendo declive no metabólico basal, aumentando a concentração de gordura e tornando os músculos debilitados. Alterando na parte da morfologia e fisiologia dos órgãos levando a modificações na qualidade da função cardíaca, respiratória, digestiva, renal, exigindo circunstâncias mais apropriadas para o idoso adaptar-se a este diferente funcionamento, que não deve ser considerado como uma doença.

No sistema cardiovascular, segundo Costa (2008) afirma que não há alterações significativas no débito cardíaco em repouso decorrentes do processo de envelhecimento. Nas situações de sobrecarga, poderão surgir sinais de insuficiência cardíaca, onde o coração não consegue responder tão rapidamente ou com tanta força à carga aumentada do coração em atividade. Apesar disso, o envelhecimento normal não produz alterações expressivas na função do coração.

Susan et al (2005) nos diz que um dos sistemas do corpo mais atingido pela idade é o circulatório. Tendo a dificuldade de se diferenciar a origem de suas mudanças entre doença e envelhecimento. As alterações estruturais durante o envelhecimento são submetidas pela hipertrofia da parede ventricular esquerda e septal e pelo alargamento atrial e ventricular esquerda. As transformações nas valvas são distinguidas por aumentos na fibrose, degeneração do colágeno, acúmulo de lipídios e calcificação. Na falta de doença ou disfunção preexistente, a frequência cardíaca de repouso, geralmente permanece natural, apesar da idade.

Thibodeau e Patton (2002) identificaram que nos idosos, as cartilagens costais que conectam as costelas ao esterno ficam endurecidas ou calcificadas, tornando fatigante a expansão e contração da caixa torácica. Ocorre também uma perda ou diminuição muscular generalizada, em que as células musculares contráteis são trocadas por tecido conectivo, essa perda diminui a força dos músculos relacionados com a inspiração e expiração.

Para Lopes (2006) o rim é apontado um dos órgãos mais receptível ao processo de envelhecimento. Mesmo o rim normal sofre modificações involutivas expressivas, tanto anatômicas como funcionais. Há perda de aproximadamente 40% do parênquima renal e a massa renal total recua de 250 a 270g para 200g ou menos. O fluxo plasmático renal reduz-se em até 50%. Em consequência dessas alterações, por volta dos 70 anos um indivíduo pode apresentar uma diminuição de 40% a 50% da função renal, mesmo na ausência de doenças.

Cohen e Vood (2002) diz que o funcionamento do aparelho gastrointestinal é pouco afetado, podendo manifestar alguns problemas como perda dos dentes, com a idade, os receptores para o gosto e odor se deterioram, levando a perda de apetite e a diminuição do prazer pelo alimento. Uma diminuição na saliva e reflexo do vômito deficiente torna a deglutição mais difícil. A atividade dos órgãos digestórios diminui. Estas mudanças podem ser observadas na pouca absorção de certas vitaminas e na fraca digestão dos alimentos proteicos. A diminuição do peristaltismo no intestino grosso e o aumento na ingestão de alimentos refinados de fácil mastigação auxiliam para a ocorrência comum de constipação.

Filho e Netto (2006) dizem que com a idade ocorre uma atenuação da sensibilidade e do número de receptores sensoriais e dos neurônios, resultando em uma diminuição dos sentidos. Os mais idosos perdem a eficiência de ouvir sons agudos, acuidade auditiva lesada. A diminuição da visão ocorre principalmente devido a um decréscimo na quantidade de luz que atinge a retina e de uma diminuição da focalização da luz sobre a mesma. As glândulas lacrimais ficam menos ativas e os olhos ficam secos e mais susceptíveis à irritação e infecção bacteriana.

As articulações para Rossi (2008) mostram uma diminuição da amplitude de movimentos, com o envelhecimento cartilaginoso acompanha um menor poder de agregação dos proteoglicanos, associado à menor resistência mecânica da cartilagem. O colágeno contrai menor hidratação, maior resistência à colagenase e maior compatibilidade pelo cálcio. Os idosos são potencialmente vulneráveis a um balanço cálcico negativo e às osteopenia/osteoporose, em decorrência da hipovitaminose D. A perda de massa óssea por involução ocorre, principalmente, na mulher pós-menopausa. Os músculos tornam-se menores, desidratados e mais fracos. As fibras musculares são progressivamente substituídas por tecido conjuntivo, especialmente o adiposo. Os neurônios motores são gradualmente destruidos, resultando em atrofia muscular. Essas alterações tendem a diminuir a força muscular e a diminuir os reflexos musculares.

“As principais condições clínicas associadas com o sistema endócrino envolvem o pâncreas e a glândula tireoide. Muitas pessoas idosas desenvolvem o diabete melito da maturidade como resultado da diminuição da secreção de insulina, que se torna pior por causa da dieta deficiente, inatividade e o aumento da gordura no sangue. Algumas pessoas idosas também apresentam os efeitos da diminuição da secreção do hormônio tireóideo. A diminuição dos hormônios sexuais durante a meia-idade ocorre tanto nos homens quanto nas mulheres. Estas mudanças surgem da diminuição da atividade das gônadas. Com a idade, há também uma diminuição dos níveis do hormônio do crescimento e um declínio da atividade do córtex da glândula suprarrenal” (THIBODEAU e PATTON, 2002, p. 248).

Duarte (2001) nos diz que as mulheres na menopausa ocorrem diminuição na produção hormonal, diminuição dos pelos pubianos, diminuição atrofia dos grandes lábios, colo uterino e vagina, diminuição dos ovários, trompas e útero, diminuição da extensão da vagina (mais curta, menos elástica e menos lubrificada), a relação sexual propende ser mais dolorosa para as mulheres e há a ampliação do risco de infecções vaginais.

Costa (2008) diz que a função dos testículos diminui. Essa regressão é associada pela diminuição da secreção de testosterona e do número de espermatozoides. Além dessas mudanças, o homem continua a produzir espermatozoides e é capaz de gerar filhos na maior parte do tempo de sua vida. O Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino, caracterizado pela deficiência de testosterona no homem idoso pode causar diminuição do interesse sexual (libido) e da qualidade das ereções; diminuição da massa muscular; aumento da massa de gordura visceral e alterações no perfil lipídico no sangue; diminuição da massa óssea e osteoporose e diminuição da sensação de bem-estar caracterizada como diminuição da atividade intelectual, dificuldade de orientação espacial, fadiga e depressão.

3.2. EPIDEMIOLOGIA DAS DST’S NA TERCEIRA IDADE

Carvalho e Garcia (2003) afirmam que entre as décadas de 30 e 60 do século passado, houve um declínio da mortalidade e uma leve queda da fecundidade, estreitando a base da pirâmide etária e dando início ao processo de envelhecimento da população. A taxa de fecundidade no Brasil em 1970 era de 5,8 passando para 2,8 em 2000.

O número de pessoas com mais de sessenta anos é crescente em todo o mundo e está em crescente elevação, se destacando mais do que os outros grupos etários.

Brito et al (2013) acrescenta como fator ao envelhecimento populacional brasileiro o aumento da expectativa de vida.

Figueiredo e Provinvialli (2007) afirmam que a expectativa de vida na maioria dos países tem sido uma variável que tem se aproximado cada vez mais da casa dos 100 anos.

Affeldt et al (2011) nos faz lembrar que essa longevidade se deve ao progressivo desenvolvimento tecnológico que a ciência dispõe, contribuindo dessa maneira, como um dos fatores para o aumento significativo da população idosa.

“Essa nova geração, ao contrário das anteriores, tem vivido mais e com qualidade de vida. Essa qualidade de vida é resultante dos avanços tecnológicos, como a descoberta das vacinas, condições sanitárias, a invenção dos antibióticos e dos combates a doenças como o diabetes, os males cardíacos e algumas neoplasias” (CARNEIRO, 2013, p. 68).

Até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, o que corresponderá a 15% da população brasileira (aproximadamente 30 milhões de pessoas) Souza et al (2007) nos diz que com o envelhecimento da população e a melhoria da qualidade de vida, há um incentivo para que os idosos tenham uma vida sexual ativa.

Várias são as facilidades da vida moderna que proporcionam a pratica do sexo na terceira idade, sendo algumas delas a reposição hormonal e as medicações para impotência sexual, mas isso também os leva a exposição e vulnerabilidade do contagio de DST/AIDS advindas do sexo inseguro.

De acordo com Zornitta (2008) o quantitativo de idosos doentes aumentou com a retomada da atividade sexual e a objeção ao uso do preservativo, levando em conta que os idosos são o grupo populacional que mais cresce.

De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado em 2013 pelo Ministério da Saúde (MS), aproximadamente 718 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. Além disso, observa-se uma tendência de aumento nas taxas de detecção da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids) em indivíduos com idade superior ou igual a 60 anos. De 1980 a 2000 foram registrados e notificados 4.509 casos entre homens e mulheres e de 2001 a 2013 foram diagnosticados 16.096 casos de AIDS no Brasil.

Dados divulgados no site da Secretaria de Saúde da Bahia, atualizado em 27 de outubro de 2014, demonstram que foram notificados na cidade de Porto Seguro, entre os anos de 2008 a 2014, 11 casos de AIDS em pessoas com 60 anos até mais de 80. Dos quais 7 são homens e 4 mulheres.

Sousa (2008) nos demonstra sua percepção a respeito das mudanças no curso da epidemia de AIDS, e ressalta o aumento do número de casos entre idosos. Apesar disso, as informações quanto à doença mostra que esses indivíduos ainda estão invisíveis no que diz respeito às políticas públicas de prevenção.

Segundo Bento et al (2011) ao não atentar para o idoso enquanto um sujeito com vida sexual ativa, a sociedade não levanta possibilidades também de construção e promoção de medidas preventivas, necessárias para atingir esta faixa etária da população.

3.3. SEXUALIDADE

A sociedade acreditava que as pessoas de idade avançada perdendo sua função reprodutora não sentiam desejo da atividade sexual simplesmente para o bem estar. Segundo Castro et al (2004) ressaltam a concepção pioneira de Freud relacionando o prazer como objetivo da sexualidade humana distinguindo da obrigação puramente para reprodução, resultando uma vida sexual entre as pessoas idosas de forma harmoniosa e a sua importância para toda sua existência.

“As diferentes formas de vivenciarmos nossa sexualidade são determinadas pelos contextos sócio-históricos nos quais estamos inseridos, neste sentido, os rituais de iniciação, os ritos de passagem, as representações sociais que fazemos e manifestamos sobre a condição de como a praticamos, as escolhas e as orientações que adotamos são também construídas socialmente, e podem ser legitimadas ou sancionadas. Logo, o exercício da sexualidade das pessoas idosas é algo absolutamente normal. No entanto, o desconhecimento, o preconceito e a discriminação fazem com que o comportamento sexual dessas pessoas seja visto como inadequado, imoral, e até mesmo anormal; até pelos próprios idosos (BRASIL, 2006, p. 116).

Conforme Provinciali (2005) a atividade sexual na terceira idade é influenciada pelos seguintes fatores: aspectos psicossociais, onde atitude e expectativas são impostas pelo modelo social e os fatores psicológicos próprios dos idosos.

Como pode ser verificado em pesquisa realizada por Pereira et al (2008), durante o processo de envelhecimento, ocorrem algumas transformações quanto a resposta sexual, mas isso não implica o declínio do desejo de vivência da sexualidade.

Pascual (2002) nos diz que é de extrema importância e necessidade a mudança de atitudes ao se abordar a sexualidade do idoso, pois este não é um ser enfermo e a sexualidade é um fator importante para que se possa desfrutar de uma saúde integral.

Moraes (2008) afirma que após o climatério segue-se a menopausa com decorrente suspenção da ovulação e da menstruação, em consequência da supressão da produção do estrogênio, indicando assim o fim do ciclo reprodutivo feminino. Alterações estruturais e funcionais ocorrem em função da escassez estrogênica. Entre elas podemos citar a diminuição da competência de lubrificação e da elasticidade vaginal elementos que podem produzir alguns sintomas ou dificuldades durante ou após a relação sexual. Pelo fato da libido sexual feminina ser determinada pelo efeito dos androgênios, o climatério e a menopausa não alteram o desejo sexual.

Com relação ao home Moraes (2008) ainda nos diz que por volta dos 60 anos de idade começa uma lenta diminuição da produção de testosterona e de espermatozoides, a andropausa. Sucedendo a diminuição das suas dimensões e alterações da duração das reações físicas envolvidas no ato sexual. Essas alterações são normais no período da senescência e não causam, necessariamente, uma redução da capacidade reprodutiva e do prazer sexual, podendo até mesmo permanecer em direção ascendente, no sentido de ainda maior satisfação.

Diante de todo o declínio das funções fisiológicas, na percepção de Pereira et al. (2008) o desejo sexual está presente em alguns idosos. Através de pesquisa feita com idosos foi exposto que os preconceitos e tabus existentes são barreira para a abordagem do tema, sexo na terceira idade.

“Para compreender a sexualidade dos idosos, é preciso levar em conta que o comportamento sexual é definido por vários princípios: cultura, religião, educação, e estes valores influenciam intensamente o desenvolvimento sexual, determinando como se irá vivenciá-lo e lidar com ele por toda vida” (GRADIM; LOBO;SOUSA, 2007, p. 207).

De acordo com pesquisas realizadas por Godoy et al (2008) o padrão de atividade sexual dos homes sofreu mudanças em consequência dos medicamentos para tratamento de disfunção erétil disponíveis no mercado nos últimos anos, propiciando assim uma vida sexual mais intensa. Já as mulheres tiveram uma diminuição da frequência de relações sexuais em decorrência dos sintomas da menopausa, notando-se dificuldade de negociação com os parceiros quanto ao uso de preservativos.

“As repercussões do processo de envelhecimento sobre a sexualidade constituem um assunto particularmente contaminado por preconceitos, sendo até então um tema negligenciado em decorrência da inibição das pessoas dessa idade para abordar este assunto” (VASCONCELLOS et al., 2004, p. 414).

3.4. AS DST’S E A TERCEIRA IDADE

Já que a libido não acaba com o aumento da idade Souza (2008) afirma que diversos investimentos têm sido feitos para melhorar a qualidade de vida dos idosos, com aumento das relações sociais e um maior estimulo à manutenção de uma vida sexual prazerosa.

Com essas facilitações, o sexo na terceira idade tem quebrado tabus e tornando-se uma prática mais comum nessa faixa etária.

Aragão et al (2012) destaca a importância de observar que os idosos estão susceptíveis às infecções por DST’s da mesma forma que os jovem que possuem vida sexualmente ativa. Com isso a AIDS, bem como outras doenças de disseminação sexual tem aparecido nessa faixa etário com mais frequência do que antes.

Bento et al (2011) destaca a percepção que os idosos possuem a respeito da proteção contra DST/Aids. As mulheres com o acontecimento da menopausa descartam a possibilidade de gravidez, por tanto, não veem a necessidade do uso do preservativo. Dentre os homens a não adesão ao uso do preservativo se deve ao mito de que o mesmo dificulta a ereção, já prejudicada pela fisiologia do corpo idoso.

De acordo com Carneiro (2013) a AIDS entre os idosos pode estar diretamente ligada a uma falha nos esforços de prevenção com este grupo de idade, a prevenção é algo muito complexo, representando um desafio para as atuais políticas de saúde pública, já que as campanhas de prevenção concentram sua atenção na população jovem.

“As DST proporcionam um conjunto único de desafios para os profissionais de saúde. Por causa do estigma percebido e da possível ameaça aos relacionamentos emocionais, as pessoas com sintomas de DST frequentemente relutam em procurar cuidados de saúde. Como muitas outras doenças infecciosas, as DST podem evoluir sem sintomas. A demora no diagnóstico e tratamento é potencialmente perigosa porque os riscos de complicações para a pessoa infectada e de transmissão para os outros aumentam com o passar do tempo” (BRUNNER E SUDDART, 2011, p. 1540).

Segundo Maschio et al (2011) a vulnerabilidade dos idosos ao contágio das DST’s se deve às atitudes pessoais atreladas a cultura dessa geração. E o diagnóstico se torna difícil, pois a vida sexual desses indivíduos não é questionada durante consultas, levando-se em consideração o mito de que nessa faixa etária o ritmo sexual diminui ou já nem existe.

“Nesta faixa etária, o diagnóstico pode ser mais difícil, pois muitas doenças oportunistas são consideradas naturais à idade, e muitos sintomas isolados, como falta de apetite, emagrecimento, perda da memória, dores articulares e cansaço, são atribuídos a outras patologias típicas da idade e não à aids” (ZORNITTA, 2008, p. 42).

Diante da problemática exposta e o aumento significativo de DST, com destaque ao HIV, entre os idosos, é importante conhecermos quais são as DST de maior prevalência e como elas atingem essa população.

De acordo com Brasil (2013) as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre idosos estão a aids, sífilis, clamídia e gonorreia.

A literatura é pobre no que diz respeito aos sintomas que os idosos apresentam quando infectados por DST. Portanto, apresenta-se uma breve explicação dos sintomas dessas doenças ao atingirem o organismo humano na população em geral.

Boundyet al (2004) explica que a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) caracteriza-se pela destruição progressiva e gradativa das células CD4+ pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A imunodeficiência resultante predispõe o cliente às infecções oportunistas, aos canceres incomuns e a outras anormalidades distintas.

“A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV. Isso ocorre por que, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns. E os sintomas da aids podem ser confundidos com os dessas outras infecções. Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais da saúde tendem a não pensar na aids e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio de aids permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves e compromete a saúde mental (podendo causar até demência)” (BRASIL, 2014).

De acordo com Brunner e Suddart (2011) a sífilis é uma doença infecciosa aguda e crônica causada pelo espiroqueta Treponema pallidum. Ela é adquirida pelo contato sexual ou pode ser de origem congênita. Na pessoa não tratada, o curso da sífilis pode ser dividido em três estágios: primário, secundário e terciário. Esses estágios refletem o intervalo de tempo desde a infecção e as manifestações clínicas observadas nesse período, constituindo a base para as decisões de tratamento.

Segundo Potter (2013) a clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. A clamídia infecta o trato geniturinário e reto em adultos e provoca conjuntivite e pneumonia em recém-nascidos. A transmissão ocorre quando o indivíduo entra em contato com fluidos de locais contaminados, por exemplo o colo do útero ou da uretra. É um grave problema de saúde, porque, se não tratada, causa DIP (doença inflamatória pélvica), gravidez ectópica, infertilidade e complicações neonatais.

“A maioria das infecções por clamídia não é diagnóstica e tratada, pois 75% das mulheres e 50% dos homens não têm quaisquer sintomas. Os sintomas que as mulheres frequentemente apresentam incluem disúria, aumento da frequência urinária e secreção vaginal purulenta. Nos homens, normalmente infecta a uretra e provoca uretrite não gonocócica” (POTTER, 2013 apud MARRAZZO ET AL, 2009, p.547).

Benzaken (2010) afirma que a gonorreia é uma doença infecciosa do trato urogenital, bacteriana, transmitida quase que exclusivamente por contato sexual ou perinatal. Acomete principalmente as membranas mucosas do trato genital inferior e menos frequentemente aquelas do reto, da orofaringe e conjuntiva. Trata-se de afecção de manifestações clínicas pleomórficas, variando desde a ausência total de sintomas até a ocorrência de salpingite aguda, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina no mundo.

4. ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

De acordo com Junior e Junior (2008), as primeiras iniciativas do governo no campo da atenção à saúde dão-se a partir de interesses comerciais. As regiões de pouca importância estratégica para a economia do país ficavam abandonadas em se tratando de práticas sanitárias. Assim, pode-se afirmar que até então o Brasil não possuía nenhuma política voltada para a atenção à saúde de sua população. Somente na década de 20 é que se dá a primeira medida concreta, em nível nacional, para a criação do sistema de saúde pública. A Diretoria Geral de Saúde Pública é organizada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, que adotou o modelo das “campanhas sanitárias”, com o objetivo de combater as epidemias urbanas. As campanhas de saúde pública eram organizadas dividindo as cidades em distritos, encarcerando os doentes portadores de doenças contagiosas e obrigando, pela força, o emprego de práticas sanitárias. Essa situação levou a “Revolta da Vacina”, no Rio de Janeiro, quando os habitantes revoltaram-se com a obrigatoriedade da vacina contra a varíola.

De acordo com Bravo (2007), a reforma Carlos Chagas em 1923 tenta ampliar o atendimento a saúde por parte do poder central, também da enfoque maior a higiene e saúde do trabalhador com medidas que mais tarde constituíram o sistema previdenciária brasileiro, criando-se as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) através da Lei Elói Chaves. As CAPs eram financiadas pela União, empresas empregadoras e pelos empregados. Os benefícios eram proporcionais às contribuições e ofereciam assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões.

A respeito da previdência social Polignano (2001) relatou em seu trabalho, que a política do estado pretendeu estender a todas as categorias do operariado urbano organizado os benefícios da previdência. Desta forma, em 1933 as antigas CAP’s são substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP), os quais funcionavam sob intervenção do Estado. Nestes institutos os trabalhadores eram organizados por categoria profissional (marítimos, comerciários, bancários) e não por empresa. Além de servir como importante mecanismo de controle social, os IAP’s tinham, até meados da década de 50, papel fundamental no desenvolvimento econômico deste período, como “instrumento de captação de poupança forçada”, através de seu regime de capitalização. O modelo inicial da assistência médica não era universal e baseava-se nos vínculos trabalhistas.

“Conforme a tendência observada já no início da década de 1950, na década de setenta, a política de saúde encontrava-se totalmente polarizada entre as ações de caráter coletivo, como os programas contra determinados agravos, vacinação, vigilância epidemiológica e sanitária, a cargo do Ministério da Saúde e, a assistência médica individual centrada no INPS, órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), criado em 1974. A assistência médica individualizada passou a ser dominante e a política privilegiou a privatização dos serviços e estimulou o desenvolvimento das atividades hospitalares” (JÚNIOR E JÚNIOR, 2006, p. 2).

Viana e Dal Poz (1998) nos diz que o modelo de assistência à saúde pública no Brasil ocorreu em 1988, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse novo modelo segue os princípios definidos pela Constituição brasileira de 1988, sendo eles a universalidade considerando a saúde um direito de todos e dever do Estado; a integralidade conferindo ao Estado o dever do atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; a equidade está relacionada ao artigo 5° da Constituição, onde institui que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, portanto, todos os cidadãos de maneira igual devem ter seus direitos à saúde garantidos pelo Estado; e o principio da descentralização distribuindo o poder de decisão sobre a política de saúde do nível federal também para os estados e municípios.

“Antes da criação do SUS em 1988, o acesso gratuito aos serviços de saúde não era universal. O atendimento gratuito era feito em alguns hospitais estatais e universitários, em instituições filantrópicas ou nos postos e hospitais de institutos de previdência para seus associados. A atenção primaria em centros e unidades básicas de saúde também não era generalizada, ampliando-se a partir dos anos 80” (SERRA, 2008, p. 48).

O Ministério da Saúde em 1991 formulou o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) com o objetivo de colaborar com a redução das mortalidades infantil e materna nas regiões norte e nordeste. Rosa e Labate (2005) nos lembra que foi a partir da experiência adquirida com o PACS que o Ministério da Saúde desperta para a importância dos Agentes nos serviços básicos de saúde e começa a evidenciar a família como unidade de ação.

“O processo de implantação do SUS caminhou pari passu à adoção de uma série de medidas governamentais voltadas para o fortalecimento da atenção básica de saúde, entendida pelo Ministério da Saúde como “um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação” (ESCOREL et al, 2007, p. 1).

O Programa de Saúde da Família (PSF) de acordo com Costa et al (2009) é uma estratégia criada pelo Ministério da Saúde que envolve a comunidade, através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e coloca equipes multiprofissionais mais próximas dos domicílios, das famílias e das comunidades, rompendo com a visão do modelo de saúde sanitarista para um modelo de saúde coletiva, multiprofissional e interprofissional, centrado na família e na comunidade.

Segundo Melo e Vieira (2003) a utilização de indicadores sociais, demográficos e epidemiológicos, com dados coletados pelos ACS tornam possível conhecer melhor o processo saúde-doença de cada território, identificando problemas de saúde e situações de risco aos quais está exposta cada comunidade, proporcionando assim uma ação planejada e preventiva das necessidades primordiais da população.

“O PSF constitui-se de equipes multiprofissionais que devem atuar em uma perspectiva interdisciplinar. Os membros da equipe articulam suas práticas e saberes no enfrentamento de cada situação identificada para propor soluções conjuntamente e intervir de maneira adequada já que todos conhecem a problemática. O agente comunitário de saúde é fundamental na comunicação entre a equipe e a família, pois trabalha diretamente com a população acompanhando-a e criando subsídios para obtenção de informações que serão transmitidos à equipe” (OLIVEIRA E SPIRI, 2006, p. 3).

Rosa e Labate (2005) acreditam que a busca de novos modelos de assistência é devido a um momento histórico social, onde o modelo biomédico tradicional centrado na doença não atende mais à emergência das mudanças do mundo moderno e, consequentemente, às necessidades de saúde das pessoas.

“O PSF funciona segundo algumas diretrizes operacionais, adstrição da clientela; integralidade e hierarquização e, assegurar a referência e contra referência para níveis superiores de complexidade, garantindo assim, a atenção integral aos indivíduos e famílias, e em uma equipe básica, a composição mínima é formada por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um dentista, um técnico em higiene bucal, um auxiliar de consultório dentário e de quatro a seis agentes comunitários de saúde (ACS)” (COSTA E CIOSAK, 2010, p. 437).

Do ponto de vista demográfico, Viana e Dal Poz (1998) acreditam que o país atravessa um período de mudanças radicais, com declínio de crescimento populacional e da taxa de fecundidade. A tendência detectada para as próximas décadas foi de crescimento nulo, ou até negativo, para os grupos etários mais jovens, crescimento decrescente para as faixas de idade adulta, e taxas crescentes para o grupo de terceira idade. Esse novo perfil incidiu de forma bastante aguda na saúde, tendo em vista que exigiu e exige, cada vez mais, ações voltadas para a idade, sabidamente de maiores custos.

4.1. PROGRAMA SAÚDE DO IDOSO

“Com a instituição da Política Nacional de Saúde do Idoso através da Lei n° 8.842, de 04 de novembro de 1994, tornou-se possível o direito do idoso a assistência à saúde nos diversos níveis de atendimento no SUS. Essa política apresenta “como propósito basilar a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhes permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas funções na sociedade”” (SILVESTRE E COSTA NETO, 2003, p. 840).

Para Brito (2013) o envelhecimento bem sucedido não depende apenas das políticas públicas de saúde, mas o setor saúde deve estar preparado para dar respostas nos campos da prevenção e promoção da saúde das pessoas idosas.

Segundo Costa e Ciosak (2010) as políticas de saúde voltadas para o idoso, têm início nos anos 80, durante o processo de reformulação do SUS. Nesse momento se inicia a expansão à saúde dos idosos, entretanto, em uma organização de trabalho voltada para o atendimento médico individual e direcionado às doenças crônico - degenerativas. Esta situação está vinculada ao aumento das doenças crônicas na década de 80 e a forma como o Brasil se desenvolveu para promover à saúde à população idosa.

“No final da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar o conceito de “envelhecimento ativo” buscando incluir, além dos cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o envelhecimento. Pode ser compreendido como o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” (BRASIL, 2007, p. 11).

Para um atendimento de excelência à população idosa nos PSF’s, o Ministério da Saúde elaborou em 2006 o Caderno de Atenção Básica – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Com a finalidade de fornecer subsídios técnicos específicos a prática diária dos profissionais que atuam na Atenção Básica, auxiliando assim a adoção de condutas mais apropriada às necessidades dessa população.

Este caderno orienta o profissional de saúde a integrar a avaliação da sexualidade do idoso em suas consultas.

“Embora a frequência e a intensidade da atividade sexual possam mudar ao longo da vida, problemas na capacidade de desfrutar prazer nas relações sexuais não devem ser considerados como parte normal do envelhecimento. Deve fazer parte da avaliação sistemática das pessoas idosas sexualmente ativas a investigação de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS” (BRASIL, 2006, p. 35).

Acreditar que com o avançar da idade a atividade sexual seja inexistente pode ser um fator responsável pela forma negligenciada que o assunto é tratado pelos profissionais de saúde, os quais não valorizam as queixas sexuais do paciente idoso. O medo de tocar no assunto sexualidade do idoso ou até mesmo não ter habilidade para lidar com ele prejudicam a investigação do conhecimento ou da desinformação por parte do idoso, o que o torna ainda mais vulnerável ao contágio das doenças sexualmente transmissíveis.

4.2. PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DAS DST’s

Cunha et al (2009) observou que, por causa da falta de informação dos idosos, estes não se percebem vulneráveis ao contágio das DST. Independente da realização de campanhas o acolhimento da equipe de enfermagem ao idoso em vista à sua sexualidade deve estar presente. Sendo necessário que o profissional de enfermagem esteja ciente da escolha de uma linguagem clara e simples, para que possibilite um entendimento preciso, de forma que estes possam adequar-se aos meios preventivos, evitando o contágio por uma DST.

“A literatura tem apresentado um grande número de trabalhos associando o medo, a falta de informações, a homofobia, as crenças políticas e religiosas às dificuldades que profissionais de saúde têm com relação à AIDS em suas áreas específicas. Além disso, muitos estudos têm sugerido programas de orientação e informação para esses profissionais com o objetivo não só de melhorar o atendimento como para diminuir a ansiedade e minimizar as sequelas psicológicas do seu trabalho” (FIGUEIREDO E MORAIS, 1994, p. 4).

Tem se notado que muitas das ações a respeito da prevenção as DST/HIV/AIDS voltado para a população idoso praticamente não existe. Este fato é comprovado com as campanhas que têm como foco a juventude, negligenciando a terceira idade.

No carnaval de 2009 o Ministério da Saúde lançou uma campanha na mídia, voltada à terceira idade. Infelizmente ações como essas são isolada e a falta de informação ainda faz os idosos acreditarem que não fazem parte do grupo de risco.

Oliveira et al (2006), reforça a necessidade de se estudar esse novo contexto da epidemia da AIDS, que vem atingindo cada vez mais a população idosa, com a finalidade de propiciar subsídios concretos para a avaliação do desempenho profissional no atendimento ao portador do HIV. E a elaboração de medidas de acolhimento com abordagem biopsicossocial para as pessoas infectadas, bem como para seus familiares e parceiros sexuais.

Tratar com naturalidade a vida sexual ativa da pessoa envelhecida tornaria o encaminhamento para os exames de diagnóstico das DST’s procedimento rotineiro, assim como acontece junto ao público mais jovem da população.

O manual da Política Nacional de DST/AIDS com princípios e diretrizes para a prevenção desses agravos a saúde foi lançado em1999 pelo Ministério da Saúde com a estratégia de apoiar projetos de intervenção comportamental e elaboração de materiais educativos e informativos, buscando atingir diferentes grupos sociais, estimulando-os a adotar praticas mais seguras que reduzam a transmissão do HIV/Aids.

4.3. ABORDAGEM DO IDOSO COM HIV/AIDS

Através de todos os estudos citados nesse trabalho percebe-se a importância de se estabelecer uma relação de confiança entre profissional – paciente para a abordagem inicial do indivíduo diagnosticado com infecção pelo HIV. Além do que uma linguagem acessível é de extrema importância para a compreensão dos aspectos essenciais da doença bem como a adesão ao tratamento.

“As pessoas idosas que vivem com HIV/Aids também têm demandas específicas que devem ser consideradas, entre as quais ressalte-se a importância de melhor compreender os efeitos colaterais do tratamento sobre a sexualidade e de se prover os insumos necessários para adoção de práticas sexuais seguras” (BRASIL, 2006, p. 118).

Seguindo o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos (BRASIL, 2013), o tratamento desse indivíduo é feito com o objetivo de equilibrar a carga viral com a imunidade, deixando essa carga viral tão baixa a ponto que esse paciente não transmita a outros indivíduos. A abordagem do paciente diagnosticado com HIV/Aids é o mesmo em todas as faixas etárias. Assim que diagnosticado a doença, o paciente é encaminhado para o Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS (SAE), onde passara por consultas com médico, enfermeiro, psicólogo e farmacêutico e exames laboratoriais mais complexos serão realizados.

“O avanço das tecnologias de diagnóstico e assistência em HIV/aids, associado à política brasileira de acesso universal à terapia anti-retroviral (TARV) e à implementação de uma rede de serviços qualificada para o acompanhamento promove o aumento da sobrevida e da qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV ou com aids” (BRASIL, 2006, p. 116).

Ainda de acordo com o Protocolo, até o ano de 2013 o tratamento com anti-retrovirais era destinado apenas aos pacientes que além de ser portador do vírus HIV já apresentavam sintomatologia da Aids. E após a divulgação do mesmo todos os pacientes passaram a receber o TARV.

“A esta população específica, as demandas diferenciadas exigem uma abordagem peculiar, que muitas vezes são negligenciadas mediante à objetivação do tratamento, que valoriza o conhecimento técnico e teórico e a competência social” (OLIVEIRA et al, 2011, p. 5).

De acordo com o Ministério da Saúde (2013) a depressão é o diagnóstico psiquiátrico mais repetidamente em pacientes infectados ou que apresentam AIDS. O diagnóstico de depressão em pacientes infectados pode ser confundido pelo fato de que alguns dos sintomas de depressão (anorexia, fadiga, fraqueza e perda de peso) podem ser adquiridos por sintomas físicos, principalmente em fases avançadas da doença e também comuns a senescência. Vale acentuar que, ao fazer um diagnóstico de depressão, o profissional deverá se elucidar de que os sintomas não são decorrentes de uma alteração orgânica ou medicamentosa. A detecção e o tratamento adequado da depressão podem alterar o prognóstico do paciente. Um paciente deprimido tende a renunciar ao tratamento, não tomar as medicações prescritas e não obedecer às orientações médicas.

“Pessoas idosas não são uma seção a parte da sociedade. São simplesmente pessoas que envelheceram. Elas não necessitam ou desejam as mesmas coisas. Suas necessidades e talentos são tão diversificados como em outras gerações e elas têm uma grande variedade de características humanas. Todas elas devem ter a liberdade para escolher seu estilo de vida. Devem ainda ter suas opiniões ouvidas e respeitadas e devem ser capazes de exercer influência sobre os acontecimentos que as cercam. No presente essas aspirações, apenas razoáveis, são negadas a muitos idosos devido a circunstâncias sobre as quais eles têm pouco ou nenhum controle” (The Age Concern England, 2010).

CONCLUSÃO

Podemos com esta revisão literária, revelar o quanto é relevante e necessário o levantamento de dados a respeito da contaminação por DST/HIV na população idosa. Mostrando aos profissionais de saúde a necessidade de enxergarem seus pacientes idosos como propensos ao risco de infecção pelo vírus HIV e que estes sejam sempre notados pela sociedade e por políticas públicas.

Ressalta-se que o crescente aumento do número de casos de idosos infectados por HIV/AIDS, nos remete a questionar e modificar muitos conteúdos pejorativos com os quais a sociedade classifica e marginaliza a velhice. Buscando assim a valorização do envelhecimento e o respeito a sua sexualidade.

Percebemos a grande importância da ampliação do diagnóstico como medida de prevenção para novas infecções, assim como a orientação do profissional de enfermagem para facilitar a percepção do idoso quanto à sorologia e o tratamento a ser seguido.

Com a melhora da qualidade de vida a expectativa de vida destina-se também a aumentar, fazendo cada vez mais necessário a inserção de práticas estratégicas educativas, realizadas por profissionais habilitados, promovendo assim uma mudança no comportamento dos idosos, principalmente quanto ao uso do preservativo. Assim como a investigação mais ampla dos casos de DST/HIV entre os idosos.

Após concluir o trabalho, nota-se que as práticas de cuidado aos idosos devem estar atentas às questões da sexualidade no envelhecimento, onde será necessário quebrar tabus, que podem interferir em suas práticas de atendimento. Tirando o assunto da invisibilidade que tanto prejudica os idosos que estão expostos à infecção ou já se infectaram.

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