CARACTERIZAÇÃO DO CUIDADOR FAMILIAR A IDOSOS INCAPACITADOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO DOMICÍLIO NO MUNICÍPIO DE ITABELA.

Data de postagem: Nov 26, 2014 10:35:46 PM

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ACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

MARIA LUCIA SOARES DOS SANTOS

CARACTERIZAÇÃO DO CUIDADOR FAMILIAR A IDOSOS INCAPACITADOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO DOMICÍLIO NO MUNICÍPIO DE ITABELA.

EUNÁPOLIS

2012

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ARIA LUCIA SOARES DOS SANTOS

CARACTERIZAÇÃO DO CUIDADOR FAMILIAR A IDOSOS INCAPACITADOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO DOMICÍLIO NO MUNICÍPIO DE ITABELA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

EUNÁPOLIS

2012

MARIA LUCIA SOARES DOS SANTOS

CARACTERIZAÇÃO DO CUIDADOR FAMILIAR A IDOSOS INCAPACITADOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO DOMICÍLIO DE ITABELA.

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, pela seguinte banca examinadora:

ProfoDiego Da Rosa Leal(Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

__________________________________________________________________

Examinador 01 Juliana Ali (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________________________

Examinador 02 Maria Christina Marques(Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

___________________________________________________________________

ProfªMsc. Juliana Ali

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Eunápolis-BA

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EDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família com quem dividi

as angústias, vitórias e tropeços desse meu pequeno caminho.

aos meus pais Olavio Bispo dos Santos e Zezita Soares dos Santos,

por todo apoio, compreensão, carinho... Pelos esforços dispensados à

minha formação... Pelos ensinamentos da longa jornada... Pelas palavras de

incentivo que me ajudaram a seguir em frente mesmo quando, por

vezes, eu desanimava...

Vocês, meu ponto de partida e de chegada, meu porto seguro... Sempre

presentes em todos momentos... Não há palavras que

possam expressar a minha gratidão por tudo o que fizeram e fazem por mim...

Aos meus irmãos Luciara, Vera, Lucivaldo, Edivaldo e Evaldo

Que sempre me incentiva meapóia e torce por mim.

Aos meus sobrinhos Karolayne S. Almeida, Luan Soares e Kelven Henrique

Anjinhos da minha da vida.

Aos meus grandes dois cunhados Aldair S. Almeida e Cátia Silva por

compartilhar toda essa trajetória, incentivando e valorizando

cada ato de esforço, para tornar possível a conclusão deste curso.

Aos meus avôs paternosCosme e Aidil(in memória), maternos Ricardino e Maria

(in memória) que com certeza alicerçaram essa

Família que tanto amo e admiro.

A essas pessoas, meu eterno agradecimento

A

GRADECIMENTOS

ÀDEUS, sua presença na minha vida me faz tentar viver a vida de forma mais simples e com felicidade no olhar. Obrigada meu DEUS pela concretização de mais um sonho. Guarde-me tenha sempre aos seus braços com muita luz, carinho e dedicação a minha profissão.

AOS meus PAIS Zezita Soares dos Santos e Olavio Bispo dos Santos por suas alegrias, otimismo imensuráveis e por zelar da minha formação e sucesso.

Aos meus queridos Irmãos em Especial Luciara Soares dos Santos, EdivaldoSoares dos Santose EvaldoSoares dos Santospor compartilhar em toda trajetória da minha vida, incentivando e valorizando cada ato de esforço e conquista para tornar possível a conclusão deste estudo. Sua paz e tranqüilidade que me acalmam que com certeza alicerçam essa família que tanto amo e admiro.

Ao meu Cunhado, Aldair Santos Almeida, pela paciência, colaboração nos enfrentamentos do cotidiano, demonstrando que sua união com minha irmã, aliada a nós, faz-nos bastar uns aos outros.

Aos meus Avôs Paternos e Maternos Cosme Damião Bispo dos Santos, Aidil Marques Moreira, Ricardino Soares Antonio e Maria Ferreira de Castro (in memorian) por todo amor, presença e importância em minha vida.

A toda minha Família, pelos ensinamentos, apoio à educação e por tudo o que representam em minha vida.

AO Prof.º Enf.º Diego Darosa Leal por ser acolhedor e paternal na orientação deste trabalho. Por seu jeito doce de ensinar, por sua humildade e competência que tanto admiro. Por nossas inúmeras partilhas e pelo incentivo e compreensão. A você Diego, todos os méritos de uma grande profissional e meu eterno carinho e gratidão.

A todos os Mestres que de alguma forma contribuíram para somar com nossos conhecimentos, através da sua presença e sabedoria ajudar a concretizar gradativamente nossa realização deste sonho.

A

Banca Examinadora que se disponibilizou em colaborar para meu aperfeiçoamento profissional fornecendo valiosos ensinamentos e reflexões.

As minhas grandes Colegas da Faculdade, companheiras e anjos Alane Miranda e Juliana Batista da minha vida. Pelos momentos que vivemos, não importa aonde vamos levaremos um pouco de cada um de vocês em toda parte. Valeu! Sucesso! Nós merecemos.......

Aos meus Colegas de Trabalho da Secretaria Municipal da Educação, do Colégio Municipal Augusto Gonçalves Costa, do Ho spital Geral de Eunápolis e em Especial as ColegasTécnicas em Enfermagem Ioneide, Rejane, Rosanae Diretora Geral do Hospital Enfª Dione pela cooperação nos momentos em que precisei.

Aos funcionários dos núcleos de Saúde da Família, pela acolhida, disponibilidade e contribuição para a realização da pesquisa. Em especial agradeço o carinho das Enfermeiras Carol e Vera de Jesus Nascimento e os Agentes Comunitários de Saúde pelas informações “caronas” e partilhas.

Aos Cuidadores Familiares de Idosos que com muita disponibilidade aceitaram participar da pesquisa. Agradeço não só por todas as informações que me forneceram, mas pela força que me transmitiram, pela luta diária e pelo testemunho de vida.

A todos os que sofrem e está sós, daí sempre um sorriso de alegria.

Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também

o vosso coração!

Madre Teresa de Calcutá.

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ESUMO

O presente estudo teve como objetivo caracterizar os cuidadores familiares de idosos incapacitados por Acidente Vascular no domicílio. Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória, de natureza quantitativa, realizada em dois bairros Centro e Bandeirante área adstrita aos núcleos de Saúde Centro ESF II – PACS e PSF Hildebrando Bento I no município de Itabela/Bahia no período de junho a agosto de 2012. A amostra constou de 10 cuidadores familiares de idosos com Acidente Vascular Cerebral. Foram consultados prontuários e logo após a aplicação de um questionário semi estruturado com perguntas fechadas relativas aos cuidadores. Os resultados evidenciaram 80% do sexo feminino e morava na mesma residência do idoso; 50% eram casados; 30% eram filhas, seguidos pelos cônjuges 40%; quanto à escolaridade 40% analfabetos e 40% possuíam o ensino fundamental; 40% estavam desempregados; a média da renda familiar foi de 70% com dois salários mínimos; segundo a visita domiciliar 100% recebe visita dos Agentes Comunitários de Saúde; no que se refere a fonte de orientações no contexto como cuidar 50% responderam que aprenderam sozinhos; ocorrência e interferência no cotidiano do cuidado familiar 60% possuem problemas de saúde; 90% referem dúvidas ou dificuldades quanto administração de medicamentos; a auto-avaliação da tarefa desempenhada pelo cuidador 100% afirmam que é gratificante e 90% acham que é uma carga excessiva. Os dados apontam a complexidade de cuidar de um idoso e as suas conseqüências do estresse, despreparo e sobrecarga, revelando a necessidade dos profissionais de enfermagem contribuir na implementação de programa de educação em saúde garantindo melhor qualidade de vida para os envolvidos nesse contexto.

Palavras Chave: Acidente Vascular Cerebral, cuidadores, famíliares, idosos.

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ISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterização dos cuidadores familiares relacionados por sexo, situação conjugal, grau de parentesco e grau de escolaridade.

Tabela 2- Caracterização sócia demográficos dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA

Tabela 3-Assistência dos profissionais da Estratégia da Saúde da Família e interferência dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA

4- Variáveis relacionadas com ato de cuidar no domicílio do município de Itabela/Bahia

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ISTA DE GRÁFICOS

Figura 1- Gráfico- 1: gênero dos cuidadores familiares no município de Itabela/BA, 2012. 44

Figura 2 - Gráfico 2: Situação Conjugal dos cuidadores familiares no município de Itabela/BA, 2012. 45

Figura 3 - Gráfico 3: Grau de Parentesco dos cuidadores familiares no município de Itabela/BA. 2012. 46

Figura 4 - Gráfico 4: Grau de Escolaridade dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA, 2012. 46

Figura 5 - Gráfico 5: Situação Funcional dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA, 2012. 47

Figura 6 - Gráfico 6: Situação Sócio econômica dos cuidadores familiares do município de Itabela-Ba 49

Figura 7 - Gráfico 7: Visita Domiciliar dos Profissionais de Saúde ao paciente dependente de cuidador familiar no município de Itabela/BA,2012. 50

Figura 8 - Gráfico 8: Situações em que são fornecidas orientações quanto as formas de cuidar no domicílio do município de Itabela/BA, 2012. 51

Figura 9 - Gráfico 9: Tipos de interferências no cotidiano dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA, 2012. 52

Figura 10 - Gráfico 10: Dúvidas ou dificuldades mais frequentes em relação aos cuidados no domicílio do Município de Itabela/BA, 2012. 53

Figura 11 - Gráfico 11: Sentimentos relatados relacionados às tarefas desempenhadas pelos cuidadores familiares no município de Itabela/BA, 2012. 54

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O gráfico 03 ilustra o vínculo do cuidador que tem em relação ao paciente. Resultando em: 40% cônjuges/companheiros, 30% filhas, 10% irmãs e 20% outros.

Figura 3 - Gráfico 3: Grau de Parentesco dos cuidadores familiares no município de Itabela/BA. 2012.

Figura 2 - Gráfico 2: Situação Conjugal dos cuidadores familiares no município de Itabela/BA, 2012.

De acordo com os cuidadores entrevistados verificamos o índice e a porcentagem segundo a situação conjugais sendo 50% casados, 20% viúvos, 20% solteiros e 10% outra situação.

Foram pesquisados 10 (dez) cuidadores familiares, o que corresponde a 100%do público alvo, sendo a idade dos cuidadores pesquisados compreendidos entre 35 (trinta e cinco) anos a mais de 60 (sessenta) anos. Todos os sujeitos da amostra foram voluntários tendo sido informados sobre os objetivos da pesquisa.

E com base na pesquisa dessas pessoas entrevistadas verificamos o índice e o percentual de cuidadores correspondente ao gênero masculino, que corresponde a 20% dos entrevistados masculino e 80% correspondente ao gênero feminino sendo eles detalhados na tabela e gráfico 01.

Figura 1- Gráfico- 1: gênero dos cuidadores familiares no município de Itabela/BA, 2012.

ISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABVDs Atividades Básica de Vida Diária.

ACS Agente Comunitário de Saúde

AD Atividade Diária

AITA cidente Isquêmico Transitório

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVC HAcidente Vascular Cerebral Hemorrágico

AVCI Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

AVDs Atividades de Vida Diária

AVE Acidente Vascular Encefálico

CIF Classificação Internacional de Funcionalidade

CID Classificação Internacional de Doença

CF Cuidador Familiar

CFs Cuidadores Familiar

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissível

DM Diabetes Miellitus

ESF Estratégia da Saúde da Família

EUA Estados Unidos da América

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

OMS Organização Mundial de Saúde

PA Pressão Arterial

PACS Programa de Agentes Comunitário de Saúde

PSF Programa de Saúde da Família

QV Qualidade de Vida

SAE Sistematização da Assistência em Enfermagem

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UMARIO

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA 1

1.INTRODUÇÃO 13

2.ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC 19

2.1EPIDEMIOLOGIA E INCIDÊNCIA 21

2.2FISIOPATOLOGIA 22

2.3AVC ISQUÊMICO 24

2.4 AVC HEMORRÁGICO 24

2.5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 25

2.6 FATORES DE RISCO 26

3. ENVELHECIMENTO NO MUNDO E NO BRASIL 27

4. FAMÍLIA E SEU PAPEL NA SOCIEDADE 30

5. SOBRECARGA DO CUIDADOR 32

6. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) 36

6.1 Propostas de Cuidado aos Cuidadores Familiares. 37

6.1.1 Estresse 37

6.1.2 Ansiedade 38

6.1.3 Tensão do Papel de Cuidar 39

7. METODOLOGIA 39

7.1CENÁRIO E POPULAÇÃO DO ESTUDO 40

7.1.1 - INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 41

7.1.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 41

7.1.3 PLANO DE ANÁLISE 42

7.1.4 QUESTÕES ÉTICAS 42

8. RESULTADOS 43

9. DISCUSSÃO 13

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

11. REFERÊNCIAS 19

ANEXO: A 26

Apêndice B 27

Apêndice C 29

    1. INTRODUÇÃO

As projeções demográficas apresentam um grande desafio no âmbito do aumento de idosos para os próximos anos. Hoje em dia o envelhecimento faz parte da imagem da maioria das sociedades o qual sofre variações de sociedade para sociedade mediante os aspectos biológicos, econômicos, sociais, diversidades ambientais, científicos e culturais. Esses aspectos, no entanto, estão correlacionados com o estilo e qualidade de vida que muitas vezes acelerão modo como os indivíduos irão envelhecer. Com o declínio dos nascimentos e índices de mortalidades, aumenta-se a expectativa de vida, o que ocasiona novas preocupações com o atendimento e atenção à saúde do idoso (ALMEIDA, 2005).

Nesse contexto, Brasil (2006) ressalta que as políticas públicas conferem ênfase à saúde da pessoa idosa, objetivando e proporcionando uma vida saudável a população da terceira idade, promovendo assim a atenção primária nos aspectos sociais, alimentação e exercícios físicos.

Confirmando este aspecto Fló e Perracine(2009) mencionam o prolongamento dos anos de vida com ampla capacidade funcional e a forma mais abrangente de independência em todo percurso da vida, com a perspectiva de viver cerca de 20 a 25 anos após os 65 anos, o que configura possibilidades exuberantes para os idosos, em diversos segmentos: Família, Comunidade e Serviços de Saúde.

Percebe-se que o envelhecimento não é um processo isolado que possa apresentar características bem definidas e objetivas. Impactando em conceitos multidisciplinares para que possa compreender a própria vida, além da visão contextualizada no foco social em que ocorre esse fenômeno. Pois, o indivíduo sofre alterações fisiológicas: o exemplo das perdas da função social, perda da renda, amigos, parentes. Caracterizando assim período de medos vulneráveis a segurança pessoal, insegurança financeira e dependência relacionada às sequelas das múltiplas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (SILVA, 2010).

De acordo com Spirduso (2005) entende – se a interface da velhice a ser considerada como a última fase do ciclo da vida que poderá sofrer consequências da longevidade e doenças degenerativas que vem se destacando com índices elevados de problemas de saúde. Estes entraves negativos na predominância de vida longa as pessoas estão mais suscetíveis a sofrer das inúmeras patologias cardiovasculares, morbidade e entre outras.

Segundo estudo de Abreu (2005) aponta que as doenças cerebrovasculares com ênfase para Acidente Vascular Encefálico (AVE) Isquêmico ou Hemorrágico apresentam em sua prevalência de forma mundial, estimando-se cada vez mais um exuberante problema de saúde pública, nesse contexto a área da Geriatria discute as doenças cerebrovasculares apresentando altas taxas de incidências por motivo da relação entre a idade e a predominância de AVE. Todavia pode acomete nas diversas faixas etárias, mas com um aumento bem significativo da sua incidência a partir da sexta década de sobrevivência de vida, podendo ser dobrada a cada nova década.

Essa situação reflete segundo Abrass, Kane, Ouslander (2004) um problema clínico com relevância por afetar cerca de 50.000 pessoas nos EUA. Sendo considerada a terceira causa principal de mortes, mencionando ainda dois fatores de riscos que estão associados ao AVC que são Hipertensão e Diabetes Miellitus, atingindo assim a população de forma alarmante.

Conforme diz Chiallo e Driusso (2007) que chama bastante a atenção sobre os principais fatores de riscos, como: os problemas cardíacos; tabagismo; a falta de atividades físicas; obesidade; aumento de gordura no sangue e estresse que podem levar o individuo a apresentar uma AVC, deixando muitas vezes o enfermo com vários déficits neurológicos e incapacidade funcional. Com por exemplo a perda de independência e até mesmo da autonomia, evidencia-se a necessidade de que alguém venha auxiliar essas pessoas nas suas dificuldades de desempenhar as atividades diárias.

Nesse sentido fica evidente que as doenças crônicas- degenerativas sugerem a participação da família de forma efetiva desempenhando um papel fundamental como centro de prestação de cuidados. Nesse contexto essas doenças configuram-se como um grande desafio para os profissionais de enfermagem e equipe multidisciplinar, principalmente pela dificuldade de prevenir suas ocorrências. Destaca-se assim, a família como alva da prestação de cuidados, uma vez que o envolvimento dos familiares apóia o processo de recuperação e reabilitação podendo contribuir positivamente na saúde do enfermo (ALMEIDA,2005).

Silva(2007) Afirma que, a família também representa para o idoso como a única parceria de alcançar a velhice com dignidade, amor e dedicação à atenção de modo geral.

Para Nogueira(2006) a patologia abrange uma ameaça à integridade própria e familiar. Portanto quando um dos parentescos fica doente, portanto os outros ficam apreensivos e comumente o cliente e a família consideram a doença como um ato de estresse, que poderá ocasionar no desequilíbrio familiar. Quase sempre as responsabilidades de cuidar atribuem a um só sujeito sendo mais freqüente a esposa ou a mãe.

Estudos como o de Faro, Mancussi,Perlini(2005) apontam que a família ainda é a base mais comum em atenção e cuidados, considerada como apoio principal para auxiliar, muitas das vezes só procuram as institucionalização quando acabam todas possiblidades de proporcionar os cuidados.

Embasado nessa vertente, maior parte dessas pessoas cuidadoras sofrem o impacto sócio econômico no aspecto financeiro a classe mais paupérrima. Muitos desempregados, sobrevivendo dos honorários providos da aposentadoria do idoso que se tornam escassos no suprimento sustentável do idoso. Com destaque nos casos de portadores de demências além das incapacidades do AVC, necessitando assim da atenção especial o que expõem o cuidador a estresse excessivo. Necessitando assim de treinamento de qualidade e suporte social a fim de proporcionar saúde aqueles que cuidam. A falta da disponibilização de tal suporte, os cuidadores estarão sujeitos a adoecer, não pelo fato da atividade do cuidado e sim pela excessiva da sobrecarga a que são predisponentes segundo (OLIVEIRA,2010).

Andradeet al.,(2009) faz uma abordagem mediante a situação real exige-se urgência para elaboração e implementação de ações e projetos que visem melhorar o desempenho dos cuidadores de idosos dependentes por AVC com a promoção da Educação Continuada e encorajamento da colaboração e participação da família/cuidador no Planejamento dos Cuidados.

A relevância desta pesquisa reside na fundamentação de reflexões críticas incrementadas aos cuidados familiares a idosos incapacitados por AVC por já está inserida neste contexto como Técnica em Enfermagem na área da Estratégia da Familiar e Hospitalar. Surgindo do interesse em aprofundar no conhecimento sobre o desenvolvimento do envelhecimento com grande repercussão no cuidador familiar do idoso totalmente dependente. Uma vez que sempre deparamos com as inúmeras dificuldades frente aos despreparos, estresses e sobrecargas das famílias em convivência com essa temática a que insere como um fator agravante nas atividades práticas das equipes de saúde em especial do enfermeiro que se encontra inserido no PSF.

Entende-se que é necessário destacar a importância que a família tem nesse contexto de prestação de cuidados, ocorrendo muitas das vezes desespero, sobrecarga de serviço, ansiedade, estresse, sentimentos de tristeza, desânimo, pena, revolta, negativismo e medo do paciente morrer. Foi neste contexto que emergiu o interesse pelo tema “Caracterização do Cuidador Familiar a Idosos Incapacitados por AVC no Domicílio”, pela grande incidência de pessoas portadoras de Hipertensão Arterial o que desenvolve o agravamento da HAS em AVC e assimas pessoas tornando-os dependentes de cuidados em tempo integral. Uma vez que a experiência de cuidar de pessoas acometidas por AVC em domicílio tem se tornado cada vez mais incidente no dia a dia das famílias. Destaca o hospital no incentivo a alta hospitalar impondo desafios à enfermagem em preparar os clientes e familiares com objetivos de reogarnizarem a vida em seus lares. No entanto cuidar de pessoas dependentes e ter total responsabilidade pela assistência prestada ao cliente quer seja no âmbito Institucional de Saúde ou no Domicílio(OLIVEIRA, 2010).

Com os avanços das Políticas de Saúde nos dias atuais os profissionais das ESF ao realizarem as visitas domiciliares se deparam muitas vezes com inúmeras dificuldades nos cuidados e tratamento dos mesmos, constatando a de uma pessoa para ser referência na família com o objetivo de prestar cuidados cabíveis de acordo com as necessidades dos fragilizados totalmente dependentes, alegando não ter tempo para cuidar do familiar, desinteressado, ainda destaca a pertinência do baixo nível sócio econômico que contribui fatores bem preponderantes. O que ocasiona a assistência prestada pelo familiar no domicílio na maioria das vezes deficiências o que leva ao retardamento da recuperação do paciente sediados da falta de higiene, uso incorreto da medicação, alimentação inadequada, cuidados precários e diversos contratempos. Com esse foco o ato de cuidar significa zelar demonstrar a pessoa a sua importância como ser humano e não tendo como imposição de quem cuida. Valorizando assim a própria vida e amenizando o sofrimento e angústia dos que dependem dos cuidados. Não possuindo nenhum conhecimento de base teórica ou até mesmo condições emocionais para tal ação (FERNANDES, 2010).

Nesse contexto deve-se destacar o importante papel das Equipes da Saúde da Família na promoção de educação no desenvolvimento e implementação de Programas ou Projetos de orientação ao cuidador familiar, instruindo adequadamente os cuidadores a cerca desde o mais simples cuidado higiene corporal, até mesmo medidas para infecções e úlceras por pressão, embora com a falta de orientações, muitas pessoas que cuidam de seus enfermos com base nas experiências anteriores, mediante a troca de conhecimentos com outras pessoas, amigos, vizinhos, voluntários e grupos de igrejas. Portanto diante dessa problemática destaca o Papel do Enfermeiro como um mero educador, com um olhar não somente decodificado para a prevenção das doenças crônico-degenerativas, mas, também na orientação aos cuidados familiares visando à melhoria da qualidade de vida dos fragilizados incapacitados (ANDRADE et al., 2009).

Caracterizar o cuidador familiar de idosos incapacitados por Acidente Vascular Cerebral em domicílio no Município de Itabela-Bahia, teve-se como propósito sensibilizar profissionais de saúde da família e seus gestores para uma nova perspectiva no âmbito da saúde, que é a prestação de atendimento a uma sociedade que exige de cuidados especializados requerendo profissionais mais qualificados capazes de lidar com esta nova demanda, que destaca com grande tendência a superar os limites da falta de educação, saúde, pobreza e miséria, da insuficiência social e moral e que apesar de toda a sua fragilidade vem perpassando todos os limites do tempo e da idade cronológica em busca de apenas um objetivo que é a dignidade para viver usufruindo de saúde de qualidade. Portanto deve ter um olhar para essa temática, tornando assim fundamental conhecer e investigar as diversas situações vivenciadas, referente aos cuidados no âmbito domiciliar, pois representam novos desafios para o nosso Sistema de Saúde (ALMEIDA, 2005).

O presente estudo trata-se de um estudo observacional transversal de caráter descritivo e exploratório com abordagem quantitativa. Com aplicação de um questionário semi estruturado aos cuidadores familiares de idosos incapacitados por Acidente Vascular Cerebral no domicílio do município de Itabela/Bahia.

    1. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC

Nesta linha de pensamento Boundyet al., (2004) destaca AVC “derrame” sendo reposição vascular para o encéfalo considerando o foco fundamental para o seu funcionamento. Portanto se houver interrupção ou sangramento dos vasos sanguíneos ocorrerá uma lesão em seu funcionamento sendo considerada uma das principais causas de morbidade e mortalidade.

Oliveira (2011) conceitua acidente vascular como uma doença neurológica, considerada comum, e tem se cada vez mais freqüente em idosos, incapacitante por desenvolver impactos praticamente de forma direta nas funções do ser humano. O que apresenta um grande desafio para as pessoas dependentes o que muitas vezes afetam a sua convivência social. Ressalta que seus impactos tanto de forma negativa e positiva, com a utilização do CIF e de suma importância na diferenciação dos diagnósticos dos indivíduos.

O processo da função cerebral pode ser desencadeado devido a uma isquemia ou hemorragia, a sua classificação deverá ser de acordo com os mecanismos de origem e o local vascular atingido. Sendo que o acidente vascular cerebral encefálico isquêmico ocorre devido ao suprimento sanguíneo cerebral e o hemorrágico é causado pela ruptura da parede de um vaso (BERALDINELLE, 2011).

O AVE pode ser conceitualizado como uma síndrome oriunda por disfunção da circulação encefálica, perda espontânea do suprimento sanguíneo para uma parte do cérebro, proveniente de um conjunto de sinais clínicos de rápido desenvolvimento. Considerado ainda como a maior causa de morte no Brasil e com destaque principal a incidência de lesões permanentes (seqüelas, incapacidades) (MIRANDA, et al., 2009).

Acidente vascular encefálico pode ser definido como uma lesão de rápido desenvolvimento de alteração focal da função cerebral de suposta origem vascular podendo durar mais de 24 horas (CHIARELLO; DRIUSSO, 2007).

AVC é uma alteração neurológica que envolve anormalidades repentinamente do processo de funcionamento do cérebro ocasionado de uma interrupção cerebral ou de uma hemorragia podendo ser parenquimatosa ou subracnóidea (MORAES, 2008).

Os autores Abreu, Chiarrello eDriusso(2007) afirmam que o acidente vascular cerebral encefálico pode ocorrer através de dois mecanismos distintos: através da ruptura de um vaso sanguíneo que desenvolve a hemorragia intracerebral ou pela trombose das grandes artérias. Sendo considerado mais comum, nos idosos destacando a aterosclerose que leva a obstrução arterial o que desenvolve uma isquemia cerebral.

Embasado nessa vertente os acidentes vasculares estão classificado em dois tipos principais: O isquêmico ocorre quando o fluxo sanguíneo é interrompido pela presença de trombos ou êmbolos enquanto o hemorrágico é devido à ruptura de um vaso sanguíneo, havendo extravasamento de sangue para o cérebro ou para o espaço subracnóide (BRUNNER; SUDDARTH, 2008).

      1. EPIDEMIOLOGIA E INCIDÊNCIA

Nos dias atuais, o acidente vascular é considerado um grande causador de incapacidade funcional em todo o mundo atingindo principalmente os idosos, interferindo na capacidade de desempenhar suas atividades diárias. Nesse âmbito estudos demográficos mostram que o número de indivíduos da terceira idade vem aumentando, a previsão é de que a partir do ano 2020 existam 34 milhões de idosos brasileiros, considerando assim a sexta população mais velha do planeta segundo autores (PEDREIRA; LOPES, 2010).

Boundyet al., (2004) e Garanhani (2009)apontam que o AVC é a terceira causa mais comum de morte nos EUA com grande incidência de incapacidades crônicas das funções neurológicas ocasionando internações hospitalares, dependências em relação com o grupo etário de 55 a 64 anos. Podendo atingir indivíduos de qualquer idade sendo mais prevalente nos homens principalmente na população negra. O que requer a necessidade de alguém que auxilie no cuidado e atenção na realização dasAD.

Essa situação reflete segundo Faro, Mancussi e Perline(2005)Umphred (2004), afirmam que cerca de 40% a 50% das pessoas que apresentam AVC morrem após seis meses. E os que sobrevivem poderão desenvolver um déficit neurológico e incapacidades bem relevantes, dessa forma 31% necessita de assistência médica, 20% precisa de auxílio para locomoção, 16% estão em instituições específicas para clientes crônicos e 71% ficam totalmente deficientes após sete anoso que destaca essa doença como a primeira causa de incapacitação funcional no mundo ocidental.

Confirmando este aspecto Andrade (2009) diz:que as medidas de prevenção comprovam uma decadência bem significativa em sua incidência nos últimos anos, no entanto o acidente vascular cerebral é ainda a terceira causa de morte. De acordo com as estatísticas cerca de dois milhões de pessoas que sobreviveram ao acidente vascular cerebral 40% destas necessitam assistência integral.

Vale ressaltar que mediante os avanços alcançados na saúde constata-se que o AVC, classifica como um problema neurológico primário, trazendo conseqüências para os idosos, doença incapacitante, desse modo não atinge só o cliente, mas também à sua família. Estudos comprovam que a população está vivendo mais, dessa forma o número de pessoas incapacitadas de realizar as suas atividades tendem a aumentar.

      1. FISIOPATOLOGIA

Umphred (2004) classifica um acidente vascular em três fases mediante ao seu processo patológico sendo por mudanças trombóticas, embólicas e hemorrágicas.

Um AVC ocorre quando os vasos sanguíneos são bloqueados sendo que a causa mais freqüente é por placas arterioscleróticas em artérias responsáveis pela nutrição do cérebro o que faz desenvolver um coágulo bloqueando a artéria ocasionando a perda das funções cerebrais em uma determinada área do cérebro. As conseqüências neurológicas em pessoas podem lesionar o lado esquerdo do cérebro ocorrendo à perda da fala, além de funções motoras do hemisfério esquerdo podendo apresentar paralisia espásticas em grande parte dos músculos do lado oposto do corpo (GUYTON;HALL, 2006).

De acordo com a elevação do metabolismo em uma determinada área o cérebro protege o seu próprio abastecimento de sangue fazendo com que controle a sua resistência vascular. A auto-regulação e a pressão do fluxo poderão contar com a presença de hipertensão arterial e se há aumento do fluxo sanguíneo possivelmente desenvolverá uma AVE (MORAES, 2008).

A isquemia cerebral ocorre quando a pressão arterial diminui para 40 mmHg por motivo da perda do sangue. Portanto as descargas nervosas simpáticas ocorrem simultaneamente em diversas quantidades do que a atividade neural. No entanto acontece a vaso constrição e o aumento da contratibilidade miocárdica, desenvolvendo uma isquemia cerebral mais severa (BERNE, et al., 2004).

Contin (2011), por sua vez menciona que o AVC isquêmico ocorre pela oclusão de um vaso cerebral, sendo mais comum na circulação arterial do que na venosa provocado por um trombo ou embolia. Na interrupção de uma artéria dificilmente cessa o fornecimento de O²e glicose, porque no processo de circulação sanguínea em uma região isquêmica é parcialmente controlada por vasos colaterais. A isquemia incompleta é responsável pela dinâmica espacial e temporal do infarto cerebral.

O distúrbio do processo circulatório causador de isquemia pode ser oriundo da obstrução vascular cerebral desenvolvendo anormalidades da circulação sistêmica se tornando hipotensivo. Ocorrendo o impedimento da circulação arterial sofrerá diversas alterações funcionais no local acometido, que resultará na morte dos neurônios (MORAES, 2008).

Em um ataque cerebral isquêmico, acontece uma desordem do fluxo sanguíneo por motivo da obstrução de um vaso sanguíneo o que desenvolve uma série de eventos metabólicos que é denominada cascata isquêmica ocorrendo no início na área do infarto com diminuição do fluxo sanguíneo considerado penumbra, sendo que o local da penumbra pode ser revitalizado após administração do ativador do plasmogênio tecidual (BRUNNER; SUDDART, 2008).

      1. AVC ISQUÊMICO

Acidente vascular cerebral isquêmico, ou ”ataque cerebral” déficit neurológico, no entanto esse termo vem chamando atenção dos profissionais de saúde e sociedade em geral devido a sua incidência e ocorrência no cérebro. Considerando um problema de saúde devendo prestar os cuidados e atenção para prevenção em caráter de urgência,por está semelhante a um ataque cardíaco (BRUNNER; SUDDART, 2008).

Com base em estudos realizados por Abreu, (2007) e Contin (2011), reforçam que o AVCI está classificado em dois tipos de lesão isquêmica aguda. A suspensão ou deficiência da circulação do sangue no cérebro de forma global acontece quando há a diminuição geral da perfusão cerebral a exemplos dos valores pressóricos muito baixos, parada cardíaca e choques. E o outro tipo acontece pela redução ou ausência do fluxo sanguíneo para um determinado local do cérebro por motivo da oclusão arterial, embólica ou trombótica de um vaso grande ou pequeno.

2.4 AVC HEMORRÁGICO

O AVC Hemorrágico é ocasionado mediante uma hemorragia no qual ocorre uma ruptura espontânea da parede de uma artéria por motivo de uma elevação da pressão arterial, aneurisma, deformação arteriovenosa, lesão cefálica, ou distúrbios hemorrágicos (CONTIN, 2011).

De acordo com Boundyet al., classifica a hemorragia como uma das causas mais comum de acidente vascular cerebral que pode acontecer espontaneamente sem distinção de idade, pois sua causa é oriunda por motivo da elevação da pressão arterial ou por um aneurisma, ocorrendo uma obstrução de uma artéria cerebral.

2.5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas estão relacionadas coma área do cérebro atingido, no caso do AVCI (referente às artérias carótidas interna, cerebral média e anteriores) ocorre déficits motores, sensitivos, visuais, diplopia, ptose, palpebral, anemocoria, disartria e disfagia. A depender das lesões isquêmicas dos hemisférios do cérebro pode acometer uma alteração do estado mental segundo autores (AGRA; LAVOR; NEPOMUCENO, 2011).

De acordo com Brunner & Suddarth (2008) uma cidente vascular cerebral isquêmico pode desenvolver vários déficits neurológicos a depender da região lesionada. O cliente poderá apresentar os seguintes sinais e sintomas: hemiplegia/hemiparesia, alterações do estado mental, afasia, apraxia, distúrbios perceptivos, hemianopsia, ataxia, cefaléia, déficits cognitivos, emocionais, perda sensorial.

As manifestações clínicas classificam de acordo com a artéria afetada, sendo que o AVC ocorrido no hemisfério esquerdo os sinais e sintomas ocorrerão do lado direito e vice versa. No entanto se a lesão for aos nervos cranianos, à disfunção acontecerá no mesmo lado da hemorragia ou da má circulação arterial (BOUNDY et al., 2004).

Embasado nessa vertente Abreu (2007) afirma que as dificuldades da percepção são consideradas como um dos principais fatores que se tornam limitantes da recuperação funcional motora após acontecer à lesão, se a área atingida for do lado direito, a fraqueza ou paralisia será à esquerda, podendo ter perda do não- reconhecimentos dos objetos, familiares, podendo afetar o indivíduo de diversas maneiras tornando-os totalmente dependentes de atenção e cuidados.

O cliente pós-AVC pode apresentar instabilidade emocional, alterações do estado mental, intranqüilidade, comumente no período noturno este pode apresentar alucinações, ilusões e delírios, podendo encontrar dificuldades de relacionamento ficando impaciente, impulsivo, com pouca disposição para as terapias e tratamento, levando ao isolamento social (RESCK et al., 2004).

2.6 FATORES DE RISCO

Com base em estudos realizados por Abreu (2007) aponta-se que a idade é o maior risco para as patologias cerebrovasculares, observa ainda grande prevalência em negros, a hereditariedade que são considerados fatores de risco não modificáveis. Já os fatores modificáveis principais tais como a HAS e DM, podendo apresentar maior índice de incapacidade e mortalidade. A hipercolesterolêmica, obesidade, tabagismo, álcool, algumas doenças cardiovasculares e contraceptivos orais também são considerados fatores de riscos para o acidente vascular encefálico isquêmico.

A hipertensão arterial é a principal causa do AVC destacando com alta incidência, existe uma correlação com os valores pressóricos sendo que o aumento da pressão arterial sistólica bem como a diastólica contribuem para o risco. Portanto o controle da PA é fundamental para diminuir em até 42% o acontecimento desse acidente (MORAES, 2008).

Abrass,Boundyet al., Kane, Ouslander (2004) descrevem que os fatores que apresentam com grande risco de AVC são os indivíduos que tem história de AIT, principalmente em pacientes que não foram tratados adequadamente, sendo associados aos seguintes fatores: idade, aterosclerose, hipertensão, diabetes, tabagismo, taxas de triglicerídeos elevados e histórias de doenças cardiovasculares.

Segundo estudos de Boundy et al., (2004) o AVC também pode ser provocado por uma trombose, embolia e hemorragia cerebral, sendo que a trombose se destaca com maior ocorrência em idosos e a trombose como segunda causa mais comumente em indivíduos com história de cardiopatia reumática.

3. ENVELHECIMENTO NO MUNDO E NO BRASIL

No Brasil, previsto no Estatuto do Idoso em sua publicação no ano de 2003, considera-se idosos pessoas com idade acima de 60 anos. E a decorrência da velhice manifesta por decadência das funções dos diversos órgãos, que tende a ser lineado em virtude do tempo.Entende-se que a partir dos 30 anos de idade, ocorre a diminuição de 1% das funções do organismo, sendo que as alterações orgânicas variam não somente de um órgão para outro, porém entre indivíduos que possuem a mesma idade o que diferencia o envelhecimento de uma pessoa para outra (DRIUSSO, 2007).

Leme (2006) diz que no Brasil está constatado que existe uma relevante explosão demográfica da população da terceira idade, vigentes nos dados epidemiológicos demonstram o aumento de pessoas idosas, destaca grande tendência a dobrar nos próximos dois anos. Taurini et al., também defini que o processo do envelhecimento, em nossos últimos quarenta anos a transição demográfica é associada a decorrência da diminuição dos valores de fecundidade, mediante a implantação do planejamento familiar e da elevação da elevação da expectativa de vida que visa de 33,7 anos em 1900 para 68,6 anos em 2000 com projeções de 72,1 anos em 2020.

De acordo com o aumento dos números relativos e absolutos de idosos, visualiza alterações bem significativas no perfil populacional. Dessa forma o Brasil vem desenvolvendo um novo aspecto de saúde no âmbito das doenças, visando um novo modelo de atenção domiciliar ao idoso nas múltiplas dependências na realização das atividades diárias (AD) (PAULIN, 2011).

Confirmando este aspecto Mafra (2010) aponta que o Brasil , assim como os demais países o envelhecimento vem crescendo, apresentando diversas conseqüências na interação familiar e do próprio indivíduo na interface do estilo de vida, atingindo a qualidade de vida das famílias e pessoal referente ao bem estar social dos envolvidos nesse contexto.

O envelhecimento é um processo fisiológico do organismo dando início a partir do crescimento e desenvolvimento, começando com a natalidade e terminando com a mortalidade. Destaca ainda que o índice do envelhecimento apresente diferença entre homens e mulheres (SPIRDUSO, 2005). Seguindo o mesmo pensamento, Freitas etal., (2006) o termo envelhecimento é conseqüentemente conceituado como mudanças morfofuncionais no decorrer da vida que progressivamente comprometem a capacidade de respostas às pessoas no âmbito do estresse ambiental e à preservação da homeostasia.

Fló, Perracini (2009) conceituam a funcionalidade sendo processos importantes no envelhecimento dos seres humanos, no entanto estão correlacionados com a capacidade física e psicocognitiva na execução das atividades diárias e as condições de saúde. Portanto considera-se a funcionalidade na fase da velhice importante influência no aspecto fisiológico, por gênero, idade, nível de escolaridade, cognição e fator ambiental.

De acordo com Lobo (2010) considera que envelhecer pode ser entendido como um aspecto natural, que resulta na diminuição da funcionalidade dos seres humanos. A senescência que muitas das vezes não causam grandes problemas de saúde, enquanto a senilidade pode ser caracterizada por várias situações tais como: estresse, acidentes, múltiplas doenças podendo desenvolver alterações patológicas que requerem uma assistência. Cabe salientar que os estilos de vida saudável podem contribuir para a minimização dos efeitos da senescência.

Em virtude da transição demográfica o Brasil vem perpassando por um processo natural do envelhecimento populacional. Essa transição desenvolve um impacto à medida que os avanços e a qualidade de vida não atingem de forma igualitária todos os degraus socioeconômicos. Nesse contexto os indivíduos com baixa renda estão mais suscetíveis as limitaçõesdo envelhecimento, doenças crônico-degenerativas e acesso aos serviços de saúde o que conseqüentemente estão relacionados com as limitações ou incapacidades funcional dos idosos (DAMY, 2010).

Segundo Braz (2008) menciona que as alterações no perfil demográfico da população modificam a estrutura etária populacional, por motivo do declínio das taxas de fecundidade e de mortalidade com vertentes relacionadas aos desenvolvimentos tecnológicos e terapêuticos das patologias em especial as crônicas que vem desafiando como causadora principal do aumento da população idosa, apresentando em destaque no Brasil. Dessa forma a sociedade idosa faz com que tenhamos um olhar mais presente em nosso meio, no que diz respeito às doenças crônico-degenerativas, visando uma assistência contínua. O que vem desafiando o Programa de Saúde da Família no âmbito da reorganização do SUS na visão da aplicação real de seus recursos às demandas de acordo com cada módulo de atenção à saúde.

Pereira (2009) discorrendo a respeito das Políticas Nacional de Saúde da Pessoa Idosa aponta essa temática com base às prioridades de se fazer inclusão nas condições funcionais das interfaces políticas de saúde, o que recomenda uma assistência aos idosos de qualidade, sendo avaliada e planejada, com o pressuposto de prevenir os desgastes dos cuidadores de idosos dependentes.

4. FAMÍLIA E SEU PAPEL NA SOCIEDADE

Cabe ressaltar a importância da família na sociedade contemporânea. Em períodos anteriores eram mais numerosas. Geralmente aglomerados num mesmo localdividindo as mesmas atividades laborais, consideravelmente mais próximos, promovendo um grande envolvimento de seus familiares e parentescos, possibilitando que prestassem cuidados de seus genitores quando eles viessem a necessitar. No entanto o comprometimento familiar, todavia, vem sofrendo alterações, assumindo novos arranjos em decorrências das taxas de natalidade, atualmente (FLÓ; PERRACINI, 2009).

Mazza (2008) define a família como fonte principal em promover o cuidado, no entanto devido à modernidade vem trazendo novas possibilidades de acesso no que se refere às culturas familiares com presença em massa da mulher no mercado do trabalho, menores taxas de fecundidades, avanços da tecnologia, urbanização, surgimento e inovações dos papéis de gêneros e aumento da longevidade influenciando em um novo paradigma familiar.Confirmando esse aspecto o MS (2006) aborda a execução das tarefas cabíveis aos membros das famílias no ato de prover e cuidar, sendo que a função de prover está mais vinculada ao trabalho para manutenção do sustento da economia familiar. Enquanto a atividade de cuidar é meramente exercida pelo gênero feminino por ser concomitante com as atividades da preparação da dieta, do afeto, da atenção intensificada no ambiente e outras atividades domésticas.

Nesse sentido, Carreira (2006) faz uma reflexão sobre o papel da família, com atenção aos cuidados familiares, vem sendo estudado nas últimas décadas no Brasil. Mediante aos desafios o modo de vida das pessoas vem ressaltando no acréscimo da expectativa média da sociedade brasileira. Dessa forma as transições demográficas definem um mais jovem perfil da população mundial, no entanto a cada ano as estatísticas apontam um percentual de pessoas com mais de sessenta anos, causando impactos nos diversos aspectos da sociedade a exemplo das condições crônicas e características como a sociedade vive atualmente.

O estudo de Almeida (2005) ressalta que a crise social apresenta um impacto para a sociedade no que tange ao descaso dos diversos aspectos fundamentais da vida a exemplo das crianças abandonadas, idosos, carência na alimentação básica, educação mínima e acesso à saúde pública com direitos de igualdade e qualidade.

Conforme comenta Gratão (2010) a família comumente assume as responsabilidades da saúde de seus parentescos, constituindo uma unidade de prestação dos cuidados em geral no que emerge a promoção da saúde. Atuando ainda nas múltiplas áreas do complexo educacional, econômico, doméstico e socialização de afeto e amor. Nessa linha de pensamento Oliver, F.C. e Rafacho, M. (2010) afirmam que a família se caracteriza também como peça essencial na formação pessoal e social dos seus membros desenvolvendo assim a função do cuidar, tornando cada vez mais intensificado esse papel com relação às dependências psíquicas e físicas de seus familiares.

Lefêvre,Mazza (2005) afirmam que no Brasil, a pessoa idosa e seus familiares ainda podem ser considerados como um dos segmentos de exclusão da sociedade, com ênfase os indivíduos da terceira idade com dependências, paupérrimos, tanto nos aspectos da saúde bem como das políticas sociais. Anjos (2010), em uma revisão da literatura, apontam que as políticas públicas correlacionadas aos recursos comunitários no que se refere ao cuidado à saúde do idoso ainda são ineficazes para uma assistência qualificada. Ressalta a necessidade de implantação e desenvolvimento de projetos e programas que abrangem a promoção, prevenção aos clientes com total dependência, quer seja tanto para os hospitalizados ou em domicílio. Estes autores mantêm a visão de imbuir todos os locais da sociedade em abrangência dos idosos interligados ao apoio familiar.

De acordo com o conceito de cuidador adotado pela Política Nacional do Idoso em 1994 aborda que o cuidador pode ser a pessoa, membro ou não da família quer seja remunerado ou não, visando cuidar do idoso com incapacidades na realização das atividades diárias, como por exemplo: a alimentação, higiene corporal, medicação de rotina, acompanhamento dos diversos serviços provenientes do dia a dia, exceto os procedimentos técnicos de origem da profissão legalmente estabelecidas particularmente da Enfermagem (GRATÃO, 2010).

5. SOBRECARGA DO CUIDADOR

Loureiro (2011) cita que o exercício de cuidar de um parentesco as pessoas perpassam por várias situações que por sofrer mudanças radicais no estilo de vida do sujeito cuidador. Nesse contexto ora abordado aponta uma avaliação empírica a sobrecarga do cuidador, em especial os CFs, mediante essa temática se tornará um problema desafiador a saúde primária da esfera pública.

O MS (2006, p.192) define que:

O ato de cuidar é voluntário e complexo tomado por sentimentos diversos e contraditórios como raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação e choro. Esses sentimentos podem ser simultâneos e devem ser compreendidos, fazendo parte da relação entre o cuidador e a pessoa cuidada. É importante avaliar a presença de estresse entre os cuidadores. Isso pode ser um fator de risco da ocorrência de situações de violência contra os idosos ou adoecimento do próprio cuidador.

Como conceitua Amendola (2007) a sobrecarga do CF é composta de duas dimensões tais como: objetiva e subjetiva. Sendo que a sobrecarga objetiva está correlacionada com os aspectos reais mediante a presença de um membro doente na família, problemas financeiros, AVDs, impactos na vida social e profissional. Enquanto a sobrecarga subjetiva é focalizada para as alterações emocionais, sentimentos negativos, alta tensão psicológica, tristeza, desamparo e culpa no processo da morte.

Essa situação reflete, segundo Gratão (2010) e Pontes (2008) afirmam que o impacto do cuidar, geralmente pode ser classificado pelo termo “burden”, conhecida e utilizada desde o ano de 1946 no ramo da saúde mental na literatura inglesa que quer dizer sobrecarga, interferência, distúrbios emocionais, físicos, psicológicos, aspectos sociais e econômicos vivenciados por familiares cuidadores advindos das realizações dos cuidados aos indivíduos incapacitados. O que faz diferenciar a síndrome de burnout que acomete mais os profissionais formais, doença imbuída a atividades laborativas que estão instituídas no CID 10, pelo Decreto nº 3.048 em 1999 pela sigla Z 73.0.

Como relatam Baptista, Moraes e Souza (2004) a sobrecarga de trabalhos poderá desenvolver um estresse que conseqüentemente sofrerá uma síndrome de burnout por motivo de alta tensão oriundos de frustrações, conflitos, alterações emocionais, despersonalização, negatividade pessoal e interpessoal, além de outras alterações no organismo humano a exemplo de: patologias cardíacas, gastrointestinais, distúrbio do sono e processos infecciosos.

Na literatura encontram se pesquisas como a de Gratão, Lima (2010) que acrescentam os déficits cognitivos trás conseqüências no discorrer da vida do idoso, destacando como um dos principais motivos aperda da independência do idoso. Nesse processo surge o papel do cuidador para colaborar na realização das atividades básicas da vida diária (ABVDs) o que desenvolve altos índices de acometimentos de burden nos cuidadores. Por sua vez a sobrecarga é árdua podendo sofrer alterações na Q.V. de quem está prestando os cuidados e não apenas de quem apenas é cuidado.

A sobrecarga pode desenvolver transtornos psiquiátricos, tornando necessária a ingestão de medicações psicotrópicas e analgésicas diariamente, tendo assim a própria saúde prejudicada interferindo na falta de condições para o cuidado do idoso dependente, comprometendo os processos sociais, econômicos, envelhecimento precoce, desestrutura da família edoenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes mellitus (ROSSET, 2010). Dessa forma Pontes (2008), após revisão bibliográfica constata que o desafio de estudar sobre o cuidador, deve estar focado nos problemas de saúde, pois sobre eles recaem uma sobrecarga em decorrência de uma rotina de cuidados despendidos aos seus enfermos. Conseqüentemente serão acometidos pelos sintomas de estresse oriundo da Síndrome “Burden” aos cuidadores quer seja nas áreas geriátricas ou psíquicas.

Os autores Isaacs e Townsend (2002) conceituam o estresse e o ambiente como um processo que desenvolve alterações fisiológicas e psicológicas nos indivíduos tornando necessário e imprescindível a realização de ajustes na qualidade de vida que sobrecarrega as pessoas. O cuidador está sujeito aos acometimentos do estresse, ansiedade e seus distúrbios relacionados à ansiedade. Em análise da situação a sobrecarga de cuidados a uma pessoa requer alterações adaptativas que desenvolve respostas inespecíficas no organismoa exemplo da ansiedade e seus distúrbios o cuidador está advento às sensações apreensivas, ao medo, intranqüilidade, podendo ser classificada como destrutiva desenvolvendo sintomas físicos e comportamentais.

No estudo de Contin (2010) que teve como objetivo em fazer uma abordagem ampla vivenciada pelas famílias compreendidas por cônjuges (esposa, esposo), filhos de gênero principalmente, mulher, cuidadores de pessoas da terceira idade fragilizados às margens do domicílio, considerando que esse cuidado é uma tarefa, comumente de caráter totalmente ininterrupto tais como: medicar, cuidados com eliminações fisiológicas, higiene corporal, ambiente, controle da saúde, acompanhamento médico, lazer e diversas situações que podem causar conflitos, desgastes físicos e psíquicos. No entanto, o cuidador informal ainda não possui uma lei de respaldo político e econômico que considere como profissão, sendo meramente de responsabilidade doméstica.

Em contato de forma direta com as DCNTs estão mais suscetíveis a diversos eventos estressantes em conseqüências acarretam no surgimento de tensões nervosas, preocupações e sobrecarga para a família, o que requer um planejamento com novas estruturas, organização dos papéis familiares, impedindo que as famílias se fragmentem nesse contexto da assistência a saúde do idoso incapacitado (SILVA, 2010).

6. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)

Ressalta que a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, contribuirá no surgimento dos primeiros passos a serem selecionados no âmbito das diversas teorias vinculadas nas atribuições de enfermagem. Desta forma requer dos enfermeiros a compreensão dos paradigmasna realização dos diagnósticos na prática dos planos assistencial, mediante aos novos avanços da globalização e das políticas de saúde (PINHEIRO; TANNURE, 2010).

A SAE é fundamental para realização de um serviço planejado e organizado por parte dos profissionais de saúde, refletindo na melhoria da saúde e qualidade de vida das pessoas, com a visão holística. Possibilita ao enfermeiro a utilização de métodos e estratégias que corroboram com os diagnósticos no que presume a saúde/doença, proporcionando subsídios para as ações na promoção, prevenção da saúde dos indivíduos enfermos, a família e a comunidade na qual se insere segundo afirmação deste autor (NANDA, 2010).

LeFrevre (2005) diz que o processo de enfermagem é norteado por cinco etapas fundamentais sendo elas as investigações, diagnósticos, planejamento, implementações e avaliações de enfermagem, proporcionando a humanização no âmbito dos cuidados de acordo os processos sistemáticos, dinâmicos, com ênfase ao humanizado a fim de desenvolver o que são destinados aos resultadose orientações aos usuários do sistema de saúde.

Cada ser humano apresenta suas particularidades de acordo com seu ambiente. No entanto os diagnósticos são modificados mediante as avaliações em um processo contínuo no contexto das cinco fases do processo de enfermagem (CARPENITO-MOYET, 2006). Nessa linha de pensamento Pinheiro; Tannure (2010) menciona que a investigação tem a finalidade de determinar a coleta de informações referente aos fatores de riscos, problemas de saúde do paciente, da família e da comunidade. O diagnóstico visa à interpretação dos dados clínicos. Planejamento consiste em priorizar, diminuir ou prevenir os problemas. A implementação seu objetivo é programar, intervir ações a fim de proporcionar um cuidado integral ao ser humano. E para consolidar todo esse processo a avaliação promove a eficácia da SAE implementada, confirmando se o paciente apresentou melhora ou não do quadro clínico. Não havendo progresso do paciente a prescrição deverá ser modificada sempre que for necessário.

6.1 Propostas de Cuidado aos Cuidadores Familiares.

Dentre os diversos diagnósticos de enfermagem relacionados com a sobrecarga dos cuidadores familiares a idosos incapacitados, os mais freqüentes são estresse, ansiedade, tensão do papel de cuidar. Visando promover responsabilidade individual pelas atividades específicas, incluem-se possíveis intervenções e implementações no âmbito da Sistematização da Assistência de Enfermagem.

6.1.1 Estresse

Segundo Atkinson, Murray (1989), o diagnóstico de enfermagem estresse evidenciado pela sobrecarga das atividades realizadas no cotidiano, fator principal na interferência, desgaste das respostas fisiológicas do organismo humano. Dessa forma Isaacs (1998) defini estresse como um processo físico, químico, alterações do sistema emocional e cognitivo. Em seqüência do plano de cuidado o enfermeiro deverá colaborar com o paciente promovendo metas, ajudando a lidar com a real situação, implementando e encorajando o uso de estratégias adaptativas com o objetivo de reduzir o estresse, sempre dando apoio, perseverança, orientar quanto à realização de atividades físicas, técnicas de relaxamento, meditar, ouvir músicas, instruir ou encaminhá-lo a um programa de controle do estresse.

A evolução ou avaliação de enfermagem considerada como etapa final do processo de enfermagem, o qual possibilita o enfermeiro determinar as respostas do paciente mediante as intervenções de enfermagem analisando se os objetivos foram alcançados (BRUNNER & SUDDARTH, 2008). No entanto deve questionar-se se o cliente é capaz em usar os diversos recursos para lidar com o estresse e se relata ter sido bem-sucedido na diminuição e controle dos fatores que são oriundos deste (ISAACS, 1998).

6.1.2 Ansiedade

A ansiedade é considerada como um sentimento de inquietação, desconforto apreensão relacionados a conflitos, estresse, alterações das condições de saúde, ameaças reais ou imaginárias. Pode ser leve, moderada, grave e muitas das vezes levando ao pânico (DOENGES, MOORHOUSE e MURR, 2010; ISAACS, 1998). Nesse sentido do processo de cuidar, Townsend (2002) diz que o enfermeiro deverá colaborar com o cliente corrigindo as interpretações catastróficas dos sintomas físicos, enfatizarem a importância da auto-satisfação (p. ex., atender aos interesses de desenvolvimento pessoal, lazer e atividades sociais). Encaminhar para aconselhamento ou psicoterapia, conforme a necessidade e ensinar o cliente os sinais e sintomas que aumentam a ansiedade e maneiras de interromper sua progressão.

Os autores Doenges, Moorhouse e Murr (2010) ainda mencionam que os resultados esperados/ avaliação estarão relaxados e relata que a ansiedade foi diminuída, expressando que tem consciência dos sentimentos de ansiedade, capaz de utilizar os recursos ou sistemas de apoio com eficiência.

6.1.3 Tensão do Papel de Cuidar

A tensão do papel de cuidador, conforme Townsend (2002) está relacionado com a ausência de lazer, sobrecarga de cuidados e evidenciados pelos sentimentos do estresse, depressão, raiva, conflitos entre membros familiares em torno dos problemas, providos dos cuidados dos seus dependentes. Doenges, Moorhouse e Murr (2010) percebem assim, a necessidade de colaborar com o paciente o profissional de saúde enfermeiro deverá aplicar o plano de cuidado ajudando a reconhecer os sentimentos, a lidar com os problemas, facilitar reuniões familiares, estabelecer contato com a equipe de saúde da família para coordenar os cuidados, assegurar apoio e ajudar a solucionar problemas.

Na avaliação de enfermagem deve-se analisar se há necessidade de modificações do plano de cuidado. O cliente demonstra que seu trabalho está trazendo melhores qualidades de vida. O cliente apresenta melhoras, conquistas, progressos no sentido dos resultados esperados (DOENGES, MOORHOUSE e MURR, 2010).

7. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo observacional transversal de caráter descritivo e exploratório com abordagem quantitativa. Para Andrade (2001),a pesquisa descritiva baseia-se na descrição de fenômenos relativos à profissão, baseados em observação, descrição e classificação dos fenômenos que são observados. É uma modalidade de pesquisa bastante utilizada na enfermagem. A pesquisa exploratória inicia-se por algum fenômeno de interesse e, além de observar e registrar a incidência do fenômeno busca explorar as dimensões deste, a maneira pela qual ele se manifesta e os outros fatores com os quais ele se relaciona. Inserindo a investigação quantitativa no contexto deste estudo, ressaltamos particularmente os focos que essa metodologia esclarece e auxilia, encarregando-se de fornecer subsídios que são necessários para a concretização desse estudo. Construiremos nosso percurso metodológico a partir dos seguintes aspectos:

7.1CENÁRIO E POPULAÇÃO DO ESTUDO

Local de estudo foi realizado em dois bairros Centro e Bandeirante da cidade de Itabela, é um municípiobrasileiro do estado da Bahiaàs margens da BR-101. Sua população é de 28.390 habitantes, área de 851 Km², segundo dados estatistico do IBGE/2010. A população de estudo foi constituída pelos cuidadores familiares de idosos incapacitados por AVC, moradores nas áreas adstritas aos núcleos de Saúde da FamíliaPSF Hildebrando Bento I e Centro ESFII e PACS selecionados, cadastrados nessas unidades e usuários de algum dos diversos serviços oferecidos.

Neste estudo foi considerado o cuidador informal, ou seja, o cuidador exclusivamente familiar, não-remunerado, que é responsável pelo cuidado domiciliar, e que assim permanece a maior parte do tempo com o idoso.

Foram selecionadas primeiramente, as famílias que possuíssem pacientes idosos com dependência ocasiona do por AVC. A seguir, em cada família com idoso (s) dependente (s), seria identificado o cuidador informal, sujeito da pesquisa.

O levantamento dos idosos dependentes, de cada núcleo de saúde da família, foi realizado junto aos agentes comunitários de saúde (ACS). Esclarecidos os objetivos do estudo e características do sujeito, cada agente dentro da sua micro área, identificar os indivíduos que se enquadravam dentro das características do estudo. Aos ACS foi esclarecido que os idosos deveriam apresentar algum tipo de dependência, que poderia levar à necessidade de ter cuidadores familiares.

7.1.1 - INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Após a autorização da instituição, foi entregue aos participantes um termo de Consentimento Livre e Esclarecido, trazendo informações a respeito da pesquisa. Para a realização da coleta de dados foram utilizados os seguintes recursos: um questionário semi-estruturado com perguntas fechadas, que englobam variáveis que definiram os objetivos da pesquisa.

As variáveis consistiram de informações dos Cuidadores Familiares (CFs) de idosos incapacitados por Acidente Vascular Cerebral no Domicílio do Município de Itabela/Bahia tais como: sexo, situação conjugal, grau de parentesco, grau de escolaridade, situação funcional, rendimento familiar, presença de visita domiciliar, orientações para cuidar, alterações no cotidiano como cuidador familiar, dificuldades e impactos à saúde e como se sentem identificados quantos aos cuidados prestados no domicílio.

7.1.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi organizada em três partes: Na primeira, foi feito o levantamento, junto aos agentes comunitários e as enfermeiras, dos idosos, de cada microárea, que tivessem algum grau de dependência por AVC e que possuíssem cuidadores.

Realizado o primeiro levantamento, a segunda partedo trabalho foi iniciada junto aos prontuários de cada unidade, esclarecendo informações quanto ao diagnóstico clínico e endereços completos dos idosos incapacitados.

A terceira parte do levantamento consistiu na aplicação do Questionário “Caracterização do Cuidador Familiar a Idosos Incapacitados por Acidente Vascular Cerebral no Domicílio do Município de Itabela/Bahia”. (APÊNDICE C) aos cuidadores familiares, realizado no momento da visita domiciliar, através da pesquisa analítica descritiva.

7.1.3 PLANO DE ANÁLISE

Para a análise dos dados foram utilizadas técnicas de estatística descritiva, envolvendo a obtenção de distribuições absolutas, percentuais e medidas estatísticas. O programa a ser utilizado foi o EXCEL 2007 (pacote de aplicativos e programas do WINDOWS 7), onde foram apresentados sob forma de tabelas e gráficos, com o intuito de apresentar, de forma clara e objetiva, ao leitor, os resultados que foram obtidos por meio desta pesquisa.

7.1.4 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo utilizou-se seres humanos, sendo um campo de pesquisa. Obedecendo à Resolução nº. 196/96 do Ministério da Saúde, através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B). Assim, os sujeitos participantes do estudo manifestaram o seu consentimento pós-informado, podendo ser facultada a possibilidade de desistirem a qualquer momento de participar, conforme desejassem, sem qualquer tipo de prejuízo. Foi garantido o sigilo de sua identificação e de suas respostas.

8. RESULTADOS

Tabela 1. Caracterização dos cuidadores familiares relacionados por sexo, situação conjugal, grau de parentesco e grau de escolaridade.

Pesquisa no Domicílio-2012

Figura 4 - Gráfico 4: Grau de Escolaridade dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA, 2012.

Neste gráfico 04 os entrevistados se distribuem conforme seu grau de escolaridade nos seguimentos de 40% analfabetos, 40% ensino fundamental e 20% ensino médio.

Tabela 2: Caracterização sóciodemográficas dos Cuidadores Familiares do Município de Itabela/BA 2012.

Figura 8 - Gráfico 8: Situações em que são fornecidas orientações quanto as formas de cuidar no domicílio do município de Itabela/BA, 2012.

Conforme as informações coletadas e descritas no gráfico 8 20% dos cuidadores responderam que receberam orientações na alta hospitalar, 20% por profissionais, 40% informações de leigos e 50% sozinhos. Sendo que de todas as respostas codificadas, alguns cuidadores tiveram mais de uma resposta.

Figura 9 - Gráfico 9: Tipos de interferências no cotidiano dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA, 2012.

Como se vê no gráfico as prevalências de ocorrência no cotidiano do cuidador familiar é de 30% preocupação com os filhos, 30% a falta de lazer e 60% problemas de saúde. Ressalto que dois cuidadores responderam mais de uma questão.

Tabela 4: Variáveis relacionadas com o ato de Cuidar no Domicílio do Município de Itabela/BA, 2012.

Ao questionamento se recebeu ou recebe visita e orientação de como prestar cuidados aos idosos incapacitados por AVC. Responderam 100% Agentes de saúde, 30% Enfermeiros, 10% Médicos e 30% outros. Nesse aspecto alguns cuidadores responderam mais de uma resposta.

Tabela 3: Assistência dos Profissionais da Estratégia da Família e Interferência do Cuidador Familiar do Município de Itabela/BA, 2012.

Figura 7 - Gráfico 7: Visita Domiciliar dos Profissionais de Saúde ao paciente dependente de cuidador familiar no município de Itabela/BA,2012.

Quanto à situação econômica dos cuidadores familiar com inclusão da renda familiar do idoso foi de: 20% um salário mínimo, 70% dois salários mínimos e 10%mais ou igual a três salários mínimos.

Pesquisa no Domicílio-2012

Pesquisa no Domicílio-2012

Figura 5 - Gráfico 5: Situação Funcional dos cuidadores familiares do município de Itabela/BA, 2012.

Tentando conhecer melhor a situação funcional os entrevistados responderam que 10% eram empregados, 20% aposentados, 40% desempregados e 30% autônomos.

Figura 6 - Gráfico 6: Situação Sócio econômica dos cuidadores familiares do município de Itabela-Ba

Pesquisa no Domicílio-2012.

Figura 10 - Gráfico 10: Dúvidas ou dificuldades mais frequentes em relação aos cuidados no domicílio do Município de Itabela/BA, 2012.

Quanto às dúvidas dos cuidadores acerca da assistência prestada no ambiente domiciliar de acordo com o gráfico 40% responderam que tem dúvidas referente alimentação e nutrição, 90% na administração de medicamentos, 100% em higiene corporal e oral e 50% ao passar da cama para a cadeira. Nesse contexto menciono que alguns cuidadores responderam mai de uma questão.

Figura 11 - Gráfico 11: Sentimentos relatados relacionados às tarefas desempenhadas pelos cuidadores familiares no município de Itabela/BA, 2012.

Nos questionamentos feitos sobre os sentimentos em exercer as tarefas aos seus familiares 30% responderam que a família apóia e valoriza, 90% mencionaram que é uma carga excessiva e 100% avaliaram que é uma tarefa gratificante. Das respostas solicitadas os cuidadores tiveram mais de uma resposta.

9. DISCUSSÃO

A discussão que se segue pretende abordar os questionamentos que tiveram origem do presente estudo. Do total dos entrevistados 10 cuidadores 80%com predominância ao gênero feminino na prestação de cuidados a idosos incapacitados por acidente vascular cerebral. Dessa forma Faro e Perlini (2005) corroboram com o estudo quando destacam a importância do desempenho da mulher na função de cuidadora. Essa abordagem se torna evidenciada na sociedade cultural brasileira mediante os avanços ocorridos nos dias atuais com a maior participação da mulher inserida no mercado de trabalho, porém com toda essa transformação ela ainda é considerada como a principal responsável pelos cuidados e realização das atividades domésticas no contexto domiciliar.

Quanto à caracterização dos cuidadores apresentou com maior índice 50% em seu estado civil eram casados, com relação ao grau de parentesco 40% cônjuge e 30% filhas. Embasado nessa vertente Gorini, Souza, Wegner (2007) resgata a história do cuidado, focalizando a sua importância, valorização que é imprescindível a todo indivíduo que precisa ou ainda irá precisar dos cuidados. Nesse contexto surge o cuidador leigo, que segue uma estrutura de gerações na prestação de cuidados no domicílio, sendo na maioria das vezes os cônjuges (esposas) e filhas, uma vez que prestar cuidados é considerado uma atribuição meramente feminina as mais solicitadas para cuidar dos entes queridos enfermos.

Nesse sentido Nardi (2007) afirma ser casado constitui em fator de caráter prático facilitando a prestação dos cuidados e negativo porque gera uma sobrecarga ao cuidador pelo acúmulo de tarefas a serem executadas.

O nível de escolaridade do cuidador foi de 40% analfabeto, 40% ensino fundamental e 20% ensino médio. Nakataniet al. (2003), comenta que quanto maior for o grau de escolaridade os cuidadores terão menores dificuldades na execução das atividades diárias. Em contra partida com menor nível de escolaridade torna-se mais difícil o processo de cuidar inferindo na queda dos serviços prestados a exemplo de seguir a dieta, administração de medicação o que intensifica as dificuldades e agravos a saúde dos idosos fragilizados.

No âmbito funcional o percentual em destaque é de 40% desempregado e 30% eram empregados totalizando um rendimento familiar de 70% responderam que as rendas familiares são de dois salários mínimos. Quanto à renda foi calculada juntamente com a renda de toda família inclusive com a aposentadoria dos idosos. Conforme Lima (2010) o desemprego é um fator que se destaca com grande interferência no âmbito do próprio sustento da economia da vida humana. Ressalta a grande preocupação com o cenário sócio demográfico e econômico com o indivíduo cuidador e com as tendências de maior número de idosos com doenças crônicas em relevância do aumento da expectativa de vida (PONTES, 2008).

Na mesma linha de estudos descrevem sobre as questões financeiras da sociedade paupérrima tendo limitações em saúde e cuidados adequados, sendo que muita das vezes a família passa ter somente como renda familiar a aposentadoria do idoso (ALMEIDA, 2005; BOCCHI, 2004; LOUREIRO, 2011; SANTOS, SANTOS, 2002).

Foi citado nessa pesquisa em porcentagem com 100% o comparecimento dos Agentes Comunitários de Saúde, 30% Enfermeiros, 30% outros e 10% médicos, que segundo relatos dos cuidadores foram os que visitavam. Uma observação importante é que as porcentagens de Enfermeiros e Médicos apresentam com menor índice de visitas. Essa situação reflete segundo Almeida (2005) que as constantes indignações dos cuidadores são notórias no despreparo dos cuidados aos idosos dependentes e o esforço da equipe para atender a uma de gama de famílias que necessitam das visitas e assistência dos profissionais de saúde.

De acordo com as visitas domiciliares que são atribuições da equipe de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem das Estratégias de Saúde da Família (ESF), aos idosos incapacitados por AVC tem o propósito criar um vínculo entre profissionais de saúde, cuidadores familiares e pacientes com os objetivos de prevenir doenças, evitar complicações, favorecer e intensificar as orientações sobre os cuidados em seu domicílio. No entanto muita das vezes os pacientes apresentam muita resistência em aderir o tratamento, não conseguindo evitar as diversas complicações decorrentes do acidente vascular cerebral por isso as visitas domiciliares se tornam cada vez mais importante na recuperação do quadro clínico destes idosos dependentes por acidente vascular cerebral (BRASIL, 2006; MOREIRA; SALES, 2009).

A visita domiciliar tende a contribuir com efetivação da saúde definida pela OMS,o que se digne aos enfermeiros a proporcionar uma assistência visando os objetivo de educar, orientar e fornecer meios para os enfermos e famílias a fim de se ter condições de tornarem independentes nos processos dos cuidados domiciliares (ANDRADE, 2009).

Nas situações em que são fornecidas as orientações referentes ao cuidado 50% aprenderam a cuidar sozinhos, 40% receberam orientações de leigos e 20% receberam na alta hospitalar. Confirmando esses aspectos Santos, Santos (2002) conceitua a educação como um processo contínuo, importante no desenvolvimento da população e seus costumes morais, éticos e culturais possuindo um papel esclarecedor sobre as formas de cuidados em um processo patológico.

No questionamento feito sobre se ocorreu interferência no cotidiano do cuidador familiar 30% responderam preocupação com os filhos, 30% falta de lazer e com maior percentual, alterações quanto problemas de saúde. Bocchi (2004) aponta que os indivíduos que realizam o cuidado a outra pessoa carece uma atenção especial, porque é considerado um papel desgastante o que implica de forma direta no estado de saúde a exemplo dos seguintes problemas mais comuns que acometem os cuidadores tais como: estresse, ansiedade, cansaço, alteração do padrão do sono, cefaléia, hipertensão arterial, diabetes, depressão, algia lombar e insatisfação na vida social.

Loureiro (2011); Faro e Perlini(2005) referem que ser cuidador sofre alterações radicais em seus estilos de vida por motivo de ceder maior tempo ao seu familiar dependente, tornando assim evidente o abandono de algumas atividades fundamentais para a qualidade de vida como a falta de lazer, dedicação aos filhos, falta ao trabalho, e a escola. Mediante a sobrecarga excessiva poderá levar alterações emocionais e corporais impedindo assim a realização das AVD’s do paciente e do próprio cuidador, o que infere no cuidado da sua própria saúde.

No que se refere às dúvidas ou dificuldades quanto aos cuidados no domicílio 10% mencionaram que é com a higiene corporal e oral, 40% alimentação e nutrição, 50% passar da cama para a cadeira e 90% na administração de medicamentos. Nesse contexto os despreparos dos cuidadores familiares geram um desafio no processo de recuperação do enfermo, necessitando de uma rede, programas educativos, treinamentos, orientações e suportes mais efetivos nas áreas de saúde e social na atenção dos cuidados no âmbito domiciliar (BRAZ, 2008; LOUREIRO, 2011; SANTOS, 2004).

Em relação aos sentimentos relacionados à auto-avaliação da tarefa desempenhada pelo cuidador responderam que 30% a família apóia e valoriza 90% acham que é uma carga excessiva e 100% considera gratificante. De acordo com essa pesquisa e o estudo de Laham (2003) apontaram sentimentos gratificantes para cuidadores familiares, mediante o carinho, habilidades, cumprimento em dever moral ou retribuição de cuidados já recebidos no passado, desafios na execução dessa tarefa. Em contrapartida ressaltaram com grande relevância que o sentimento de gratidão compensa a carga excessiva e as dificuldades advindas do cuidar de idosos incapacitados.

O papel de cuidar de idosos demonstra uma determinação pessoal, apoiada e estimada pela família, bem como a gratidão por parte do ser cuidado, mediante a reflexão de quatro fatores: grau de parentesco, gênero, a aproximação física e o afeto (GRATÃO, 2010; ORSO, 2008). Afirmando esse contexto Fló, Perracini (2009); Oliveira (2010) a função de cuidar pode ser prazerosa por motivo dos laços afetivos que fortalecem na oportunidade de retribuição de cuidados sobreposta as características de personalidades do idoso e seu cuidador.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo demonstrou que as doenças crônicas e exemplo do Acidente Vascular Cerebral ocorrem em dependência e incapacidades funcionais o que implica no desempenho das atividades de vida diária, possibilitando aos cuidadores familiares assumirem o papel como sujeito fundamental no suporte de cuidar do idoso.

Os fatores conjunturais acometem o cuidar em domicilio apontando que prestar cuidados aos enfermos no lar não é mais uma tendência e sim uma realidade. O cuidado informal é, e prosseguirá sendo por membros da família, na maior parte dos casos, em situações que englobam condições incuráveis. Incluir parte neste processo possibilita aproximar algumas falhas e fragilidades para as quais o enfermeiro pode apontar sua atenção, elegendo prioridades e aplicando no seu trabalho.

Os cuidadores realizam várias tarefas tais como: de mãe, esposa, dona de casa e entre outras, com idade entre 35 a 65 anos, 40% analfabetos, 40% desempregados com a renda familiar de dois salários mínimos, aspectos preocupantes em inclusão no que diz respeito à saúde desses cuidadores, uma vez que já estão perpassando seu dia a dia.

Consideram-se os cuidadores como aliados de qualquer profissional de saúde, visando o cuidador ser bem orientado, com qualidade de vida, garantindo a execução das ações básicas essenciais para a promoção da saúde do idoso. Sendo capazes de reconhecer suas necessidades minimizando seus problemas e sobrecarga.

Diante dessa temática não basta somente preparar o cuidador na visão técnica, sendo necessário estruturar intervenções que consideram como uma carga excessiva que interferem de forma direta os aspectos econômicos, sociais, físicos e psíquicos o que requer a implantação de projetos com a finalidade de promover e manter a sua própria condição de vida saudável.

Cuidar de um familiar idoso no domicílio acontece em um meio de tumultuoso de acontecimentos e sentimentos. Na maioria das vezes a família tem que passar pelo processo reestruturação.

De essa forma projetar ações, sistematização da assistência em enfermagem, com intervenções educativas poderá contribuir para as mudanças no estilo de vida, proporcionando o conhecimento. Considerando como meios para superar os desafios que impossibilitam os idosos com déficits do auto cuidado. Sendo de extrema urgência e necessidade para todos os serviços e profissionais de saúde.

Espero que esse estudo possa sensibilizar todos envolvidos no contexto da assistência bem como na gestão das políticas públicas de saúde, a fim de efetivar as ações programáticas viabilizando uma assistência de qualidade aos cuidadores familiares. Portanto pensar no cuidado como condição humana é de suma importância para todos nós, pois, cuidar é um ato de amor, confraternização, compaixão, carinho e ternura.

O cuidado salvará a vida, fará justiça ao empobrecido e resgatará a Terra como Pátria e Mátria de todos”

(Leonardo Boff).

11. REFERÊNCIAS

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TOWNSEND M.C.Enfermagem Psiquiátrica: Conceitos de cuidados. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2000. 835p.

ANEXO: A

Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia

Portaria MEC n º 1.727, de 13 de junho de 2002

Curso de Enfermagem

Portaria do MEC nº 126 de 19 de fevereiro de 2008..

Eunápolis, 13 de abril de 2012.

Da: UneSulBahia / Coordenação do Curso de Enfermagem

Para: Secretário Municipal de Saúde de Itabela/Bahia

Prezado Senhor Secretário,

Para a conclusão do Curso de Enfermagem, os acadêmicos devem desenvolver um Trabalho Monográfico sobre um determinado tema, objeto de estudo científico, o que exige destes o desenvolvimento de uma pesquisa.A acadêmica MARIA LUCIA SOARES DOS SANTOS tem como objeto do seu trabalho científico o estudo: “Caracterização do Cuidador Familiar a Idosos Incapacitados por Acidente Vascular Cerebral no Domicílio do Município de Itabela/Bahia”, para a qual solicitamos a colaboração de V.S.ª no sentido de permitir a realização da pesquisa de campo, o que supõe o acesso à população incapacitada por AVC cadastrada nas USF do Município de Itabela/Bahia, para coleta de dados. A pesquisa será realizada no período de julho a setembro do corrente ano, sob a supervisão do Profº Diego Da Rosa Leal.Na oportunidade, informamos que os dados serão mantidos em sigilo, de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde 196/96 que trata da Pesquisa em Seres Humanos, e que este serão utilizado somente para fins deste trabalho científico, cumprindo os protocolos éticos referentes à resolução em questão. Apresentamos ao vosso Secretário os nossos agradecimentos, colocando-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Juliana Ali

Coordenadora do Curso de Enfermagem

Diego Da Rosa Leal

Orientador da Pesquisa

Apêndice B

Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia

Portaria MEC nº 1.727 de 13 de junho de 2002

Curso de Enfermagem

Autorizado pela Portaria nº 126 de 19/02/2008.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E EXCLARECIDO

Título do Estudo: Caracterização do Cuidador Familiar a Idosos Incapacitados por AVC (Acidente Vascular Cerebral) no Domicílio.

Prezado (a) Senhor (a),

Muitos pacientes que não fazem tratamento para controlar a pressão arterial podem apresentar um Acidente Vascular Cerebral, que geralmente são conhecidos como “derrames cerebrais”. Essas pessoas podem apresentar alguma dificuldade para realizar as atividades de dia-a-dia, como falar, comer, cuidar de si mesma e andar, além de outras que são importantes. Por isso está sendo convidado (a) a participar de o estudo Caracterização do Cuidador Familiar a Idosos Incapacitados por Acidente Vascular Cerebral no Domicílio. Os avanços na área da saúde ocorrem por meio de estudos como este, sendo sua participação relevante. Esta pesquisa tem como objetivo caracterizar o perfil do cuidador familiar de idosos fragilizados por Acidente Vascular Cerebral em domicílio no Município de Itabela-Bahia.

Logo, sua participação é de livre arbítrio, no entanto, ressalto que a sua contribuição é de suma importância. Esclareço ainda que seu anonimato seja garantido, bem como sigilosa as informações.

Vale ressaltar que, obtendo todos os esclarecimentos, caso não queira participar da pesquisa, poderá retirar seu consentimento sem quaisquer prejuízos, saliento ainda que as informações e resultados obtidos fiquem à sua disposição.

Os dados coletados, gravados, bem como fotografados serão utilizados para fins acadêmicos de pesquisa e conhecimento sobre o tema.

Vale lembrar que sua participação na pesquisa não será remunerada.

Caso concorde com estes termos solicita-se o preenchimento e assinatura neste documento, conforme segue.

Eu,_____________________________________________________________ li e /ou ouvi o esclarecimento acima e concordo em participar do estudo.

Itabela/Bahia,______/_______/__________.

______________________________ __________________________

Assinatura do Entrevistado Documento Identidade

___________________________ Diego Da Rosa Leal

Assinatura da Pesquisadora Nome do Orientador

Telefone de contato da Pesquisadora: (73) 8115343.

Em caso de dúvidas em relação a este documento você poderá entrar em contato com as Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, pelo telefone fax: (73) 32814342 – 32811477.

Apêndice C

Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia

Portaria MEC nº 1.727 de 13 de junho de 2002

Curso de Enfermagem

Autorizado pela Portaria nº 126 de 19/02/2008.

QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE CAMPO

INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS: CARACTERIZAÇÃO DO CUIDADOR FAMILIAR A IDOSOS INCAPACITADOS POR AVC (Acidente Vascular Cerebral) NO DOMICÍLIO DO MUNICÍPIO DE ITABELA/BAHIA.

1. IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA QUE PRESTA CUIDADOS

Nome do Entrevistado:_________________________________________________

Idade:________________________ Endereço:_________________________

___________________________________________________________________

Cep:___________________________ Telefone:__________________________

2) Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )

3) Situação Conjugal:

a) ( ) Casado/a / União estável b) ( ) Divorciado/a Separado/a c) ( ) Viúvo/a

d) ( ) Solteiro/a e) ( ) Outra situação

4) Qual é o seu grau de parentesco com o cliente?

a) ( ) Cônjuge/ companheiro b) ( ) Filha c) ( ) Filho d) ( ) Irmã (o) e) ( ) Outro

5) Qual seu grau de escolaridade:

a) ( ) Analfabeto b) ( ) Ensino Fundamental I c) ( ) Ensino Médio d) ( ) Ensino Superior Completo e) ( ) Ensino Superior Incompleto

6) Situação Funcional:

a)( ) Empregado(a) b) ( ) Aposentado(a) c)( ) Desempregado(a) d) ( ) Autônomo(a) e) ( ) Estudante

7) Rendimento Familiar:

a)Um salário mínimo b) ( ) Dois salários mínimo: c)( ) mais de três salários mínimo d) ( ) Bolsa família e) ( ) Outro

8) O cliente recebe visita domiciliária da (o):

a)( ) Agente de Saúde b)( ) Enfermeiros c) ( ) Médicos d)( )Técnicos em enfermagem e)( ) Outros

9) você obteve orientações para cuidar do cliente através de:

a)( ) alta hospitalar b)( ) Cursos para cuidadores c) ( ) Orientações profissionais d) ( ) Informações de leigos e) ( ) Sozinho (a)

10) Quais as alterações que interferem no seu cotidiano como cuidador familiar?

a)( ) Falta ao trabalho b) ( ) Preocupação com os filhos menores c) ( ) Falta de lazer d) ( ) Falta à escola e)( ) Problemas de saúde

11) Quais as dúvidas ou dificuldades quanto aos cuidados a serem prestados ao cliente acometido por AVC no âmbito domiciliar?

a)( ) Alimentação e nutrição b) ( ) Administração de medicamentos c) ( ) Medo de não saber cuidar d) ( ) Higiene corporal e oral e) ( ) Passar da cama para cadeira

12) Com relação à tarefa de cuidador que o (a ) Sr. (a) desempenha, qual é aafirmação que se sente identificado (a)?

a)( ) Considero que é uma obrigação moral cuidar do cliente dependente.

b)( ) Não há outra opção senão cuidar dessa pessoa.

c)( ) Minha família apóia e valoriza esse meu papel.

d)( ) É uma carga excessiva.

e)( ) A pessoa cuidada é muita agradecida e isso me gratifica.

Esse questionário irá fazer parte de um Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, do Curso de Enfermagem da Unesulbahia. Desde já agradeço a sua colaboração.

Obs.: Informo que no trabalho sua identidade será preservada.

Data da Entrevista:____________________________________________________

Assinatura do Entrevistado (a):___________________________________________