O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

Data de postagem: Oct 28, 2016 6:2:28 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

JANINE MACÊDO LIMA

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

EUNÁPOLIS, BA

2015

JANINE MACÊDO LIMA

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em enfermagem.

Orientador (a): Prof°. Maria Cristina Marques

EUNÁPOLIS, BA

2015

JANINE MACÊDO LIMA

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

ProfessoraMa. Maria Cristina Marques ( Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professora( Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professora ( Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professor (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professora, Coordenadora do curso de Enfermagem Eunápolis–Ba

______________________________ DATA: ___/___/___

DEDICATÓRIA

“Dedico esta monografia a minha família que sempre me sustentaramem meio as dificuldades, aos meus colegas que estiveram comigo durante esses anos,tornando mais alegres os meus dias, aos meus professores que sempre procuraram ser um exemplo e me ensinaram muito do que sei hoje.

Obrigada Deus!”

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer à Deus pela força e coragem que me proporcionou para trilhar esses cinco anos de faculdade. A cada semestre enfrentei obstáculos: trabalhos, provas e dias de estágio para alcançar o tão sonhado diploma.

À minha família que sempre me deu apoio, ao meu marido, minha mãe e avó, a minha querida colega Sonarae ao meu filho tão esperado Miguel, o meu muito obrigado, amo vocês e agradeço a Deus todos os dias por ter colocado na minha vida pessoas tão especiais como vocês.

À orientadora Maria Cristina, pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia. Eu vejo em você um exemplo de liderança a seguir. À professora e coordenadora do curso, Maria Cristina,pelo apoio, pela compreensão e pela amizade. A todos os professores do curso, que foram muito importantes para o meu aprendizado.

A todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para que eu alcançasse meus objetivos. O meu muito obrigado!!

EPIGRAFE

“O poder nasce do querer. Sempre que o homem aplicar a veemência e perseverante energia de sua alma a um fim, vencerá os obstáculos, e, se não atingir o alvo, fará pelo menos coisas admiráveis.”

José de Alencar

RESUMO

Introdução:O câncer do colo do útero corresponde ao segundo tipo de tumor mais frequente entre mulheres, além de ser responsável pelo óbito de aproximadamente 230 mil pacientes por ano no Brasil. Aliado a isso tem-se o fato de várias mulheres não realizarem o exame preventivo.Vários motivos impedem à adesão ao exame Papanicolaou, como: o medo, constrangimento e a falta de conhecimento.Objetivo:Verificar como se da à atuação do enfermeiro no incentivo ao diagnóstico precoce do cânceruterino na ESF em Eunápolis, BA.Metodologia:Foi utilizada a pesquisa de campo quantitativa, com orientação analítico-descritiva, mediante entrevistas semi-estruturadas com 08 questões fechadas, respondidaspós esclarecimentos dos objetivos e assinatura do termo consentimento de livre esclarecimento. Os pesquisados foramenfermeiros que trabalham nas Unidades Básicas de Saúdedos bairros mais populosos, como Juca Rosa, Santa Lucia, Pequi, Urbis II, Centauro e Minas Gerais.As questões foram tabuladas de forma descritiva no programa Excel 2007, e gerou freqüência, e ajudou na elaboração dos gráficos e subsidiou a discussão dos dados.Resultados: Todos os entrevistados afirmaram que realizam atividades educativas voltadas para a prevenção do câncer de colo uterino. Foi evidenciado que os enfermeiros tem dificuldades em levar a uma maior adesão ao exame preventivo. Conclusão:Os enfermeiros, na sua grande maioria, incentivam as mulheres a realizarem o exame preventivo, por meio de atividades educativas, de busca ativa e conversando com as pacientes e asabordando quando estão na Unidade. Utilizando-se de argumentos para convencê-las, como diagnóstico precoce com maior chance de cura, exames simples, grande quantidade de mulheres com câncer de colo uterino e a doença causa muitos óbitos. Apesar dos enfermeiros investigados incentivarem as mulheres através de atividades educativas, ainda é preciso fomentar os programas e estratégias para incentivar as pacientes a buscarem os serviços de saúde da atenção básica.

Palavras Chave: Câncer de colo, Papel do profissional de enfermagem, Saúde da Mulher.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Anatomia do útero..................................................................................15

Figura 2- Junção escamo-colunar.........................................................................17

Figura 3- Material utilizado para o exame Papanicolaou .....................................22

Figura 4- Coleta de material da ectocérvice e da endocérvice.............................22

LISTA DE SIGLAS

ESF-Estratégia Saúde da Família

JEC-Junção Escamocolunar

INCA-Instituto Nacional de Câncer

PAISM-Programa de Atenção Integral à saúde da mulher

HPV- Papiloma Vírus Humano

PNAISM -Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1.Percentil de enfermeiros que já desenvolveram ou não a SAE, atentando para a saúde do sexo feminino..................................................................................34

Gráfico 2. Percentil das dificuldades encontradas para realizar o acompanhamento de saúde das mulheres..............................................................................................35

Gráfico 3. Percentil da conduta dos enfermeiros frente as Doenças sexualmente transmissíveis............................................................................................................37

Gráfico 4. Percentil dos argumentos utilizados pelos enfermeiros para levar a uma maior adesão ao exame preventivo...........................................................................38

Gráfico 5. Percentil das formas utilizadas pelos enfermeiros para incentivar a detecção precoce do câncer uterino..........................................................................39

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 ESTRUTURA DO ÚTERO

2.2 O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

2.4 MANIFESTAÇÕES CLINICAS

2.5 EXAME PAPANICOLAOU

2.6 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER

2.7 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO UTERO

2.8 OS PRINCIPAIS FATORES QUE LEVAM A MULHER Á NÃO ADESÃO DO EXAME PREVENTIVO DE CÂNCER DO COLO DO UTERO

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

3.2 CAMPO E CENÁRIO DO ESTUDO

3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

3.6 QUESTÕES ÉTICAS

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

ANEXO I

ANEXO II

1 INTRODUÇÃO

O câncer é resultado de uma transformação na qualidade e no aumento da quantidade das células. Elas ficam agressivas e destrutivas,sem ligação com as células normais e adquirem a habilidade de entrar e invadir os tecidos vizinhos (LEFORT; ALMEIDA 2004 apud MAIA; MOREIRA;FILIPINI 2009).

A palavra câncer trata-se de um termo usado de maneira genérica para representar mais de 100 doenças, e é um problema de saúde pública em todo mundo, não apenas por ter uma prevalência, mas também pelos altos custos investidos na prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes com câncer( INCA, 2009).

O câncer de colo uterino (CCU) corresponde a um grave problema de saúde, que afeta mulheres em todo mundo, e 80% dos casos estão nos países em desenvolvimento. O Brasil tem uma taxa alta desta estatística, e a distribuição de novos casos, levando em conta a localização primária, é bem diversificada entre os estados brasileiros (SOARES et al., 2010).

O câncer do colo do útero ou também conhecido como câncer cervical, é resultado de uma infecção por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV. A infecção genital por este vírus é muito comum, e não causa doença na maioria dos casos.

Mas, algumas vezes podem levar a alterações celulares que poderão evoluir para o câncer( INCA, 2009).

A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é considerada o principal fator de risco para o câncer de colo de útero. Mas existem outros fatores, como: os sócio-econômicose ambientais e os hábitos de vida, que correspondem ao início precoce da atividade sexual, a quantidade de parceiros sexuais, o tabagismo, os hábitos inadequados de higienee o uso prolongado de contraceptivos orais (FRIGATO; HOGA, 2003).

De acordo com o Ministério da Saúde ( 2005) a prevenção do câncer de colo uterino apresenta dois níveis de prevenção: a primária que corresponde ao uso de preservativos nas relações sexuais, evitando assim o contágio pelo vírus papiloma humano (HPV),e a prevenção secundária que é ocorre por meio do exame preventivo do câncer do útero (exame Papanicolaou)

Para Frigato; Hoga (2003) amelhor abordagem para o controle do câncer do colo do útero é por meio do rastreamentoatravés do exame citopatológico. Mas é função dos profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, orientaremos pacientes do sexo femininosobre a importância da realização periódica deste exame para um possíveldiagnóstico precoce da doença, possibilitando um tratamento em fase inicial e, conseqüentemente, diminuição da morbimortalidade por este tipo de câncer.

Frente a isso existe um problema sério, pois muitas mulheres apresentam comportamentos que facilitam o desenvolvimento de doenças, como mostrado no estudo realizado no Centro de Saúde Escola, em Botucatu-São Paulo.As mulheres entrevistadas afirmaram sentir-se constrangidas e envergonhadas ao realizarem o exame preventivo,e relataram ainda que a vergonha é maior quando o profissional que realiza o exame preventivo é do sexo masculino.Esses fatores tornam-se obstáculos para um comportamento preventivo em relação ao câncer uterino (FERREIRA, 2009).

O câncer de colo de uterino nos estágios iniciais é assintomático, e pode serdiagnosticado por meio do exame citopalógico, mas o que dificulta esse diagnóstico precoce é a resistência de várias mulheres para realizar o exame, por diversas razões, como a vergonha e o constrangimento.Isto faz do câncer de colo de útero um problema de saúde pública, sendo isso um desproposito, pois a possibilidade de detecção é relativamente simples.

Assim, o presente estudo surge da necessidade de verificarcomo se da a atuação do enfermeiro no incentivo a detecção precoce do câncer de colo de útero, bem como apresentar as atividades do enfermeiro na ESF voltadas para a saúde da população feminina e identificar as dificuldades encontradas pelos enfermeiros na adesão das pacientes ao exame preventivo.

O papel do enfermeiro é fundamental, visto que ele é um profissional habilitado para realizar esse tipo de exame, e deve usar argumentos que contrapõem os empecilhos apresentados pelas mulheres, falando sobre a facilidade, rapidez e importância do preventivo. Assim este estudo objetiva verificar como se da a atuação do enfermeiro no incentivo ao diagnóstico precoce do câncer uterino na ESF em Eunápolis, BA.

2REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 ESTRUTURA DO ÚTERO

Figura 1. Anatomia do útero

Fonte: Google imagens

O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino, que tem em gerala forma de uma pêra invertida, seu tamanho varia entre as mulheres, e é composto por duas porções: corpo que á porção superior e triangular e o colo uma porção inferior, arredondada e menor.Este órgão dividi-se em quatro partes:Fundo, Corpo, Istmo e Cérvix (ZIEGEL; CRANLEY, 2011).

De acordo com Dangelo (2007) o útero trata-se do órgão que recebe os óvulos e, em caso de gravidez, aloja o embrião que aí se desenvolve até o nascimento. O útero situa-se na pelve, entre a bexiga urinária e o intestino reto. Correspondea um órgão muscular, oco, com cerca de 8cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura.

Para Williams et al.(1995) a parede do útero é constituída por três túnicas. A túnica serosa, caracterizada como perimétrio, é o peritônio uma camada externa que reverte o corpo do útero. A túnica muscular (miométrio) constitui a maior parte da parede do útero, sofre alterações durante a gravidez, e contémmais colágeno e elastina do que a do corpo. A terceira camada denomina-se endométrio, constituída por glândulas tubulares simples que envolve a cavidade uterina. O endométrio se prepara mensalmente para receber o óvulo fecundado. Mas, caso a fecundação não corra, o endométrio sofrerá descamação com hemorragia, popularmente conhecida como menstruação

Segundo o Ministério da Saúde, Brasil (2006) o colo do útero apresenta uma parte interna, conhecida como canal ou endocérvice, é revestida por uma camada simples de epitélio colunar, que contém células cilíndricas secretoras de muco. A parte externa, que possui contato com a vagina é denominada ectocérvice, seu revestimento é de epitélio escamoso e estratificado, um tecido com várias camadas de células planas. Entre esses dois epitélios situa-se a junção escamocolunar (JEC), uma linha que pode estar tanto na ectocérvice como na endocérvice, dependendo da situação hormonal da mulher.

Narchi, Janicas e Fernandes (2007) afirmam que a JEC é o local com maior suscetibilidade a fatores oncogênicos que podem transformar as células presentes nessa região em neoplasia. Por essa razão é de vital importância que se faça a coleta de células presentes na área da JEC, durante o exame citológico.

Figura 2. Junção escamo-colunar

Fonte: Google imagens

2.2 O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

As neoplasias malignas começaram a ficar conhecidas desde civilizações egípcias, persas e indianas, porém, foram os estudiosos gregos que denominaram o câncer como sendo uma tumoração rígida que podia espalhar-se para os tecidos vizinhos. No século XVIII através dos estudos científicos com o alcançar de novos conhecimentos sobre as células e a anatomia das patologias, foi comprovado que o câncer constitui uma doença que pode se localizar em um determinado órgão. E após estudos, anos mais tarde, constatou-se a capacidade de atingir outros órgãos, seja através da corrente sanguínea ou linfática, denominado isso de metástase (TEIXEIRA; FONSECA, 2007).

O câncer corresponde a um processo patológico que inicia quando a célula é transformada pela mutação genética do DNA celular. Essa célula forma um clone e começa a se proliferar de maneira anormal, desenvolvendo características invasivas( SMELTZER, 2009).

Segundo o INCA o câncer cervical é caracterizado pelo crescimento desordenado de células do epitélio que reveste o útero, o qual compromete os tecidos vizinhos e subseqüentemente poderá invadiroutros órgãos ou estruturas. Existem dois tipos de carcinomas invasores de colo uterino, o carcinoma epidermóide, o tipo mais freqüente e que acomete o epitélio escamoso (responsável por 80% dos casos), e o adenocarcinoma, o tipo mais raro, comete o epitélio glandular (representa 10% dos casos) ( BRASIL, 2012).

O câncer do colo do útero se inicia à partir de uma lesão pré-invasiva, e 100% dos casos é curável quando diagnosticado precocemente. Geralmente progride lentamente, o tempo médio entre a lesão inicial e a fase clinicamente diagnosticável é de 15,6 anos ( PRADO; RAMOS; VALLE, 2007).

De acordo com Baracho (2007) o câncer de útero também conhecido como câncer cervical é considerado um problema de saúde pública. Essa situação torna-se evidente pelo alto número de casos que surgem anualmente, e com um diagnóstico tardio, e refleteem um alto índice de morbimortalidade de mulheres no mundo.

No Brasil, a mortalidade por câncer cervical tem se mantido constante, mesmo com os programas de prevenção de câncer cervical. Em outros países, estas incidências tiveram um diminuição, por meio de ações básicas de saúde, e atualmente o que buscam é o aperfeiçoamento de métodos diagnósticos levando em consideração o custo efetivo das ações ( MACEDO et al., 2011).

2.3EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

A história natural do câncer de colo de útero está em grande parte relacionada à com o papilomavírus humano(HPV).Além disso, outros fatores de risco para esta doença são: o número de parceiros sexuais e o tabagismo.Este tipo de câncer representaum grave problema de saúde pública nos países daAmérica Latina, considerada como uma das regiões demaior incidência no mundo (GUERRA; GALLO; MENDONÇA, 2005).

De acordo com estimativas do INCA no Brasil o câncer do colo do útero faz anualmente 4.800vítimas fatais com incidência (novos casos) de 17.540. Na Bahia, a taxa é de 1030 novos casos para cada 100.000 mulheres ( BRASIL, 2012).

Depois do câncer de mama, o câncer do colo doútero é a segunda localização anatômica mais freqüente do câncer nas mulheres no Brasil, e é responsável por15% das ocorrências de tumores malignos em mulheres (FRIGATO; HOGA, 2003).

Na concepção de Pessini e Silveira (2006) a faixa etária com maior proporção de casos de câncer do colo do útero é entre mulheres de 30 a 49 anos e 60 a 69 anos. Os fatores que colaboram para os altos índices de incidência dessa patologia estão ligados a característica de pobreza, desinformação e o difícil acesso aos serviços de saúde.

O câncer trata-se de um grave problema de saúde pública em todas as sociedades, principalmente em países subdesenvolvidos. No ano de 2005, de um total de 58 milhões de mortes que ocorreram no mundo, o câncer foi responsável por 7,6 milhões (13%). Desse total, mais de 70% ocorreram em países de média ou baixa renda. O câncerhoje corresponde a segunda causa de morte no Brasil (10,3% do total), excluídas as causas indeterminadas, ficando atrás apenas de doenças cardiovasculares ( FONSECA et al., 2010).

De acordo com aOrganização Mundial de Saúde (OMS) o câncer atinge todo ano pelo menos 9 milhões de pessoas, e cerca de 5 milhões vão a óbito por causa da doença. Hoje ela é a segunda causa de morte por doença na maioria dos países, sendo superada somente pela doença cardiovascular . O colo do útero é, depois do câncer de mama, a segunda localização anatômica mais comum do câncer na população feminina no Brasil (FRIGATO; HOGA, 2003).

No Brasil, ocâncer do colo do útero trata-se da terceira neoplasia maligna que atinge as mulheres, somentesuperado pelos cânceres de pele não melanoma e o demama. Além disso, foi estimado cerca de dezoito mil novos casospara os anos de 2012 e 2013 (INCA, 2011).

2.4 MANIFESTAÇÕES CLINICAS

O câncer de colo do útero geralmente ocorre de maneira lenta e é o que tem um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. A sua incidência acontece entre mulheres de 40 aos 49 anos de idade, e somente numa pequena porcentagem, naquelas com menos de 30 anos, sendo que a faixa de idade para detecção precoce é dos 20 aos 29 anos ( CASARIN; PICCOLI, 2011).

Para Lapin (2000) o câncer é considerada uma doença que tem um crescimento desorganizado de células que invadem os tecidos e órgãos. Tem início em tecidos epiteliais, que proliferam rapidamente e tendem a ser muito agressivos e incontroláveis, determinando a formação de tumores. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais é denominado carcinoma, mas se começa em tecidos conjuntivos e chamado de sarcoma.

O carcinoma do colo do útero pode ter um quadro clínicodiversificado, desde a ausência de sintomas até quadros de sangramento vaginal anormal, seja por aumento do fluxo menstrual, sangramento vaginal intermitente, intermenstrual em mulheres na menopausa, sangramento na pós-menopausa ou sangramento pós-coito (sinusorragia). Quando diagnosticado em estadios avançados, dependendo da localização do comprometimento locorregional, a paciente pode apresentar corrimento vaginal sero-sanguinolento, anemia, emagrecimento, dor pélvica ou lombar de grande intensidade com irradiação para membros inferiores, edema de membros inferiores e insuficiência renal pós-renal ( AS et al., 2011).

Segundo Smeltzeret al. (2009) o câncer cervical em sua fase inicial é assintomática ou pouco sintomática, ou seja, raramente produz sintomas, fazendo com que as mulheres não procurem tratamento no início da doença. Frequentemente na fase inicial o primeiro sintoma é uma secreção vaginal espessa e aquosa, observada após a relação sexual ou da ducha, geralmente esses sintomas passam despercebidas pela mulher.

Na concepção de Gerk (2002) a secreção vaginal no câncer de colo uterino avançado aumenta de forma gradual e torna-se aquoso e escurecida, e também devido a necrose a infecção do tumor tem odor fétido.

2.5 EXAME PAPANICOLAOU

O diagnóstico do carcinoma de colo uterino deve ser baseado em vários dados, como: de anamnese e exame físico, além de exame de citologia oncológica cervicovaginal, colposcopia e biopsia ( AS et al., 2011).

De acordo com Romero (2001) e Lowy (2010) o exame de Papanicolaou foidesenvolvido pelo patologista Dr. George Nicholas Papanicolaou em 1928. Dr George apresentou seu trabalho na ThirdRaceBittermentConference de Michigan, contendo suas observações que as células cancerosas derivadas do colo do útero poderiam ser visualizadas através do esfregaço vaginal, porém seu trabalho não foibem aceito na época pelos seus colegas. Mas, em 1948 em parceria com ginecologista Dr Herbert Frederick Traut publicou o artigo intitulado “ O diagnóstico de câncer do útero, através do esfregaço vaginal”, com uma descrição mais ampla, que produziu um grande impacto e suscitou um interesse dos médicos.

Figura 3. Material utilizado para o exame Papanicolaou

Fonte: Google imagens

Segundo Freitas et al. (2006) o exame papanicolaou consiste no estudo das células do colo do útero, coletadas da parte externa (ectocérvice) e interna ( endocérvice), através de uma raspagem. Para a coleta desse material é introduzido um especulo na vagina para visualizar o colo uterino, e utilizado uma espátula de Ayre e também uma escova endocervical. Após o material ser colhido deve ser imediatamente espalhada sobre uma lâmina de vidro e fixado, para posterior análise.

Figura 4. Coleta de material da ectocérvice e da endocérvice

Fonte: Google imagens

Acredita-se que uma adequada coleta de material é de vital importância para o êxito do diagnóstico. O profissional de saúde deve assegurar-se de que está preparado para realizá-la, dada a relevância de ter a garantia de ter material em quantidade suficiente, fator fundamental para o sucesso da ação.

Segundo Macedo et al (2011) as razões para o insucesso dos programas de rastreamento baseados na CO são bastantes conhecidas, e tratam-se de países menos favorecidos economicamente, aliadas à baixa sensibilidade do método, e também a baixa cobertura populacional; fatores como baixo nível socioeconômico; baixa escolaridade; dificuldades de acesso ao sistema de saúde; experiências negativas durante a assistência; dificuldades operacionais; ausência de controle de rastreamento e seguimento de pacientes.

O Ministério da saúde preconizaque seja realizado o examePapanicolaounas mulheres que já iniciaram atividade sexual, principalmente àquelas com idade entre 25 e 59 anos e buscar o padrão de cobertura de 80 %, levando em conta as diferenças locorregionais da população em sua cultura, e também é importante que os serviços de saúde ofereçam o acesso ao exame à população adolescente (MELO et al., 2012).

2.6 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER

No Brasil, nas primeiras décadas do século XX, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde, sendo voltada nessa época às demandas relativas à gravidez e ao parto. Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50 e 70, revelavam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade biológica e no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, pela educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares ( BRASIL, 2004).

Esses programas foram muito criticados pelo grupo feminista brasileiro, devido aperspectiva reducionista com que tratavam a mulher, que tinha acesso a alguns cuidados de saúde no ciclo gravídico-puerperal, tendo ausência de assistência na maior parte de sua vida. O movimento de mulheres teve forte atuação no campo da saúde, o quecontribuiu para que fosse introduzido na agenda política nacional, questões que até o momento eram deixadas para o segundo plano, por serem consideradas restritas ao espaço e às relações privadas. Naquele momento tratava-se de demonstrar as desigualdades nas condições de vida e nas relações entre os homens e as mulheres, as dificuldades associados à sexualidade e à reprodução,à anticoncepção e à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a sobrecarga de trabalho das mulheres, que cuidam do serviço doméstico e de criação dos filhos e ainda trabalham (ÁVILA; BANDLER, 1991)

OPAISM surgiu em 1983, oferecendo uma nova abordagem para atenção a saúde da mulher, pois propunha abranger todas as fases do seu ciclo vital, incluindo a cobertura às adolescentes e as mulheres na menopausa.O programa enfatiza a necessidade de acesso da população à atenção preventiva e curativa, bem como a obtenção, bem como de informação sobre o corpo e a saúde (FERNANDES; NARCHI, 2007).

O PAISM é orientado por princípios que levam em conta as especificidades do ciclo vital das mulheres.O programa propõe-se a atender as necessidades desaúde,de forma ampla, valorizando o contexto sócio-histórico e cultural em que tais necessidades seapresentam. Ao longo de vinte anos, o PAISM passou por avanços

e retrocessos, e, na atualidade, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) resgata os seus princípios, com ênfase na abordagem de gênero e na integralidade como norteadores das práticas de cuidado à saúde das mulheres (MINISTERIO DA SAÚDE, 2004).

Na atenção à saúde das mulheres, a integralidade trata-se da concretização de práticas de atenção que garantam o acesso das mulheres a ações resolutivas criadas conformeas especificidades do ciclo vital feminino e do contexto em que as necessidades são geradas.Dessa forma, o cuidado deve ser permeado pelo acolhimento com escuta sensível de suas demandas, valorizando-se a influência das relações de gênero, raça/cor, classe e geração no processo de saúde e de adoecimento das mulheres (COELHO et al., 2009).

2.7 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO UTERO

O enfermeiro tem como parte das suas atribuiçõesrealizar assistência integral às mulheres que procuram a unidade de saúde, como a realização da consulta de enfermagem e coleta de material para a citologia oncótica. Mas para isso é importante manter adisponibilidade dos materiais necessários para a realização do exame colpocitológico, realidade que nem sempre se faz cumprir a contento, na realidade mencionada por algumas profissionais ( MELO et al., 2012).

Segundo Freitas (2007) o enfermeiro é que gerencia e coordena todo o processo de assistência a ser desenvolvido em relação à pacientes. As especificidades, necessidades, altas e recuperação constituem a principal razão da assistência de enfermagem, a qual deve, portanto ser realizada eficientemente, com comprometimento de quem a desenvolve, garantindo a qualidade do cuidado prestado, e, principalmente a satisfação do paciente.

Para Figueiredo (2001) é fundamental que o enfermeiro assegure a toda mulher o acesso ao exame preventivo, de diagnóstico e tratamento. Todavia é necessário intensificar o trabalho voltado à promoção e prevenção de saúde, no que diz respeito à saúde da mulher, devido o câncer de colo do útero ter um alto potencial de cura.

Rama (2008) ressalta que antes de realizar as ações de atuação sobre o câncer do colo do útero deve-se conhecer a história natural do seu agente etiológico, o HPV: saber em qual faixa etária ocorre o maior índice de infecção por HPV, e quais as fases da vida da mulher há os maiores casos de prevalência do vírus, e quais os tipos virais causadores do câncer de colo de útero.

Segundo Pinelli (2002) o enfermeiro deve elaborar programas de prevenção, os quais deverão seguir os cinco princípios norteadores: identificação da população de risco, busca ativa, detecção (diagnóstico precoce), implementação do tratamento e a educação primária, que é a base para as ações e prevenções.

O comprometimento dos profissionais no desempenho de suas práticas, a organização dos serviços para atender à população e a consciência que as pessoas têm de si e de seu valor enquanto cidadãos, aliados ao compromisso que o serviço público de saúde deve ter em defesa da qualidade de vida das pessoas, permite-se pensar na integralidade como prática efetiva para o cuidado. Além disso, a necessidade do comprometimento do Estado e dos profissionais da saúde em dar continuidade a assistência à todos, principalmente para atender às necessidades e demanda das mulheres que buscam os serviços de saúde é também pensar na nas ações preventivas com as ações assistenciais ( SOARES et al., 2010).

A atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo de útero é primordial para que muitas mulheres tenham informações sobre seu corpo, e sobre atitudes que podem influenciar no ambiente em que vivem e trabalham, propiciando-lhes melhor qualidade de vida e aclamando o seu direito de resposta frente aos obstáculos impostos pelo sistema de saúde.

De acordo com Cesarin; Piccoli (2011) é muito importante que existam mecanismos por meio dos quais as mulheres sejam motivadas a cuidar de sua saúde e encontrem uma rede de serviços qualificados e capazes de suprir essa necessidade. De forma geral, o sucesso desses mecanismos depende devários fatores, como a cobertura efetiva da população de risco, qualidade na coleta e interpretação do material, tratamento e acompanhamento adequados das pacientes.

De acordo com Melo et al. (2012) a melhor estratégia no combate ao câncer do colo do útero trata-se da prevenção por meio do diagnóstico em estágios iniciais, mas o rastreamento precoce entre as mulheres nem sempre é possível por causa da dificuldade de acesso dessa população aos serviços de saúde. Assim,as chances de prevenção diminuem e intensificam-se os riscos da doença, e as atividades educativas devem ser criadas e colocadas em pratica por todos os membros da equipe de saúde da Família.

Percebe-se que o enfermeiro corresponde a um profissional de suma importância, pois estabeleceum vínculo com a população, cria laços de confiança e pode assim ter um maior poder de persuasão, no sentido de convencer as mulheres da importância de realizarem o exame citopatológico e realizar um possível diagnóstico precoce do câncer de colo do útero.

2.8OS PRINCIPAIS FATORES QUE LEVAM A MULHER Á NÃO ADESÃO DO EXAME PREVENTIVO DE CÂNCER DO COLO DO UTERO

De acordo com Gunther (2000) o exame de prevençãodo câncer do colo do útero, além de ser imprescindível para a saúde da mulher, é um procedimento relevante de detecção precoce de lesões pré invasivas e consequentemente instrumento essencial para reduzir a mortalidade por esta patologia. Desse modo, o autor ressalta a importância do profissionalde saúde em identificar os motivos que levam a mulher a não realizar o exame, e a partir dessa identificação atuar na tentativa de minimizar o percentual alarmante de mulheres acometidas pela doença.

Segundo Ferreira (2009) são vários os fatores que levam a mulher e não realizar o exame papanicolaou, e a falta de compreensão da importância do exame por um seguimento de mulheres é um grande desafio para o profissional e os serviços de saúde.Dentre os fatores citados por Ferreira, destacamos o constrangimento, a vergonha e o medo.

Para Sampaio et al. (2010) o exame ginecológico realizado por um profissional do mesmo sexo evidencia uma maior relação de igualdade. Todavia se o profissional for do sexo oposto algumas mulheres sentem-se constrangidas ao mostrar o corpo para se examinado.

No que diz respeito à vergonha, Dauvyet al. (2007) declara que ela pode ser justificada pelo tabu do sexo proveniente da educação recebida, assim como a falta de informação. Relata ainda que algumas mulheres apresentam desconforto na posição ginecológica, uma vez que não aparecem dessa forma nem mesmo para os maridos.

Sampaio et al. (2010) diz que o exame é indolor, desde que a mulher apresente-se calma e relaxada durante o procedimento, e que o profissional utilize os materiais adequados para a coleta ou quando a mulher não apresente lesões no tecido vaginal. Mas caso esses princípios não forem respeitados, a mulher acaba ficando traumatizada e consequentemente não retorne para realizar o exame periódico, por medo de repetir a experiência negativa.

De acordo com Ferreira (2009) uma atuação diferenciada dos profissionais de saúde em relação ao exame, é de vital importância para o estabelecimento de vínculos que facilitará a compreensão da mulher sobre a importância da prevenção. É preciso atuar, respeitando a intimidade, a privacidade e o seu direito de poder conhecer sobre o câncer de colo do útero.

Um estudo realizado no Munícipio de Santo Ângelo/ RS a respeito da educação em saúde para prevenção do câncer de colo do útero em mulheres demonstrou que as mulheres que mesmo enfrentam dificuldades e medo, a grande maioria das mulheres procura o serviço de saúde para se submeter ao exame de prevenção. De acordo com a pesquisa a motivação para realizar esse exame está ligada ao aparecimento de sintomas, ao hábito de cuidar-se e/ou na preocupação com sua condição de saúde. Muitas mulheres deixaram claro que, em relação ao exame, sentem-se algumas vezes constrangidas, envergonhadas, com medo da dor ou da ocorrência de sangramento durante o mesmo, e principalmente quanto à positividade do resultado. Foram citados também alguns outros impedimentos como baixo poder aquisitivo, o fato de cuidar de filhos e marido, e desinformação sobre o exame (CASARIN; PICCOLI, 2011).

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Será desenvolvido um estudo transversal de caráter descritivo exploratório com abordagem qualitativa.

Segundo Sittaet al., (2010) o estudo transversal é uma ferramenta muito útil para descrição de características da população e para identificação de grupos de risco.Tem como vantagens o baixo custo, simplicidade analítica, alto potencial descritivo e rapidez de coleta, além de facilidade na representatividade de uma população.

O desenvolvimento de um estudo de pesquisa qualitativa supõe um corte temporal-espacial de determinado fenômeno por parte do pesquisador (NEVES, 1996).

3.2 CAMPO E CENÁRIO DO ESTUDO

O estudo será desenvolvido na cidade de Eunápolis, um município brasileiro do estado da Bahia às margens da BR-101 e sua população é de 110.803 habitantes, segundo o IBGE de 2012.

Eunápolis conta com 21 Unidades Básicas de Saúde, dessas serão escolhidas as Unidades dos bairros mais populosos,comoJuca Rosa, Santa Lucia, Pequi, Urbis II, Centauro e Minas Gerais.

3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO

Serão selecionados como população de estudo os enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde dos bairros mais populosos de Eunápolis.

Participaram do estudo todos os enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde escolhidas, totalizando 6 enfermeiros.

Os critérios de inclusão serão que os enfermeiros estejam com vínculo empregatício, vigente no momento da coleta, não estejam em afastamento por doença ou licença maternidade, e aceitem assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

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3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para aplicação do questionário será necessário anexar o pré-projeto na Plataforma do Brasil, posteriormente apreciação de um Comitê de Ética. Em seguida será enviado para a Secretária de Saúde um pedido para que a pesquisa seja liberada. Após o pedido ser aceito a pesquisa terá inicio.

Primeiro será preciso ir a Unidade e marcar uma reunião com o coordenador para explicar os objetivos e pedir liberação para adentrar.

Os colaboradores que participaram da pesquisa serão orientados a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE que será encaminhado juntamente com o questionário estruturado e autoaplicável. Nesse questionário, os enfermeiros terão 8 questões fechadas. Objetivando conhecer o trabalho do enfermeiro, apresentar suas atividades voltadas para a saúde das pacientes e identificar suas dificuldades em promover saúde para as pacientes.

Os questionários serão entregues e os enfermeiros responderam no mesmo dia, pois são apenas nove questões fechadas, que não requerem muito tempo para respondê-las. Mas se eventualmente estiverem ocupados, o questionário seráentregue e com cerca de sete dias retornarei para busca-los, e começar a formular os dados.

3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

As questões fechadas serão tabuladas de forma descritiva no programa Excel 2007, para gerarfreqüência, ajudar na elaboração dos gráficos, tabelas e subsidiar a discussão os dados.

Para análise das questões discursivas será utilizado o método de análise de discurso, que segundo Caregnato; Mutti (2006) a interpretação nessa análise deverá ser feita sempre entre o interdiscurso e o intradiscurso chegando às posições representadas pelos sujeitos por meio das marcas lingüísticas. A análise de discurso não vai trabalhar com a forma e o conteúdo, mas irá buscar os efeitos de sentido quese pode apreender através da interpretação.

3.6 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo será desenvolvido respaldando-se na resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, regulamentadora das pesquisas com seres humanos, considerando a observância da beneficência, não maleficência, ausência de riscos e prejuízos, com garantia do anonimato aos sujeitos do estudo. Esta pesquisa só poderá iniciar a coleta de dados após aprovação de um comitê de ética em pesquisa e a coleta dos dados ocorrerá após aceitação do sujeito do estudo e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os enfermeiros foram questionados se realizam ou não busca ativa de pacientes do sexo feminino, para participar de atividades educativas na Unidade. Dos 6 enfermeiros entrevistados todos afirmaram que já fizeram busca ativa de pacientes, para que participassem de atividades educativas na Unidade.

A busca ativa significa ter uma postura baseada na integralidade do cuidado, que visa atender as necessidades de saúde para além da demanda espontânea (MATTOS, 2001).

O principio de busca ativa é talvez a característica mais importante das práticas itinerantes, existe desde o sanitarismocampanhista, buscando lugares insalubres, vetores ou indivíduos contaminados (JUNIOR; NOGUEIRA, 2000;LIMA,2002).

A busca ativa trata-se de uma maneira de realizar a proteção social, indispensávelpara que seja realizado o planejamento local, por meio dela obtemos informações a respeito do território, possibilitando compreender a realidade daquela população para então atuar.A busca ativa refere-se à procura de forma intencional, visando identificar na população as situações de vulnerabilidades e risco social (SIQUIÉRI; SILVA, 1983).

O gráfico1 representa a resposta dos enfermeiros foram questionados sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem, se já desenvolveram para a saúde do sexo feminino, com enfoque no sistema reprodutor feminino, dos 6 entrevistados 17 % afirmaram que não fizeram SAE e 85% afirmaram já ter feito.

Gráfico 1. Percentil de enfermeiros que já desenvolveram ou não a SAE, atentando para a saúde do sexo feminino

Fonte: próprio autor

A SAE é uma metodologia de trabalho que viabiliza a organização, planejamento e avaliação do cuidado prestado. Além de ser uma ferramenta indispensável para o enfermeiro ter uma boa qualidade de assistência, melhorar a comunicação entre a equipe, priorizar as necessidades de cada paciente e também desenvolver ações baseadas em conhecimento técnico cientifico (DUARTE, 2009).

A SAE é um método que ajuda o enfermeiro a realizar o cuidado de maneira individualizada ao paciente, planejando suas condutas, verificando o histórico do paciente com olhar integral, realizando o exame físico, para se ter um diagnóstico (BARROS & CHIESA, 2007).

Um estudo realizado em um Distrito Sanitário de Saúde do município de Belo Horizontea cerca da percepção dos enfermeiros sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção básica, demonstrou que os enfermeiros acham importante o uso da SAE, mas tem dificuldades em colocá-la em pratica devido a vários fatores, como a grande demanda de usuários, pouco tempo para o atendimento e acompanhamento dos usuários, sobrecarga de trabalho e ausência de educação permanente (SANTANA et al.,2013).

O gráfico 2 mostra as dificuldades encontradas pelos enfermeiros para realizar o acompanhamento de saúde das mulheres, os enfermeiros citaram constrangimento 34%; vergonha 22%; medo 22%; falta de conhecimento 11% e a opção outros (falta de tempo) 11%.

Gráfico 2. Percentil das dificuldades encontradas para realizar o acompanhamento de saúde das mulheres

Fonte: próprio autor

O acompanhamento da Saúde da Mulher deve ser feitocom o propósito de atender às necessidades da mulher, para que ocorra efeitos positivos sobre a sua saúde. Além disso, o acolhimento deve teruma escuta ativa, aberta, sem julgamentos ou preconceitos (SILVA et al., 2012).O atendimento em Saúde da Mulher requer do profissional uma atenção especial que vá além dos limites da especificidade passando por um olhar mais global, com prioridade na prevenção dos agravos e na promoção da saúde integral da mulher, sendo muitas vezes necessário seu encaminhamento para outras especialidades (FLORIANÓPOLIS, 2006).

Algumas mulheres apresentam atitudes que as tornam vulneráveis à doença, e sesentem constrangidas e envergonhadas, mas a mudança de atitudes só é possível por meio da modificação do modo de vida, e que seja entendida como benefício e justificativa dos esforços no sentido de concretizá-la( FERREIRA, 2009).

Os profissionais enfermeiros foram questionados se orientamou não as pacientes sobre a importância de realizarem o preventivo e 100% dos entrevistados afirmaram que orientam as pacientes.

De acordo com Frigato e Hoga (2003)faz parte do trabalho do enfermeiro realizar fornecer orientações sobre às medidas preventivas, identificar precocemente os efeitos colaterais do tratamento a fim de minimizá-los, além de orientar e acompanhar a paciente e respectiva família.

Cabe também ao enfermeiro, estabelecer um vínculo com o paciente para que o mesmo possa colaborar duranteos procedimentos necessários para a conservação da saúde. Mas para isso, o profissional deve atender as pacientes de maneira individualizada e integral, levando em conta as características pessoais, orientando e acompanhando no que for necessário dentro da atenção à saúde.

Todos os enfermeiros, 100% dos entrevistados ao serem questionados sobre o tempo médio para a chegada do resultado do preventivo, responderam que em média 1 a 2 meses.

Geralmente a incidênciadas lesões precursoras que desenvolvem para carcinoma invasivo, se não detectadas e tratadas em tempo rapidamente, ocorre na faixa etária de 35 a 49 anos de idade.O Ministério da Saúde/INCA orientam que o exame Papanicolaou seja realizado uma vez por ano em mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos, podendo ser realizado uma vez a cada três anos, quando dois exames anuais consecutivos revelarem resultados negativos ( INCA, 2011).

É de suma importante orientaras mulheres sobre o motivo da demora dos resultados da citologia e explicar que é essencial o retorno à unidade para a busca do resultado; que este exame vai ser lido num laboratório e que o processo pode durar até cerca de um mês (INCA, 2002).

Os enfermeiros foram questionados se já depararam com alguma doença no sistema reprodutor feminino e todos (100%) responderam que sim. O gráfico 3 mostra qual a conduta frente à essas doenças, 60% responderam que fazem encaminhamentos, 40% orientando sobre como prevenir as DST’s, e nenhum respondeu que prescreve medicamentos ou a opção outros ( fazendo diagnósticos ).Assim pode se afirmar que no município de Eunápolis os enfermeiros não realizam abordagem sindrômica para DST’s.

Gráfico 3. Percentil da conduta dos enfermeiros frente as Doenças sexualmente transmissíveis

Fonte: próprio autor

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) tratam-se de infecções distintas que têm em comum o fato de serem transmitidas por meio da relação sexual. Cada uma das diferentes doenças que compõe o grupo das DST apresenta sintomatologia, prognóstico e curso próprio, necessitando de estratégias específicas de prevenção, diagnóstico e tratamento.Mesmo com o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de tratamento, as DST continuam atingindo um grande número de pessoas, especialmente as mulheres, pelo fato de que muitas das DST não apresentam sintomas na população feminina. (VILELA et al., 2009).

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) correspondem umas das cinco principais causas de procura por serviço de saúde e podem levar a complicações, tais, como infertilidade, abortamento espontâneo, malformações congênitas e até a morte, se não tratadas. Além disso, aumentam a chance, cerca dez vezes, de contaminação pelo HIV.Trata-se dedoenças de difícil detecção, uma vez que provocam poucos sintomas visíveis e, muitas vezes, apresentam-se de forma assintomática ( CARRET et al., 2004).

O enfermeiro durante a orientação sobre as DST’s enfrentam dificuldades, como uma população onde exista prevalência de monogamia e religiões que priorizam o matrimônio. O enfermeiro fala sobre as DST’s , demonstra relações de confiança com os pacientes e atenua eventuais preocupações. O paciente deve te conhecimento das opções de tratamento e ter as informações necessárias sobre as infecções transmitidas sexualmente (CASTRO, 2013).

O gráfico 4mostra os argumentos utilizados pelos enfermeiros para levar as pacientes a uma maior adesão ao exame preventivo, dos entrevistados 32% responderam exame simples, 25% diagnóstico precoce com maior chance de cura, 25% grande quantidade de mulheres com câncer de colo de útero, 12% a doença causa muitos óbitos e 6% outros ( valorização da mulher).

Gráfico 4. Percentil dos argumentos utilizados pelos enfermeiros para levar a uma maior adesão ao exame preventivo

Fonte: próprio autor

O câncer do colo do útero causa o óbito em cerca de 230 mil mulheres por ano, e asua incidência é de aproximadamente duas vezes maior em países menos desenvolvidos em relação aos mais desenvolvidos. A incidência por câncer do colo uterino torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos, e o risco aumenta até atingir seu pico geralmente na faixa etária de 45 a 49 anos (FERREIRA, 2009).

O exame Papanicolau previne o câncer de colo uterino edeve ser realizado em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Trata-se da coleta de material do colo uterino para exame em laboratório. É um exame simples e barato (DANGELO; FATTIMI,2003).

De acordo com Castro (2010) o exame pode ser realizado facilmente, de forma precoce e apresentando altas taxas de cura. É utilizado em programas de rastreamento para detecção precocedo câncer de colo uterino, sendo considerado seguro e efetivo.

De acordo o gráfico 5os enfermeiros quando foram questionados sobre as maneiras que utilizam para incentivar a detecção precoce do câncer de útero, e responderam 50% através de atividades educativas voltadas para esse público; 25% realizando busca ativa e conversando com as pacientes; 25% aborda as pacientes sobre o exame em momentos que estejam na Unidade de Saúde e nenhum respondeu a opção outros ( através de cartazes e panfletos).

Gráfico 5. Percentil das formas utilizadas pelos enfermeiros para incentivar a detecção precoce do câncer uterino

Fonte: próprio autor

Um estudo realizado com enfermeiros atuantes em oitoUAPs de um município do estado de Minas Gerais, escolhidas de forma aleatória entre as que atuam no modelo da ESF, demonstrou que dentre suas atividades voltadas para detecção precoce do câncer de colo uterino, tem-se:ações educativas diversas em conjunto com à equipe de saúde e comunidade, consultas de enfermagem e a realização do exame de papanicolaou, bem como verificação, comunicação dos resultados e encaminhamentos para os devidos procedimentos quando necessário ( MELO et al., 2012).

CONCLUSÃO

O câncer de colo uterino é considerado um problema de saúde pública, que atinge mulheres em todo mundo independente da classe social, além disso estudos demonstraram que as campanhas de prevenção e/ou detecção precoce dessa doença não têm alcançado o objetivo, visto que esse tipo de câncer ainda é uma ameaça para a população feminina brasileira.

Diante disso, o enfermeiro, principalmente da Atenção Básica, tem um papel de vital importância na prevenção do câncer uterino, visto que tem um papel de educador e passam mais tempo cuidando da população, e acabam estabelecendo um vínculo com ela.

A pesquisa levantou aspectos relacionados à saúde feminina, com enfoque no câncer de útero, e as maneiras que o enfermeiro utiliza para incentivar a realização do exame preventivo, bem como, as dificuldades que encontram para isso.

A pesquisa evidenciou que existe um trabalho nas Unidades voltado para a saúde da mulher, que enxerga a mulher como um todo e que busca tornar a mulher mais independente e cuidadora da sua própria saúde, ou seja oferecendo os recursos necessários para que as pacientes previnam-se de problemas de saúde, como o câncer de colo uterino.

Os enfermeiros, em sua maioria, afirmaram desenvolver atividades educativas voltadas para a saúde das pacientes do sexo feminino, por meio de palestras e cartazes, que as orientam sobre o exame preventivo,enfatizando a sua importância.

Ficou evidenciado que na visão dos enfermeiros as mulheres tem dificuldades para aderirem ao exame preventivo, como constrangimento, vergonha, medo, falta de conhecimento e falta de tempo.

Nesse sentido, o enfermeiro deve continuar promovendo educação em saúde, por meio da divulgação de campanhas e orientações as mulheres a respeito dos cuidados, prevenção e consequências ligadas ao diagnóstico do câncer. Além de investir em propagandas que chamem atenção desses pacientes e aos cuidados que devem ser empregados em sua saúde.

É importante também melhorar as estratégias para conseguir atrair mais mulheres para as Unidades, para que eles ouçam palestras, e que essa oportunidade sejaaproveitada para esclarecer possíveis duvidas, e acabar com ansiedades, medos ou preocupações que possam ter. Melhorando assim a qualidade de vida desses pacientes.

A importância doenfermeiro é imprescindível para a população feminina, visto que eles desenvolvem atividades educativas para essa população, fazem busca ativa, as orientam a respeito do preventivo, capacitam osACS e realizam encaminhamentos.

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TEIXEIRA, Luiz Antonio; FONSECA, Cristina M. Oliveira. De doença desconhecida

a problema de saúde publica: O INCA e o controle do câncer no Brasil. Rio de janeiro: Ministério da Saúde, p. 13, 1° edição. 2007. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_desconhecida_saude_publica.pdf>. Acesso em: 16 de julho de 2014.

TONANI, Marcela.Risco de câncer e comportamentos preventivos: A persuasão como uma estratégia de intervenção. [Monografia na internet]. Ribeirão Preto, 2007.Disponível em:<file:///C:/Documents%20and%20Settings/AABB/Meus%20documentos/Downloads/MarcelaTonani.pdf>.Acesso em: 12 de julho de 2014.

WILLIAMS, P.L;WARWICK R; DYSON, M.; BANNISTER, L.H. Gray Anatomia. 37. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. 1356-1363 p.

VERAS R. Fórum. Envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD: demandas e desafios contemporâneos. CadSaude Publica 2007; 23(10): 2463-66.

VILELA, W. V.; CARDOSO, Eliane; CUGINOTTI, Aloísio; RAMOS, Luís Roberto; RIBEIRO, S. A.; HAYANA E. T.; BRITO, F. C. Desafios da Atenção Básica em Saúde: A Experiência de Vila Mariana, São Paulo, Brasil. In: Cadernos de Saúde Pública (ENSP. Impresso) V. 25, p. 1316-1324, 2009.

ZIEGEL, E.E.Cranley, M.S.Enfermagem obstétrica. 3° Ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan,2011, 696 p.

ANEXO I

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA -

UNIÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA -

BR 367, KM 14, 14 - ZONA RURAL - CEP:45825000 / EUNÁPOLIS-BA

FONE / FAX: 73 32814342

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.

Prezado enfermeiro(a) convidamos o senhor(a) para participar do estudo .Sou Janine Macêdo Lima e estou realizando juntamente com Maria Cristina Marques o estudo“O papel do enfermeiro na prevenção do câncer de calo uterino”.Esta pesquisa tem como principais objetivos:Verificar como se da à atuação do enfermeiro no incentivo ao diagnóstico precoce do cânceruterino na ESF em Eunápolis, BA, além de, apresentar as atividades do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família, voltadas para a saúde da população feminina e identificar as dificuldades encontradas pelo enfermeiro na adesão das pacientes ao exame preventivo.

Por isso, o senhor(a) será solicitado a responder um questionário contendo questões sobre dados relativos ao exame preventivo. As questões serão no sentido de conhecer o trabalho do enfermeiro no incentivo ao diagnóstico precoce do câncer de colo do útero. Trata-se de questões simples, que não demandam de grandes esforços ou muito tempo para respondê-las.

A sua participação no estudo será voluntária, anônima e confidencial, suas respostas não produzirão prejuízo pessoal, dado que não haverá nenhuma forma de identificação nominal nos questionários, eà utilização das informações coletadas serão apenaspara fins de avaliação do profissional enfermeiro fora do escopo científico, e nem mesmo a informação de quais as unidades pesquisadas serão incluídas no relatório final, visto que poucas unidades e poderia expor a atuação dos profissionais.Além disso, o resultado final da pesquisa irá retornar aos enfermeiros participantes da pesquisa, através do e-mail dos mesmos.

Você está livre para recusar a participar do estudo ou para desistir a qualquer momento, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo pessoal. Não haverá remuneração e, portanto, sua participação é voluntária. A sua decisão em participar ou não, desta pesquisa, não implicará em nenhuma discriminação ou represália por parte dos pesquisadores. A qualquer momento você poderá pedir esclarecimentos a respeito da pesquisa, no que será prontamente atendido, mesmo que a resposta afete sua vontade de continuar participando do estudo. Caso aceite participar da pesquisa, o TCLE precisará ser assinado em duas vias, sendo que uma das vias ficará com o Senhor e a outra será arquivada pelos pesquisadores por cinco anos.

Consentimento para participação: Eu estou de acordo com a participação no estudo descrito acima. Eu fui devidamente esclarecido quanto os objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais serei submetido e os possíveis riscos envolvidos na minha participação. O pesquisador me garantiu disponibilizar qualquer esclarecimento adicional que eu venha solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que a minha desistência implique em qualquer prejuízo à minha pessoa ou à minha família, sendo garantido anonimato e o sigilo dos dados referentes a minha identificação, bem como de que a minha participação neste estudo não me trará nenhum benefício econômico.

Eu, ___________________________________________________, aceito livremente participar do estudo intitulado “Enfermagem e câncer do colo do útero” desenvolvido pela acadêmica Janine Macêdo Lima, sob a responsabilidade da Professora Orientadora Maria Cristina Marques das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.

Nome da Participante________________________________________________

COMPROMISSO DO PESQUISADOR

Eu discuti as questões acima apresentadas com cada participante do estudo. É minha opinião que cada indivíduo entenda os riscos, benefícios e obrigações relacionadas a esta pesquisa.

________________________________________Eunápolis, Data: __/__/__

Assinatura do Pesquisador

Para maiores informações, pode entrar em contato com:

àMaria Cristina Marques End.Cond. Cortina Verde II,39 Quinta do descobrimento Caixa Postal 336 Porto Seguro-BA. e-mail:cristina@unece.br

->Janine Macêdo Lima End. Av. Graça,159 Santa Lúcia, Eunápolis-BA Fone: (73) 81364996 e-mail: janinelima77@hotmail.com

ANEXO II

Questionário auto aplicável, direcionado aosprofissionais enfermeiros atuantes nas Unidades Básicas de Saúde: Juca Rosa, Santa Lucia, Pequi, Urbis II, Centauro e Minas Gerais.

1 Já fez busca ativa de pacientes para participar de atividades voltadas para a saúde dos pacientes do sexo feminino na Unidade?

Sim ( ) Não ( )

2 Já desenvolveu alguma Sistematização da Assistência de Enfermagem atentando para a saúde do sexo feminino, com enfoque no sistema reprodutor feminino que procuram a ESF para atendimento?

Sim ( ) Não ( )

3 Quais são as dificuldades encontradas para realizar o acompanhamento da saúde das mulheres?

( ) Constrangimento ( )falta de conhecimento

( ) Vergonha ( )outros _______________

( ) Medo

4. Costuma orientar as pacientes sobre a importância de realizar o preventivo?

Sim ( ) Não ( )

5 Qual o tempo médio de demora para a chegada do resultado do preventivo?

( ) 1 a 2 meses ( ) 3 a 4 meses ( ) 5 a 6 meses ( ) mais de 6 meses

6 Já se deparou com alguma doença no sistema reprodutor feminino? Se sim, qual foi sua conduta?

( ) sim ( )não

( ) prescreveu medicação

( ) encaminhou para o médico

( ) orientou as mulheres sobre como prevenir as DSTs

( ) outros ______________________________________

7 Quais argumentos o senhor(a) costuma utilizar para convencer as pacientes sobre a importância de realizar o preventivo?

( ) Diagnostico precoce com maior chance de cura

( ) Exame simples

( ) Grande quantidade de mulheres com câncer de colo de útero

( ) A doença causa muitos óbitos

( ) Outros______________________________________

8 Como o senhor (a) age para incentivar a detecção precoce do câncer de colo do útero?

( ) Através de atividades educativas voltadas para esse público

( ) Realizando busca ativa e conversando com as pacientes

( ) Aborda as pacientes sobre o exame em momentos que estejam na Unidade de Saúde

( ) Outros______________________________________