PERFIL GERENCIAL DE ENFERMEIROS QUE ATUAM EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE.

Data de postagem: Oct 28, 2016 5:44:20 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

ELIANI SILVA SANTOS

PERFIL GERENCIAL DE ENFERMEIROS QUE ATUAM EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE.

EUNÁPOLIS, BA

2015

ELIANI SILVA SANTOS

PERFIL GERENCIAL DE ENFERMEIROS QUE ATUAM EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador (a): Profª. Maria Cristina Marques.

EUNÁPOLIS, BA

2015

ELIANI SILVA SANTOS

PERFIL GERENCIAL DE ENFERMEIROS QUE ATUAM EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Professor (a) (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professor (a) (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professor (a) (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professor (a) (Faculdade do Extremo Sul da Bahia)

Professora, Coordenadora do curso de Enfermagem Eunápolis–Ba

_________________________________________ DATA: _____/_____/_____

DEDICATÓRIA

“Dedico esta vitória a minha mãe, irmãs,

familiares e amigos que de muitas formas me incentivaram e ajudaram

para que fosse possível a concretização deste sonho.

Obrigada Jesus!”

AGRADECIMENTOS

Fascinada pela “arte de cuidar”, há cinco anos construi um sonho, a graduação no curso de Enfermagem e assim o iniciei. O passar dos dias me ensinou que viver está ciência é uma tarefa que exige paciência, dedicação, compreensão e, sobretudo muito amor pela profissão.

Nesta fase da minha história, muito vivenciei, perfiz amizades e especialmente amadureci, adquiri conhecimento através dos ensinamentos dos mestres e dos estudos habituais, não olvidando das falhas que também serviram de aprendizados.

Hoje concluo mais uma etapa da minha vida, agora, o que antes era sonho, torna-se realidade, e neste momento não poderia deixar de agradecer a DEUS por ter-me vocacionado para o exercício da “arte de cuidar” e por ter-me permitido alcançar, com êxito, a conclusão dessa etapa.

Acredito que meu avô José Ferreira tem grande parcela nisso, já que me ensinou a ser forte, sem perder a doçura, e acreditar nos meus sonhos.

A minha mãe Marinalva por todo amor, força e apoio; por ser minha referência de honestidade, caráter e trabalho e por acreditar em mim sempre. VOCÊ É TUDO EM MINHA VIDA! Sou grata também ao meu padrasto Antônio, do qual recebo amor de filha.

As minhas irmãs Solange e Silvia, pela confiança, pelas palavras de incentivo e por sempre estar ao meu lado.

Ao meu irmão Adailton e minhas avós Palmira e Ester, que de seu reduto celestial sei que estão felizes pela minha conquista.

Á todos os familiares, tios (as), primos (as) por todo carinho e incentivo, que torceram e acreditaram na conclusão deste curso, fico muito grato.

A minha orientadora Maria Cristina Marques, pela competência, amizade, empenho, paciência e credibilidade, disponibilidade que me ofereceu ao longo desses últimos semestres em que trabalhamos juntas, obrigada por tudo.

Aos meus supervisores dos estágios curriculares, pelo conhecimento que me transmitiram e que contribuíram para que me tornasse enfermeira.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito Obrigado.

EPÍGRAFE

“Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje.

De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e corporifica no presente.

Temos que saber o que fomos e o que somos para saber o que seremos.”

Freire

RESUMO

A saúde requer do enfermeiro uma atenção voltada aos objetivos que atendam ao setor e reparem a dificuldade nas condições das redes de serviços de saúde. As redes básicas de saúde é o primeiro nível de atenção que o usuário recebe, onde há uma equipe multidisciplinar responsável pelo cuidado da comunidade, facilitando seu acesso e acolhendo em suas necessidades. No exercício da função gerencial o enfermeiro deve ser capaz de compreender e participar de decisões mais complexas estimulando a participação social, política e econômica. Este estudo tem como objetivo geral conhecer o perfil dos enfermeiros como gerentes de Redes Básicas de Saúde, tendo como parâmetros o perfil sociodemográfico do enfermeiro, conhecer as atividades de gestão desenvolvidas pelos enfermeiros, identificar se houve capacitação na área de gestão bem como experiências anteriores, conhecer a opinião dos enfermeiros quanto às atividades por ele desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde. O estudo em questão foi desenvolvido com os enfermeiros que integram as equipes das Unidades Básicas de Saúde dos bairros Santa Lúcia, Dinah Borges, Pequi, Urbis II e Centauro no município de Eunápolis-Ba. Trata-se de um estudo de caráter descritivo transversal, com abordagem qualitativa. Todos os enfermeiros entrevistados desempenham funções administrativas e burocráticas, houve a confirmação que os mesmos recebem capacitações periodicamente, sendo realizada pela Instituição Pública. Também foi observado aspectos acerca do líder. Nesse sentido, a liderança tem capacidade de influenciar inúmeras habilidades atuais de gerenciamentos dos enfermeiros: através de persistência e convicções em suas habilidades, ser competente, promover o entusiasmo, cultivar a fé, dar credibilidade a quem merece, correr riscos, determinar um objetivo, desempenhar um objetivo, são características que podem ser desenvolvidas pelo enfermeiro no dia-a-dia. Cada vez mais competitivo, o mercado de trabalho, o profissional enfermeiro necessita estar pronto para abraçar diversas funções a ele responsabilizadas.

Palavras Chave: Gerenciamento, Enfermagem, Unidade Básica de Saúde.

LISTA DE SIGLAS

ACS – Agente Comunitário de Saúde.

COREN – Conselho Regional de Enfermagem.

DCNs – Diretrizes Curriculares Nacionais.

EUA – Estados Unidos da América.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

PMAQ – Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica.

PSF – Programa Saúde da Família.

SUS – Sistema Único de Saúde.

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento.

UBS – Unidade Básica de Saúde.

UTI – Unidade de Terapia Intensiva.

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Distribuição percentual das idades dos profissionais de enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde6

GRÁFICO 2 – Distribuição percentual por sexo dos profissionais de enfermagem na Unidade Básica de Saúde37

GRÁFICO 3 – Percentual de profissionais de enfermagem que possui Pós-graduação38

GRÁFICO 4 – Distribuição percentual dos eventos que promovam orientação sobre a saúde e medidas sanitárias

GRÁFICO 5 – Distribuição percentual de treinamento profissional na enfermagem

GRÁFICO 6 – Distribuição percentual de quando é realizado o treinamento para o profissional de enfermagem

GRÁFICO 7 – Percentual da divisão de tempo na Unidade Básica de Saúde

GRÁFICO 8 – Distribuição percentual do curso de enfermagem na preparação para a função de gerência44

GRÁFICO 9 - Distribuição percentual da capacitação na área de gestão periodicamente pela Unidade Básica de Saúde45

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS13

2.2 ENFERMAGEM E A LIDERANÇA14

2.3 A LIDERANÇA NA PERSPECTIVA DA ENFERMAGEM14

2.4 CARACTERÍSTICA DA GERÊNCIA DE ENFERMAGEM

2.5 A COMUNICAÇÃO NA VISÃO DA ENFERMAGEM

2.5.1 A Comunicação no Gerenciamento em Enfermagem

2.5.2 Tomada de Decisão na Visão da Enfermagem

2.5.3 O Poder de Negociação da Enfermagem

3 METODOLOGIA32

3.1 TIPO DE ESTUDO32

3.2 CAMPO E CENÁRIO DO ESTUDO32

3.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO32

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS33

3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS34

3.6 QUESTÕES ÉTICAS35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO36

5 CONCLUSÃO47

REFERÊNCIAS49

ANEXO I

ANEXO II

1 INTRODUÇÃO

A ampliação da Rede de Atenção à Saúde, incentivada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com método de descentralização, vem atuando nas transformações da gestão e prestação de serviços na Unidade Básica de Saúde, mudando o mercado de trabalho em saúde. De forma integral e continuada a Unidade Básica de Saúde prioriza as ações de promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde de indivíduos e famílias. Sendo assim, a Enfermagem tem participação significativa desse processo.

Nos serviços de saúde, a qualidade deve ser ressaltada, especialmente porque o cuidado proporcionado ao usuário é usado durante a sua produção, tornando-o diferenciado da produção de bens, em que é provável isolar o produto com defeito sem maiores prejuízos. Ocorre do mesmo modo no trabalho de enfermagem, como nos demais serviços de saúde, à critério que os bens são elaborados e consumidos no ato da produção, não podendo ser acumulados e comercializados posteriormente (BERTUSSI; ALMEIDA, 2003).

Pesquisadores desta temática indicam para a precisão de discussão e apreciação da gerência dos serviços na Unidade Básica de Saúde, pois estas são as unidades elaboradoras, a porta de abertura no sistema local de saúde, onde as dificuldades podem ser detectadas, priorizados e acolhidos pela equipe de saúde, sendo que a gerência pode determinar alterações no modo de fazer saúde (FELLI; PEDUZZI, 2005).

Assim, analisar-se que o perfil do enfermeiro, relaciona-se, sobretudo, à finalidade impressa ao método de trabalho em saúde, sendo que esses profissionais podem imprimir a esse processo direções determinadas pelo âmbito técnico, ético e político, uma vez que esses trabalhadores devem ser capazes de planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que respondam às necessidades em saúde da comunidade, na articulação com os diversos setores envolvidos na promoção da saúde.

Em tal contexto, espera-se que o enfermeiro seja competente para exercer um papel de gerente nos serviços de saúde, dentro de uma perspectiva cooperativa, onde o objetivo é alcançado pelo mérito coletivo e não pela junção de empenhos individuais. Tais ações são qualidades do trabalho e do trabalhador de enfermagem concorrem entre os principais fatores para a garantia da sua melhor execução e, para tanto, o enfermeiro deve assumir o papel de ator principal neste processo de trabalho.

A relevância de se estudar este tema é que por muitas vezes o enfermeiro não é capacitado o suficiente para atuar de forma gerencial, como gerente de Unidade Básica de Saúde e na prática, este profissional assume diversas atividades burocráticas, por isso ele deve ser capacitado, desde o âmbito acadêmico, para promover melhor atendimento ao público.

As características pessoais, humanas e interdisci­plinares de formação dos profissionais que atuam na área de saúde, em especifico nas Unidades Básicas de Saúde são importantes de se considerar, para se obter uma informação mais ampla e melhor sobre a saúde da comunidade. Faz-se necessário, portanto, um conhecimento do perfil desses enfermeiros inte­grantes das Unidades Básicas de Saúde dos bairros Santa Lúcia, Dinah Borges, Pequi, Urbis II e Centauro no município de Eunápolis-Ba.

O presente estudo tem o objetivo geral de caracte­rizar o perfil dos enfermeiros que integram as equipes das Unidades Básicas de Saúde e as condições definidoras e norteadoras de suas práticas de gerenciamento, tendo como principio o perfil sociodemográfico do enfermeiro, conhecer as atividades de gestão desenvolvidas pelos enfermeiros, identificar se houve capacitação na área de gestão bem como experiências anteriores, conhecer a opinião dos enfermeiros quanto às atividades por ele desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

Os sistemas de saúde fundamentados no fortalecimento da atenção básica estão constituídos de modo a acatar a maior parte dos problemas de saúde e a enfatizar ações de promoção da saúde e de prevenção dos agravos. Sua utilização é definida da interação do comportamento do indivíduo que procura cuidados, do profissional que o conduz dentro do sistema de saúde e dos recursos diagnósticos e terapêuticos disponibilizados. Entre seus decisivos, podem ser destacados aqueles catalogados às necessidades de saúde, aos usuários e às particularidades da oferta dos serviços (FACCHINI et al. 2008).

A demanda por serviços de saúde pode ser percebida como o desejo e/ou a desenvoltura do indivíduo em procurar, utilizar e, em algumas ocorrências, pagar pelos serviços recebidos. Em termos funcionais, pode ser subdividida em demanda potencial, que é a percepção de precisão do indivíduo e sua decisão de procurar um acolhimento e em demanda expressa ou atendida, que é a utilização propriamente dita (PORTA, 2008).

Segundo o IBGE (2004), no Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios sobre o padrão de acesso e de utilização de serviços, publicada em 2003, mencionou que, do total de entrevistados, 14% relataram ter buscado um serviço de saúde nos 15 dias que anteciparam a entrevista, e destes 96% foram atendidos, sendo 59% em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e 41% no sistema particular.

Se a informação sobre o padrão de utilização e as peculiaridades dos usuários dos serviços de saúde é fundamental para o programa do sistema de saúde como um todo, esta importância acrescenta em relação à atenção básica, por constituir-se em porta de entrada do sistema público e por responder por cerca de 30% dos atendimentos em saúde no Brasil (PINHEIRO et al. 2004).

Distintos estudos têm exposto a utilização de serviços primários em saúde e seus principais fatores associados. Os grupos extremos de idade (crianças e idosos) empregam mais os serviços e o número de consultas amplia com a idade. As mulheres consultam mais do que os homens, mesmo após adaptado para necessidades em saúde. O diferencial se explica, em parte, por um instância maior do gênero feminino pela sua condição de saúde (SAWYER; LEITE; ALEXANDRINO, 2004).

A escolaridade e a situação socioeconômica são outros fatores avaliados importantes preditores de utilização de serviços de saúde, uma vez que se integram a um maior conhecimento e à adoção de conduta mais saudáveis (TOMASI et al. 2011).

Sabe-se que a alternativa mais apropriada para conhecer o perfil de morbidade de uma população é a efetivação de inquéritos de base populacional (CAPILHEIRA, 2006).

Contudo, isto nem sempre é provável, exigindo recursos humanos e financeiros de relativa magnitude. Uma opção bastante utilizada constitui-se na concretização de estudos de demanda que podem prover informações sobre o perfil de morbidade e os motivos da busca por acolhimento em uma unidade de saúde, como por exemplo, procedimentos preventivos e curativos, sejam eles vinculados a ações de saúde programáticas ou não (TOMASI et al. 2011).

A partir de 1994, com a fundação evolutiva da Estratégia da Saúde da Família, a atenção básica à saúde no Brasil se fortalece ancorado nos princípios de integralidade e hierarquização da atenção, territorialização, sistematização da população e equipe multiprofissional (CONILL, 2008).

2.2 ENFERMAGEM E A LIDERANÇA

O rápido método de crescimento e desenvolvimento pelo qual alguns países vêm atravessando nas últimas décadas demanda dos enfermeiros das diversas áreas de atuação o ingresso no mercado de trabalho com uma nova visão de mundo, na qual valores como confiabilidade, crescimento mútuo, maneira positiva, compromisso, honestidade e autodisciplina estejam presentes. Esses valores intercalam um dos termos mais discutidos na atualidade do universo profissional: a liderança (SOUSA; BARROSO, 2009).

Liderança concebe o processo de exercer influência sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas que se empenham por alcançar seu objetivo em situações determinadas (GARCÍA-JIMÉNEZ, 2007).

É conceituada como comportamento, entendendo-o em função da personalidade e da condição. A Liderança é instituída entre a influência e o comportamento de pessoas para a execução de tarefas (BARBOSA; COSTA, 2008).

Estudo atualizado acerca de liderança tem indicado, em comum, o conceito de ser um fenômeno de grupo envolvendo um processo de influência de um indivíduo sobre os demais ou que liderança é um método coletivo e, portanto, partilhado entre todos os membros (LOURENÇO; TREVIZAN, 2004).

Assim, o líder é a pessoa apropriada de canalizar a atenção dos abrangidos e dirigi-la para ideais comuns. Para isso, ele se empenha no sentido de aproximar e concordar com interesses grupais e individuais em conformidade com os objetivos da organização. Ao investir no poder existente nos liderados, o líder rearticula esse poder em harmonia com o seu próprio, para alcançar uma aliança grupal em relação a objetivos comuns, sustentando sua influência através do reforço do comprometimento com ideais comuns (LOURENÇO; TREVIZAN, 2005).

Autores destacam como fundamentais no processo de liderança as seguintes peculiaridades de quem lidera: busca constante pelo conhecimento e repartição deste aos liderados, comunicação eficiente, envolvimento, credibilidade, alto grau de resolutividade de atividades abstrusas e ambiguidades para o contexto organizacional em que se introduz bom relacionamento interpessoal, entre outras (RIBEIRO, 2006).

A liderança é um tema complacente no cenário dos diferentes grupos de pessoas e, para a enfermagem, suas atividades nas organizações são de alta transcendência na tomada de deliberações para o desenvolvimento da profissão em todos os campos da vida social, econômica e política (CARDOSO; RAMOS; D’INNOCENZO, 2011).

A Enfermagem é uma ciência que interatua com as outras ciências. A investigação do conhecimento a respeito da natureza, da sociedade, de fatos e fenômenos determina que o enfermeiro seja um profissional interativo e competente de lidar com as diferentes categorias profissionais (RIBEIRO, 2006).

É através da liderança que o enfermeiro tenta harmonizar os objetivos organizacionais com os desígnios do grupo da enfermagem, buscando o aperfeiçoamento da prática profissional e principalmente o alcance de uma assistência de enfermagem adequada (SILVA; GALVÃO, 2007).

Através dos distintos enfoques nos quais a liderança vem sendo acometida, fica clara a sua seriedade na enfermagem, seja na prática assistencial, gerencial, de ensino ou de pesquisa, uma vez que se torna essencial o desenvolvimento de suas habilidades na profissão (RIBEIRO, 2006).

2.3 A LIDERANÇA NA PERSPECTIVA DA ENFERMAGEM

De acordo com o autor Oliveira (2004), a liderança em enfermagem foi inserida por Florence Nightingale, precursora da enfermagem moderna na segunda metade do século XIX. Durante a Guerra da Criméia, Florence abarcou-se em atividades administrativas hospitalares e demonstrou capacidades de gerenciamento e liderança, supervisionando as enfermeiras e preparando o cotidiano da assistência aos soldados feridos.

Hoje em dia, a função administrativa e assistencial do enfermeiro é conhecida nas unidades hospitalares e nas unidades básicas de saúde. É ele que, causa os recursos que garantem o acolhimento prestado pelo pessoal de enfermagem e pelos demais profissionais, com sua rotina de trabalho (SOUZA; MELO, 2009).

O enfermeiro utiliza a liderança como instrumento de trabalho ao desempenhar as suas atribuições e, nesse sentido, pode decidir o caráter de trabalho de seu grupo e da instituição e persuadir as funções administrativas, as tomadas de decisões, o crescimento e autonomia da sua equipe (GARCÍA et al., 2009).

Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (2007), a Lei nº 7.498, de 25 de Junho de 1986, em seu artigo 11, é responsabilidade do enfermeiro chefiar o serviço e a unidade de enfermagem em instituição pública e privada; constituir e administrar os serviços de enfermagem e suas atividades técnicas e auxiliares; planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços de assistência de enfermagem.

Realmente, o enfermeiro é o líder da equipe de enfermagem. A competência deste profissional deriva da posição hierárquica que ocupa na organização e dos conhecimentos técnico, científico e ético que adquiriu durante a graduação, tornando-o capacitado a chefiar a equipe de enfermagem.

Sempre que os membros da equipe de enfermagem são aliados e estão próximos do enfermeiro, compreende-se que as atividades realizadas garantem o bom funcionamento da unidade, permitindo o desenvolvimento dos profissionais que compõem a equipe (SILVA; GALVÃO, 2007).

Entretanto, há evidências de que a liderança incompetente do enfermeiro na coordenação da saúde, muitas vezes é decorrência de conflitos entre os membros da equipe de enfermagem. Isto provém do fato de o enfermeiro ocupar uma atitude legitimada pelo poder e, frequentemente alicerçada na construção formal da organização, surgindo daí uma relação de predomínio em que o líder se sobrepõe aos demais membros da equipe, que reagem com sentimentos de revolta e inquietações, cujos reflexos recaem na assistência ao cliente (OLIVEIRA et al., 2004).

Portanto, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, artigo 6°, institui que o enfermeiro deva exercer sua profissão com autonomia. (COREN, 2007). Pois ele tem o suporte legal para determinar os cuidados de enfermagem e desempenhar os procedimentos necessários ao paciente.

O ofício da liderança exige preparação, inventividade, coragem e decisão, pois o modelo de método de trabalho ideal encontra-se distante da realidade sólida do enfermeiro (MUNARI et al., 2008).

Na perspectiva dos autores Valadares et al. (2009), Além das qualidades e domínio das agilidades do exercício da liderança, o enfermeiro precisa divulgar seus valores éticos, servir de referência por seus atos e atitudes e ter visão de futuro. É também imprescindível respeitar o próximo e valorizar as relações humanas (VALADARES et al., 2009).

Diante do exposto, é essencial que os enfermeiros reflitam o modo como desempenham a liderança, para que possam gerenciar com êxito e adequar uma assistência de enfermagem considerada aos pacientes. Dessa maneira, a enfermagem será valorizada e respeitada pelas pessoas que procuram seus cuidados e a equipe de saúde.

2.4 CARACTERÍSTICAS DA GERÊNCIA DE ENFERMAGEM

A importância de temática no atual estágio de desenvolvimento do SUS se faz necessário, pois a enfermeira, enquanto membro integrante da equipe multidisciplinar no Programa Saúde da Família (PSF) deve apresentar competência que possibilitem o estabelecimento de ações comprometidas com a reversão do modelo assistencial vigente e, consequentemente, com a consolidação do SUS. Neste programa planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar a Unidades de Saúde da Família é considerado uma atribuição da enfermeira (BRASIL, 2009).

As mudanças resultantes da globalização e o consequente acréscimo da concorrência têm determinado alterações por parte das organizações, até mesmo das instituições de saúde que passaram a rever seus modelos de gestão e a buscar qualidade em seus serviços, por meio de programas de acreditação. Os parâmetros, empregados por esses programas, quanto à avaliação dos serviços de Enfermagem, têm conglomerado, com ênfase, as áreas administrativas e organizacionais, seguidas das áreas assistenciais e de ensino/pesquisa (FELDMAN; CUNHA, 2006).

Nesse sentido, o gerente de enfermagem tem apresentado admirável papel nos serviços de saúde, sobretudo no campo da Unidade Básica de Saúde, visto ser o encarregado pela gestão dos serviços de Enfermagem e por adotar medidas que associem as áreas administrativas, assistenciais e de ensino/pesquisa, apontando o atendimento de qualidade. As reivindicações quanto à sua atuação têm incluído, além do gerenciamento em enfermagem, a informação e a interação com todo o ambiente organizacional, consentindo seu maior subsídio no sucesso da Unidade (TOMASI et al. 2011).

Para isso, as instituições têm solicitado profissionais com perfil e capacidades que consintam alto desempenho no trabalho e que contribuam para o alcance dos objetivos organizacionais. A captação de que as competências individuais possuem estreita relação com as táticas e com as aptidões da organização, ganhou evidências nos domínios profissionais e acadêmicos.

A relação instituída por meio de aumento mútuo, no qual as pessoas são avaliadas pela organização, à medida que colaboram efetivamente para sua ampliação, assim como essas são apreciadas pelas pessoas, conforme lhes oferece situações reais para seu desenvolvimento, vai ao encontro das perspectivas das pessoas cada vez mais impressionadas tanto em obter maior contentamento e concretização pessoal quanto para conseguir sua inclusão no mercado de trabalho (DUTRA et al., 2008).

Mas qual o aspecto e quais capacidades são indispensáveis ao gerente de enfermagem? Raros ainda são os estudos catalogados a essa atitude de liderança que respondam a tal questão. Em uma pesquisa com enfermeiros gerentes de hospitais e agências de saúde pública dos EUA, obtida pela Nursing Leadership Institute, seis categorias de competências apareceram fundamentadas nos resultados da averiguação, incluindo: domínio pessoal, eficácia interpessoal, gestão financeira, gestão de recursos humanos, zelo (com pessoal, paciente e consigo) e pensamento sistematizado (SHERMAN et al., 2007).

No Brasil, pesquisa desempenhada pelo Conselho Regional de Enfermagem, com enfermeiros responsáveis técnicos de serviços de saúde, constituiu a necessidade das seguintes competências: liderança, comunicação, tomada de decisão, negociação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, versatilidade, empreendedorismo, criatividade, visão sistêmica, planejamento e organização (COREN, 2009).

As competências indispensáveis ao enfermeiro são imagem das necessidades do mercado de trabalho e da população que promove profissionais competentes e conscientes de seu papel.

2.5 A COMUNICAÇÃO NA VISÃO DA ENFERMAGEM

A comunicação é importante para nosso desenvolvimento como seres humanos, fazem parte de nossas experiências anteriores e também daquelas adquiridas cada dia. Somos seres de relações e esta percepção nos leva a buscar maiores entendimentos sobre conceitos, princípios e habilidades a serem adquiridas no processo comunicativo (BRAGA; SILVA, 2007).

Para Tigulini e Melo (2002), a comunicação envolve competência interpessoal nas interações e é à base do relacionamento entre seres humanos, além de ser um “processo vital e recíproco capaz de influenciar e afetar o comportamento das pessoas”.

Desta forma, a comunicação é um importante fator na compreensão do vivido pelas pessoas, sendo essencial para um cuidado em enfermagem que vislumbre melhor assistência ao paciente que está vivenciando a ansiedade e os estresses decorrentes do processo de doença.

Segundo Silva (1996), na enfermagem, é essencial saber lidar com pessoas; isso porque o ofício de enfermagem tem como base as relações humanas. Por isso perguntamos: os profissionais de saúde estão se comunicando adequadamente? A comunicação adequada é aquela que tenta diminuir conflitos, mal-entendidos e atingir objetivos definidos para a solução de problemas.

Para a mesma autora, é apropriada a determinada condição, pessoa e período, e atinge um propósito estabilizado. Leva em importância a mensagem a ser transmitida, o emissor, o receptor e a estratégia de comunicação necessária. A comunicação adequada é complicada porque a maioria dos estímulos é conduzida por sinais e não por símbolos. A cada sinal enunciado, um sentido é concedido, sendo que grande parte deles são de natureza conotativa, e não denotativa.

Na perspectiva dos autores Stefanelli et al. (2005), além da importância da comunicação na enfermagem ser discutida exaustivamente, a competência interpessoal nas interações enfermeiro-paciente / enfermeiro-equipe ainda deixa a desejar.

Na atuação de suas funções, o enfermeiro necessita da comunicação para relacionar-se com as pessoas das várias equipes que atuam nas instituições de saúde, bem como para constituir uma relação de cuidado com o paciente e sua família.

De acordo com Silva (1996), A comunicação interpessoal se dá na relação face a face. Acontece a tentativa de compreender o outro e de fazer-se entender. E adicionam ainda a percepção da pessoa, possibilidades de conflito e de persuasão.

Para Carvalho e Bachion (2005), o enfermeiro está comunicando-se constantemente, pela forma como conversa, quando ouve, pelo tom de sua voz, pelo silêncio, pela fisionomia facial e postura corporal. Erros no processo de comunicação podem originar problemas no processo administrativo com reflexos diretos na assistência prestada ao cliente.

Alguns obstáculos são constantes identificados na comunicação em Enfermagem: linguagem, impedimentos físicos, fatores psicológicos, diferenças educacionais e barreiras organizacionais. Em vista disso, se a equipe conhece os mecanismos de comunicação, a execução de suas tarefas e funções em relação ao paciente será facilitada, bem como o relacionamento entre os componentes da própria equipe (SILVA, 1996).

Um método que pode reduzir as falhas decorrentes do processo de comunicação é denominado read back, ou seja, repetir ou validar a informação ganhada facilita a concepção e avigora a informação recebida, prevenindo comprometimento dos procedimentos assistenciais.

2.5.1. A Comunicação no Gerenciamento em Enfermagem

No desempenho da função de gerenciamento, o enfermeiro vale-se da comunicação o tempo todo, para comunicar-se com curtos grupos como a equipe de enfermagem, a rede organizacional, entre outras, e na atividade de liderança. Vale-se tanto da comunicação falada como da escrita (STEFANELLI; CARVALHO; ARANTES, 2005).

A enfermagem não está liberta dos efeitos da modernização, incorporando em seu trabalho os avanços da informática e a aplicação da produção de novos conhecimentos produzidos na área da saúde. No entanto, a velocidade com que essas inovações e informações têm surgido é assustadora.

Na perspectiva dos autores Stefanelliet al. (2005), considerando o volume de informações disponibilizadas, torna-se difícil assimilar toda a informação gerada. Sendo assim, gerentes e líderes de equipes precisaram criar mecanismos para melhor aproveitar esses novos conhecimentos e desenvolver modelos de assistência ou aprimorar os existentes, facilitar a integração do conhecimento com a prática de maneira eficiente, ou correremos o risco da desatualização.

Outro propósito significativo dessas inovações é a mudança no perfil dos clientes internos e externos, o que evidência o profissional enfermeiro e a equipe de enfermagem a uma multiplicidade cada vez mais ampla de crenças, valores, atitudes, padrões de comportamentos. À vista disso, a prática diária da enfermagem precisa da competência em comunicação para conectar-se as necessidades de cada sujeito e organizar uma assistência apropriada (STEFANELLI, CARVALHO; ARANTES, 2005).

Para Carvalho e Bachion (2005), devemos considerar os estudos da comunicação em grupos, que indicam teorias relativas à natureza das atuações e as origens das condutas em equipe, os custos e recompensas que produzem a influência mútua, o padrão de resposta, os diferentes papéis, e as ações interpessoais nos grupos.

Na perspectiva de Carvalho e Bachion (2005), as doutrinas que tratam da comunicação interpessoal buscam entender a natureza da formação e conservação das relações; os padrões instituídos nas relações que são acionadas pelas necessidades interpessoais de inclusão, controle e afeição; o processo de percepção interpessoal que se estabelece nas interações e como se permuta a apresentação do eu a outros; do modo que, os interlocutores se percebem e se compreendem, ou seja, como se dá o complexo processo de percepção social; os graus variados de atração ou rejeição no relacionamento; e, finalmente, o conflito social que pode resultar da comunicação interpessoal ou levar a esta.

Nos desempenhos gerenciais e assistenciais, o enfermeiro necessita compreender o impacto da comunicação na convivência constituída entre ele e o outro (cliente, membro da equipe de enfermagem, outros profissionais) a fim de potencializar efeitos positivos e reduzir riscos da comunicação deficiente.

A enfermagem enquanto parte de organizações de saúde e cooperadora direta das atividades, utiliza da liderança e normatizações para constituir o controle das ações. Freqüentemente, as normas e condutas são aceitas como fidedignas e delas não se pode divergir. Assim sendo, o processo de comunicação é a essência do comando e contribui nas atividades de planejamento, coordenação, direção e controle. Há um fluxo de informações que precisa ser transmitido, relacionando-se com políticas, processos, regulamentos e rotinas (CARVALHO; BACHION, 2005).

Grande parcela do sucesso das instituições deve-se ao processo de comunicação desenvolvido dentro da organização, onde, nos serviços de saúde, a enfermagem tem grande participação. Em visto disto, grande parte da qualidade da assistência oferecida ao paciente depende da eficiência do processo de comunicação.

O trabalho em equipe também depende da comunicação convincente, competente, eficaz. Trabalhar em equipe é um desafio para nós enfermeiros, enquanto líderes de nossas equipes e enquanto parte da equipe multiprofissional e interdisciplinar. O aprendizado das relações humanas é uma construção diária.

2.5.2 Tomada de Decisão na visão da Enfermagem

De acordo com Marquis e Huston (2010), decidir é um processo cognitivo complicado, onde a dúvida a respeito de várias opções precisa culminar com uma escolha que elimine incertezas. “Decidir significa ir além do momento da escolha, da decisão em si; decidir significa necessariamente escolher entre uma ou mais alternativas ou opções, com vistas a alcançar um resultado desejado”.

Para Ciampone (1991), todos os dias tomamos variados e diferentes decisões em nosso dia-a-dia. A constância e dimensão dessas decisões variam em consequência de diferentes fatores, como local, responsabilidade individual, valores, etc. Quando conduzimos essa discussão para o ambiente de trabalho, verificamos que no contexto das organizações as decisões são compartilhadas por diferentes pessoas e tornam-se cada vez mais complexas.

Segundo Marcon (2006), tomar decisões competentes e bem direcionadas pode determinar a glória ou fracasso profissional e da instituição. Muito tempo do enfermeiro será aplicado no exame crítico de problemas, em sua solução e na tomada de decisão. Dessa maneira, decidir é uma atividade natural do líder e elemento central das atividades de enfermagem.

Marquis e Huston (2010), ressaltam que as capacidades, agilidades necessárias para a tomada de decisão podem ser pesquisadas e aprendidas, daí a relevância dessa discussão. Destaca-se a importância da tomada de decisão baseada em fundamentos, evidências, como imprescindível à solução de problemas individuais e profissionais.

É importante destacar os instrumentos legais através da Lei 7498/86, de 25 de junho de 1986, que apronta sobre a normatização do exercício da enfermagem e dá outras providências. Ressaltando no Art. 11, inciso I, destaca as atividades privativas do enfermeiro, dentre elas:

a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem.

Além disso, como integrante do serviço de saúde aponta que ao enfermeiro compete dentre outras funções a cooperação no programa, cumprimento e análise da programação de saúde, e a participação na preparação, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde segundo Brasil (1986). Para o desenvolvimento de tais atividades a tomada de decisão e o pensamento crítico são essenciais.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Resolução COFEN 311/07) aponta em seu capítulo I em Responsabilidades e Deveres:

Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. Art. 6º - Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica. (COFEN, 2007).

Para Brasil (2001), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) no que se refere aos cursos de graduação em Enfermagem, publicados oficialmente na Resolução CNE/CES Nº 03 de 7/11/2001, onde aponta como competência ou habilidade exigida dos enfermeiros a tomada de decisões, o profissional de saúde devem possuir competência para investigar, sistematizar e definir a conduta mais adequada, de modo, que esteja respaldado na habilidade de tomar decisões objetivando o uso adequado, eficácia e custo-efetivadade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas.

Além disso, o enfermeiro trabalha com base num julgamento coerente da situação e não de maneira preconceituosa e/ou de submissão sem questionar os decretos de outros profissionais e das instituições. O profissional pode livrar-se do controle de crenças e atitudes injustificadas, tomar conta de sua vida questionando tanto as próprias ideias como dos outros, e da necessidade de desenvolver, em benefício do receptor de cuidados, a racionalidade no julgamento clínico e científico está inseparável ao processo de enfermagem, segundo os autores (BANDMAN e BANDMAN, 1995 apud ENDERS, BRITO E MONTEIRO, 2004; p. 297)

Conhecer melhor o processo de tomada de decisão ajudar o enfermeiro a adquirir maiores habilidades e ter atitudes mais seguras.

2.5.3 O Poder de Negociação na Enfermagem

Na execução das organizações de saúde, é de imprescindível para o profissional enfermeiro, saber gerenciar conflitos e fazer negociações. A palavra conflito, em geral está associada a situações de briga e injúria, ou seja, a maioria só reconhece por seu lado negativo e destruidor de relações, mas seu entendimento deve ser mais abrangente, mostrando seu lado positivo, o qual está relacionado à chance de busca de soluções alternativas que possam satisfazer mais de uma das partes, sendo sua origem em qualquer ambiente propício a disputa por recursos, reconhecimentos, progressos ou recompensas (KURCGANT; CIAMPONE, 2005; MAX, 2006).

Os conflitos sempre existiram e estarão presente no dia-a-dia das organizações. Compete a cada membro do conflito, o preparo para enfrentá-lo, e assim não estendê-lo além do problema original, cabendo-lhe aceitar que seus interesses, são tão respeitável quanto os da outra parte. Quanto mais despreparada às partes envolvidas, maior se tornará o conflito (MAX, 2006; DADA; GUIMARÃES, 2006).

Na perspectiva dos autores Kurcgant e Ciampone (2005), mostram a possibilidade do gerenciamento do conflito em quatro possíveis formas: acomodação, dominação, barganha e solução interativa de problemas.

A acomodação onde se encobre problemas, mantendo uma aparente harmonia entre as relações, o que provoca sintomas crescentes que irão reaparecer numa ocasião futura, com uma grande carga efetiva; a da dominação é aquela que o poder é extremo e a negociação não ocorre, onde uma das partes, a mais forte, impõe sua solução, deixando a outra parte com sentimentos de desvalorização; a barganha onde cada uma das partes cede um pouco para solucionar o problema, garantindo os pontos mais primordiais de ambas as partes; e por fim a solução interativa de problemas que busca satisfazer todas as partes envolvidas com soluços alternativas, sendo indispensável para esta, a confiança entre as partes para assim haver compartilhamento de informações.

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De acordo com Marx (2006), os gerentes de equipes de enfermagem lidam diariamente com conflitos internos e externos, como mal-entendidos, falha na comunicação, conflito de personalidade e diferença de valores. Nas organizações de saúde, a equipe de enfermagem é a que mais vivencia situações estressantes, tomadas por exaustão física e mental, espaço limitado, autoridade do médico, crenças e valores.

O processo de negociação na equipe de enfermagem é muito estressante, assim sendo, pode-se amortizar essa pressão sobre a equipe, lançando mão dos seguintes comportamentos e atitudes: mostrar as alternativas; mostrar controle sobre o processo; criar uma boa impressão; fazer simulação de negociação; não ter pressa, abrir seu espaço; evitar desestabilizar a outra equipe; mostrar seus verdadeiros interesses e informar suas intenções à outra equipe (DADA; GUIMARÃES, 2006).

Na perspectiva dos autores (SALES et al. 2007), quando ocorre um conflito, desorganizam-se todos os membros da equipe, diminuindo a qualidade do trabalho e do atendimento ao cliente. Entre os fatores que aumentam os conflitos na equipe de enfermagem, podemos mencionar a falta de participação na tomada de decisão, falta de apoio gerencial, exigências por parte da gerencia e aumento do trabalho cada vez maior, e rápidas mudanças tecnológicas inesperadas.

Na enfermagem, para se alcançar um bom relacionamento no trabalho, a equipe deve ter competência de lidar com as diferenças de maneira apropriada. O bom relacionamento contribui para relações mais eficazes no trabalho, pois aumenta a compreensão mútua, inspira confiança e respeito, encoraja a persuasão, sem coerção, e permite que se conservem a razão e a emoção equilibradas e se aperfeiçoe a comunicação (SALES et al. 2007).

De acordo com Sales et al. (2007), o melhor meio encontrado para solucionar um conflito é através da negociação, onde deve existir respeito mútuo entre os membros da equipe, durante a qual as promessas são feitas e depois negociadas, levando-se em consideração que para se obtenha um resultado considerado bom, é necessário considerar quatro elemento básicos da negociação: separar os indivíduos dos problemas; concentrar-se nos interesses básicos de ambas as partes; buscar possibilidade de ganhos mútuos e encontrar critérios e objetivos para a solução do problema que satisfaça ao máximo possível os lados envolvidos.

Negociação é o método pelo qual as partes se transferirem de suas posições iniciais divergentes até um ponto no qual o acordo pode ser alcançado. Para um bom desempenho nos acordos a serem consolidados, a flexibilidade na negociação é essencial, no entanto há algumas habilidades para os negociadores que são de extrema importância, tais como: ser proativo, não aceitando as coisas como elas são; trabalhar o medo da perda e do ataque que surge diante do enfrentamento de situações desconhecidas; quebrar resistências e acreditar que é plausível aprender a negociar (KURCGANT; CIAMPONE, 2005).

Para Rosso; Silva e Ciampone (2003), quando se deseja uma boa negociação a primeira coisa a se fazer é descobrir qual problema tem que ser resolvido, listando as suas possíveis origem e conseqüências, para depois imaginar como este pode ser resolvido gerando ideias que atendam aos objetivos que efetivamente são importantes.

O enfermeiro gerente é o intermediário das situações e conduz a negociação, do conflito à solução entre as partes, que por sua vez, são formadas pelos estabilizadores, os quais são flexíveis, fáceis de negociar e que se dispõem à busca de soluções; e os desestabilizadores que são muito difíceis de negociar, capaz de desestruturar todo o processo de negociação (ROSSO, 2006).

Negociar não significa atacar ou renunciar, significa dialogar sobre a possibilidade de conciliar nossos interesses por meio de um acordo através de um relacionamento eficaz (MARX, 2006; ROSSO, 2006).

Portanto, ao finalizar a negociação espera-se que os membros da situação saiam satisfeitos, tendo seus pontos de vista tratados com respeito, justiça, igualdade e legitimidade e que ostentem e exerçam os compromissos concordados e devidamente registrados, planejando de que forma estes serão realizados (ROSSO, 2006).

Trabalhar com uma equipe de saúde é muito complexo. Os gerentes de enfermagem que conseguem manter um relacionamento cordial com os membros trabalham em harmonia e de forma compartilhada, conseguindo ótimos resultados para o serviço. O gerente tem a sua parcela de responsabilidade para que situações de conflito não se perpetuem (SALES et al. 2007).

Segundo Rosso (2006), todo gerente precisa ter a sobriedade para aprender com quem tem mais conhecimento, ter espírito de equipe, colaborando com seu conhecimento e equilibrando com discernimento o desempenho dos membros dessa equipe. É necessário ter complacência, ser líder, saber solucionar os problemas sem gerar ansiedades e desconfortos, saber estimular as pessoas sem criar esperanças inatingíveis. É fundamental ter habilidades de relacionamento e o principal saber ouvir, uma das artes mais difíceis. Preservar um bom relacionamento nas equipes de saúde determina competência para gerenciar as diferenças de sexo, culturais e étnicas.

O sucesso em toda equipe de saúde é adquirido através de bons relacionamentos entre lideres e colaboradores. Todo profissional que possuir a capacidade de criar e manter relacionamentos leais estará trabalhando em seu próprio benefício, em benefício dos clientes, colaboradores, coordenadores e da organização, ou seja, em prol de uma assistência com qualidade e decência.

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Caracteriza-se como um estudo transversal, observacional, de cunho descritivo onde serão analisados os perfis dos profissionais atuantes em saúde pública e na Unidade Básica de Saúde, juntamente com o conhecimento das suas atribuições e atividades.

3.2 CAMPO E CENÁRIO DE ESTUDO

Este estudo será desenvolvido no município de Eunápolis, trata-se de um município brasileiro no estado da Bahia que será situado na margem da BR 101, sua população é de 110.803 mil habitantes, sendo então a 16ª cidade mais populosa do estado sendo dados do IBGE 2013.

A cidade encontra-se hoje com 24 unidades de saúde, 19 da zona urbana e 5 da zona rural. Portanto, dessas foram escolhidas as Unidades dos bairros mais populosos, como Santa Lúcia, Dinah Borges, Pequi, Urbis II e Centauro.

3.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO

Serão selecionados como população de estudo enfermeiros que integram as equipes das Unidades Básicas de Saúde dos bairros Santa Lúcia, Dinah Borges, Pequi, Urbis II e Centauro no município de Eunápolis, Estado da Bahia. Participarão do estudo todos os enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde.

Os critérios de inclusão serão que os enfermeiros estejam com vínculo empregatício, vigente no momento da coleta, não estejam em afastamento por doença ou licença maternidade, e aceitem assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para aplicação do questionário será necessário anexar o pré-projeto na Plataforma do Brasil, após análise de um Comitê de ética. Posteriormente será agendado com o Secretário de Saúde do município, para pedir autorização, e em seguida, agendar com os enfermeiros das Unidades Básicas para fazer os devidos acertos acerca da pesquisa, e quando concedido o consentimento, se dará inicio as atividades de pesquisa.

Primeiro será preciso ir a Unidade e marcar uma reunião com o coordenador para explicar os objetivos e pedir liberação para adentrar.

Os colaboradores que participaram da pesquisa serão orientados a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE que será encaminhado juntamente com o questionário semi-estruturado e auto-aplacável.

O instrumento de Coleta dos dados da Pesquisa de Campo é um questionário semi-estruturado construído por MARZIALE (1995) e adaptados pela pesquisadora para a coleta, composto por questões abertas e fechadas, para que os entrevistados possam ler e responder as questões.

Nesse questionário, os enfermeiros terão questões de múltiplas escolha e discursivas, com tempo estimado de 10 minutos por pessoa para a realização do mesmo. Objetivando conhecer o perfil dos enfermeiros como gerentes de Unidades Básicas de Saúde do município de Eunápolis, Bahia.

O questionário foi constituído de duas partes: na primeira, constarão os dados relativos as características pessoais como nome, idade, sexo, estado civil e na segunda dados relativos ao perfil gerencial dos enfermeiros, buscando dados sobre as ações desenvolvidas pelas gerências, as atribuições dos profissionais e capacitação na área de gestão (anexo II).

A aplicação do questionário será feita de acordo com a disponibilidade do enfermeiro da Unidade de Saúde de acordo com seu turno de trabalho (manhã/tarde).

3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

A análise será feita por tópicos. A divisão dos trechos dar-se-á de acordo com os temas tratados durante a entrevista. Será feita uma releitura de todos os questionários realizados e feito uma análise dos mesmos.

As questões fechadas serão tabuladas de forma descritiva no programa Excel 2007, para gerar freqüência, ajudar na elaboração dos gráficos e subsidiar a discussão dos dados.

Para análise das questões discursivas será utilizado o método de análise de discurso, que segundo Caregnato; Mutti (2006) a interpretação nessa análise deverá ser feita sempre entre o interdiscurso e o intradiscurso chegando às posições representadas pelos sujeitos por meio das marcas linguísticas. A análise de discurso não vai trabalhar com a forma e o conteúdo, mas irá buscar os efeitos de sentidos que se pode apreender através da interpretação.

Será mantido completo sigilo a cerca das informações colhidas nos questionários, respeitando questões éticas.

3.6 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo será desenvolvido respaldando-se na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, regulamentadora das pesquisas com seres humanos, considerando a observância da beneficência, não maleficência, ausência de riscos e prejuízos, com garantia do anonimato aos sujeitos do estudo. Esta pesquisa só poderá iniciar a coleta de dados após aprovação de um comitê de ética em pesquisa e a coleta dos dados ocorrerá após aceitação do sujeito do estudo e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados foram baseados na categoria de profissionais de saúde que participaram da pesquisa e são apresentados em dados percentuais, seguido de discussão. A vasta experiência que lhes é atribuída permitiu o entendimento de suas funções e suas perspectivas com relação ao conhecimento do perfil dos enfermeiros como gerentes de Unidades Básicas de Saúde dos bairros Santa Lúcia, Dinah Borges, Pequi, Urbis II e Centauros no município de Eunápolis-Ba.

Gráfico 1: Distribuição percentual das Idades dos Profissionais de Enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 1, contribui para evidenciar que 72% dos enfermeiros que responderam o questionário, estes tem idade entre 30 a 40 anos, e 29% entre 20 a 30 anos, mostrando também que tem um percentual de jovens enfermeiros trabalhando nas Unidades Básicas de Saúde e 29% desses profissionais tem mais de 50 anos, logo, esses percentuais mostram que existe uma variação de idade nessa área que soma positivamente para que os pacientes sejam bem tratados nessas Unidades.

Diante do exposto fica claro que essa mistura de experiências profissionais dos enfermeiros com mais de 30 anos e a vontade de inovação dos enfermeiros mais jovens, refletirá em uma boa qualidade do atendimento prestado pelos enfermeiros, como afirma Braga e Silva (2007).

Já Santos (et. al, 2008) coloca a importância da troca de conhecimento principalmente no que se refere a rede pública, já que se tem nela uma diversidade de situações a serem resolvidas. A comunicação é importante para nosso desenvolvimento como seres humanos, fazem parte das nossas experiências anteriores e também daquelas adquiridas cada dia. Somos seres de relações e esta percepção nos leva a buscar maiores entendimentos sobre conceitos, princípios e habilidades a serem adquiridas no processo comunicativo.

Gráfico 2: Distribuição percentual por Sexo dos Profissionais de Enfermagem na Unidade Básica de Saúde.

Fonte: a própria pesquisadora.

Segundo (BRASIL, 2010) a família é o objeto de atenção e é entendida a partir do ambiente em que vive. Logo, os profissionais da área de enfermagem têm uma relação mais intima com a sua clientela, reforçando a ideia de que existem mais enfermeiras do que enfermeiros uma vez que esta profissão esta relacionada à extensa dos cuidados que as mulheres já têm com amigos e familiares.

Para DELORS (2001) ele coloca quatros aspectos importante para o enfermeiro saber: precisa aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e aprender a ser. Assim a este gráfico traz reforça o crescimento das mulheres no mundo universitário, uma vez que segundo pesquisa do IBGE elas são maioria nas Universidades, e, como chefe de família.

Gráfico 3 – Percentual de Profissionais de Enfermagem que possui Pós-Graduação.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 3 aponta para a qualificação profissional dos profissionais em enfermagem, mostrando que 100% dos profissionais entrevistas das Unidades Básica de Saúde têm algum curso de especialização na área que atuam, sendo que tais cursos variam,evidenciando que existem enfermeiros especialistas em obstetrícia, terapia intensiva adulto, trauma urgência e emergência, PSF, gestão hospital, segurança do trabalho, UTI urgência e emergência, saúde pública com ênfase em PSF saúde do trabalhador.

Ricaldoni e Sena, (2010) aponta que na atualidade o mercado de trabalho na área da saúde vem exigindo de seus trabalhadores que os mesmo adquiram novas habilidades, principalmente no que se refere ao uso de novas tecnologias.

WITT (2005) traz a necessidade de uma educação profissional especifica para os enfermeiros, uma vez que, estes têm papéis distintos dentro da área de saúde, o autor ainda evidencia que embora os enfermeiros tenham muitas barreiras para se aperfeiçoar em um campo da enfermagem, eles estão a cada dia se aperfeiçoando mais. Assim, ao se tornarem especialistas estão contribuindo para si e para a sua clientela, já que estão trazendo novos conhecimentos para a Unidade em que atuam.

Gráfico 4: Distribuição percentual dos eventos que promovam orientação sobre a Saúde e Medidas Sanitárias.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 4, mostra que 86% dos profissionais têm conhecimento sobre saúde e medidas sanitárias, entretanto, 14% dos entrevistados, afirmam não ter capacitação alguma vindo do poder público em relação à palestra sobre saúde e medidas saúde.

Oguisso (2000) afirma que, o funcionamento de qualquer empresa, privada ou pública deve ter adequações para melhorar a eficiência do trabalho e principalmente a satisfação do nível de satisfação pessoal.

Ficou evidenciado que deve ser continua a profissionalização dos enfermeiros nas áreas que atuam, uma vez que, esta é essencial para atuar de forma a apoiar as equipes em que trabalham. Assim, ao ofertar palestras e formações a respeito de temáticas vivenciadas pelos enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde a instituição está propiciando satisfação pessoal a esses profissionais da área de saúde e principalmente, fazendo com que esses atualizem seus conhecimentos.

Gráfico 5: Distribuição percentual de Treinamento Profissional na Enfermagem.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 5 revela que todos os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde têm treinamento para atender a clientela que procura essas Unidades, evidenciado através dos profissionais dessa área que eles passam por todos os programas que existem nessas Unidades para oferecer a clientela um bom atendimento, e, evidenciar que todos são capacitados para atuar em qualquer programa ofertado.

Segundo Torres e Viana (2005) a área da saúde requer uma constante atualização, logo se faz necessário os treinamentos profissionais, uma vez que, estes treinamentos são necessários para que haja qualidade nos serviços prestados por estes profissionais.

Mas para Alves (2005) o enfermeiro ele está presente na comunidade, por isso, há a necessidade de uma educação continuada para que os enfermeiros tenham qualidade nos serviços prestados.

Outro fator que deve ser evidenciado nesta pesquisa é que essas Unidades Básicas de Saúde oferecem para a população todos os programas do Ministério da Saúde disponíveis para as Unidades Básicas de Saúde.

Outra indagação estabelecida nas entrevistas: como você tem desenvolvido as ações de prática educativas na UBS. Neste momento foram várias as respostas, sendo as mais comuns: ofertas de palestras, orientação individual, capacitação dos enfermeiros e também dos ACS. Além dessa questão também foi indagado sobre a organização hierárquica dos serviços nas Unidades. Tendo como resposta: Consultas médica, enfermeiros (gestores), técnico de enfermagem, recepção, ACS e pacientes.

Em relação à rotatividade do pessoal de enfermagem na Unidade Básica de Saúde (baseado no ano anterior, qual o número de admissão e demissões), os enfermeiros entrevistados afirmam que teve alguns profissionais que foram demitidos no recesso, após o mesmo alguns profissionais retornaram ao trabalho e outros não retornaram. O último dado mostra o porquê de 75% dos profissionais terem menos de um ano trabalhando nas Unidades Básicas de Saúde.

Em relação à incidência de absenteísmo mensal do pessoal de enfermagem, os entrevistados afirmam que variam entre 2 a 5 faltas mensais por Unidade. Sendo que os motivos para essas faltas estão em doenças familiares e pessoais.

Quando perguntados pelos benefícios oferecidos aos trabalhados eles responderam o PMAQ. Segundo Brasil (2012), o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) tem como propósito estimular os gestores e as equipes a aprimorar a qualidade, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes proporcionado à população.

Gráfico 6: Distribuição percentual de quando é realizado o Treinamento para o Pessoal de Enfermagem.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 6 evidência que todos os enfermeiros recebem treinamento, e são oferecidos periodicamente, sendo que estes são realizados em parcerias com as coordenações das Unidades Básicas de Saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2004), Educação Continuada é um processo dinâmico de ensino-aprendizagem, ativo e permanente, destinado a atualizar e melhorar a capacitação de pessoas, ou grupos, face à evolução científico-tecnológica, às necessidades sociais e aos objetivos e metas institucionais. Assim, o treinamento é uma formação continuada que dará do profissional capacitação para trabalhar na área e ter novos conhecimentos.

Mas, para Silva; Conceição; Leite, (2008) conceitua educação continuada como “um processo de modo descentralizador e transdisciplinar que ajudam o pessoal a apreender competências importantes para o seu trabalho, melhorando a qualidade técnica.

Gráfico 7: Percentagem da divisão de tempo na Unidade Básica Saúde.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 7 revela que 84% dos enfermeiros entrevistados fazem os procedimentos necessários aos pacientes e orientam o restante da equipe e preenchem todos os documentos necessários cobrados pela gestão, já 16% dos entrevistados falam que fazem os procedimentos necessários aos pacientes e orientam o restante da equipe.

Ricaldoni e Sena, (2010) afirmam a necessidade da acumulação de conhecimentos o enfermeiro mesmo trabalhando entre a assistência ao paciente deve compreender a área administrativa adquirindo assim novas habilidades de forma dinâmica.

Devendo ressaltar que segundo Santos (et. al, 2008) existem desafios para os enfermeiros que atuam na rede pública em resolver os problemas da população visto a necessidade de cada área, entretnato, mostra que profissionais tem maior interesse e integração profissional quando sua capacitação profissional é realizada na instituição onde trabalha.

Gráfico 8: Distribuição percentual do Curso de Enfermagem na Preparação para a função de Gerência.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 8 demonstra que 60% dos entrevistados afirmam que o curso de enfermagem não prepara para as funções gerenciais, apenas 40% dos entrevistados alegam que prepara sim para a administração da assistência de enfermagem. Tais dados revelam que há um paradoxo muito grande em relação às ementas das faculdades de enfermagem, uma vez que nem todas preparam seus alunos para as funções gerencias, causando uma lacuna na qualificação desses profissionais.

O papel do processo educativo na enfermagem é a formação de trabalhadores com uma visão mais crítica e reflexiva de suas ações, a fim de que possam construir sua realidade, articulando teoria e prática (SILVA; CONCEIÇÃO; LEITE, 2008).

Já para Alves (2005) o enfermeiro deve está capacitado para trabalhar nas unidades de saúde, uma vez que este está ligado diretamente à comunidade.

Sendo assim, as faculdades devem formar profissionais que atuam em diferentes campos na área de enfermagem, capacitando tais profissionais para terem um rendimento maior na área em que atuam.

Gráfico 9: Distribuição percentual da capacitação na área de Gestão periodicamente pela Unidade Básica de Saúde.

Fonte: a própria pesquisadora.

O gráfico 9, mostra que 60% dos profissionais da área de enfermagem que trabalham na Unidade Básica de Saúde não têm capacitação na área de gestão, apenas 40% têm capacitação na área mencionada.

Segundo Brasil (2011) A Estratégia de Saúde da Família define-se através dinâmica do trabalho prestado pelas equipes multiprofissionais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), devendo assim, promover o crescimento profissional, a fim de fazer com que aconteça a participação nos processos de mudança compreendendo o processo de trabalho, fazendo com que a rotina de atendimento do paciente seja mais segura possível, e os riscos sejam próximos de zero.

Para Ferraz (2011) coloca que para o enfermeiro não cabe apenas a competência técnica, mas, a necessidade de compreender a área administrativa para oferecer ao paciente organização na assistência prestada.

Levando em consideração tal citação, percebe-se que ao não dá cursos de gerenciamento o poder público deixa de proporcionar tanto ao enfermeiro, quanto a comunidade um profissional versátil, capaz de trabalhar tanto na parte técnica, quanto na área administrativa das UBS.

Por fim, os entrvistados poderiam fazer alguma colocação adicional, 40% fizeram algum tipo de colocação, sendo as mais evidentes que as faculdades fizessem estágios em todos os campos da area de enfermagem e que estes profissioanais sejam mais unidos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ampliação e constantes mudanças na saúde, incentivada pelo processo de descentralização no Sistema Único de Saúde, vem atuando nas transformações da gestão e prestação de serviços na Unidade Básica de Saúde, exigindo do profissional enfermeiro capacidade de compreensão, segurança nas suas decisões, seja, elas complexas ou não, que seja dinâmico, criativo e estimulando a participação social, política e econômica, além de exigirem a busca incessante de novos conhecimentos e informações acerca do assunto.

A pesquisa levantou aspectos que o líder pode ser desenvolvido, construído e que as atividades gerenciais do enfermeiro estando ligada a liderança, as probabilidades de sucessos, vitórias, são grandes no que se refere na qualidade do serviço prestado como no atendimento das necessidades da coordenação. Ser capaz de apontar soluções para os conflitos e ter iniciativa de tomada de decisões, está apto para se comunicar claramente com a equipe, são qualidade que confirma uma execução satisfatória na arte de cuidar, a liderança tornar-se essencial na vida do enfermeiro.

Ficou evidenciado na pesquisa que as atividades desenvolvidas pelos enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde em Eunápolis-Ba desempenham funções administrativas e burocráticas, realizando promoção a integração e bom relacionamento com a equipe, planejar e avaliar o funcionamento da UBS, manter o bom relacionamento com usuário e comunidade, delegar e auxiliar na execução dos serviços na UBS, na capacitação e controle de recursos humanos, captação de recursos financeiros junto ao Ministério da Saúde e outros órgãos, preenchimento de vários formulários por mês, e assistenciais voltadas para os programas fornecidos pelo Ministério de Saúde.

Os profissionais de enfermagem entrevistados afirmaram que é realizado treinamento para os enfermeiros periodicamente, sendo realizado pela Instituição Pública, com intuito de inovação e aprendizado de novos conhecimentos. Do mesmo modo, os entrevistados confirmaram que realizam eventos priorizando as ações de promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde das pessoas e familiares, de forma integral e continuada.

Por meio desta pesquisa foi possível identificar os obstáculos que os enfermeiros encontram para desenvolver uma boa função de gerenciamento na UBS, pois todos entrevistados alegam que o Curso de Enfermagem não prepara o profissional para esta função, preparando-os para a administração da assistência de enfermagem, trabalhos de educação em saúde, realização a integração e bom relacionamento com a equipe, usuário e comunidade.

Nas suas atividades diárias a liderança tem sido um desafio para o profissional enfermeiro. Essa função pode ser esclarecida pela diversidade da função liderar ou pela desconsideração do seu potencial.

No entanto, a liderança tem capacidade de influenciar inúmeras habilidades atuais de gerenciamentos dos enfermeiros: através de persistência e convicções em suas habilidades, ser competente, promover o entusiasmo, cultivar a fé, dar credibilidade a quem merece, correr riscos, determinar um objetivo, desempenhar um objetivo, são características que podem ser desenvolvidas pelo enfermeiro no dia-a-dia.

Cada vez mais competitivo, o mercado de trabalho, o profissional enfermeiro necessita estar pronto para abraçar diversas funções a ele responsabilizadas. Portanto, entendo que, no que diz respeito às habilidades de liderança, é de suma importância o preparo do enfermeiro, para que as ações de enfermagem ligada à liderança sejam enfrentadas de maneira natural e incentivadora. Diante do exposto, finalizo que é de suma importância para o profissional enfermeiro aperfeiçoar as habilidades de liderança.

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ANEXO I

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA -

UNIÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA -

BR 367, KM 14, 14 - ZONA RURAL - CEP:45825000 / EUNÁPOLIS-BA

FONE / FAX: 73 32814342

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.

Convidamos o (a) prezado (a) Senhor (a), a participar da pesquisa a ser desenvolvida por mim Eliani Silva Santos juntamente com Maria Cristina Marques, intitulada: “Perfil gerencial de enfermeiros que atuam em Unidades Básicas de Saúde, Eunápolis, Bahia”. Esta pesquisa tem como principal objetivo conhecer o perfil dos enfermeiros como gerentes de Unidades Básicas de Saúde do município de Eunápolis, Bahia. Apresentar o perfil sociodemográfico do profissional enfermeiro e as atividades de gestão desenvolvidas pelos enfermeiros.

Caso o (a) senhor (a) aceite a participar do estudo precisará responder a um questionário simples e rápido composto por questões múltiplas escolha e discursivas. As questões serão no sentido de conhecer o perfil sociodemográfico do profissional enfermeiro e as atividades de gestão desenvolvidas pelos enfermeiros na Unidade Básica de saúde.

A sua participação no estudo será voluntária, anônima e confidencial, suas respostas não produzirão prejuízo pessoal, pois não será identificado o seu nome nos questionários. No estudo pode ocorrer certo desconforto durante a resposta das questões por se tratar de algo particular, por isso nós pesquisadores nos comprometemos a realizar a entrevista da maneira mais individualizada possível e da forma que a senhora fique mais à vontade. De forma alguma o que o (a) senhor (a) responder será exposto para equipe de saúde. O (a) senhor (a) pode interromper ou finalizar a entrevista quando quiser, nós te daremos toda a ajuda necessária para diminuir qualquer desconforto. Deixamos claro que os danos aqui expostos são muito pequenos quando comparados aos resultados que esta pesquisa pode trazer, pois pretendemos contribuir para algo fundamental que é compreender a importância do trabalho gerencial dos enfermeiros nas Unidades Básicas de Saúde.

56

O (a) senhor (a) está livre para recusar a participar do estudo ou para desistir a qualquer momento, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo pessoal. Não haverá remuneração e, portanto, sua participação é voluntária. A sua decisão em participar ou não, desta pesquisa, não ocasionará em nenhuma discriminação ou mal estar por parte dos pesquisadores. A qualquer momento o (a) senhor (a) poderá pedir esclarecimentos a respeito da pesquisa, no que será prontamente atendida, mesmo que a resposta afete sua vontade de continuar participando do estudo. Caso aceite participar da pesquisa, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido precisará ser assinado em duas vias, sendo que uma das vias ficará com o (a) senhor (a) e a outra será arquivada pelos pesquisadores por cinco anos.

Consentimento para participação: Eu estou de acordo com a participação no estudo descrito acima. Eu fui devidamente esclarecida quanto os objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais serei submetida e os possíveis riscos envolvidos na minha participação. O pesquisador me garantiu disponibilizar qualquer esclarecimento adicional a que eu venha solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que a minha desistência implique em qualquer prejuízo à minha pessoa ou à minha família, sendo garantido anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação, bem como de que a minha participação neste estudo não me trará nenhum benefício econômico.

Eu, ______________________________________________________________, aceito livremente participar do estudo intitulado “Perfil gerencial de enfermeiros que atuam em Unidades Básicas de Saúde, Eunápolis, Bahia” desenvolvido pela acadêmica Eliani Silva Santos, sob a responsabilidade da Professora orientadora Maria Cristina Marques das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.

Nome da Participante_________________________________________

COMPROMISSO DO PESQUISADOR

Eu discuti as questões acima apresentadas com cada participante do estudo. É minha opinião que cada indivíduo entenda os riscos, benefícios e obrigações relacionadas a esta pesquisa.

Eunápolis, BA. Data: 10/12/2014.

Assinatura do Pesquisador

Para maiores informações, pode entrar em contato com:

® Maria Cristina Marques. Fone: (73) 8122-7015. Rua: Areia Branca, 31, Cambolo. Porto Seguro-BA. E-mail: hplsfisio@hotmail.com

® Eliani Silva Santos. Fone: (73) 8110-8174. Rua: Varsóvia nº 247, Dinah Borges. Eunápolis-Ba. E-mail: eliani.silva.santos@gmail.com

® Comitê de Ética em Pesquisa

ANEXO II

ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

(Adaptado de MARZIALE, 1995)

DATA:___/___/___.

Início:_______________________________.

Termino:_____________________________.

Dados de Identificação:

Idade: _______________anos.

Sexo:_____________________________________.

Estado Civil:

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Outro________________________

1-Experiência Profissional:

Tempo de trabalho na enfermagem __________________________________

Tempo que trabalha nesta unidade___________________________________

2-Possui alguma pós-graduação?

( ) Sim ( ) Não

Qual?__________________________________________________________

3-A equipe de Enfermagem realiza reuniões ou palestras comunitárias para orientação sobre os cuidados com a saúde e medidas sanitárias?

( ) Sim ( ) Não

Comente.

______________________________________________________________________________________________________________________________

4-Quando você iniciou suas atividades nesta unidade recebeu treinamento para executar as tarefas?

( ) Não ( ) Sim

Qual?__________________________________________________________

5-Quais os programas realizados na Unidade Básica de Saúde?

______________________________________________________________________________________________________________________________

6-Como você tem desenvolvido as ações de práticas educativas na UBS?

______________________________________________________________________________________________________________________________

7-Como se organiza hierarquicamente o serviço?

______________________________________________________________________________________________________________________________

8-Como se organiza a divisão de trabalho de enfermagem? (número de pessoal x número de usuários, divisão de tarefas e supervisão).

______________________________________________________________________________________________________________________________

9-Como é a rotatividade do pessoal de enfermagem na UBS? (baseado no ano anterior, qual o número de admissão e demissões).

______________________________________________________________________________________________________________________________

10-Qual a incidência de absenteísmo mensal do pessoal de Enfermagem?

______________________________________________________________________________________________________________________________

11-Qual o motivo alegado pelos trabalhadores como justificativa das faltas?

______________________________________________________________________________________________________________________________

12-Quais os benefícios oferecidos aos trabalhadores?

______________________________________________________________________________________________________________________________

13-Existe algum treinamento para o pessoal de enfermagem e quando é realizado?

( ) Sim ( ) Não

______________________________________________________________________________________________________________________________

14-Existe algum problema interno ou externo que interfere ou interferiu no serviço de enfermagem? (Exemplo: ritmo de trabalho, local, horário, material, organização etc.).

______________________________________________________________________________________________________________________________

15-Como o gerenciamento poderá obter a melhoria de qualidade, para as pessoas?

______________________________________________________________________________________________________________________________

16-Como você divide o seu tempo dentro da UBS.

a-( ) Faço apenas os procedimentos necessários com os pacientes.

b-( ) Faço os procedimentos necessários com os pacientes e oriento o restante da equipe.

c-( ) Faço os procedimentos necessários com os pacientes, oriento o restante da equipe e preencho todos os documentos necessários cobrados pela gestão.

d-( ) Apenas oriento a equipe e participo de campanhas.

17-Quantos formulários você preenche mensalmente?

a-( ) 2.

b-( ) Entre 3 e 5.

c-( ) Entre 5 e 7.

d-( ) Mais de 7.

18- O curso de Enfermagem prepara para a função de gerência.

a-( ) Não prepara para as funções gerenciais.

b-( ) Sim prepara para as funções gerenciais.

c-( ) Prepara sim para a administração da assistência de enfermagem.

d-( ) Prepara para as funções gerenciais e para a administração da assistência de enfermagem.

19- Você recebe capacitação na área de gestão periodicamente pela UBS.

( ) Sim ( ) Não

Qual?__________________________________________________________

20-Gostaria de fazer alguma colocação adicional?

______________________________________________________________________________________________________________________________