ABORDANDO O IMPACTO EMOCIONAL DA SOROPOSITIVIDADE NA GESTAÇÃO

Data de postagem: Dec 11, 2017 9:18:57 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

CARLA ARAÚJO SOARES

ABORDANDO O IMPACTO EMOCIONAL DA SOROPOSITIVIDADE NA GESTAÇÃO

EUNÁPOLIS, BA

2017.

CARLA ARAÚJO SOARES

ABORDANDO O IMPACTO EMOCIONAL DA SOROPOSITIVIDADE NA GESTAÇÃO


Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao curso e Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final TCC II para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador: Prof. Diego da Rosa Leal

EUNÁPOLIS – BA

2017

CARLA ARAÚJO SOARES

ABORDANDO O IMPACTO EMOCIONAL DA SOROPOSITIVIDADE NA GESTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao curso e Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final TCC II para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Prof. Esp. Diego da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________

Prof. Esp. Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________

Prof. Mª Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

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Prof.ª Esp. Maria Cristina Marques

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Eunápolis- BA _________________________________________

“Para minha mãe e meu pai, inspiração de tantas coisas importantes na minha vida...”

.AGRADECIMENTOS

Nesse período, passei por situações inesperadas que estão sendo vencidas com a ajuda de pessoas queridas, que me apoiam, confiam na minha capacidade, e jamais duvidaram da minha coragem.

Agradeço primeiramente a Deus, pela minha vida, por me manter firme, me permitir sonhar, pelas minhas conquistas realizadas e as que ainda estão por vir.

Aos meus pais amados Ivonete e Jackson, por lutarem todos os dias de suas vidas para me proporcionar uma educação e a realização do meu sonho, sem vocês eu não sou nada! Minha eterna gratidão!

Ao meu namorado Diego Felippe, por ser meu melhor amigo, por me incentivar, por não permitir que eu desistisse, por estar ao meu lado nos momentos mais difíceis e por me apoiar mesmo nos momentos em que o meu estresse estava aflorado. Obrigada por tudo, amor!

Aos meus queridos irmãos Diego e Tiago, por serem os meus protetores, arrancarem a minha melhor gargalhada, e sempre que preciso me estenderem as mãos. Amo vocês!

Aos meus sogros Sinézio e Joana, por abrirem as portas e me receberem com amor e carinho. Muito obrigada por tudo!

Às irmãs de coração, que Deus me deu, minhas cunhadas, que amo e admiro!! Grazielle, Scheila e Natália, obrigada pelo apoio e incentivo...

Ao meu avô Ananias pelo amor, carinho, pelo abraço, pelo sorriso! Muito obrigada por estar presente em minha vida vô. Te amo muito!

À minha tia-madrinha Jane, por me acolher em sua casa, no começo da minha jornada, em um dos momentos que mais precisei. Muito obrigada por ter me recebido com tanto carinho. Serei eternamente grata.

Aos meus tios e tias que tanto amo, agradeço-lhes por torcerem pela minha vitória.

À família Queiroz, muito obrigada por me receberem de braços abertos em sua família e, sem dúvidas, “Formei, já posso casar”...

Aos meus Compadres, Ualace e Luana, por sempre estarem ao meu lado, fazendo dos meus dias, dias melhores!

Aos meus colegas e amigos da faculdade, Iolanda, Emilly, Gildete e Reginaldo, pela bagunça, resenhas, risadas! Sentirei falta de cada um! Muito obrigada por estarem presentes em minha vida!

Ao meu querido orientador, Prof. Diego da Rosa, pela forma dedicada que me acolheu e acompanhou neste trabalho, que tanto tem me incentivado e orientado.

“Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em ações, em ações que tragam resultados.”

Florence Nightingale

.LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

CD – Cluster of Differentiation

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

IST – Infecção Sexualmente Transmissível

SAE – Serviços de Assistência Especializada

SINAN – Sistema Nacional de Notificação

SUS – Sistema Único de Saúde

TARV – Terapia Antirretroviral

TV – Transmissão Vertical

UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS

.RESUMO

A pandemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida assumiu proporções elevadas, tornando-se uma crise dos tempos pós-modernos, com disseminação entre mulheres em idade fértil, ocasionando, assim, aumento de crianças contaminadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana. A descoberta da soropositividade na gestação desestabiliza totalmente a mulher, impactando tanto na sua vida social, pessoal, quanto no seu convívio familiar. Além disto, a descoberta dessa síndrome na gestação acompanha toda uma sobrecarga de culpabilidade, incertezas, desespero, medo e um estigma de caráter excludente associado à promiscuidade. Frente ao exposto, a questão norteadora abordada na é pesquisa é: a soropositividade para o vírus imunodeficiência humana (HIV) impacta na qualidade de vida das gestantes? Sendo que a qualidade de vida é fator primordial para a integridade da saúde mental dessas gestantes. Como objetivo de pesquisa, nota-se a necessidade de avaliar o impacto emocional da soropositividade vivenciado na gestação. A presente pesquisa trata-se de uma revisão narrativa sobre o impacto emocional da soropositividade na gestação. Portanto, pode-se concluir que com a descoberta da soropositividade essas gestantes se deparam com grandes mudanças emocionais, como ansiedade e depressão, que interferem diretamente em sua qualidade de vida. Assim, há uma necessidade da intervenção assistencial de enfermagem, prestada com equidade, integralidade e universalidade, para então minimizar os impactos emocionais da soropositividade na gestação.

Descritores: soropositividade para hiv, gestantes, qualidade de vida.

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SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO 10

2 ASPECTOS HISTÓRICOS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA/SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 13

3 FISIOPATOLOGIA DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 15

3.1 RESPOSTA IMUNE NORMAL 15

3.2 RESPOSTA IMUNE EM CASO DE INFECÇÃO POR VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 16

4 COMPROMETIMENTO EMOCIONAL DA GESTANTE SOROPOSITIVA 19

4.1 DEPRESSÃO 21

4.2 ANSIEDADE 23

4.3 ASPECTOS DA SOLIDÃO E INTERAÇÃO SOCIAL DA GESTANTE PORTADORA DE VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA/SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 24

5 A NECESSIDADE DE UM CUIDAR DIFERENCIADO À GESTANTE SOROPOSITIVA 26

5.1 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA ÀS GESTANTES SOROPOSITIVAS PARA VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA/SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 27

5.2 ACONSELHAMENTO: UMA MODALIDADE DE INTERVENÇÃO 29

6 OBJETIVOS 32

6.1 OBJETIVO GERAL 32

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 32

7 METODOLOGIA 33

8 DISCUSSÃO 35

9 CONCLUSÃO 38

REFERÊNCIAS 40

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1 INTRODUÇÃO


A epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida assumiu proporções elevadas, pois com o passar dos anos, o número de casos em todo o mundo continua aumentando, tornando-se uma crise de saúde dos tempos modernos. No Brasil, segundo a UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), em 2015 havia 830.000 pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana, com uma estimativa de 44.000 novos casos de pessoas infectadas e 15.000 óbitos relacionados à AIDS (UNAIDS BRASIL, 2016).

No Brasil, a transmissão vertical (TV) é a principal via e exposição ao HIV que vai de mãe soropositiva para o bebê, durante a gravidez, o parto e a amamentação; sendo que esta foi a causadora de 159 casos de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) em crianças menores de cinco anos somente no ano de 2014. É possível relacionar esses casos com as ações ligadas à promoção, prevenção e recuperação da saúde tanto com as condições maternas e do recém-nascido (KLEINUBING et al., 2017).

A descoberta da gestação juntamente com o diagnóstico positivo para o HIV traz consigo sentimentos de dor e conflitos como medo, tristeza, angústia e culpa, pois se depara com a impossibilidade do aleitamento materno, que é o maior vínculo entre mãe-bebê. A soropositividade na gestação é acompanhada de incerteza e sentimentos de incapacidade, deixando as gestantes frágeis e com um grande abalo psicológico, ficando clara a necessidade de intervenção de uma equipe multidisciplinar na área de saúde (CONTIM et al., 2015; BRASIL, 2016).

A possibilidade que a infecção da AIDS tem de se manifestar na gestante, os receios de uma possível transmissão do vírus ao filho e os estigmas sociais contribuem para o adoecimento psíquico dessas gestantes? Essa possibilidade de infecção causa um desajuste emocional de perda e frustração, o que gera um impacto psicológico intenso na gestante, num período que deveria ser de tranquilidade (CARTAXO et al., 2013).

O problema abordado na pesquisa é: a soropositividade impacta na qualidade de vida das gestantes? A qualidade de vida das gestantes que convivem com a soropositividade é fundamental para o bem-estar geral, enfrentamento e adaptação da nova condição de vida, impactando de modo positivo na saúde mental, social e emocional dessas mulheres (TIRADO et al., 2014).

Justifica-se, deste modo, a importância da pesquisa em proporcionar à enfermagem uma reflexão acerca da assistência às gestantes soropositivas, enfatizando a necessidade do suporte emocional durante e após a gestação. A assistência e observação contínua auxiliarão na análise crítica das angústias e até mesmo o sofrimento da mulher em todo o período gravídico, visando assistência fundamentada na perspectiva da humanização, equidade, universalidade e integralidade (BRUM, 2013).

O enfermeiro é fundamental no acolhimento e no aconselhamento das gestantes soropositivas, já que a maioria se encontra em sofrimento psíquico e reduzidas quanto ao seu papel de mulher e mãe na sociedade, proporcionando alívio da angústia emocional vivenciado por elas. Assim, é evidente que o suporte emocional para as gestantes é tão importante, para que elas possam ser diagnosticadas e tratadas quanto aos sintomas da própria enfermidade (BRASIL, 2016).

Também, é de competência do enfermeiro estabelecer ações que visam à assistência integral, baseada na interação empática, com ênfase no suporte emocional da gestante, melhorando assim a sua qualidade de vida e reintegrando-a na sociedade. Saber identificar as dificuldades vivenciadas pela gestante e seus vários momentos de fragilidade é crucial para fazer o diagnóstico de enfermagem e montar um plano estratégico visando sua integridade psicológica (CARTAXO et al., 2013).

Com base no exposto, foi estabelecido como objetivo de pesquisa, avaliar o impacto emocional da soropositividade vivenciado na gestação. Este trabalho levará em consideração a importância para a saúde pública da realização de estudos que avaliem o impacto emocional vivenciado pelas gestantes, bem como a assistência de enfermagem para estas, de forma que sejam elaboradas estratégias para promoção, prevenção e recuperação da saúde mental dessas mulheres.

Sendo que por conta dessas gestantes soropositivas estarem sujeitas ao sofrimento psíquico, é importante identificar e diferenciar os transtornos emocionais para, então, cuidar adequadamente, possibilitando assim uma assistência humanizada e integralizada a essas gestantes.

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2 ASPECTOS HISTÓRICOS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA/SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

Os primeiros registros da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foram reconhecidos em meados de 1981, nos Estados Unidos, quando surgiram casos incomuns de pneumonia (Pneunocistis carinii), câncer (Sarcoma de Kaposi) e implicação do sistema imunológico (linfócitos T CD4+), que são fortes características típicas de pessoas gravemente imunodeprimidas (SANTOS et al., 2012).

No início da sua descoberta, a AIDS era descrita como uma condição aguda, já que logo após seu diagnóstico, a doença manifestava-se rapidamente com evolução para o óbito, pois naquela época não havia nenhum tratamento adequado para uma doença recentemente descoberta e mal se sabia sobre a enfermidade, apenas que era uma nova doença, transmissível e de causa desconhecida, levando-a a ser vista como o mal do século (LEITE, 2016).

Alguns fatores foram determinantes para que a AIDS deixasse de ser considerada uma condição aguda para ser caracterizada como uma condição crônica, como: o conhecimento sobre a história natural da infecção pelo HIV; o entendimento sobre a doença e a possibilidade do seu monitoramento através dos marcadores laboratoriais tais como os exames de CD4 e de carga viral; e o tratamento com anti-retroviral (TARV) (PAPARELLI, 2013).

Os primeiros casos da doença foram identificados entre homens homossexuais e bissexuais nos Estados Unidos, razão pelo qual os pesquisadores presumiram que a imunodeficiência estava diretamente relacionada à homossexualidade dos indivíduos (PEREIRA, 2010).

Ao decorrer dos anos houve uma mudança no quadro de infectados pelo vírus do HIV, havendo um crescente número de mulheres e casais heterossexuais contaminados, sendo que a predominância era de mulheres profissionais do sexo e casais heterossexuais usuários de drogas endovenosas e hemofílicos. Essa mudança gera uma significativa preocupação, pois a maioria das mulheres portadoras do vírus do HIV é de idade fértil, o que eleva o número de contaminação de recém-nascidos pelo vírus através da transmissão vertical (SILVA; DUARTE; NELSON, 2013).

Assim, a AIDS, por ser uma infecção sexualmente transmissível (IST), fica claro a necessidade do uso do preservativo (camisinha) como melhor forma de prevenção à contaminação. Também, é importante frisar sobre os métodos compartilhamento de quaisquer instrumentos que façam o sangue de duas pessoas se tocarem, ocorrendo assim a transmissão do vírus, como no caso de usuários de drogas que compartilham seringas; doação de sangue, entre outros (PAPARELLI, 2013).

No Brasil, segundo o SINAN (Sistema Nacional de Notificação), foram notificados 656.701 novos casos de AIDS, referentes aos anos de 1980 a 2012, sendo que destes 17 mil foram notificados de janeiro a junho de 2012. No Brasil, os primeiros casos de AIDS foram na década de 80, com predominância entre homossexuais, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos (BRASIL, 2012).

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3 FISIOPATOLOGIA DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

3.1 RESPOSTA IMUNE NORMAL

A resposta imune tem papel primordial na defesa do corpo humano contra agentes infecciosos e é o principal bloqueio para a ocorrência de infecções disseminadas que são, geralmente, associadas a um elevado índice de mortalidade (PAPARELLI, 2013).

O sistema imunológico inclui células como os neutrófilos, os monócitos e os macrófagos, que são os corpos responsáveis pelas reações imunes do organismo, tendo papel fundamental na destruição de um organismo invasor. No entanto, se essas células não forem eficazes na execução de uma resposta de cicatrização adequada e satisfatória, os mecanismos imunes específicos são devidamente ativados (SOUZA, 2010).

A resposta celular e a resposta humoral são os dois principais mecanismos imunes, onde os elementos que constituem a resposta celular são os linfócitos T (células T), e os que constituem a resposta humoral são os linfócitos B (células B). Quando o organismo é atacado por um antígeno específico, os linfócitos T – especialmente linfócitos T4 – tornam-se sensibilizadas e específicas para o antígeno estranho (TOWNSEND, 2002).

As células T4 antígeno-específicas dividem-se e produzem células T4 antígeno-específicas com outras funções, sendo uma dessas células a T Killer, que destrói os vírus que estão dentro das células e, logo após a sua destruição, o conteúdo celular e o vírus extravasam para a corrente sanguínea onde são englobados pelos macrófagos. A célula T supressora também é formada a partir da divisão da célula T4, que tem a função de interromper a resposta imune após o corpo estranho ser destruído (TOWNSEND, 2002).

Os linfócitos T4 antígeno-específicos se comunicam com os linfócitos B no baço e nos linfonodos, ativando, assim, a resposta humoral. Os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos específicos para o agente invasor, deste modo os anticorpos se ligam aos agentes estranhos, tornando-os incapazes de invadir as células do organismo e, logo após este processo, são destruídas antes mesmo de sua multiplicação (SOUZA, 2010).

Os linfócitos T possuem uma enorme variedade de funções na resposta imune a infecções virais. Essas células são identificadas por TCR, que são receptores de superfície celular. Esses receptores possuem duas formas, sendo uma o heterodímero, que é composta por duas cadeias polipeptídicas que são denominadas alfa e beta (TCR-2) e a outra forma composta por duas cadeias polipeptídicas denominadas gama e delta (TCR-1) (TOWNSEND, 2002).

As células T apresentam uma grande variedade de células com diferentes marcadores de superfície denominados CD, sigla que se refere ao grupo de diferenciação (do inglês cluster of differentiation) que é atribuída a uma molécula reconhecida por um grupo de anticorpos monoclonais. Essas proteínas são correlacionadas com a particularidade das células, sendo células T auxiliares (CD4), as células T citotóxicas (CD8), entre outras (SOUZA, 2010).

O receptor de superfície das células CD4 apresenta-se como monômero transmembrana dos linfócitos T auxiliares na superfície dos linfócitos e presentes em monócitos, que interagem com as moléculas do MHC (Complexo Maior de Histocompatibilidade) – glicoproteína da superfície da membrana celular – classe II (FINAZZO, 2012).

As células CD8 têm papel fundamental na vigilância contra os vírus com foco no local da replicação viral, destruindo a célula infectada, e esses linfócitos T citotóxicos interagem com moléculas de MHC de classe I (FINAZZO, 2012).

3.2 RESPOSTA IMUNE EM CASO DE INFECÇÃO POR VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

A ação do vírus HIV mais notável no sistema de defesa do organismo é a destruição progressiva dos linfócitos T4, acabando com o principal mecanismo de defesa que o corpo precisa para dirigir um ataque ao vírus e, consequentemente, leva ao desenvolvimento do que se chama de imunodeficiências que caracterizam a AIDS. O HIV tem a capacidade de infectar o linfócito T4 através da interação da proteína presente em seu envelope viral gp120 – glicoproteína presente na camada mais externa do retrovírus – com o receptor CD4, levando à progressiva queda do número de linfócitos no corpo (VASCONCELOS; SILVA, 2015).

A normalidade na taxa de linfócitos T4 em pessoas sadias está entre 600 e 1.200 mm³, já em pessoas que apresentam infecção pelo vírus do HIV nota-se uma queda no momento da instalação da infecção aguda, com aumento do T4 logo na regressão do estágio agudo. Em pessoas que desenvolvem a linfadenopatia persistente generalizada crônica (PGL), essa contagem de linfócitos T é em torno de 500 a 600, ressaltando que as infecções oportunas atingem o indivíduo quando os linfócitos T estão em 200 e chegando a uma contagem de 10 ou menos células T4/mm³ naqueles com a doença HIV em estado avançado (AMORIM, 2014).

Os linfócitos T4 são os principais alvos do vírus HIV, perdendo a sua habilidade de indução da secreção de anticorpos por linfócitos B e de mediadores como interleucina-2 (IL-2), responsável pela ativação de linfócitos T. O vírus age dentro da célula causando a destruição do linfócito que tem controle direto e indireto no sistema imune e, com isso, a destruição dessas células está relacionada ao aparecimento dos sintomas clínicos, como a contagem reduzida de células de defesa do corpo humano (FINAZZO, 2012).

Com a depleção e disfunção dos linfócitos T através da indução do apoptose pelo HIV, os linfócitos B diminuem a sua capacidade para dimensionar uma resposta do anticorpo a um novo antígeno. Esses mecanismos, que são os responsáveis pelo declínio dos linfócitos T CD4, não agem da mesma forma que nos linfócitos T CD8, pois estes continuam a aumentar até o final dos estágios da infecção (FINAZZO, 2012).

O HIV se reproduz ao invadir células T4 até que elas rompem sua membrana celular, indo livre para a corrente sanguínea, infectando novas células T4, cuja reposição é limitada no corpo humano. Após esse estágio, o vírus do HIV que permanece livre na corrente sanguínea estimula a produção de anticorpos através das células B. Porém, assim que produzido os anticorpos capazes de inativar o vírus, estes já invadiram outras células T4, permanecendo seguros dos anticorpos (SOUZA, 2010).

Os monócitos e macrófagos também ficam extremamente comprometidos por conta do vírus, pois com a destruição dos linfócitos T4, não são ativados e alguns macrófagos e monócitos são infectados pelo HIV (SOUZA, 2010).

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4 COMPROMETIMENTO EMOCIONAL DA GESTANTE SOROPOSITIVA

A maternidade, para as mulheres com soropositividade, seria uma representação de equilíbrio, em que o seu corpo e saúde encontrariam, o que lhes traria mais conforto e mais estabilidade psíquica. Sendo assim, o filho teria o significado de esperança e encorajamento para com a genitora, principalmente nos momentos de declínio psíquico (MOURA; KIMURA; PRAÇA, 2010).

A maternidade tem um significado grandioso para as mulheres, pois além da vivência de poder gerar um filho, traz consigo o amadurecimento e toda a carga do “ser mãe”. Muitas mulheres tem o desejo de ser mãe, o que já é do seu instinto, no qual a maternidade dá a configuração mais distinta do que é ser mulher (BAZANI; SILVA; RISSI, 2011; PIRES, 2016).

O significado da maternidade tem aspectos distintos para as mulheres que são soropositivas e, por este motivo, a culpabilidade e medo acompanham todo o período gestacional, sendo que o receio de expor o filho a uma possível infecção de HIV e que ele venha a óbito são momentos de desespero para essas gestantes, prevalecendo, assim, um grande sofrimento psíquico. Assim, a gestante soropositiva se sente incapaz de gerar um filho e assumir um lugar social com direitos igualitários (PEREIRA et al., 2012).

A ansiedade e a depressão são impactos emocionais sentidos por gestantes portadoras de HIV, principalmente em ralação ao parto, visto que prevalece o desconhecimento sobre como são efetuadas as medidas profiláticas durante o trabalho de parto para evitar a transmissão vertical. Vale ressaltar que a tensão e o medo aumentam no instante em que a gestante tem o conhecimento de que o parto é o momento crucial para evitar a contaminação da criança (SILVA; SILVA; MACHADO, 2012).

O período pós-nascimento é seguido por incertezas em relação ao diagnóstico do filho, já que o determinante se prolonga até os 18 meses de nascido, assim como pela necessidade de começar ou recomeçar o tratamento com antirretrovirais. Percebe-se que os profissionais de saúde cometem falhas durante a assistência prestada, pois não é condizente com a real delicadeza do momento enfrentado pela mãe, já que muitos enfermeiros não são preparados para o atendimento humanizado nesses casos (LANGENDORF et al., 2012).

A gestante também se depara com a possibilidade de a AIDS se manifestar tanto nela quanto em seu filho, caso as medidas profiláticas sejam ineficazes em evitar a transmissão e mãe para o filho. Assim, a expectativa sobre ser mãe vincula-se à probabilidade da morte do filho, aumentando a dimensão da perda e a frustração, ocasionando transtornos de ansiedade aumentada (CARTAXO et al., 2013).

A assistência prestada à gestante soropositiva, considerando o impacto emocional sofrido, requer um atendimento que vise a humanização com integralidade, com profissionais de saúde capacitados a atendê-la com orientações e intervenções clínicas necessárias, proporcionando uma relação de confiança, baseada no acolhimento das vivências da gestante. No apoio psicológico, o aconselhamento através da escuta é fundamental para que a gestante exponha suas angústias decorrentes da descoberta da contaminação pelo HIV/AIDS e se informe adequadamente sobre a possibilidade de transmitir o vírus para o filho (CARNEIRO; COELHO, 2010).

O estado de ansiedade da gestante é aumentado e fica evidente por sua preocupação pela prevalência da saúde do filho e quanto à transmissão vertical do HIV. Os receios associados à ansiedade requer um atendimento de qualidade visando interação de empatia. Portanto a assistência integral e humanizada é necessária para o enfrentamento do estado ansiogênico, por parte das gestantes, sendo fundamental o enfermeiro conhecer a saúde mental da gestante, bem como suas esperanças com o futuro da gestação (LANGENDORF et al., 2012).

Assistir e escutar as angústias e o sofrimento da gestante portadora de HIV é tão importante quanto à promoção da assistência, sendo a saúde mental da gestante soropositiva, motivo pelo qual necessitam de uma assistência centrada e integralizada, por meio de postura e condutas humanizadas dos profissionais de saúde (PEREIRA et al., 2012).

4.1 DEPRESSÃO

O diagnóstico positivo para HIV tem impacto psicológico devido à carga mental que é portar uma doença que não tem cura, bem como pela carga moral que a doença possui frente à sociedade, onde muitas vezes os soropositivos sofrem preconceito visto que os demais temem se contaminar e a associação da enfermidade com a promiscuidade. Um dos grandes desafios para a equipe de saúde, talvez seja a identificação e o tratamento desse impacto psicológico, sendo que trabalhar pela saúde mental do paciente é tão importante quanto cuidar da sua sintomatologia (VIANA et al., 2013).

O preconceito, o estigma, a discriminação, a reorganização de vida e a possibilidade de infectar o filho são os principais motivos pelos quais as gestantes soropositivas sofrem de depressão, sendo que o diagnóstico e o seu devido tratamento podem transformar, de maneira significativa, a vida dessas pessoas convivendo com esse transtorno mental. Sabe-se que a pessoa que é soropositiva apresenta multiplicidade dos sintomas e, por isso, diagnosticar o transtorno depressivo requer muita precisão e conhecimento por parte dos profissionais de saúde envolvidos (RODRIGUES, 2016).

Portanto, essas gestantes estão propensas a sofrerem de depressão, visto que entre os fatores de risco para tal transtorno, destacam-se: ausência de companheiro; falta do apoio familiar; insegurança; insatisfação com a assistência e apoio dos profissionais da saúde; e adesão inadequada ao tratamento (ZOCHE, 2016).

A descoberta da soropositividade tem uma sobrecarga negativa na gestação e maternidade, gerando momentos de conflitos psicológicos, nos quais a gestante se culpa por colocar o filho em risco e tem medo de infectá-lo e, sobretudo, tema a iminência da morte. Esse impacto negativo no aspecto psicossocial da gestante aumenta a probabilidade da ocorrência da depressão, já que o estado emocional dessas pacientes encontra-se abalado. Portanto, a depressão e angústia estão associadas à descoberta súbita da soropositividade, sem que haja um apoio emocional prévio (GIOVELLI, 2009; GONÇALVES et al., 2013).

A depressão durante a gestação é um preditor de desfechos clínicos negativos, pois há uma notória diminuição na adesão ao tratamento, assim como o seu prolongamento, na qualidade de vida, agravamento do quadro clínico dessas pacientes e também a probabilidade de transmissão do vírus do HIV ao feto e mortalidade da gestante (COUTINHO, 2017).

Os efeitos adversos causados pelo TARV e os encargos psicossociais associados aos sintomas físicos inerentes a AIDS são alguns fatores desencadeantes da depressão. O sofrimento emocional em torno da gestante soropositiva requer do enfermeiro e sua equipe acolhimento, escuta e tratamento especializado (GONÇALVES et al., 2011).

A falta de preparo dos profissionais de saúde para diagnosticar a depressão nessas gestantes, bem como encaminha-las para o tratamento adequado é um grande empecilho e um dos maiores problemas da rede de saúde na intervenção. Nestes casos, muitas pacientes relatam os sintomas através de metáforas como, nó na garganta, que são queixas referentes ao sofrimento e angústia acometido pela depressão, podendo passar despercebidos pelo profissional despreparado para recebê-las e orientá-las (FIGUEIREDO et al., 2015).

A medida de intervenção varia de acordo ao quadro depressivo de cada gestante, assim, a equipe faz um acompanhamento do quadro clínico durante e após a gestação, podendo ser atividades prazerosas que tragam alívio ao sofrimento psíquico, realizando momentos de escuta ativa, podendo assim ser avaliada e encaminhada, se necessário, ao tratamento especializado (psicólogo, psiquiatra, psicoterapeuta) (VIANA et al., 2013).

O diagnóstico da depressão, muitas vezes, é camuflado pela sintomatologia da anorexia, perda de peso e fraqueza, que do mesmo modo são sintomas causados pela AIDS. Neste sentido, a avaliação da paciente deve ser criteriosa, avaliando os aspectos e sintomas da depressão, observando alterações no campo simbólico, tais como sensação de fracasso, desânimo, tristeza e ideias de autoextermínio (BRASIL, 2012).

A avaliação da gravidade dos sintomas do transtorno depressivo e a percepção acerca da AIDS é fundamental para um diagnóstico preciso, uma vez que humor deprimido é uma resposta humana normal, esperada ao sentimento de incerteza de uma vida normal (COUTINHO, 2017).

4.2 ANSIEDADE

O transtorno da ansiedade acarreta incômodo e pânico, caracterizado por angústia derivado de precipitação do perigo, com sinais e sintomas de nervosismo, angústia, incerteza, confusão, entre outras (PEIXOTO; SILVA; COSTA, 2015).

A ansiedade é uma das manifestações psicológicas mais frequentes, que é acometida desde o momento da realização do pré-teste de HIV, da confirmação do diagnóstico de soropositividade, até a manifestação clínica da AIDS, e pode perdurar por toda a vida. O transtorno de ansiedade na gestante aumenta quando há um risco de contaminação do filho por transmissão vertical e o receio da revelação do diagnóstico e de rejeições por parte do parceiro e da família (PEIXOTO; SILVA; COSTA, 2015).

Sendo esse transtorno altamente prevalente nas gestantes soropositivas, está devidamente relacionado com insegurança em relação à evolução da enfermidade e ao seu tratamento, bem como o medo do sofrimento, da dor e da morte. Portanto, essas mulheres tem uma expansão significativa de sua reatividade emocional negativa, com ação direta em sua perspectiva e qualidade de vida. Assim, a maternidade e a soropositividade seguem juntamente com preconceitos, piorando o quadro da ansiedade, aumentando a vulnerabilidade dessas mulheres (ZOCHE, 2016; GALVÃO; CUNHA; LIMA, 2014).

A gestação por si só já aflora na mulher variáveis sentimentos, e a junção da soropositividade intensifica esses sentimentos, surgindo manifestações de ansiedade inerentes a esse estágio. Os transtornos de ansiedade intensificam-se com a possibilidade de contaminação pelo vírus HIV através da transmissão vertical, com possibilidades reais de se colocar em risco a saúde do bebê (FARIA; PICCININI, 2010).

O enfermeiro se defrontará com os sentimentos de ansiedade e angústia das gestantes durante todo o percurso da enfermidade desde as condições ligadas à soropositividade até o surgimento dos sintomas da doença. Vale destacar que o medo do abandono e desespero por achar que com a enfermidade a sua vida ficará limitada leva a mulher a um sofrimento psíquico maior (LARAY, 2014).

Portanto, é preciso compreender e conhecer a doença e suas particularidades, já que essa enfermidade, além de causar danos à saúde do corpo, leva o indivíduo a um sofrimento e adoecimento psíquico que afeta diretamente a integridade da sua saúde e sua qualidade de vida. É neste momento que a gestante precisa de uma intervenção, necessitando de uma escuta diferenciada que possibilite uma compreensão que vá além das palavras, acarretando na aceitação da doença bem como sua adesão ao tratamento (POLETTO et al., 2015).

A ansiedade interfere de maneira diferente na vida dos indivíduos, dependendo de diversos fatores, no que diz respeito à história pessoal, personalidade e à maneira como porta-se a circunstâncias com crise e sofrimento. A maneira como a gestante recebe e enfrenta o diagnóstico, o conhecimento sobre a doença (que na maioria das vezes é deficitário), o conhecimento sobre o tratamento e os riscos da transmissão vertical são os fatores fundamentais que implicarão no condicionamento e no grau maior ou menor de ansiedade vivida pelas gestantes, demostrando assim a importância do aconselhamento durante todo o trajeto dessas mulheres (SILVA, 2015).

4.3 ASPECTOS DA SOLIDÃO E INTERAÇÃO SOCIAL DA GESTANTE PORTADORA DE VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA/SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

O contexto de infecção pelo HIV/AIDS em mulheres é incrementado por assuntos sociais e às limitações impostas aos aspectos reprodutivos, trazendo a elas uma sobrecarga psicológica particular. Vale ressaltar que muitas mulheres descobrem a gravidez juntamente com o diagnóstico do HIV/AIDS e este diagnóstico tem implicação significativa na sua relação com a família e na amorosa (LARAY, 2014).

O choque do diagnóstico da soropositividade, a relutância em revela-lo aos familiares, relações conjugais e familiares instáveis e não apoiadoras, tornam a gravidez um processo doloroso e solitário, permanecendo assim uma relação de perda, abandono ou abuso por parte dos familiares (VASCONCELOS; SILVA, 2015).

Com a positividade do diagnóstico para HIV, muitas gestantes diminuem as atividades antes comuns e passam a restringir sua interação social, preferindo ficar a sós, ficar mais isoladas em casa, buscando respostas à sua nova realidade. Sendo assim, essas gestantes, muitas vezes escondem a sua condição sorológica de suas famílias e companheiro por receio e medo do estigma a ser enfrentado (MACHADO et al., 2010).

As gestantes que convivem com o HIV vivenciam diariamente o medo da rejeição familiar e social e os julgamentos. Além disso, o isolamento social é consequência de toda uma sobrecarga da soropositividade, sendo uma delas o estigma social, preconceitos e a não valorização dos reais sentimentos destas mulheres (MOURA; KIMURA; PRAÇA, 2010).

A interação social se torna muitas vezes restrita com o afastamento e isolamento dessas gestantes, onde a rede de apoio e suporte social não consegue suprir as necessidades das gestantes soropositivas. Esse isolamento se dá pelo fato de que a mulher está vivenciando um momento de transição, em que a confirmação a soropositividade desestrutura as relações e a vida em sociedade dessas mulheres (SILVA; MOURA; PEREIRA, 2013).

Assim, a enfermagem deve buscar um contato permanente, por meio de consultas ambulatoriais, visitas domiciliares e até mesmo de grupos de autoajuda, proporcionando ambiente e estratégias que promovam o desenvolvimento pessoal, incentivando a pessoa na tomada de decisões de auto-cuidado (SILVA; MOURA; PEREIRA, 2013).

5 A NECESSIDADE DE UM CUIDAR DIFERENCIADO À GESTANTE SOROPOSITIVA

A integralidade da assistência se trata de princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) em que se baseia no ouvir do usuário, entendê-lo e, assim, (re)inseri-lo na sociedade para então priorizar a necessidade do indivíduo. Sendo que a assistência integralizada visa o ser humano como um todo, não o tratando apenas como um ser doente, mas como um indivíduo com sentimentos, medos e aflições (KLEINUBING, 2015).

O diagnóstico para HIV positivo gera um impacto psicológico tanto ao enfermeiro que recebe o resultado e comunica a paciente quanto para a gestante e, por isso, deve-se ter um cuidado maior nestes casos. O suporte psicológico é de grande valia, já que a soropositividade desestabiliza por completo a gestante proveniente da carga psicológica que a infecção traz consigo associada ao sentimento perda da vitalidade, frustração, incapacidade, além de que essa patologia é cercada de preconceitos e discriminações (PENNA; PORTO; TAVARES, 2010).

Os sentimentos da gestante em torno da confirmação da soropositividade para HIV ficam aflorados e instáveis, com um risco maior para o suicídio, preocupação com a gestação, medo e culpa pela possibilidade da transmissão da doença para o filho. Nesse momento o apoio emocional, as orientações e as informações adequadas, planejamento e estabelecimento de metas são essenciais para a prestação de um atendimento qualificado pelo enfermeiro e sua equipe (FIGUEIREDO et al., 2015).

O medo e as desconfianças são sentimentos que acompanham essas mulheres constantemente, necessitando de uma assistência da equipe de enfermagem de forma rigorosa, criteriosa e vigilante, sem que haja qualquer ato de discriminação ou estigmatização (FEITOSA et al., 2010).

É de competência do enfermeiro realizar o pré-natal de alto risco e encaminhar a gestante para o tratamento especializado, informando-a sobre a efetividade do tratamento, assim como a manutenção e prevalência de uma vida normal para ela e para o filho, ressaltando que não necessariamente o bebê será portador do vírus (PENNA; PORTO; TAVARES, 2010).

O cuidado mental e o cuidado físico/clínico estão interligados um ao outro para a prevenção do adoecimento e integralidade da saúde. O cuidado com a saúde mental é extremamente importante na questão dos enfrentamentos e os estigmas, que a soropositividade trás para a gestante (PADOIN et al., 2011).

5.1 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA ÀS GESTANTES SOROPOSITIVAS PARA VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA/SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

A mulher com soropositividade tem todo e qualquer direito que uma pessoa sadia, até mesmo a concepção de um filho, porém, é dever do profissional de saúde orientar e esclarecer sobre a possibilidade de contaminação de seus filhos e parceiros sorodiscordantes, para que haja um planejamento familiar. O SUS preconiza que é direito do cidadão o acesso aos serviços de saúde de forma universal e equânime, com total garantia de integridade e universalidade da assistência prestada (FONSECA, 2011).

Se houver o desejo da mulher de engravidar, o enfermeiro que a acompanha deve informá-la quando sua carga viral estiver baixa ou indetectável e a ausência de sintomatologia ou de alguma doença oportuna, já que este é o melhor momento para engravidar. Vale ressaltar que o enfermeiro deve informar também sobre o uso de preservativo durante o ato sexual, não fazendo o uso apenas em seu período fértil, reduzidas assim, as chances de contaminar o parceiro (MEDEIROS, 2013).

As violações dos direitos humanos praticada pela própria população em torno do HIV/AIDS e o preconceito que associado a este contexto são os principais empecilhos no combate à enfermidade. Muitas gestantes, não procuram por uma assistência especializada por medo e receio do estigma social e discriminação dos próprios funcionários das unidades de saúde (BRINGEL, et al., 2015).

Portanto, cabe ao enfermeiro, responsável pelo ato do cuidar, oferecer uma assistência humanizada, baseando-se na integralidade e equidade da assistência à saúde, focando no tratamento medicamentoso e no emocional da gestante (BARROS et al., 2012).

O enfermeiro tem papel fundamental em desmistificar todo o contexto relacionado ao HIV/AIDS, sendo que existem várias controvérsias o acolhimento e o cuidado prestados pelos profissionais de saúde. É evidente que a qualidade da informação é fundamental no acolhimento e atendimento para que assim a gestante possa aderir ao tratamento com antirretrovirais e ao tratamento emocional, de gestantes soropositivas, com um índice menor de desistência (MEDEIROS, 2013).

A promoção da saúde é essencial na assistência pois visa uma melhoria na qualidade de vida dessas gestantes, sendo priorizado o cuidado com o seu estado emocional através da escuta ativa. Portanto, a escuta ativa é uma das principais ferramentas da promoção da saúde desenvolvida pelo enfermeiro, pois é através desse processo que é possível reconhecer e intervir nas principais dificuldades e os sofrimentos psíquicos da paciente, para então desenvolver estratégias de intervenção e apoio para as gestantes (SILVA; MOURA; PEREIRA, 2013).

O enfermeiro capacitado para o acolhimento de gestantes com soropositividade tem maior facilidade de estabelecer um vínculo com essas mulheres. Sendo assim, é de responsabilidade do enfermeiro o esclarecimento sobre o vírus HIV e a AIDS e o suporte emocional às gestantes. Vale destacar que o enfermeiro deve ser consciente sobre suas atribuições legais e éticas, sendo críticos sobre o ser profissional e sobre a importância do seu papel na assistência dessas gestantes (GALVÃO; CUNHA; MACHADO, 2010).

Durante a prestação do cuidado à gestante soropositiva, a equipe de enfermagem precisa ter o conhecimento amplo sobre o distúrbio, aperfeiçoar a sua assistência baseando-se na igualdade, a fim de proporcionarem uma melhor qualidade de vida, compreenderem sobre as consequências físicas e psicológicas sofridas associadas ao diagnóstico, para que assim tracem um plano assistencial humanizado visando a integralidade dessas usuárias, bem como o sigilo profissional (PEIXOTO; SILVA; COSTA, 2015).

5.2 ACONSELHAMENTO: UMA MODALIDADE DE INTERVENÇÃO

O acolhimento humanizado e integralizado, visando às expectativas, aflições e todo e qualquer sentimento que envolve a incerteza do diagnóstico positivo para HIV, por meio de uma escuta ativa, é a condição básica para um atendimento de saúde com qualidade (BRASIL, 2013).

O aconselhamento é processo de escuta ativa centralizado em cada paciente, visando apoia-los e incentiva-los a lidar com situações conturbadas e estressantes, levando-os a tomar decisões pessoais que envolvem a infecção do HIV, instigando-os a avaliar os riscos da infecção e métodos preventivos. Assim, o aconselhamento é uma ação de promoção da saúde individual e singular, em que os apoios emocional e psicológico são necessários, havendo assim, o enfrentamento do problema (BRASIL, 2010).

No momento da efetivação de ações de prevenção contra o HIV/AIDS que ocorrem durante o aconselhamento, o enfermeiro deve introduzir a abertura de um diálogo, que diga respeito às práticas íntimas relacionadas com o simbolismo social e cultural que foram impostas pela sociedade, sobrecarregadas por estigmas e preconceitos. Sendo assim, o enfermeiro deve criar um ambiente satisfatório promovendo a qualidade de vida dessas mulheres (MIRANDA; OLIVEIRA; CARNEIRO E CORDEIRO, 2017).

Portanto, essas mulheres devem ter um acompanhamento do profissional de enfermagem durante todas as etapas da gestação, com a adesão do tratamento, diminuindo o risco da transmissão viral para o filho e proporcionando qualidade de vida a gestante. Dessa forma, a atenção individualizada estabelece uma relação de confiança, empatia, credibilidade e respeito entre o enfermeiro e a gestante com HIV (BRINGEL et al., 2015; SILVA et al., 2015).

O vínculo entre o enfermeiro e a gestante é de extrema importância antes mesmo do diagnóstico da infecção do HIV, facilitando o trabalho do profissional durante o aconselhamento e orientações sobre as questões sexuais, implementando ações preventivas da transmissão vertical (PEREIRA et al., 2012).

Portanto, o aconselhamento é uma estratégia utilizada pela enfermagem para dar suporte emocional para as gestantes durante a testagem anti-HIV e, sendo o resultado positivo para o HIV, prestar o apoio para o enfrentamento da enfermidade. Logo, é exercido um processo de escuta ativa da paciente, por meio de contato direto, sendo que através desta que o enfermeiro estabelece uma relação de confiança (MIRANDA; OLIVEIRA; CARNEIRO E CORDEIRO, 2017).

O vínculo de confiança entre o profissional e a paciente deve ser priorizada desde o primeiro contato, visando além da prevenção da infecção do HIV de terceiros, mas também a saúde e bem-estar dos pacientes. É importante que durante a abordagem das gestantes soropositivas feita pelos profissionais de saúde, a atenção esteja centrada no estado emocional dessas mulheres, evitando assim o adoecimento psíquico, priorizando a qualidade de vida das mesmas (FONSECA, 2011).

A confiança durante o aconselhamento é preconizada para o fortalecimento do indivíduo como sujeito de sua própria saúde e mudança, baseando-se em três componentes principais: o apoio educativo, para esclarecimento de dúvidas e informações; o apoio emocional, que é ofertado a partir da escuta sensível e uma postura acolhedora; e a avaliação de riscos, que estimula a reflexão das próprias atitudes para redução dos riscos (PATRIOTA; MIRANDA, 2011).

O aconselhamento tem uma importância grandiosa para as gestantes soropositivas que são atendidas nos Serviços de Assistência Especializada (SAE), pois é neste local que estas mulheres encontram suporte emocional e psicológico individualizado, humanizado e igualitário. Também no SAE, essas gestantes soropositivas encontram suporte para as suas reais necessidades, sendo que o “ouvir e o falar” dessas mulheres é considerado pelos profissionais envolvidos como essenciais para o plano terapêutico estabelecido (PEREIRA et al., 2012).

Sendo assim, o aconselhamento é uma estratégia primordial utilizada pela enfermagem na prestação de uma assistência integralizada, possibilitando o acolhimento das gestantes soropositivas e o vínculo com a equipe de enfermagem. Portanto, é fundamental o comprometimento e desempenho dos profissionais para que as intervenções realizadas por ele fortaleçam a relação de confiabilidade com as gestantes (GONÇALVES et al., 2013).

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6 OBJETIVOS

6.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o impacto emocional da soropositividade para hiv vivenciado na gestação.

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Compreender como a soropositividade para hiv interfere na qualidade de vida das gestantes;

- Explanar sobre os sofrimentos emocionais vivenciados pela gestante soropositiva;

- Evidenciar a atuação do enfermeiro na intervenção integralizada e humanizada visando a saúde mental das gestantes soroposivivas para hiv.


.7 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão narrativa sobre o impacto emocional da soropositividade na gestação. Esse método de pesquisa caracteriza-se por algumas fases distintas: identificação do tema; busca na literatura; categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão narrativa; interpretação dos resultados; e apresentação da revisão (CONFORTO; AMARAL; SILVA, 2011).

Foram percorridas as seguintes etapas: elaboração da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados; seleção dos artigos; análise e discussão dos resultados. A pergunta norteadora foi: a soropositividade impacta na qualidade de vida das gestantes?

Foram pesquisados artigos científicos nacionais, pela base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); por meio do centro especializado Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) por meio da plataforma virtual Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); através de dados publicados na Scientific Electronic Library Online (SciELO); com as palavras-chave utilizadas foram: soropositividade, gestantes, qualidade de vida, impacto psicológico.

Foram utilizadas as seguintes etapas para a construção desta revisão: identificação do tema; seleção da questão de pesquisa; coleta de dados pela busca na literatura, nas bases de dados eletrônicas, com estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão para selecionar a amostra; descrição dos resultados com posterior discussão dos resultados.

Portanto, foram utilizados 76 métodos de estudo, sendo destes: 19 dissertações e teses; 49 artigos publicados em revistas eletrônicas; 07 manuais do Ministério da Saúde; 01 livro disponível na biblioteca da instituição de ensino UNESULBAHIA – Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.

Os critérios de inclusão foram: publicações apenas em português nos últimos 08 anos, artigos relacionados ao tema, completos e que atendam a pergunta norteadora da pesquisa, disponíveis e indexados nas bases anteriormente citadas.

Os critérios de exclusão são: não respondem à questão norteadora da pesquisa, artigos que não continham o texto completo, em outros idiomas, pesquisas com mais de 08 anos, que não se encontram na base de dados. Para proceder com esses critérios foi realizada a leitura criteriosa dos artigos e livros, com posterior seleção de acordo com a relevância para o estudo. Sendo o programa utilizado para digitalização o Office da Microsoft 2010.

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8 DISCUSSÃO

Dantas et al. (2012) argumenta que em meados dos anos 1980, com a descoberta do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), houve um impacto imenso na sociedade, a partir do qual o diagnóstico da doença vinha carregado de estigmas sociais e preconceitos, sendo associado diretamente a homens homossexuais, prostitutas e usuários de drogas. Silva, Cechetto e Mariot (2016) destacam a mudança desse quadro epidemiológico, no qual a epidemia da AIDS atingiu diversos grupos populacionais, incluindo mulheres em idade fértil, gerando um grave aumento de casos de crianças infectadas com o vírus do HIV.

De acordo com Lorenzi e Coelho-Castelo (2011), o sistema imunitário atua na prevenção e combate de infecções ocasionadas por microorganismos, neutralizando-os pela produção de anticorpos. Ferreira, Oliveira e Paniago (2012) também comentam que o vírus do HIV age diretamente no sistema imunitário, destruindo os linfócitos T - CD4 por meio de apoptose celular, tendo como consequência a significativa diminuição da quantidade de células T CD4, levando ao aumento das doenças oportunistas.

Medeiros et al. (2015) afirmam que ao longo das décadas que marcaram a trajetória da epidemia da AIDS a morte foi um aspecto presente, causando no sujeito pensamentos e fantasias associados ao medo da morte, passando por outro tipo de morte, a psíquica. Araújo, Andrade e Melo (2011) enfatizam que a angústia notória nas gestantes soropositivas para HIV está associada não apenas à sua condição de enfermidade, mas à sua saúde mental.

A soropositividade tem um impacto imenso na vida das gestantes, segundo Tirado et al., (2014), ao se vislumbrar a significação que as mulheres dão à vida, principalmente comparando o antes e o depois da confirmação do diagnóstico, quando referem à situação sorológica, os riscos da transmissão vertical, todo problema envolvido na possibilidade de desenvolver a doença (AIDS), onde Padoin et al., (2011), contribuem enfatizando que esse impacto da soropositividade pode ser amenizado com o apoio familiar, o convívio coletivo e a valorização da vida.

Reis et al. (2011) afirmam que durante a gestação a infecção pelo HIV causa uma desordem na vida da mulher, sendo acompanhado pelo sofrimento psíquico, dos quais se destacam a depressão, a ansiedade e o isolamento social. Cabral, Gonçalves e Pessalacia (2012) elucidam que o diagnóstico para a depressão em casos de HIV é extremamente difícil, pois as alterações clínicas presentes como fadiga, diminuição do apetite e perda de peso, comuns no transtorno depressivo, são sintomatologia da soropositividade.

Santos et al. (2012), além disso, apontam sobre a dificuldade de diagnosticar a depressão e a ansiedade nessas gestantes, pois as próprias têm uma certa desconfiança de expor seus sentimentos e emoções aos enfermeiros por medo da falta de sigilo e da exteriorização da sua atual condição. Thiengo et al. (2012), enfatizam a necessidade do acompanhamento com olhar mais humanitário e sem preconceitos por parte do enfermeiro, tornando-se fundamental para o amortecimento de eventos estressantes e perturbantes.

De acordo com Waidman, Bessa e Silva (2011), as intervenções psicossociais realizadas pelo enfermeiro amenizam as condições propulsoras ao sofrimento psíquico, sendo a ansiedade e a depressão os transtornos mentais mais comuns. Isto vem ao encontro do que Nogueira e Seidl (2016) relatam sobre como a ansiedade acompanha sentimentos de preocupações com a progressão da doença, do sentimento de perda associado a uma “sentença” de morte, o medo, angústias e receio de rejeição em diversos aspectos da sua vida, incluindo o contexto social, afetivo, familiar e ocupacional.

Segundo Gomes, Silva e Oliveira (2011), o isolamento social, a desmotivação e a perda da vontade de viver elevam o sofrimento, proporcionando momentos de desespero e apreensão. Segundo Padoin, Terra e Souza (2011), sentir-se culpada, amedrontada e fragilizada são sentimentos que agem a favor da regressão da saúde mental dessas gestantes com soropositividade.

Pereira et al. (2012) salienta que mudanças de atitude e as decisões positivas da gestante em relação à sua doença implicarão diretamente no cuidado com a sua saúde. Somando-se a isto, Araújo, Vieira e Galvão (2011) reforçam que os cuidados mental e físico auxiliam na melhoria do quadro clínico, onde Barros et al. (2011) salientam sobre a contribuição direta do enfermeiro e sua equipe nas consultas de pré-natal, realização de exames, esclarecimentos sobre a enfermidade e seu tratamento, possíveis reações adversas o aconselhamento e o acompanhamento durante toda a gestação.

Silva, Tavares e Paz (2011) enumeram que já na primeira consulta de pré-natal o enfermeiro, durante o aconselhamento pré e pós-testagem, deverá priorizar os sentimentos da gestante, dando-lhe o apoio emocional necessário, assegurando sempre o sigilo profissional. Lima et al., (2017) reforçam que o enfermeiro capacitado consegue transformar o ato do aconselhamento no processo de escuta ativa, estabelecendo uma relação de confiança enfermeiro e paciente, o que facilita a inserção da gestante ao tratamento com antirretroviral e suporte psicológico.

A postura sustentada por Patriota e Miranda (2011), é que existe uma enorme falta de preparo por parte dos enfermeiros e sua equipe no ato do aconselhamento e acolhimento da gestante com soropositividade, resultando em uma carência de apoio educativo, emocional e da avaliação de riscos. Este aspecto também é comentado por Brum (2013), segundo o qual muitas gestantes queixam-se da demasiada preocupação por parte dos profissionais da saúde voltada especificamente para a transmissão vertical, onde Santos, Santos e Carvalho (2015) enfatizam a existência de uma carência na assistência emocional dessas gestantes, já que estas carregam um sentimento de culpabilidade pela possível contaminação do filho pelo vírus do HIV, medo do abandono e morte.

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9 CONCLUSÃO

Em virtude da decadência da saúde mental causado pelo diagnóstico positivo para HIV, esse estudo mostrou-se importante para esclarecimento acerca do impacto psicológico vivenciado pelas gestantes, tendo em vista as dificuldades encontradas por essas mulheres para o enfrentamento das suas fragilidades perante a enfermidade.

Frente a isso, foi possível notar que o adoecimento psíquico de muitas gestantes diagnosticadas com o vírus do HIV processa-se pelo preconceito e julgamento social, sendo alvos de estigmas que permeiam essa doença e pela falta de apoio familiar e social. Comprometidas psicologicamente, essas mulheres tornam-se mais fragilizadas e susceptíveis ao sofrimento psíquico.

Verificou-se que o impacto psicológico da soropositividade na gestação afeta diretamente a qualidade de vida, pois receber a confirmação dessa enfermidade gera um processo de luto, em que essas mulheres perdem a sua saúde e vitalidade. A gestante que se depara com a necessidade de enfrentar a doença passa por sofrimentos que vão além da degradação da saúde física, incluindo sentimentos como culpa, tensão e insegurança que provêm da possível infecção de seu bebê.

Observou-se também que a partir da descoberta da soropositividade, essas gestantes defrontam-se com grandes mudanças emocionais em diferentes intensidades, destacando-se ansiedade e depressão como os principais fatores que interferem na qualidade de vida e nas condições de vulnerabilidade dessas mulheres.

Sendo assim, é fundamental o profissional de saúde na assistência prestada às gestantes soropositivas, valorizando a fala e a escuta para controlar o impacto em sua saúde mental. Dessa forma, as fragilidades dessas mulheres deverão ser enfrentadas juntamente com enfermeiro. Isso é de extrema importância para a integridade da saúde mental das gestantes.

Sendo assim, as condutas do enfermeiro perante a gestante com soropositividade devem ser além das adotadas para a prevenção da TARV; mas também apoiar a gestante integralmente para que se sintam acolhidas, ficando claro a inexistência do preconceito. Essa conduta aproxima o profissional do seu paciente, aumentando o vínculo e a relação de confiança.

Com a presente pesquisa, mostrou-se a real necessidade de mais estudos avançados e atualizados sobre a temática para ampliação dos conhecimentos na área da saúde mental. Em virtude da contextualização do trabalho, reafirma-se que a assistência de enfermagem prestada com equidade, integralidade e universalidade torna-se fundamental para minimizar os impactos psicológicos da soropositividade na gestação.


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