Atuação da Enfermagem no Transtorno de Ansiedade Generalizada

Data de postagem: Oct 29, 2015 3:14:56 PM

Trabalho de Conclusão de Curso - Ac. Enfermagem Luisa Silva Oliveira

    1. INTRODUÇAO

A maior parte dos indivíduos experimenta certa quantidade de ansiedade, preocupações ou medo, em vários momentos da vida. Contudo, por vezes organiza-se de modo patológico, comprometendo de forma exacerbada, incapacitante e negativa do indivíduo, entrando assim na esfera do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

Segundo Mochcovitch (2010), os transtornos de ansiedade são os mais comuns entre todos os transtornos psiquiátricos e caracterizam-se em grande aflição e enorme comprometimento funcional. Assim, Crippa (2010) ressalta dizendo que, a ansiedade é definida como uma sensação vaga e difusa, desagradável, de inquietação que se segue de diversos aparecimentos físicos e, até certo ponto, é um estado afetivo habitual e benéfico.

De acordo com Oliveira e Lima (2005), A ansiedade marca-se por um excesso de preocupação, que pode aumentar a partir de um conjunto de fatores de risco, incluindo fatores genéticos, química cerebral, personalidade e acontecimentos da vida. Assim, acredita-se que este transtorno é movido por uma combinação de agentes biológicos e ambientais.

Os transtornos de ansiedade são culpados por importante custo social, tanto em função do sofrimento individual quanto em benefício dos custos sociais indiretos (STEIN, 2004).

Existe um amplo conflito no sistema de saúde, não só pelo consumo com o tratamento, mas também pela procura mais assídua por acolhimento médico em conseqüência de sintomas físicos resultante dos sintomas ansiosos (BYSTRISKY, 2006).

Os pacientes com transtorno de ansiedade generalizada apresentam redução significativa da qualidade de vida, com menor produtividade, maior morbidade e mortalidade (STEIN, 2004).

A prevalência desse transtorno na população é relativamente alta, alcançando em torno de 3% da população geral, sendo também o tipo de transtorno de ansiedade com apresentação potencialmente grave, mais frequente no sexo feminino. Nos períodos naturais de estresse os sintomas tendem a piorar, ainda que o estresse seja proveniente de situações cotidianas, como o próprio casamento ou um novo emprego (MIKOSZ, 2010).

O bem-estar emocional envolve a competência de exercer da forma mais arranjada e produtiva possível. Caracteristicamente, os indivíduos que são saudáveis mentalmente, estão satisfeitos consigo e com suas circunstâncias de vida (SMELTZER et al, 2008).

A partir da visão deste autor, nota-se que a saúde emocional torna-se consequência de realizações tanto no âmbito de satisfação consigo mesma quanto às situações de vida; o que resulta em um indivíduo “emocionalmente saudável”. Quando a pessoa mostra irrealização consigo ou com as situações de sua vida, ela desencadeia a psicopatologia do transtorno de ansiedade generalizada.

Com isso, observa-se que nos últimos anos esta psicopatologia vem tomando frente como uma das “doenças do século”, pois as pessoas tem uma demanda de trabalho excessiva, a qual elas não conseguem atender e acabam manifestando ansiedade patológica comprometendo tanto seu convívio pessoal quanto profissional.

No entanto, há necessidade do profissional enfermeiro estar atento ao paciente que tem preocupação excessiva, pois casos de TAG surgem a todo o momento.

Através do que foi citado acima, a enfermagem pode estar atuando de forma que auxilie o paciente a lidar com sua situação, fazer uma educação continuada, explicar e esclarecer sobre sua patologia, dando ele segurança de que terá um tratamento eficaz.

Estudos demonstram que há uma distinção entre ansiedade e ansiedade generalizada, e hoje nota-se a necessidade do profissional enfermeiro em saber individualizar ambas para poder tratá-la.

Portanto, torna-se necessário um olhar crítico e clínico da enfermagem perante o Transtorno de Ansiedade Generalizada haja vista que, de um quadro clínico, com a presença recorrente do sintoma ansiedade, pode evoluir à psicopatologia, bem como acarretar as implicações associadas a sua presença na população brasileira.

Desta forma, o presente estudo constitui uma contribuição relevante para uma abordagem de enfermagem mais adequado e eficiente aos pacientes do transtorno de ansiedade generalizada.

Por fim, o principal intuito deste trabalho consiste em chamar a atenção dos enfermeiros diante desses casos, descrevendo a atuação do enfermeiro frente ao Transtorno de Ansiedade Generalizada que, a cada dia vem sendo tratados, apropriadamente registrados ou não, com acompanhamento psicoterápico ou apenas com o comparecimento esporádico para "buscar medicação", muitas vezes evitando a reavaliação profissional, com a presença de abuso psicofarmacológico por parte de muitos usuários.

2. METODOLOGIA

Como método desta pesquisa, foi utilizado um estudo bibliográfico, abordando como tema Ansiedade Generalizada, através de uma busca de livros de acervo particular e da biblioteca das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, artigos divulgados em jornais publicados, dissertações e teses localizadas no banco de dados Medline, Bireme, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico empregando como palavras- chave: ansiedade generalizada, o papel da enfermagem na ansiedade, métodos terapêuticos para ansiedade.

Desta forma os textos foram classificados no primeiro momento aqueles que foram publicados a partir do ano de 2004 a 2011 e no segundo momento pelas leituras rápidas dos artigos procurados, buscando constatar se realmente os trabalhos abordavam o objetivo a ser explorado.

Conforme Silva (2005), o estudo tem por finalidade esclarecer o contexto sobre o transtorno de ansiedade generalizada tendo como alvo reconhecer e avaliar os subsídios científicos desde antigamente acerca da temática sugerida.

3. EVOLUÇÃO DA CONCEITUAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ANSIEDADE PATOLÓGICA

A descrição de ansiedade foi definida no século XIX. Augustin- Jacob, em 1813, descreveu a ansiedade como uma síndrome por seus sintomas emocionais e por sintomas fisiológicos. No ano de 1844, Jean Baptiste relacionou a ansiedade com as enfermidades em seu livro “A medicina das paixões” (Landeira- Fernandez, 2007).

No entanto, foi por meio dos trabalhos clínicos que Freud, em 1836 a 1939 classificou os transtornos de ansiedade de forma sistêmica. O termo neurose de ansiedade foi descrito por ele em 1895, porque todos seus elementos podem ser reunidos em torno do sintoma fundamental de ansiedade (TOWNSEND, 2002).

Durante muitos anos os distúrbios ansiosos foram analisados como de caráter simplesmente psicológico ou biológico. Atualmente alguns pesquisadores começaram a focalizar a semelhança de mente e corpo (TOWNSEND, 2002).

Pois a ansiedade é um sinal de alerta perante uma situação de perigo real. Ao acelerar os batimentos cardíacos, envia-se mais sangue ao cérebro e músculos, o qual aumentando a coagulação e os reflexos, a pessoa torna-se apto para a sensação de fugir ou lutar e, por conseguinte continuar a viver (CARDIOLI, 2004; MANFRO, 2005).

A ansiedade patológica, por outro lado caracteriza-se por ter uma duração e intensidade maior que o esperado pra a situação, e além de não ajudar a enfrentar um fator estressor, ela dificulta e atrapalha a reação. O transtorno de ansiedade generalizada costuma ser uma doença crônica, com curtos períodos de remissão e importante causa de sofrimento durante vários anos (TOWNSEND, 2002).

Com isso, o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV), onde a terminologia oficial é usada pelos profissionais do campo de saúde mental. Sendo este um manual que discute as enfermidades em geral e as qualifica do ponto de vista explicativo, que apresenta os diagnósticos e os critérios diagnósticos de transtornos mentais (BRASIL, 2010).

Contudo, a classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que identificam seus códigos através de números os diagnósticos para avaliar relatórios iguais de estatísticas psiquiátricas tanto nacionais quanto internacionais (SADOCK, 2007).

Segundo a OMS e a DSM- IV No transtorno de ansiedade generalizada, as manifestações de ansiedade oscilam ao longo do tempo, mas não acontecem na forma de ataques, nem se relacionam com situações determinadas. Estão presentes na maioria dos dias e por longos períodos, de muitos meses ou anos (BRASIL, 2010).

“Esse distúrbio se caracteriza por ansiedade e preocupação crônica, não realista e excessiva. Os sintomas estão presentes há 6 meses ou mais e não podem ser atribuídos a fatores orgânicos específicos” (TOWNSEND, 2002).

Sua causa é idiopática, talvez afete um grupo heterogêneo de pessoas, pelo motivo de certo nível de ansiedade ser natural e adaptativo, é complicado diferenciar a ansiedade fisiológica da ansiedade patológica, pois muitas vezes eles atuam em conjunto dificultando o diagnostico (SADOCK, 2007).

Duncan (2004), em estudos epidemiológicos em comunidades, mostra que a ansiedade como um sintoma possui alta prevalência de 50 a 60% sendo considerada como de intensidade leve a moderada.

No Brasil, a ansiedade generalizada se encontra em primeiro lugar entre os transtornos psiquiátricos. A ansiedade é 10 vezes mais prevalente em pessoas com histórico familiar de ansiedade (DUNCAN, 2004), já Sadock (2007), diz que uma de cada quatro pessoas tem o diagnóstico da ansiedade generalizada, sendo o maior índice em mulheres. O mesmo afirma que a prevalência em um ano é de 3 à 8%.

Nota-se que a razão de mulheres para homens que fazem tratamentos hospitalar para o transtorno de ansiedade é 1 para 1 havendo uma prevalência a vida de quase 5%. O referido autor cita que em clinicas de transtorno, cerca de 25% são casos de ansiedade generalizada (SADOCK, 2007).

No aspecto biológico, a ansiedade é um nível de estimulação central onde a grandes alterações metabólicas e de neutransmissores simpáticos, que secreta substancias que geram a excitação ou inibição do neurônio pós- simpático. Entre os múltiplos neurotransmissores cuja se envolve com a atividade, destacam-se: o acido aminobutírico (GABA), bloqueando o sistema nervoso central; o sistema serotoninérgico, onde opera em decorrência de atenção ao ambiente, na possibilidade de ameaça (DRACTU; LADER, 2006).

Nas bases anatômicas do desempenho emocional estão fixadas no sistema límbico, que são ligados aos fatos de emoção, conduta e domínio do sistema nervoso autônomo, onde se destaca o papel do hipotálamo. Essa estrutura coordena as emoções, as quais têm duas vias que podem ser utilizadas pelo hipotálamo, como resposta do agente estressor: a entrada do sistema nervoso autônomo e a linha do hipotálamo-hipófise-supra-renal (GUYTON, 1998).

O sistema simpático, com sua atuação direta sobre os órgãos, atua na medula supra-renal, que faz com que o órgão secrete adrenalina e noradrenalina. Esta secreção, frente a um agente estressor originará efeitos em nível sistêmico como o aumento da pressão arterial, taquicardia, aumentando o metabolismo, liberando energia e preparando o individuo para lutar ou fugir, sintomas estes de ansiedade generalizada (GUYTON, 1998).

De acordo com Smeltezer (2008), os principais sinais e sintomas encontrado no TAG, classificados em indicadores fisiológicos, encontra-se mudança de apetite, cefaleias, tensão muscular, fadiga, alteração do peso, sintomas de gripe, desconforto digestivo, palpitações, hipertensão, agitação, irritações de pele, insônia; indicadores emocionais, esquecimento, baixa produtividade, sentir-se lerdo, concentração deficiente, atitude negativa, confusão, pensamento em turbilhão, nenhuma ideia nova, tedio, dialogo negativo consigo, ansiedade, frustração, depressão, períodos de choro, irritabilidade, aflição e desanimo; indicadores de relacionamento, isolamento, intolerância, ressentimento, solidão, sarcasmo, desconfiança, poucos amigos, nenhuma intimidade; indicadores espirituais, vazio, perda do significado, duvida, atitude implacável, perda da direção, cinismo, apatia.

4. COMPROMETIMENTO INDIVIDUAL E SOCIAL CAUSADO PELO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

Segundo Isaacs (1998), a ansiedade ocorre em graus, comprometendo sempre a capacidade de lidar com as situações. Ela é informada a partir de uma circunstância interpessoal, tornando o indivíduo mais vulnerável à ansiedade por meio de fatores como: idade, condição de saúde, hereditariedade, dentre outros.

Campo perceptivo, capacidade de focalizar diminuem.

Leve: aumento da vigilância, maior capacidade de aprender, melhor controle do estresse, resolução de problemas maximizada.

Moderada: capacidade de focalizar interesses básicos, porem maior dificuldade em permanecer atento e em conseguir aprender; desatenção seletiva; resolução de problemas possível com auxilio; técnicas de relaxamento úteis.

Grave: incapacidade de focalizar ou resolver problemas, sistema nervoso simpático ativado; necessita de atividades estruturadas e atividades de grandes músculos.

Levando ao pânico: total incapacidade de concentração, desintegração de capacidade adaptativa; estímulos ambientais devem ser reduzidos, deve-se proporcionar direção e estrutura.

Fonte: Isaacs (1998).

Fiorelli e Marinho (2007), afirmam que as características individuais fazem com que as pessoas tenham diversas aptidões de tolerar estímulos potencialmente ansiogêncios, tanto em uma amplitude quanto em duração. Por isso, alguns indivíduos vivem em ocasiões intoleráveis para outras, sem demonstrar nenhum sinal de comprometimento mental ou físico. Assim, a pessoa também demonstram medos de se expor, tomando como condutas de escape ou fuga, circunstância em que se sinta notado ou observado.

As pessoas ansiosas ficam propensas a escolher certos aspectos de seu ambiente e desdenhar outros em seu valor para comprovar que se justifica avaliar seu caso aterrador. Se, de maneira complexo, explicam seu medo, intensificando a ansiedade pelo cuidado seletivo e formam um círculo vicioso de ansiedade, percepções alteradas e aumento da ansiedade. Se, como opção garante a si próprios com pensamentos selecionados, a ansiedade adequada pode ser diminuída e podem deixar de tomar as cuidados indispensáveis (SADOCK, 2007).

De acordo com Lima (2010), o comprometimento social causado pelo transtorno de ansiedade generalizada abrange tanto a incapacidade individual como a carga familiar associado à doença. Os sinais e sintomas de ansiedade hoje se torna um problema de saúde publica. Pois os altos custos da assistência médica, o tempo de trabalho perdido, e a redução da qualidade de vida associam-se muitas vezes de forma clara e consistente com o transtorno de ansiedade.

O apoio social ainda promove as condutas de enfrentamento de um individuo; porém, isso depende da natureza de apoio social. Com isso as pessoas devem ter relacionamentos amplos e interagem com assiduidade, mas o apoio indispensável acontece somente quando há uma condição densa de inclusão e apreensão, não quando as pessoas somente atingem o plano da vida uma da outra. As qualidades críticas dentro de uma rede social são trocas de diálogos íntimos e a presença da solidariedade e certeza (SMELTZER, 2008).

Nota-se que, a ansiedade também altera a competência de um individuo para acionar os conhecimentos, é útil a procura desses conhecimentos, pois assim como o aconselhamento de outros que podem nortear com uma analise de ameaça e o desenvolvimento de uma tática para aborda-la. Com isso, o apoio de outras pessoas ajuda a manter e melhorar o comando de uma situação e a auto-estima (SMELTZER, 2008).

Assim as redes sociais auxiliam na terapêutica da ansiedade generalizada, sempre melhorando os indivíduos em vários aspectos: emocional, identidade pessoal positiva e o acesso ao conhecimento (SMELTZER, 2008).

5. ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

Os princípios fundamentais do código de ética afirmam que:

“O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político- administrativa dos serviços de saúde”.

Segundo Nascimento (2006), a equipe de enfermagem representa o elo mais forte entre paciente e o profissional enfermeiro, por serem esses profissionais aqueles que, por maior tempo, cumprem atividades junto ao paciente.

Por isso, a humanização da equipe de enfermagem para com seu paciente contribui para aliviar as fontes geradoras de ansiedade para os pacientes e seus familiares durante este processo. O enfermeiro precisa estar presente na assistência de enfermagem ao paciente com transtorno de ansiedade (NASCIMENTO, 2006).

A estima e o encargo da conduta do enfermeiro referente à observação e seu atendimento desde suas necessidades psicossomáticas do paciente/cliente devem ser apresentadas, de maneira que ele possui papel especifico na melhoria terapêutica de seus pacientes/ clientes, pois dependendo de seu modo pode promover ou impedir um programa de recuperação, visto que este paciente é invalidado por medos e angustias persistente (NASCIMENTO, 2006).

De acordo com o código de ética em sua seção I diz que:

Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 15 - Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.

As observações clinicas iniciais de ansiedade são um componente essencial do cuidado de enfermagem. Um alto nível de ansiedade em um paciente provavelmente exacerbará o sofrimento fisiológico (SMELTZER, 2008).

O enfermeiro deve estar atento aos pacientes/clientes que se preocupam excessivamente e deterioram tanto no desempenho emocional como social (SMELTZER, 2008).

As táticas do cuidado enfatizam as maneiras para que o paciente verbalize seus sentimentos e angustia para descobrir as fontes de ansiedade. A necessidade de ensinar e promover as capacidades de enfrentamento efetivas e o uso de técnicas de relaxamento se torna prioridade do cuidado, onde o paciente notará melhora do seu quadro clinico (SMELTZER, 2008).

A sensibilidade e o cuidado do enfermeiro criam uma relação interpessoal que se torna necessário para trabalhar com o paciente que possui o transtorno de ansiedade generalizada, pois estes pacientes se mostram fisicamente e emocionalmente comprometidos e estão em constante confronto existencial, os quais não conseguem resolver sozinhos, necessitando da ajuda do profissional enfermeiro para não apenas escutá-lo nos momentos de crises, como também apresentar técnicas que melhorará o paciente da angustia constante (SMELTZER, 2008).

Bem como, cuidar do paciente como também da família do mesmo, pois muitas vezes é preciso, o enfermeiro passar as orientações à família do paciente portador do transtorno de ansiedade, para que a família ajude-o, e sendo também papel do enfermeiro traça metas para a família, pois ela tem um papel fundamental na vida do paciente, pois o transtorno de ansiedade afeta a capacidade de atuação da família.

Com os avanços do conhecimento e as mudanças ocorridas na assistência psiquiátrica e em saúde mental, o enfermeiro deve renovar sempre seus conhecimentos, repensando nas suas atitudes e ações que influenciam na busca de mais conhecimentos para adquirir com mais competência a tríade que ajuda na qualidade da assistência: educação, pesquisa e pratica de enfermagem psiquiátrica (STUART, 2005).

5.1 EDUCAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

De acordo com Mendes e Figueiredo (2011), o campo de saúde mental, entretanto, compõe uma preferência pela saúde publica, onde determina resultados cada vez mais precoces e criativos por parte dos serviços de saúde, a inclusão dos cuidados de saúde primários e a articulações entre setores.

Desta forma, a o ministério da saúde em sua portaria nº399/GM de 22/02/06, onde aprovou a inclusão de saúde mental com duas propostas pela portaria nº 325/GM no artigo 1- estabelecer a seguintes prioridades do pacto pela a vida para o ano de 2008: VIII- i. Ampliar cobertura de Centros de Atenção Psicossocial – CAPS. ii. Beneficiar pacientes de longa permanência em Hospitais Psiquiátricos por meio do Programa de Volta para Casa - PVC.

A educação na atenção básica necessita de referencias às ações que apreciam a saúde mental na atenção básica. Desta maneira, o enfermeiro tem de manter-se em eterno processo de aprendizagem continua engajado em programas de educação continuada, buscando, solicitando ou exigindo da instituição na qual trabalha apoio para a vida profissional na área especifica de atuação (GIRADE, CRUZ E STEFANELLI, 2006).

A prática da enfermagem psiquiátrica tem exigido uma maior astúcia das obrigações do paciente, e o enfermeiro tem que desenvolver habilidades que pode conferir maior competência para a melhor atuação de suas atividades, com educação continuada, principalmente quando se refere à colaboração interdisciplinar, com enfoco no cuidado que visa o acolhimento do paciente em todas as suas extensões, independente de qual serviço atue (GIRADE, CRUZ E STEFANELLI, 2006).

A educação continuada na atenção primária para o enfermeiro psiquiátrico é de suma importância, pois suas habilidades e conhecimentos são fundamentais para a qualidade do desempenho de suas atuações no cuidado do paciente (GIRADE, CRUZ E STEFANELLI, 2006).

A real abordagem dos problemas de saúde mental pela equipe da atenção básica, incluindo uma escuta considerada e influências relacionadas neste estado de atenção, é um marcador forte que marca na pratica cotidiana do conceito de saúde – doença (TAKANA E RIBEIRO, 2009).

Assim, o conhecimento do contexto sociocultural e dos recursos da sociedade e da família torna-se condições básicas para o enfrentamento de questões que excedem os problemas de ordem biológica, como os transtornos de ansiedade generalizada (TAKANA E RIBEIRO, 2009).

A aquisição no progresso da atenção aos problemas de saúde mental é um passo indispensável e imprescindível, pois é importante ressaltar que nenhuma outra situação de saúde apresenta tamanha complexidade, que contemplam aspectos biológicos, emocionais e sociais (TAKANA E RIBEIRO, 2009).

5.2 TERAPIAS DE RELAXAMENTO

Observa-se que, o enfermeiro esta a cada dia mais influente e consciente de sua função e tem condição de explorar várias modalidades terapêuticas na atuação de sua atividade profissional, colocando-se em prática alternativas de cuidado ao enfermo, para que sustentem a atividade de sua autonomia e cidadania, ou mesmo para reabilitá-los. Estas escolhas fazem com que o tratamento ofertado ao cliente seja menos doloroso e mais prazeroso, podendo até mesmo diminuir o tempo de seu tratamento.

As terapias de relaxamento é um método importante empregado para aliviar a ansiedade. As técnicas comumente utilizadas incluem terapia por massagem, musicoterapia, técnica de respiração, terapia cognitivo-comportamental e acompanhamento terapêutico. A meta da terapia de relaxamento consiste em produzir uma resposta que se oponha á resposta da ansiedade (SMELTZER, 2008).

A massagem terapêutica pode ser marcada como o uso de várias técnicas com propósito de aliviar tensões, estresse, promovendo relaxamento. Ela desempenha um efeito mecânico local decorrente da ação direta da pressão desempenhada na parte massageada, além disso, uma ação reflexa, indireta, por liberação local de substancias vasoativa. Assim, a terapia de massagem atua na ansiedade generalizada relaxando o músculo local e geral, removendo produtos catabólicos e auxiliando na penetração dos medicamentos (GUIRRO, 2004).

Quando esta meta é alcançada, a ação do hipotálamo ajusta e diminui a atividade dos sistemas nervoso simpáticos e parassimpáticos. A seqüência de seus sinais e sintomas é interrompida, sendo reduzida a ansiedade patológica. Essa é uma reposta aprendida e requer pratica para ser alcançada (SMELTZER, 2008).

A utilização da música, como um complemento na assistência de enfermagem psiquiátrica, promove uma boa afinidade com o cliente, servindo basicamente para dar início a influência mútua com o próprio (ANDRADE e PEDRÃO, 2005).

De acordo com Mateus (2008), a musicoterapia traz uma sensação de bem-estar, e faz com que o paciente relembre acontecimentos do passado e do cotidiano, resgatando assim lembranças associadas ao sofrimento psíquico, à cultura religiosa e às pessoas a quem o cliente teve ou tem afeição. A música atua no paciente como um ato hábil e protetor, podendo também atuar no profissional, pois fornece tranqüilidade, aceitação e uma reestabilidade espiritual (DECOURT, 2008).

Segundo Sydenstricker (2001) quando se utiliza a música como linguagem terapêutica, está-se trazendo para o centro do tratamento um parâmetro da realidade social. A música possui fatores culturais que são capazes de religar o indivíduo enfermo aos seus valores culturais e, portanto, reconstruindo a sua vida da qual muitas vezes encontram-se perdidas.

Em função disso, a música pode ser empregada com enorme instrumento na cura de ansiedade. Observa-se que a música tem a competência de restaurar identidades, associar pessoas, por meio de sua capacidade de introdução social, adequando a construção de autoconfiança e identidades positivas, além de trabalhar como elemento de diálogo (ALEIXO, 2001).

O enfermeiro pode aplicar a música com diversos propósitos e em distinto momento do tratamento do paciente: antes da interação com o mesmo, para relaxar, para resgatar lembranças do passado na vida do cliente. Cabe ao enfermeiro constatar em que período ele pode utilizar essa prática e como analisar os resultados da música com o paciente (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

Pode-se entender que não há um tipo de modelo de música. Músicas selecionadas para diversas finalidades particulares dizem importância aos campos e profissionais específicos, tais como, a musicoterapia (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

“A respiração é uma contração e expansão rítmicas que envolvem diversos sistemas e músculos e permitem um fluxo continuo de ar para dentro e fora dos pulmões” (NETO, 2011).

Ao mostrar-se um exercício de respiração, é necessário instigar os pacientes a notarem a sua própria respiração natural, seja ele com predominância de oscilações torácicos e/ou abdominais (NETO, 2011).

É normal os pacientes não terem consciência da sua própria respiração, portanto pede-se que o paciente feche os olhos e inicialmente coloque uma das mãos na região torácica e outra na região abdominal, sempre respirando pelo nariz, após alguns minutos, como por exemplo de 2 a 3 minutos. Pede-se que o mesmo diga qual a mão que mais se mexeu durante a respiração, o que mostrará a importância do modelo respiratório, seja ele torácico ou abdominal (ROEMER E ORSILLO, 2010).

Existem também determinadas praticas de meditação, o qual a pessoa concentra-se, onde também se utiliza da respiração sem influencia-la, em media por 15 a 20 minutos. (ROEMER E ORSILLO, 2010).

A abordagem psicoterápica pode ser das mais diversas modalidades, não se tendo estudos comprovando a relativa eficácia entre elas até o momento. A terapia cognitivo-comportamental incide fundamentalmente em provocar uma alteração na atitude de entender e raciocinar sobre o ambiente e designadamente sobre o motivo a ansiedade (terapia cognitiva) e modificações na conduta ansiosa (terapia comportamental). Esse método pode ter eficácia um pouco duradoura em relação aos transtornos ansiosos em geral (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

O Acompanhamento terapêutico, também é uma técnica utilizada para a diminuição e melhora da ansiedade, sendo esta uma atividade na qual o profissional participa de forma indireta das atividades diárias do paciente, uma pessoa participa das atividades diárias de um cliente, observando quais suas dificuldades e medos, para ajudar o paciente encontrar soluções para suas angustias e medos, encorajando sempre seu paciente. Esse tipo de acompanhamento segue sempre uma programação, muitas vezes no inicio sendo encontros diários e com o passar de seus desenvolvimentos, quinzenal e mensal, sempre variando de acordo com a necessidade do paciente (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

Desta maneira, as funções da terapia junto ao paciente com transtorno de ansiedade, nada mais do que resgatar a criatividade do paciente, fazer com que o paciente controle suas angustias e medos. A técnica terapêutica ajudara o paciente a se socializar novamente, ajuda o cliente entender sua doença e como lidar com a mesma, ajudando não somente no emocional como na saúde física. (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

Desta maneira, confia-se na terapia como uma modalidade eficiente, tanto no numero de pacientes que participam de terapia quanto ao resultado positivo da terapia junto ao paciente, assim o profissional enfermeiro acaba conhecendo os limites de seu paciente, atuando sempre no problema e modelando um tratamento que seja o melhor para o paciente. Sendo assim o enfermeiro agi como modelo e estimulo para o paciente (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

Entretanto é importante para o profissional enfermeiro sempre reconhecer a realidade de seu paciente para poder ajuda-lo em vários aspectos, como: sua comunidade, seu lar, seu trabalho. Espaço este que a muito tempo ficava fora da assistência ao enfermo, hoje inseri-lo neste espaço é um desafio para os profissionais da área de saúde. (ANDRADE E PEDRÃO, 2005).

5.3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)

A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é um processo cientifico que a cada dia esta sendo utilizada no exercício assistencial, atribuindo uma garantia melhor aos pacientes, assim enriquecendo a condição desta assistência prestada e maior autoridades aos enfermeiros (TANNUERE E PINHEIRO, 2008).

O enfermeiro prepara para dedicar-se suas noções técnico-científicos no acolhimento aos pacientes. Pode proporcionar respaldo cientifico, garantia e direcionamento para as atividades concretizadas, colaborando para uma maior competência, capacidade e visibilidade da enfermagem e, em efeito, para maior autonomia e contentamento profissional (TANNUERE E PINHEIRO, 2008).

A prática da assistência de enfermagem vai muito além da assistência médica, sendo esta fundamentada e instrumentalizada por um referencial favorável, mencionado e estabelecido pelos profissionais enfermeiros, o qual aprova a adesão da teoria à prática (PAIM, 2005).

Deste modo, a implementação da SAE é essencial por colaborar para a melhora na condição da assistência, para a diferenciação da informação da profissão e por apresentar efeitos positivos para o paciente e a equipe de enfermagem (TANNUERE E PINHEIRO, 2008).

A resolução 358/2009 em seu artigo 4º diz que:

“incumbe a liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de enfermagem esperados, cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a serem realizadas, face a essas respostas”.

O Histórico de Enfermagem é empregado na coleta de dados para definir a condição do paciente relacionado a saúde e adaptar-se a qualquer dificuldade atual ou potencial de saúde, além de preparar, avaliar os dados colhidos (NARDI, 2004).

A coleta de dados pode ser direta ou indireta, a coleta de dados direta são aquele colhido direto do paciente, através da anamnese e do exame físico. A coleta de dados indireta são aqueles alcançados por intermediários, como por exemplo, familiares, amigos, prontuários de saúde, registro de outros profissionais de saúde, resultados de exames laboratoriais (TANNUERE E PINHEIRO, 2008).

A identificação de diagnósticos específicos é essencial, sendo que a partir desta, poderá esquematizar um cuidado para uma intervenção mais concisa. Desta forma, a finalidade do plano de assistência é manter um direcionamento para o tratamento e, desta maneira, atender melhor às necessidades dos pacientes, colaborando para a construção do saber e engrandecimento da enfermagem. A NANDA tem contribuído para a ampliação e aprimoramento dos diagnósticos de enfermagem e de um sistema para qualificar em uma taxonomia (ROCHA, 2006).


Os diagnósticos de enfermagem fornecem o apoio para opção das prescrições de enfermagem, para chegar aos resultados do cuidado (ZUSE, BRIGO E SILVA, 2010).

De acordo com Zuse, Brigo e Silva (2010), a Prescrição de enfermagem é que comprova os atos ou atividades do cuidado de enfermagem. Percebe-se que, quando o enfermeiro projeta ações deliberadas para obter uma meta ou objetivo com o seu paciente, esta capacidade intelectual é concebida em uma prescrição de enfermagem. A prescrição de enfermagem é um passo que norteia os cuidados a serem oferecidos de uma forma direcionada.

É válido lembrar que os enfermeiros não tratam as condições médicas e sim prescrevem cuidados para as respostas humanas das condições clínicas. As prescrições planejadas devem ser éticas e apropriadas à cultura, idade, sexo do paciente. (CARPENITO, 2002; TANNURE, 2008).

Assim, os enfermeiros dispõem das atividades daqueles envolvidos no processo de implementação, de modo que a agenda de atividades promova a melhora do paciente, aliado ao diagnóstico de enfermagem (SMELTZER, 2006).

5.3.1 PLANO DE CUIDADO PARA O TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Tendo como principais diagnostico para o portador do transtorno de ansiedade generalizada, segundo Souza, Martino e Lopes (2007), o ajuste individual ineficaz, onde a influência mútua é danificada devido ao afastamento das atividades diárias tendo como, por exemplo, o ato de fazer compras, participar de grupos ou eventos sociais, exercerem trabalhos profissionais, que se reflete no papel, que alteram devido ao distanciamento dos compromissos e dos direitos acompanhados à posição ocupada.

O distúrbio do padrão do sono, onde o sono é uma condição normal que implica a eliminação da consciência vigil e a diminuição da resposta ao meio ambiente, rítmico e reversível, seguido de transformações em vários papéis. A ausência de sono não implica diretamente nas funções próprias dos diferentes órgãos. Portanto, a ausência do mesmo, muitas vezes, causa distúrbios autonômicos graves e esses, por sua vez, por vias indiretas, ocasionam agitações, perda do apetite e outros resultados deletérios (SOUZA, MARTINO E LOPES, 2007).

Negação ineficaz, estado em que o indivíduo tornar mínimo ou desconsidera os sinas e sintomas ou a ocasião em prejuízo de sua saúde (SOUZA, MARTINO E LOPES, 2007).

O enfermeiro deverá estabelecer metas realistas para o paciente, fazer como que o paciente reconheça a presença de sintomas de ansiedade e identificando fontes de ansiedade e usar de estratégias adaptativas eficazes na redução da ansiedade. Assim para qualquer cliente com níveis moderados de ansiedade, ensinará sobre fatores precipitantes de estresse, estratégias adaptativas e respostas adaptativas, usando o processo de resolução de problemas para ajudar o cliente a reconhecer o início da própria ansiedade, estressores e capacidades adaptativas e Promover o uso de técnicas de relaxamento. Para pacientes com nível de ansiedade grave levando ao pânico, é necessário estabelecer uma relação de apoio e confiança, ficando com o cliente e tentando acalmá-lo, manter suas exigências a um nível que o paciente possa manejar não se colocar em confronto com o cliente relativamente aos seus mecanismos de defesa, Limitar os estímulos ambientais, transmitir calma e dar segurança ao seu cliente, encorajando o cliente a dedicar-se a atividades físicas para liberar energia e administrar os tranqüilizantes prescritos na hora oportuna. Como medidas terapêuticas promover o sono com medidas de conforto (banho morno, musica, presença tranqüila de um ente querido), proteger relativamente a atos impulsivos com uma supervisão pessoal e facilitar a expressão de sentimentos ouvindo com uma supervisão pessoal. (ISAAC, 1998).

6. DISCUSSÃO

Embora o transtorno de ansiedade generalizada seja um problema frequente, estudos sempre associam a mesma com outros transtornos da mesma classe, afirma Nardi e Schinohara (2004), uma vez que a ansiedade patológica tem diagnóstico independente o que se torna meramente fácil para o tratamento eficaz enquanto Castillo et. al (2004), mostra que a ansiedade generalizada muitas vezes vem relacionada com outros transtornos o que dificulta o diagnostico e não se consegue identificar no primeiro momento a ansiedade, sendo mais adequado mencionar que esse paciente apresenta mais de um diagnóstico coexistente.

De acordo com Sadock (2007), o transtorno de ansiedade generalizada é prevalente em todas as populações, tornando-se um problema de saúde pública. Além disso, estudos comprovam que este transtorno aumenta a morbidade desordenada e que os sintomas desta psicopatologia vêm causando prejuízos não só físicos e psicológicos como também afetando a vida social do indivíduo, enquanto a ansiedade fisiológica é avaliada como uma reação natural a uma ameaça e desaparece quando o risco ou ameaça deixa de estar presente (TOWNSEND, 2002).

Sabe-se que a ansiedade é uma particularidade do indivíduo, estabelece um elemento essencial no processo adaptativo de sobrevivência, porém desde o período que esta incide a se deparar com a existência e não da vivência é considerada patológica, ou seja, a partir do momento que interfere na vida social do individuo, torna-se patológica (OLIVEIRA E SOUSA, 2011).

Ansiedade é um sentimento de preocupação instigado pela prematuridade de uma ameaça, seja ela interna ou externa. Trata-se de sentimento normal, presente no dia-a-dia, imprescindível a concentra-se, a precaução e toda uma serie de comportamentos do individuo (MARINHO E FIORELLI, 2005).

A ansiedade generalizada distinguiu-se pela presença de sintomas ansiosos exagerados, na maioria dos dias, sendo este por pelo menos seis meses. O individuo com ansiedade patológica, vive agoniado, tenso, preocupado, inquieto, irritado, com insônia e com grande dificuldade em relaxar. Em crises intensas onde ocorre uma descarga do sistema nervoso autônomo, tem como principais sintomas a taquicardia, sudorese excessiva, desconforto respiratório, asfixia, náuseas, dormência em membros inferiores e superiores (DALGALARRONDO, 2008).

Como forma de tratamento Forsan (2010), diz que nos dias atuais são raros os indivíduos que não utilizam alguns fármacos, seja ele prescrito pelo medico ou pelo uso indiscriminado, os medicamentos psicotrópicos ganham destaque, por serem considerados “medicamentos prazerosos e da felicidade”. Tendo como destaque os benzodiazepínicos e anti-drepessivos, sendo mais comum a fluoxetina e o clonazepam. O uso indiscriminado dos mesmos causa dependência, pois a falta de informação e a baixa percepção dos efeitos insalubres do uso indevido destes fármacos.

Com isso, a melhor indicação para os benzodiazepínicos é em casos de episódios onde a ansiedade não faça parte da originalidade do individuo, ou seja, para os casos onde a ansiedade apresenta um principio bem demarcado no momento e um motivo bem determinado. Espontaneamente podemos sim nos amparar aos benzodiazepínicos desde que sejam utilizados como coadjuvante na terapêutica de ansiedade generalizada, juntamente com as terapias de relaxamento, causando melhora no paciente (BALLONE, 2005).

Arruda, Morais e Partata (2012), reforçam explicando que os fármacos psicotrópicos são definidos como aqueles que comprometem o humor e o comportamento. Aproveitando-se dessa vantagem, o uso dessas substâncias nas doenças mentais torna-se uma opção imprescindível no tratamento da ansiedade generalizada.

Embora Carvalho e Dimenstein (2004), nos mostra que pacientes com qualquer patologia psiquiátrica sentem a necessidade de encontrar resultados instantâneos, não tendo muita paciência para o progresso do tratamento, mesmo que sejam um pouco demorados, mas que devagar se sentem melhora gradual, fazendo com que os números dos fármacos diminuam e as utilizações das terapias alternativas ganham espaço na nossa sociedade tão consumista.

7. CONCLUSÃO

Frente a uma situação estressora, nota-se que cada indivíduo tem uma resposta diferente, sendo esta não somente de eventos da vida que lhe causa ansiedade, mas também como os fatores que contribuem para isso, como fatores genéticos e ambientais.

Embora se saiba que a ansiedade desde que leve é uma sensação comum onde todos os indivíduos sentem, quando esta sensação se torna intensa, a ansiedade se torna patológica, deixando de ser uma reação fisiológica do nosso corpo, para se tornar um comprometimento da vida pessoal.

Através dos avanços tecnológicos ao longo do século XXI, podem-se observar mudanças gratificantes, onde o profissional enfermeiro está mais apto, com um olhar mais humanizado, com seu paciente, elaborando juntos, na interação profissional-paciente um plano de cuidado que satisfaçam não só o profissional como o usuário do serviço e sua família, para que juntos alcancem o propósito de melhora para o quadro clínico de ansiedade generalizada.

Apesar de existir diversas maneiras de tratar o transtorno de ansiedade generalizada, percebe-se o uso indiscriminado, especialmente de medicamentos do grupo farmacológico dos antidepressivos e ansiolíticos, embora tenha resultados magníficos a também reações que causam dependência por uso prolongado do mesmo. Muitas vezes o indivíduo faz o uso destas substâncias sem ter passado pelo profissional médico, conseguindo assim manipular farmácias.

Desta forma, cabe ao enfermeiro prestar um acolhimento de qualidade, prevenindo fármacos desnecessários, aperfeiçoando a condição de vida do paciente, tendo como alvo importante para a população e seu objetivo de fortalecer a educação em saúde.

Por outro lado, existem mudanças e formas de tratamento que fazem o mesmo efeito da farmacológica, terapêutica ou a associação das duas ajudam no quadro da ansiedade tornando mais eficaz seu tratamento, como por exemplo terapia cognitivo-comportamental, técnica de relaxamento, acompanhamento terapêutico. NÃO-ADESÃO

Como a ansiedade generalizada afeta a vida dos indivíduos e tem elevados custos sociais que ocasiona, desenvolver técnicas que ajudam ao indivíduos em certos momentos de estresse causado pela vida, a controlar esta sensação desagradável, ou que mesmo não conseguissem e fossem necessário o uso de fármacos, que sejam em doses pequenas para apenas auxiliarem nas terapias de relaxamento, necessitando sempre do profissional enfermeiro para traçar metas realistas para seu paciente, ajudando no que for preciso para descobrir a real causa da ansiedade de seu paciente, mostrando a ele que a saída esta nele próprio (COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA).

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