PERCEPÇÃO DE CUIDADORES INSTITUCIONAIS DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS-BA: acolhimento, vínculo e atenção da enfermagem

Data de postagem: Jun 18, 2015 4:56:55 PM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

NAIARA ROCHA DA SILVA

PERCEPÇÃO DE CUIDADORES INSTITUCIONAIS DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS-BA: acolhimento, vínculo e atenção da enfermagem

EUNÁPOLIS, BA

2015

NAIARA ROCHA DA SILVA

PERCEPÇÃO DE CUIDADORES INSTITUCIONAIS DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS-BA: acolhimento, vínculo e atenção da enfermagem

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem .

Orientadora: Maria Cristina Marques

EUNÁPOLIS, BA

2015

NAIARA ROCHA DA SILVA

PERCEPÇÃO DE CUIDADORES INSTITUCIONAIS DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS-BA: acolhimento, vínculo e atenção da enfermagem

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem .

Orientadora: Maria Cristina Marques

Prof°. Maria Cristina Marques (Unesulbahia Faculdades Integradas)

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho em toda a minha trajetória, um carinho exclusivo para minha família, pelo apoio que sempre me deram. Um carinho em especial para o meu marido, que esteve junto comigo em todos os momentos durante a concretização deste trabalho.

Amo Vocês!

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que através da força, me fez superar as dificuldades encontradas no caminho, e conseguir, mais esta conquista ao concluir esta pesquisa, acrescentando, assim, ainda a minha certeza pela profissão escolhida. A você meu grande amor Mariston Santana (ROCHA) obrigada por todas as vezes que me apoiou, me ouvi, aceitou meus estresses. Na validade da minha luta nos méritos de minha conquista a muito da sua presença. Minha eterna gratidão. Obrigada por você existir, te amo! Aos meus pais Cassimiro Martins e Ana Rocha, que me deram a vida e me ensinaram a vivê-la com dignidade, iluminaram os meus caminhos com dedicação e afeto, para que eu pudesse trilhar sem medo e cheia de esperança, eles se doaram por inteiro, abriram mão de seus sonhos, para que muitas vezes, eu pudesse realizar os meus. À minha família, pela capacidade de acreditar em mim. Sem sombra de dúvidas nada disso seria possível se Deus não tivesse me dado essa família companheira e presente, que são verdadeiros exemplos para mim. enfim, a toda a minha família que direta ou indiretamente contribuíram para a minha formação, o meu muito obrigada. Aos meus irmãos JU (ciaraaaa), Mara, Tina, Luh, Vando, Vanil e Val, grandes incentivadores e eternos companheiros: vocês são especiais, OBRIGADA meus amores. A minha orientadora Maria Cristina, pelos ensinamentos desde as supervisões dos resultados, até a finalização da monografia.Por confiar, valorizar meu trabalho e, principalmente, por ser um grande exemplo de profissional a seguir. Obrigada, Cristina, por tudo. Aos colegas acadêmicos, mesmo com todas as diferenças soubemos conviver e respeitar-nos, ainda que nem sempre compartilhássemos as mesmas ideias, havia o mesmo propósito.Os mestres da UNESUL BAHIA que contribuíram muito para que conquistássemos esta vitória.Até um dia e obrigado.A Diretoria da casa de Apoio SOS VIDA aos colaboradores e em especial As cuidadoras, onde esta pesquisa foi desenvolvida a minha eterna gratidão. Muito obrigado de coração!Considerando esta monografia como resultado de uma caminhada que não começou na UNESULBAHIA, agradecer pode não ser tarefa fácil, nem justa. Para não correr o risco da injustiça, agradeço de antemão a todos que de alguma forma passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje. OBRIGADA!

RESUMO

O desenvolvimento infantil corresponde a uma fase muito importante da vida da criança e também por esse motivo é uma fase considerada crítica por exigir muitos cuidados e atenção dos profissionais das instituições onde estão inseridas, o que requer capacitação profissional para lidar com este processo. Nessa perspectiva de cuidados, o acolhimento e vínculo com a criança, tanto por parte do cuidador quanto dos profissionais de enfermagem representa um fator importante em relação ao crescimento e desenvolvimento da criança, pois a falta desta relação poderá gerar atrasos em diversos níveis, seja na capacidade física ou mental. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos cuidadores de crianças institucionalizadas, quanto a tarefa por eles desempenhada visando o vinculo e o desenvolvimento infantil, bem como discorrer sobre a contribuição e atenção da enfermagem em relação aos cuidados prestados pelos profissionais citados.Trata-se de uma pesquisa de campo de caráter descritivo, realizada no municipio de Eunápolis-BA, os sujeitos da pesquisa foram 10 cuidadoras das crianças que vivem na casa de apoio e que tem mais de 3 meses de trabalho na instituição, onde responderam um questionário autoaplicável contendo questões a respeito do desenvolvimento infantil, capacitação profissional, o que é ser cuidador, a importância da enfermagem. A pesquisa demonstrou a existência de um vínculo afetivo importante, não apenas visto como uma atividade profissional, porém a capacitação não atinge o entendimento do desenvolvimento infantil. O trabalho de enfermagem se torna necessário tanto quanto o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar em instituições de permanência para crianças, associado a laços efetivos estabelecidos, garantindo com isso o direito ao desenvolvimento adequado.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento infantil, Cuidadores Sociais, Abrigo.

LISTA DE TABELAS

Tabela1: Descrição da amostra Segundo dados coletados referente ao perfil das cuidadoras…………………………………………………………………………………30

Tabela 2: Descrição da amostra segundo dados colhidos quanto a existência de capacitação e/ou treinamento profissional…………………………………………….32

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SUMÁRIO

RESUMO 8

1INTRODUÇÃO 11

2. OBJETIVOS 12

2.1. OBJETIVO GERAL 12

Analisar sobre a contribuição do trabalho dos cuidadores frente aos menores institucionalizados, bem como demonstrar a importância da atenção dos profissionais em enfermagem junto aos cuidadores e de que forma o trabalho em conjunto destes profissionais pode oferecer benefícios tanto para a criança quanto para seus pais. 12

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 12

3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13

3.1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 13

3.1.1 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 14

3.2 CUIDADORES, ACOMPANHAMENTO E VÍNCULO COM A CRIANÇA INSTITUCIONALIZADA 15

3.3- INTERVENÇÕES IMPORTANTES DA ENFERMAGEM E EQUIPES MULTIDICIPLINARES NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS 16

4 METODOLOGIA 18

4.1 TIPO DE ESTUDO 18

4.2 CAMPO DE PESQUISA 18

4.3 SUJEITOS DA PESQUISA 18

4.5 ANÁLISE DOS DADOS 19

4.6 QUESTÕES ÉTICAS 19

5- RESULTADOS E DISCUSSÃO 20

5.1 PERFIL DOS CUIDADORES 20

5.2 CAPACITAÇÃO 21

5.3 VÍNCULOS COM A CRIANÇA INSTITUCIONALIZADA 22

5.5- A ENFERMAGEM 23

6 CONCLUSÃO 25

7 REFERÊNCIAS 27

ANEXO I 30

ANEXO II 32

    1. INTRODUÇÃO

São nos primeiros anos de vida que a criança desenvolve suas potencialidades, possibilitando suas habilidades de aprendizagem, mas podem ocorrer alterações nesta fase da vida, como transtornos afetivos, problemas de aprendizagem ou até comportamentais que contribuem de forma negativa para seu pleno desenvovimento (COSTA; GOMES, 2011).

Nessa perspectiva, além das alterações citadas, o abandono infantil pode ser também um dos fatores responsáveis pelo atraso do crescimento da criança, afetando todo o seu desenvolvimento, conduzindo, em alguns casos, à depressão na fase adulta (OLIVEIRA et al,. 2011), visto que as consequências do abandono se refletem na criança de várias maneiras, tais como, ficar retraído diante da sociedade, desenvolver uma depressão, diminuir sua capacidade de concentração, desenvolver baixo rendimento educacional, e, por conseguinte conduzir ao atraso em seu crescimento e desenvolvimento (SAYEGH, LIMA, 2008).

O desenvolvimento infantil deve ser permeado de conquistas que são totalmente necessárias à sua sobrevivência e adaptação ao meio em que está inserida. No entanto, o que se percebe é que há uma quantidade cada vez maior de crianças que são abandonadas e que perdem o direito a uma infância saudável cercada pelo carinho familiar, pois é comum nos depararmos cotidianamente com crianças abandonadas ou que foram retiradas do seu convívio familiar.

Estas crianças tiveram a experiência de estarem separadas temporária ou definitivamente de seus pais, por motivos diversos como: morte da genitora, abandono, rejeição, incapacidade de cuidado por parte dos genitores (negligência, abuso de álcool ou drogas, prisão, doença mental, doença física, falta de condição financeira) e causas desconhecidas. Em todas estas situações pode ocorrer a separação de crianças e adolescentes de sua família e de sua comunidade. (SANTOS, DANTAS, OLIVEIRA, 2004).

Em meio a tantas dificuldades e na tentativa de sanar alguns desses problemas enfrentados pelas crianças, as instituições aparecem como grandes contribuintes e como importante ferramenta de mudanças. Tais estabelecimentos apresentam condições suficientes para garantir uma boa “recuperação das crianças quanto a sua identidade”. Neste aspecto é fundamental que o acolhimento e os cuidados oferecidos pelas instituições correspondam às necessidades das crianças, ajudando assim no controle do seu crescimento (BISCEGLI et al, 2007).

Neste sentido, ao debater-se sobre a importância das instituições para os cuidados com as crianças é que percebe-se a real necessidade dos cuidadores institucionais, pois é destinado a eles a responsabilidade de amparar e cuidar do crescimento e desenvolvimento destas crianças, bem como de suprir o carinho e atenção ao qual foram negados ao serem retirados do seu convívio familiar (CAON; RIES, 2003).

Os cuidadores das instituições enfrentam grandes desafios ao prestar cuidados a crianças abandonadas e/ou em condições incompatíveis com a vida, a exemplo do vinculo existente entre ambos. Uma vez que não se sabe a origem da criança, assim como o comportamento familiar e o ambiente que a mesma habitava (VERÍSSIMO, 2001).

A convivência em um ambiente institucionalizado trás uma intensa carga de experiência para todos os envolvidos: crianças, pais, profissionais, visto tratar-se de uma experiência que envolve perda e adequação.

De acordo com o exposto é importante salientar que o acolhimento e vinculo ajuda no melhor desenvolvimento infantil. Com isso faz-se necessário uma importância à concepção dos cuidadores baseado nos cuidados e acompanhamento prestado as crianças. (SACCANI et al.,2007).

Considerando que estas crianças necessitam de toda a atenção possível para um melhor desenvolvimento, os cuidadores, até mesmo os profissionais precisam estar capacitados para atendê-las em todos os aspectos biopsicossociais e motores, de modo a garantir para as crianças proteção, apoio e atenção de forma integral.

A atenção da enfermagem, o vínculo e acolhimento de cuidadores que prestam cuidados à crianças institucionalizadas tem sido uma área nova para a exploração de estudos por se tratar de um tema ainda recente, mas que desperta a atenção daqueles que se familiarizam com o laço afetivo da criança, seja com a genitora ou alguém disposto a prestar cuidado para as mesmas (CAMPOS; ROSEMBERG; FERREIRA, 1995).

Esta pesquisa justifica-se por se tratar de um assunto que tem preocupado a sociedade e chamado a atenção por envolver os processos sociais, cognitivos e de desenvolvimento de crianças que por diversos fatores, como os já citados nesta pesquisa se vêem amparados pelas instituições sociais e acolhidos pelos cuidadores do local. Este trabalho visa analisar a percepção dos cuidadores de crianças institucionalizadas em relação ao vínculo e desenvolvimnto infantil através dos cuidados e das tarefas desempenhadas por eles.

Neste sentido, a observação do acolhimento que a instituição proporciona aos menores auxiliou na elaboração de um projeto que busca responder sobre qual a contribuição do trabalho dos cuidadores frente aos menores institucionalizados, bem como demonstrar a importância da atenção dos profissionais em enfermagem junto aos cuidadores e de que forma o trabalho em conjunto destes profissionais pode oferecer benefícios tanto para a criança quanto para seus pais, tornando-se relevante à medida que abre espaço para atuação da enfermagem e serve de subsidio para a adequação de atividades quanto aos cuidados prestados.

Neste sentido, foi realizada uma visita a casa de apoio SOS Saúde do munícipio de Eunápolis no intuíto de conhecer a institiução, as crianças, os profissionais que trabalham no local e fazer uma entrevista com cuidadores que prestam cuidados às crianças institucionalizadas de 0 a 6 anos e que foram abandonadas ou fazem parte de processos judiciais. Para tanto foi elaborado um questionário com várias perguntas referentes ao que se pretendia alcançar com o trabalho, foi pedida a autorização e por fim, realizada a pesquisa.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar sobre a contribuição do trabalho dos cuidadores frente aos menores institucionalizados, bem como demonstrar a importância da atenção dos profissionais em enfermagem junto aos cuidadores e de que forma o trabalho em conjunto destes profissionais pode oferecer benefícios tanto para a criança quanto para seus pais.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Verificar a participação do cuidador institucional em relação aos cuidados com as crianças;

- Avaliar a existência de vinculo entre cuidador e criança;

- Identificar como os cuidadores institucionais se capacitam para o trabalho voltado às crianças;

- Mostrar a importância da atenção da enfermagem junto aos cuidadores.

3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

O conceito de criança está interligado a uma noção de desenvolvimento ao longo da vida. Vários estudiosos possuem ideias do que vem a ser criança. Este conceito depende de muitos fatores como: classe social, religião, cultura e educação. O Brasil destaca-se por suas diferenças de regiões e classes econômicas (SAPIENZA, PEDROMÔNICO,2005).

Crescimento e desenvolvimento ocorrem de forma momentânea em sua concepção natural, progredindo na mesma proporção em seu curso e se completam em seu significado. Pode-se dizer que são dois fenômenos em um só, pois crescimento refere-se ao ganho de capacidade em determinada unidade de tempo. Hoje estas duas palavras são muito utilizadas para referir-se ao mesmo termo (MARCONDES; SETIAN;CARRAZZA,2003).

Crescimento e desenvolvimento segundo Wong (2006) estão relacionadas à soma de várias alterações que ocorrem durante toda a vida, envolvendo durante seu percurso dimensões inter-relacionadas como: crescimento, desenvolvimento, maturidade e diferenciação, todos são simultâneos e contínuos e nunca agem isoladamente.

A relação intima de crescimento e desenvolvimento, correspondem a fenômenos distintos. Ou seja, uma criança pode crescer e não se desenvolver psicologicamente. Como exemplo existe a criança com síndrome de Down, pois esta pode ter o crescimento normal, porém um desenvolvimento demorado como pensar, raciocinar e agir (FIGUEIREDO, 2003).

Subtende-se como crescimento o avanço corporal como um todo ou de suas partes, podendo ser avaliado em centímetros ou gramas. Maturação significa amadurecimento, é o aumento da competência e da adaptação. Tal alteração precisa ser de forma qualitativa. Desenvolvimento refere-se ao processo de conquistas de desempenhos cada vez mais complexas. O desenvolvimento é atingido através de crescimento e aprendizado (ANDRADE; SOUZA; SZARFARC, 2007).

Cada criança diferencia seu comportamento e afeto, pois os mesmos passam por desenvolvimento onde envolve a maturação neurológica, temperamento, aprendizagem, cognição a depender de situações e o meio em que vive (COSTA; GOMES, 20011).

A rotina da criança necessita ser bem planejada, estruturada e organizada para um bom desenvolvimento, isto inclui conforto, segurança maior facilidade de organização, espaço temporal, que a torne livre de sentimento de estresse que um ambiente desestruturado pode causar a uma criança (SILVA; DESSEN, 2001).

O desenvolvimento humano baseia-se num processo de crescimento e a medida em que as crianças se desenvolvem passam por mudanças físicas, comportamentais, cognitivas e emocionais no decorrer da vida. Estas características referem-se ao bem estar e a qualidade de vida das crianças (VASCONCELLOS, 2005).

A criança conquista suas habilidades motoras, psicológicas entre outras, através da percepção e exploração do meio que a cerca, e a fala tem uma verdadeira importância nesta aquisição, e exige uma estrutura fisiológica ilesa e funcional, abrangendo a inteligência, a comunicação e a estimulação (WONG, 2006).

Sendo assim, a primeira fase da vida é fundamental para o desenvolvimento da criança e tem um impacto deveras relevante para a situação social e psicológica da mesma (BRONFENBRENNER, 2002).

Um indicador importante que revela as condições de saúde é o modo como a criança cresce e se desenvolve. Caso a criança viva em uma instituição, é importante observar de que forma ela é cuidada, uma vez que a instituição é um suporte fundamental para o futuro da criança e pode interferir em seu crescimento e desenvolvimento (Santos, 2011).

Antes da alimentação o bebê geralmente é encontrado em constante agitação, após alimentar-se ficam quietos e sonolentos. Os músculos oculares passam a adquirir controle, fazendo com que os bebes focalizem objetos numa curta distância. A boca predomina com o intuito de aprender e satisfazer seu prazer (FIGUEIREDO, 2002).

A primeira infância é caracterizada por crianças de 1 a 6 anos de idade, este período que se prolonga do momento que inicia a locomoção em pé até entrar na escola é marcado por agilidades e descobertas intensas. É uma fase de desenvolvimentos físicos e de traços típicos marcantes. A linguagem é adquirida neste período, ampliando seu relacionamento social, apreendem a se comportar, ganham autocontrole e comando, ganham dependência e começam a desenvolver autoconceito. Segundo psicólogos, sociólogos, e profissionais da área, a primeira infância é uma fase primordial, na qual a criança idealizará uma base que favorecerá por toda a vida (WONG, 2006).

A primeira aquisição social do bebê é, então, a sua capacidade de deixar a mãe fora do alcance da visão, sem ansiedade excessiva. As crianças que estabelecem relações mútuas afirmativas com os pais e educadores ganham, a partir dessas relações, a coragem de que precisam para explorar o mundo que existe para além da mãe, pelo que, em nosso entendimento, um contexto de creche com qualidade, só pode favorecer esse desenvolvimento.

O cuidado prestado às crianças tem um grande significado quanto ao desenvolvimento infantil, visto que, o acompanhamento aparentemente influenciará na perspectiva de vida das crianças (OLIVEIRA; CADETTE, 2009)

A família é a base central para que haja crescimento e desenvolvimento infantil, pois é ela que desenvolve o relacionamento afetivo logo ao nascer, e caso esse envolvimento efetivo seja interrompido poderá ocorrer um retardo do desenvolvimento físico e mental desta criança. O ideal seria que os cuidados por terceiros ocorressem apenas em ultimo caso, e não por motivos de negligência de familiares (VIEIRA, 2009).

A criança, até mesmo antes de nascer possui um laço tão grande de afinidade com a genitora, que ali mesmo dentro do ventre recebe todo o carinho, amor, dedicação, calor e segurança para o seu nascimento seguro (CHAVES et. al, 2013).

Acontece que em muitos casos este laço é interrompido na fase de lactação, onde suas necessidades básicas não são atendidas, perdendo todo o conforto e segurança por parte de sua mãe. Daí ocorre o sentimento retraído, a mágoa, a solidão por um determinado tempo na vida da criança, onde a segurança e o relacionamento com o próximo não se constrói (MARQUES, 2006).

Por isso a importância de se ter outros membros da família ou cuidadores institucionais, a fim de preencher o vazio que foi gerado com a ausência da mãe, para que o crescimento e desenvolvimento não sejam interrompidos (MARQUES, 2006).

3.1.1 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A formação da saúde física e mental de um indivíduo nos primeiros anos de vida é indispensável, pois neste período o crescimento e desenvolvimento ocorrem em ritmo intenso do ponto de vista emocional, psicossocial e biológico, sendo que nesse período as crianças estão mais vulneráveis a fatores de risco. Neste caso, as boas orientações à família estimulam um estilo de vida mais saudável (REICHERT, 2011).

Do ponto de vista profissional, a abordagem geral para examinar ou até mesmo avaliar uma criança, normalmente segue uma sequência em direção céfalo-caudal, tendo como função principal fornecer informações de cada região do corpo, de modo que não confunda ou atrapalhe o examinador. A criança deve ser preparada, visto que o exame físico acaba sendo muitas vezes estressante; portanto, deve ser o mais agradável possível, assim como educativo (WONG, 2006).

A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza o acompanhamento de criança de até 5 anos como uma ação básica da assistência integral á saúde, visto que neste período a velocidade, vulnerabilidade e intensidade do processo é muito rápido (FIGUEIREDO, 2003).

Os enfermeiros precisam ter habilidades e conhecimentos suficientes para contribuir na avaliação das crianças, uma vez que a avaliação serve ao propósito de manter o trabalho do enfermeiro atualizado. Um tratamento efetivo depende muito de uma coleta organizada, contendo informações pertinentes. A avaliação precoce torna-se indispensável, haja vista que favorece o tratamento de forma adequada, individualizada e eficiente para cada criança que apresente alguma forma de atraso no desenvolvimento (BRENNEMAN, 2002; WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2006).

Um elemento chave para avaliar o desenvolvimento físico de uma criança são os dados antropométricos que buscam averiguar peso, altura, espessuras de dobras cutâneas, circunferência do braço e perímetro encefálico. Estes valores são registrados em tabelas em forma de percentil, e assim comparadas ao padrão normal. As medidas fisiológicas devem ser colhidas, sendo estas a pulsação, temperatura, respiração e pressão sanguínea (WONG, 2006).

A anamnese deve ser completa, investigando assim toda a história da criança, desde a alimentar ate a familiar, historias que caracterizam as fases do seu crescimento. Além da anamnese, a realização de testes psicológicos de triagem possibilita a identificação de crianças com suspeitas de atraso, possibilitando o diagnóstico e intervenção adequados (ALMEIDA, 2009; ALVES; VIANA, 2006).

A avaliação do desenvolvimento é um dos elementos fundamentais para uma boa anamnese. O teste de triagem foi desenvolvido para uma rápida e confiável identificação do problema, podendo sem administrados em diversos ambientes (WONG, 2006).

A identificação precoce é um desafio para os profissionais de saúde, sendo que existem alterações de difícil diagnóstico nos primeiros anos de vida, podendo ser observados apenas na fase escolar, pois nesta fase a criança aprende a ler, escrever e desenvolver habilidades cognitivas e comportamentais. Por outro lado, quando identificado precocemente, a possibilidade de reversão do problema é mais satisfatória (REICHERT, 2011).

É de suma importância que o profissional envolvido com a assistência à criança conheça os padrões naturais do desenvolvimento infantil, compreenda o marco importante, reconheça os problemas o mais breve e esquematize ações direcionadas aos problemas identificados (FIGUEIREDO, 2003).

Neste contexto, toda uma avaliação mais profunda promove uma intervenção precoce caso seja observado algum desvio do desenvolvimento infantil normal, o que facilitará na busca de soluções futuras (COSTA; GOMES, 2011).

Quando se refere ao desenvolvimento normal de crianças, existem controvérsias relacionadas a um teste padrão. Muitos são utilizados com o objetivo de impedir consequências a longo prazo (CARDOSO; MAGALHÃES, 2012).

O enfermeiro precisa conhecer como funciona o desenvolvimento normal de uma criança. Obtendo o conhecimento clinico, é possível envolver a criança em um tratamento lúdico, do qual também se torna importante, pois ela, sem perceber, executa suas tarefas, forçando-a a pensar e explorar seus sentimentos e movimentos (MANSUR; NETO, 2006).

Os testes de avaliação do desenvolvimento que são utilizados têm como objetivo promover uma intervenção precoce para os devidos fins do crescimento e desenvolvimento (BRENNEMAN, 2002).

Após o levantamento de exames básicos, é necessário abranger os pontos seguintes como: motivo da consulta, antecedentes familiares, antecedentes fisiológicos e patológicos, historia alimentar, situação ambiental. A avaliação do desenvolvimento deve ser realizada durante a consulta clínica. Para que não haja falha na interpretação do profissional, a criança deverá estar alerta e confortável. Deve ser observado o marco do desenvolvimento de acordo com a idade da criança. Objetos coloridos, chocalhos etc., podem ser utilizados como instrumentos para a consulta (FGUEIREDO, 2003).

CORIAT (2001) relata que a conduta da criança durante o primeiro trimestre é conduzida por reflexos arcaicos, e o desenvolvimento envolve muito mais que o desaparecimento de reflexos a partir da maturação do SNC, sendo um processo difícil, com novos desempenhos e novas habilidades, partindo da interação entre a criança, os sistemas nervoso e musculoesquelético em desenvolvimento, e o ambiente.

A avaliação dos reflexos tornou-se uma parte fundamental do estudo do desenvolvimento motor. É de extrema importância saber interpretar os períodos de aparecimento e desaparecimento dos reflexos. O reflexo Tônico cervical assimétrico é um exemplo, que pode ser visto a partir do primeiro mês de idade, reflexo muito importante para o desenvolvimento da lateralidade e primeiro contato olho-mão do lactente (FUGUEIRAS et al,. 2003).

Estudos afirmam que baixa renda familiar e a escolaridade, são fatores que representam as características socioeconômicas desfavoráveis para um bom desenvolvimento infantil, assim como baixo peso ao nascer, idade gestacional inferior a 37 semanas, amamentação materna inferior a três meses. Episódios negativos citados podem favorecer para um baixo potencial de crescimento e desenvolvimento da criança (NASCIMENTO; MADUREIRA; AGNE, 2008).

3.2 CUIDADORES, ACOMPANHAMENTO E VÍNCULO COM A CRIANÇA INSTITUCIONALIZADA

Santos (2000), diz que ”O princípio que deve nortear a ação dos que trabalham com crianças em situação de abrigo deverá ser sempre o de garantir à criança as condições necessárias para o seu pleno desenvolvimento, tanto no presente quanto no futuro”.

Hoje em dia considera-se que, as instituições residenciais têm sido cobradas no sentido de oferecer o mesmo padrão de cuidado e carinho que é comum na convivência em família, a fim de prover cuidados físicos à criança e estimular interações que envolvam o convívio social (NOGUEIRA, COSTA, 2005; SIQUEIRA, 2006).

Entretanto, para Bowlby (2002), se funcionários de instituições residenciais agirem como se de fato fossem pais substitutos das crianças e terem ainda assim um bom desempenho como cuidadores, poderá oferecer às crianças um ambiente acolhedor e desenvolver um sentimento de confiança básica em relação aos seus cuidadores, necessidades psicológicas que são atendidas de modo desejável pela família.

Quando se trata do cuidar institucional é preciso avaliar se os cuidadores estão aptos, ou se obtém o conhecimento técnico e prático adequado para acompanhar as crianças institucionalizadas, visto que esta criança viveu momentos difíceis enquanto residia com seus familiares (MARQUES, 2006).

Outros motivos podem ser citados, como exemplo, crianças que ainda necessitam do berço, aqueles que estão limitados a se locomover ou até mesmo os que possuem algum transtorno mental irão precisar de um olhar mais atento. Isso torna o acompanhamento por parte dos cuidadores mais direcionados a estas crianças, tendo em vista a impossibilidade de atuar de forma individual como no ambiente familiar (MARQUES, 2006).

É preciso que haja capacitação para os cuidadores, onde os mesmos sejam orientados e supervisionados enquanto estiverem exercendo atividades, para que possam atuar de forma integral e manter uma visão humanista em relação aos cuidados que serão prestados as crianças institucionalizadas.

Importante que o acompanhamento exercido por parte dos cuidadores tenha um olhar mais cauteloso e que não seja visto apenas como uma forma de ajudar, mas de se doar ao próximo (MARQUES, 2006 apud WALDOW, 2004).

Propor educação continuada a fim de capacitar os cuidadores, poderá aprimorar seu papel de cuidador e o tornar eficaz para o crescimento e desenvolvimento das crianças institucionalizadas (MARQUES, 2006).

Na visão de Souto (1985), uma instituição pode ser definida como um conjunto de normas que se aplicam em um sistema social e que definem o que é legítimo e o que não o é no sistema. Em outras palavras, é um conjunto de normas que regulam as relações entre os indivíduos e que definem como estas relações devem ser.

Ao discorrer sobre a criança institucionalizada, pode ser notado que, independente da atenção prestada a ela, os cuidados que lhe são oferecidos não suprem todas as suas necessidades, essa criança poderá ter um retardo ao caminhar, falar, desenvolver e crescer, devido ao trauma de ter sido “abandonada” (ALEXANDRE & VIEIRA, 2004 apud RIZZINI, 1995).

A autora assinala que abandonar uma criança ou enviá-la para um abrigo é privá-la de ter uma família, onde existem intimidade e cumplicidade. Não é possível relacionar-se assim em abrigos, pois há uma proporção grande de crianças em relação a adultos. Assim, o eventual afeto recebido dos funcionários tem que ser dividido entre as crianças (Rizzini, 1995).

No que se refere a esse desenvolvimento da criança que vive em situação de abrigo, Flach (1991) elencou alguns fatores que poderiam facilitá-lo, tais como, regras e funcionamentos coerentes e flexíveis como, respeito, reconhecimento, garantia de privacidade, tolerância às mudanças, limites claros, empatia, comunicação aberta, tolerância aos conflitos, sentimento de comunidade. Assim, a instituição poderia ser um lugar alternativo para o processo de identificação da criança e adolescente, desde que não se camuflasse como uma falsa família.

Geralmente crianças que fazem acompanhamento institucional, são aquelas que tiveram o laço afetivo familiar interrompido por diversos motivos, dentre eles: fatores, econômicos, não ter tido moradia nem escolaridade favorável para cuidar da criança, entre outros. Estas crianças podem ter sido abandonadas ou estar em condição de precariedade alimentar ainda no nascimento, podendo ter sido vítima de maus tratos nos primeiros seis anos de vida (CAVALCANTE; MAGALHÃES & PONTES, 2009).

Os vínculos que unem o ser humano a instituições apresentam diversas propriedades. A participação dele nestas instituições impõe obrigações, algumas serão duras, pois incluem situações obrigatórias do trabalho a ser realizado, serviço a ser cumprido; outras serão um pouco mais suaves, pois dependem que eles sintam o apelo á participação, identificação e ligação emocional. Desta forma a participação em uma instituição seja ela social, impõe compromisso e adesão (GOFFMAN, 20017).

O vinculo como diretriz acoplada ao acolhimento é capaz de garantir o real ordenamento do processo de trabalho nos serviços, resolvendo a divisão de trabalho compartimentada, e partindo para a responsabilização de toda a equipe multiprofissional, com um resultado melhor do trabalho em saúde. Assim, considera-se vinculo, a responsabilização pelo problema do usuário, nesse caso a criança institucionalizada de forma individual e coletiva (FRANCO; BUENO; MERHY, 2009).

O desenvolvimento humano na fase da infância, especificamente, implica um fator necessariamente preponderante na construção da identidade da criança e de sua relação com o outro. Esse fator é aqui denominado vínculo afetivo, e refere-se à capacidade do indivíduo de se vincular a outrem por meio de uma necessidade que vem acompanhada de um sentimento de estar junto com o outro, realizando movimentos de troca entre as partes. Como coloca Bussab (2003)

O sentimento de acolhimento, de cuidado, de segurança e de provisão, por parte da criança, configuram elementos fundamentais que emergem da relação pais e filhos e, como Bowlby (1982) ressalta, o comportamento de apego carrega em si o sentimento mais forte do que qualquer outro comportamento que a criança possa expressar.

Muitas crianças institucionalizadas vivem sem nenhuma menção do que possa ser relação afetiva mãe-filho, isso devido aos laços de convivência cortados. Levando a ter acompanhamento e/ou atendimento por profissionais do qual podemos nomea-los como cuidadores sociais (MARQUES; CANO; VENDRUSCOLO, 2004 apud WEBER, 2005).

O acolhimento prestado às crianças é somente uma preparação paliativa para que retornem a família de origem ou que participem de um processo de adoção (MARQUES; CANO; VENDRUSCOLO, 2004 apud WEBER, 2005).

Pesquisas têm abordado que as crianças que passam por um longo período em instituições, poderão desenvolver situações desfavoráveis para se socializar e desenvolver vínculos quando estiver na fase adulta (SIQUEIRA; DELL’AGLIO, 2006).

Estudos mostram que as crianças institucionalizadas expõem-se a mudanças emocionais comparadas as crianças que convivem com seus familiares (SIQUEIRA; DELL’AGLIO, 2006).

A ausência destas crianças em estar em seu ambiente familiar reflete inúmeras vezes a comportamentos de estresse, choro constante e uma necessidade do calor materno. Independente do cuidado que era recebido em seu lar (FREITAS, 2010).

3.3- INTERVENÇÕES IMPORTANTES DA ENFERMAGEM E EQUIPES MULTIDICIPLINARES NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS

É notório o quanto a enfermagem tem se preocupando cada vez mais com o desenvolvimento infantil, este resultado se dá ao grande número de estudos recentes voltados ao acompanhamento infantil.

As creches são instituições que atendem crianças de 0 a 3 anos, e pré-escolares de 4 a 6 anos. Essas duas fases (definidas como educação infantil) são caracterizadas pelo maior desenvolvimento em todas as modaidades evolutivas (físico, psicológico, intelectual e social). Costumam ser reduto de crianças menores favorecidas e com possíveis fatores de risco (NASCIMENTO; MADUREIRA; AGNE, 2008).

Reicht (2011) relata que no Brasil, em 1990, foi publicado oficialmente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), garantindo legalmente o direito da criança à saúde. Neste caso, o acompanhamento do desenvolvimento infantil é direito de toda criança.

Preocupar com esta população, é priorizar programas que protejam sua saúde, de forma que tenha participação ativa de bons cuidados e hábitos mais saudáveis, estas ações possuem impacto positivo aos acontecimentos estressantes que uma criança possa vir a sofrer. Nesse contexto se destaca as creches como meio auxiliar ao desenvolvimento integral da criança (NASCIMENTO; MADUREIRA; AGNE, 2008).

Com o intuito de promover ações voltadas à promoção da saúde e prevenção de doenças, implantou-se o sistema único de saúde (SUS). Com isso, o SUS tornou-se um ponto estrutural para as comunidades. Procedimento realizados na criança durante a consulta buscam identificar a presença de fatores de risco e registrar todos os procedimentos de forma minunciosa, principalmente o que foi relatado pelos pais (REICHERT, 2011).

A criança e sua família possuem papel fundamental numa equipe para um tratamento terapêutico, além do médico e os demais profissionais da saúde, trabalhando juntos em cima das necessidades funcionais apresentadas pela criança. É essencial para a enfermagem documentar a evolução dos resultados para que se faça uma comparação da eficácia do tratamento (ACEVEDO, 2002).

A visão que prevalece na sociedade, ainda hoje, é a de que o cuidado provido pela mãe no contexto família é o único capaz de prover condições favoráveis a uma boa estimulação (ALMEIDA, 2009).

É importante o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, considerados centrais na atenção à saúde infantil. Para um desenvolvimento global, as crianças precisam também de um ambiente de amor, afeto, segurança além de estimulação adequada das suas habilidades físicas e mentais (NASCIMENTO, MADUREIRA; AGNE, 2008).

A intervenção através da educação é sugerida como forma de assistência, visto que profissionais de diversas áreas buscam a melhoria da sensibilização e da autonomia na criança. A educação é um procedimento pelo qual a criança é habilitada, harmonizando seu autoconhecimento do ambiente que o cerca, identificando assim forças que interagem ao seu redor.

Esta prática ocorre de forma gradativa, com base nas experiências de cada um e a partir das necessidades presentes, sendo este, um processo democrático de aprender a se cuidar. A educação materna pode influenciar na melhora, mas não é um aspecto facilmente modificáveis com ideias características de intervenção (FROTA; ALBUQUERQUE; LINARD, 2007; SAPIENZA; PEDROMÔNICO, 2005).

O conhecimento a respeito do desenvolvimento normal de uma criança pode influenciar na implantação de programas de intervenção, pois facilitará o atendimento das reais necessidades que a mesma venha a apresentar (NASCIMENTO; MADUREIRA; AGNE, 2008).

As creches precisam criar condições para que as crianças se envolvam mais pelos cuidados com o próprio corpo, sendo estas ações relacionadas à higiene pessoal. É importante ensinar a criança a resolver problemas e planejar suas ações no intuito de desenvolver a linguagem, promover acolhimento e segurança, de modo a facilitar os recursos para as suas necessidades (REZENDE; BETELI; SANTOS, 2005).

É importante que os profissionais envolvam os cuidadores com a intervenção para darem continuidade ao trabalho feito por eles, permitindo assim que compreendam as necessidades de cada criança. Por este motivo existe uma grande necessidade de implantar na intervenção, atividades de fácil execução, desde que estejam treinados e bem orientados (BISCEGLI, et al., 2007; WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).

Estudos comprovam que creches de boa qualidade tem efeitos positivos sobre o desenvolvimento cognitivo global da criança. Infelizmente na maioria das vezes não há profissionais treinados na creche para estimular o desenvolvimento das crianças, priorizando apenas a higiene e alimentação. Aplicar um programa de intervenção é essencial e pode ser observada com clareza sua evolução após 10 sessões. Mas fica evidente que a intervenção da enfermagem aplicada isoladamente se torna menos efetiva na melhora do desenvolvimento motor da criança (ALMENIDA, 2009; WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).

A criança necessita durante toda a sua evolução ser estimulada, para que alcance condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Entretanto, existem crianças que necessitam de cuidados e aplicação imediata da estimulação como forma preventiva e assistencial.

Acredita-se que, para um bom resultado da estimulação, esta precisa ser aplicada precocemente, ou seja, nos quatro primeiros anos de vida, conduzida a favorecer de forma satisfatória o desenvolvimento das capacidades físicas e mentais da criança, sendo necessário executar no momento certo e em quantidade adequada, respeitando a evolução considerada normal para ela (ALMEIDA, 2009).

Um trabalho multidisciplinar em instituições de abrigo, como creches, é essencial para que haja uma redução no numero de crianças com atraso no desenvolvimento, priorizando a prevenção, através de avaliações precoces e criteriosas (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010).

A enfermagem tem um papel de contribuir com o processo de desenvolvimento infantil, tanto em crianças saudáveis quando nas expostas a fatores de risco, essas merecem atenção e ação especifica, já que as alterações de coordenação e controle do movimento poderá se prolongar até a idade adulta (WILRRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).

Faz se necessário que demais profissionais incluam em seus currículos noções de crescimento e como deve ser o acompanhamento infantil, pois esta é uma área que não deve ser desconhecida por eles. Criação de unidades básicas de saúde que atendam a população que precisa deste serviço deve ser de fácil acesso (ALMEIDA, 2009).

É da competência do enfermeiro acompanhar a criança durante o seu crescimento e desenvolvimento, exercendo esta ação em qualquer ambiente que a criança esteja localizada, tanto em ambientes familiares como em instituições sociais (BETELI, 2006).

Cuidar da criança institucionalizada requer um vasto conhecimento em diversos campos para que a criança se sinta protegida e possa haver uma troca de vínculos afetivos com os cuidadores secundários, VERISSIMO (2014), além de ter a cooperação de uma equipe multidisciplinar.

Os profissionais que estão envolvidos para acompanhar a criança devem estabelecer uma comunicação clara entre si, buscando em conjunto alcançar um só objetivo, avaliar a criança de forma sistematizada, interdisciplinar e holística. (BETELI, 2006).

As orientações advindas do enfermeiro quanto à assistência prestada aos cuidados com as crianças incluem higiene, alimentação, imunização, orientações de prevenção de acidentes, lazer, hábitos comportamentais e o cuidado na administração da medicação prescrita pelo médico (MARQUES, 2006).

Desta forma conclui-se que, o acompanhamento de crianças institucionalizadas durante a primeira infância deve ser priorizado com ações voltadas para a prevenção e promoção da saúde, pois elas demonstram a necessidade de um acompanhamento criterioso, promovendo o desenvolvimento neuropsicomotor e intervindo sempre que necessário, devido a grande exposição aos fatores de riscos ambientais (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010).

4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa de campo, estudo individulizado, transversal, de cunho descritivo, onde foi analisada a percepção de cuidadores de crianças institucionalizadas através de um questionário, aplicado aos cuidadores da creche. Este estudo de caráter descritivo tem como objetivo descrever as características de determinada populaçãos, assim como o estabelecimeno de relações entre variáveis e os seus padrões de distribuição (MEDRONHO, et, al., 2009).

Filho (2006) diz que a pesquisa de campo nos traz a necessidade de diálogo com a realidade da qual iremos pesquisar. Esta modalidade de pesquisa permite conhecer melhor o trabalho realizado com as cuidadoras da casa de apoio, onde as mesmas estão em situação de acolher crianças institucionais, dando ênfase a percepção dos cuidadores aos cuidados prestados às crianças.

4.2 CAMPO DE PESQUISA

A coleta de dados foi realizada entre os meses de março a maio de 2015, na Associação Casa de Recuperação Nutricional S.O.S Vida do município de Eunápolis – Bahia, município localizado às margens da BR-101, distante da capital Salvador cerca de 633 Km. Sua população é de 100.246 habitantes, sendo então a 16º cidade mais populosa de Estado da Bahia segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).

A instituição é considerada uma grande referência para a região, foi fundada pela freira Irmã Terezinha em Outubro de 1993, com apenas 11 crianças, de la para cá, muito já foi realizado para melhorar a vida das crianças e suas famílias. Da multimistura, que servia para alimentar crianças desnutridas, fornecida numa simples casa alugada e pequena, que pouco dava para atender as necessidades de tanta gente carente até a inauguração da nova sede em 21 de Agosto de 1999, foram seis anos de muito sacrifício e trabalho, situada no Extremo Sul da Bahia, na Av. Paulo Afonso, 500, Juca Rosa, Eunápolis-BA .

Hoje, a S.O.S Vida conta com uma estrutura ampla e confortável e acolhe em torno de 35 crianças, incluindo bebês, mas, com frequência, atende em média 50 crianças, entre meninos e meninas, sob a atenção de 25 funcionários. Vale ressaltar que os esforços para manter a instituição partem da sociedade como um todo e da ajuda da prefeitura municipal que fornece parte da mão de obra.

4.3 SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos da pesquisa serão 10 cuidadoras das crianças que vivem na casa de apoio e que tenham mais de 3 meses de trabalho na instituição.

A escolha do sujeito baseou-se na afirmativa de Minayo (1996) onde diz que a pesquisa qualitativa trabalha com pessoas que prestam serviços sociais, partindo desta análise poderá privilegiar os atores sociais que apresentam as características da qual se pretende conhecer, ao realizar entrevistas com numero suficiente de pessoas, poderá obter informações significativas, através da experiência e das declarações transmitidas pelos entrevistados.

4.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Inicialmente foi agendada uma reunião com a diretora da creche SOS Vida, com o intuito de explicar os objetivos do estudo bem como obter informações sobre as cuidadoras e horários para a coleta de dados.

Em seguida um novo encontro foi realizado, onde houve uma reunião com as cuidadoras, onde buscou-se explicar qual o intuito da pesquisa, marcando horário de entrevistas.

Realizou-se o encontro,onde foi aplicado um questionário estruturado (MARQUES, 2010) com questões abertas e fechadas (ANEXO II) objetivando identificar a percepção destas cuidadoras frente ao acolhimento oferecido para as crianças, bem como a importância da atenção da Enfermagem, qual o conhecimento destas cuidadoras quanto ao processo do cuidar, se as mesmas fazem educação continuada. Os participantes da pesquisa foram orientados a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (ANEXO I). O questionário citado (ANEXO II) foi realizado com base nos questionários dos trabalhos adaptados a Cavalcante (2008)

A coleta de dados foi realizada na própria creche no horário de funcionamento normal. O horário da aplicação do questionário seguiu a rotina da instituição, isto é, no horário em que os cuidadores estariam exercendo suas atividades, respeitando sempre os horários em que as mesmas estavam exercendo o cuidado com as crianças, como alimentação, banho, colocando para dormir, entre outros. O período para a realização foi das 08h30min às 11h:30min.

As entrevistas foram realizadas por Naiara Rocha da Silva, no próprio local de trabalho das participantes, em ambiente reservado e horário agendado previamente. Sendo esclarecidos sobre o procedimento da pesquisa, bem como, mantendo suas identidades em sigilo.

Souza Filho (1993) aponta que a observação participante e a entrevista com roteiros abertos são estratégias para a coleta de dados privilegiados para estudos de representação. Isso porque permite a aproximação da realidade natural do fenômeno e facilitam a interação e a expressão “possibilitando o acesso do analista à realidade vivida pelo sujeito em sua relação com o objetivo de representação e com outros sujeitos”. As perguntas serão lidas e registradas pela própria pesquisadora, ressaltando que foi garantido o total anonimato das entrevistadas.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

As informações contidas na entrevista serão analisadas e armazenadas, sendo os dados tabulados e tratados estatisticamente por meio do Excel versão 2010.

Assim, a análise descritiva servirá para gerar frequências e subsidiar a construção de gráficos descrevendo a percepção dos cuidadores, o que permitirá identificar o sentido das respostas expressas pelos entrevistados e posteriormente fomentar o desenvolvimento da discussão dos resultados.

4.6 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo será desenvolvido respaldando-se na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, regulamentadora das pesquisas com seres humanos, considerando a observância da beneficência, não maleficência, ausência de riscos e prejuízos, com garantia do sigilo e anonimato dos sujeitos do estudo. Para tanto, fez-se necessário a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido por parte das cuidadoras, bem como a coleta de dados com cada individuo, a autorização da coordenadora da instituição, a fim de permitir a entrada da pesquisadora.

5- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados que foram obtidos durante a investigação, mostram variáveis que descrevem a identificação a respeito da Percepção que as cuidadoras têm em relação ao vinculo e acolhimento com crianças institucionalizadas e seus efeitos para o desenvolvimento infantil, bem como a importância da enfermagem na prestação de cuidados. Isso denota algumas condições utilitárias e pessoais em que se concretizam as práticas quanto ao cuidado prestado no ambiente institucionalizado, onde existem elementos para refletir sobre fatores de desenvolvimento das crianças institucionalizadas.

5.1 PERFIL DOS CUIDADORES

A amostra estudada foi constituída por 25% dos funcionários da instituição (10 cuidadoras n=25), todas do sexo feminino. A tabela a seguir apresenta um resumo relacionado aos dados pessoais das participantes.

Tabela1: Descrição da amostra segundo dados colhidos referente ao perfil das cuidadoras.

Fonte: pesquisa realizada na creche “Casa de Recuperação Nutricional SOS Vida”, sediada na cidade de Eunápolis-BA.

No que se refere à idade, 70% (n=7) das entrevistadas estão acima dos 30 anos, casadas e com filhos. Durante a entrevista, as duas cuidadoras de maior idade afirmaram o grau de satisfação em atuar naquela instituição, e disseram não saber como seriam suas vidas fora dali.

Em relação à escolaridade 50% (n=10) concluiram o ensino médio completo. Uma das entrevistadas relatou que um dos seus maiores desejos é aprender a ler ,pois durante sua infância não pôde estudar, pois precisava trabalhar.

Observou-se que apenas 20% das cuidadoras não possuem filhos e são as que têm a menor idade. Quanto à situação trabalhista, 100% (n=10) são efetivadas, ou seja, possuem carteira assinada. Ainda sobre “tempo de serviço”, observou-se que as funcionárias contratadas mais recentemente são as que adquiriram um maior grau de escolaridade.

Em relação ao tempo em que estão trabalhando na instituição de acolhimento, constatou-se que 03 das funcionárias mais antigas, já exerceram também outras funções na instituição antes da atual, como: cozinheira e serviços gerais. A partir da pesquisa constatou-se que não há um quadro de grande rotatividade dos funcionários, visto que o tempo de serviço de mais de 01 ano é de 17%, o que contribui para o vinculo com as crianças.

Os resultados a seguir referem-se à análise das entrevistas, bem como as falas destas cuidadoras evidenciam quatro núcleos de sentido: 1- Capacitação 2-Vinculo com a criança institucionalizada; 3- Ser Cuidador; 4- A enfermagem.

5.2 CAPACITAÇÃO

No que diz respeito à capacitação e/ou treinamento para atuar com crianças institucionalizadas, visando um melhor acolhimento e proporcionar uma relação afetiva de confiança, das 10 entrevistadas, 04 relataram não ter nenhum curso de capacitação onde pudessem aprender a lidar com as crianças ou ate mesmo como as acolher, 03 disseram que são treinadas mas não especificaram qual o tipo de treinamento, outras 03 relataram que são treinadas pela coordenadora da instituição que possui uma larga experiência e carrega uma carga enorme de conhecimento. O resultado pode ser observado na tabela 2.

Tabela 2: Descrição da amostra segundo dados colhidos quanto a existência de capacitação e/ou treinamento profissional.

Fonte: pesquisa realizada na creche “Casa de Recuperação Nutricional SOS Vida”, sediada na cidade de Eunápolis-BA.

Torna-se importante ressaltar a relevância da capacitação profissional, pois os mesmos devem receber frequentemente treinamento acerca de condutas que os capacitem cada vez mais para o cuidado com o cliente, para a melhoria da qualidade assistencial. Lembrando que constantemente surgem novos protocolos de atuação para várias situações e os profissionais de qualquer instituição devem estar atualizados. Sendo assim, as capacitações e treinamentos quando realizadas, são valorizadas pelos profissionais, visto que a falta de atualização dos conhecimentos pode comprometer o seu desempenho profissional (SILVA, 2010).

As instituições tem a necessidade de capacitar seus trabalhadores para que seus objetivos e metas sejam obtidos e para isso precisam de tarefas contínuas, integrando-os na própria função e no contexto da instituição (KURCGANT, 2001).

A capacitação dos cuidadores é de suma importância, pois os mesmos trabalham em ambientes em que exercem o cuidado com crianças de diferentes faixas etárias, da qual crescem e desenvolvem nos mais variados aspectos.

Todos os profissionais que trabalham em instituições necessitam de qualificação para que possam atuar com competência as atividades que lhes foram designadas, visto que competência é definida como a posse das capacidades para atender as exigências de um determinado papel (MARQUIS, 1999, pág294).

Os entrevistados deste estudo registraram que não foram capacitados para exercerem suas funções:

C1“Não, não temos treinamentos”.

C4 “Não, depois a gente deve tratar como se fossem nossos filhos, somos tudo

para eles aqui dentro”.

C2 “Tudo que a gente sabe aqui é graças à irmã Terezinha, é ela que ensina tudo para a gente”.

Na visão de algumas entrevistadas a relação de cuidado que ela tem com os seus filhos é uma experiência que vai ajuda-las a exercer seu trabalho, pois existe uma diferença em relação às crianças da creche, visto que para essas crianças, o laço familiar se rompeu, foi cortado o vínculo, elas são vitimas de violência e na maioria das vezes passaram por situações que afetam no desenvolvimento cognitivo e emocional das mesmas, o que pode levar ”algumas crianças a se tornarem agressivas, arredias e a não falar com as outras...”.

Para que a capacitação se realize de forma mais ampla e efetiva é necessário que os serviços sejam avaliados, embora ainda se veja esse processo pouco incorporado às práticas, possuindo quase sempre um caráter burocrático e prescritivo, nem sempre contribuindo com a formação dos profissionais (BRASIL, 2005).

5.3 VÍNCULOS COM A CRIANÇA INSTITUCIONALIZADA

Quando questionadas sobre o vínculo existente com as crianças, 100% (n=10) relatam ter uma enorme afetividade por elas. Afirmaram que tentam sempre dar o melhor que tem para as crianças. Registram que ao chegar uma nova criança na instituição sentem um enorme prazer, pois sabem que irão salvar mais uma vida, da qual trabalham não apenas pelo salário e sim pelo amor que existe por aquelas crianças.

Em se tratando das cuidadoras como uma família institucional, as respostas foram expressas de forma a atribuir e mostrar que todas se sentem parte da família dessas crianças, pois estão cotidianamente em contato com as crianças e adolescentes acolhidos.

Domingues (2013) ressalta a importância do vínculo existente entre profissionais e clientes, visto que além de um momento de trabalho, de reabilitação ao ambiente familiar, é também um momento para promover saúde, afeto, troca de carinhos, de se doar ao próximo.

Quando existe sentimento e satisfação, possui uma capacidade de construir ou destruir relações. A depender da situação seja ela qual for, escassez, privações ou até mesmo a falta de expectativas, ainda é possível amar, construir e respeitar o outro, não havendo necessidade de privação dos direitos ou até mesmo de ameaças ao próximo, fator que poderá produzir uma desumanização generalizada (KALOUSTIAN, 2002)

Não há a necessidade de por em risco o crescimento e desenvolvimento de uma criança, propondo a qualquer preço manter um vínculo entre “profissional e cliente”. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no art: 19, afirma que “toda a criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família excepcionalmente, ou em família substituta” (BRASIL, 1991).

5.4 SER CUIDADOR

Das entrevistadas, 90% (n=10) responderam que ser cuidador vai além do cuidar, é dar amor, dar carinho, se colocar no lugar, porque as crianças veem de uma família desestruturada, e então se uma criança “normal” precisa de atenção, as institucionalizadas precisam o dobro.

De acordo com algumas, elas acabam sendo a família destas crianças. Uma outra parte avaliou o papel de cuidaor com o papel de “mãe”, mas que as crianças não esquecem suas famílias que estão fora da instituição.

O cuidador tem uma grande responsabilidade, até porque eles que passam a maior parte do tempo com as crianças, são responsáveis no dia-a-dia por elas, devem acompanhar sua rotina e também executar os cuidados primários, exercendo assim uma relação afetiva. Observou-se a grande motivação em cuidar das crianças, onde pode ser visto a valorização do seu trabalho.

Waldow (2004) avalia o cuidador como um ser que se relaciona com o próximo. Para ele, ao vivenciar a realidade do outro, o cuidador pode tornar-se capaz de se sensibilizar com os sentimentos do mesmo mediante a convivência e que este fator acaba sendo um requisito para o processo do cuidar.

O cuidado que é oferecido a uma criança torna-se benéfico ou não em seu desenvolvimento, segundo ele, o cuidado não pode ser algo realizado de forma empírica, onde se derrubado os princípios orientadores através do cuidado foi oferecido (VERÍSSIMO, 2001).

Acrescentando, Lorenzi (2009) ressalta que o cuidado possibilita a troca de conhecimentos e experiências. Experiências sobre diversas vivências devem ser trocadas entre as mães, profissionais e até mesmo entre ambos os cuidadores para o fortalecimento de vínculo.

Já Facco (2002) diz que palestras educativas podem contribuir para a execução da atividade em cuidar, abordando temas como: importância da interação com o familiar, o cuidado primário, educação continuada, acolhimento, função do cuidador, entre outros, nunca se esquecendo de dar-lhes oportunidades para exposição de dúvidas e troca de experiências.

As entrevistadas informaram que os cuidados que são oferecidos de forma paliativa, a fim de tentar suprir o vinculo familiar interrompido, são relevantes no processo do crescimento e desenvolvimento onde contribuem para a promoção da saúde das crianças.

O crescimento profissional por parte das cuidadoras é traduzido em um grau de satisfação, não existe apenas uma interação interpessoal, mas sim o significado que isso trás quando envolvido com demais pessoas (WALDOW, 2006).

C.1- “Quando cuido destas crianças é como se a vida me desse uma lição na verdade, vou te revelar uma coisa, até certo tempo eu era uma pessoa impaciente, trabalhar aqui foi como uma terapia na minha vida, eu mal tinha paciência com os meus filhos”.

Percebe-se pelos relatos das entrevistadas um envolvimento emocional grande das cuidadoras, um verdadeiro vínculo afetivo, que na percepção delas se traduz em satisfação pelo trabalho.

5.5- A ENFERMAGEM

Diante das entrevistas, foi possível perceber que para as cuidadoras, os profissionais de enfermagem desenvolvem um papel fundamental dentro das instituições e que é grande a necessidade da presença destes profissionais para acompanhar o crescimento e desenvolvimento daquelas crianças.

Todas as entrevistadas 100% (n=10) disseram que tem orientação por parte dos profissionais da enfermagem. Para elas existe um trabalho em conjunto, analisaram que a enfermagem tem contribuído muito para um melhor aperfeiçoamento quanto ao cuidar, afirmaram que tem aprendido a dar um banho num bebezinho, “ às vezes, a criança tá com soro, a gente também ajuda a realizar um curativo sem contaminar, dá a alimentação, dá remédio, medicação, fazer nebulização, todas essas atividades quando não estão em risco, são capazes de realizar graças a ajuda, orientação e acompanhamento da enfermagem.

C.1- “Sempre vem um enfermeiro aqui, eles chegam, ensina a dar um remédio tudo certinho”.

C.2- “A gente dá comida, da remédio, cuida, a irmã Terezinha é uma grande enfermeira e está ai sempre para nos ajudar”.

C.3- “Eu banho, eu troco, eu dou rémedio eu faço um pouco de tudo”.

A consulta de enfermagem é uma atividade inerente ao profissional e que permite o exercício de sua autonomia e de atividades que lhes compete. Este momento é uma ótima oportunidade para realizar educação em saúde, contribuindo para o desenvolvimento de um comportamento preventivo, ou seja, estimular a busca espontânea pelos serviços de saúde de forma periódica, mesmo não existindo problemas aparentes (COREN-BA, 2013).

Objetiva-se observar a importância da criação e operacionalização de ações de saúde pela equipe de enfermagem nas creches a educação permanente em saúde. Assim, os profissionais de saúde devem dar cada vez mais importância a um cuidado integral, que valorize os pequenos detalhes da vida cotidiana, pois “a beleza da enfermagem está nos olhares, dos detalhes das intervenções do cuidar”, inserido nas necessidades dos grupos populacionais (FACCO, et al. 2002).

A enfermagem proporciona conhecimentos importantes para o cuidador institucional, orientando-o em cuidados simples, mas que tem uma grande importância, onde incluem: a alimentação, o banho, a interação, fases do desenvolvimento, imunização, prevenir contra eventuais acidentes, os hábitos que correspondem determinada fase de crescimento entre outros (MARQUES, 2006).

A principal instituição social para a criança é a família, portanto quando este contato não é possível, ou então os laços foram interrompidos, os substitutos dos familiares, neste caso as cuidadoras institucionais devem receber condições básicas para a formação das crianças, onde as mesmas possuem suas características próprias e observam o mundo e o comportamento das pessoas que as cercam de uma maneira muito distinta, neste contexto a enfermagem tem contribuído ao acompanhar as crianças institucionalizadas (VYGOTSKY,1994)

O cuidador participa de modo amplo na formação da criança institucionalizada, e em sua personalidade. A fim de propor uma saudável influência, o cuidador deve estar preparado para exercer sua profissão, pois os valores pessoais serão passados para a criança, onde a mesma o imitará, isso faz parte de um procedimento natural da infância.

Por isso, a necessidade e/ou importância da enfermagem num ambiente institucional que trabalha com crianças, ajudando e orientando quanto aos estímulos para a aprendizagem, promovendo o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil é fundamental.

6 CONCLUSÃO

A partir da realização da presente pesquisa foi observado que algumas das crianças atendidas pela referida instituição sofreram violação de seus direitos que são garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, tais como: direito a educação, a saúde, direito a vida, ao lazer, a segurança, entre outros, o que faz com que as mesmas ingressem no abrigo.

As crianças que vivem nesta instituição recebem por parte das cuidadoras, a qual as mesmas são sujeitos desta pesquisa, toda a atenção e cuidado que lhes cabem. Pôde ser observado que as funções desenvolvidas por elas são de uma forma empírica, onde a sua experiência parte de uma vivência familiar, ou seja, a forma pela qual cuidam de seus filhos.

Ainda sobre o processo de cuidar, foi observado através das entrevistas e do que foi dito pelas entrevistadas que nem sempre é possivel manter um olhar para as crianças de forma individual. Em alguns dos casos este olhar deverá acontecer coletivamente, considerando o numero de cuidadoras que prestam cuidados a crianças.

A pesquisa demonstrou que as cuidadoras estão envolvidas e são compromissadas quanto ao processo do cuidar das crianças.

Com relação ao crescimento e desenvolvimento infantil ainda existe um despreparo quanto as etapas desse desenvolvimento, sendo necessário que as mesmas estejam cientes quanto as transfomaçoes que ocorrem neste processo de crescimento, bem como das necessidades básicas como (dormir, nutrir, receber afeto, higiene, entre outros), que são expressamente variados de uma criança para a outra.

Enfatizando sobre a capacitação, o despreparo, digo, a falta de educação continuada pode refletir como efeito negativo no processo de “cuidar’, uma vez que as cuidadoras e crianças se expõem a riscos efetivos, do qual os dois lados são afetados, cuidador-criança, influenciando o cuidado quanto ao vigor dos vínculos, vivenciado por eles”.

Quanto ao processo do cuidar existem necessidades básicas que estão sendo atendidas na formação da criança, através do amor, carinho e proteção que recebem e que ajuda a fortalecer o estado físico, psicológico e emocional,além de contribuir para um melhor crescimento e desenvolvimento, uma vez que as crianças de abrigo foram vítimizadas no corpo e na alma. No que diz respeito à relação estabelecida entre crianças e os cuidadores da instituição, vale ressaltar que campos institucionalizados devem promover vínculos afetivos e sociais, comparados aos cuidados parentais, o que foi claramente encontrado na instituição pesquisada.

A instituição se preocupa em capacitar os funcionários quanto aos cuidados que devem ser oferecidos para as crianças, o que muitas vezes impede essa capacitação é a falta de recursos humanos para efetivá-los.

É notorio o quanto é necessário a inserção de profissionais da área de saúde para compor a equipe técnica do abrigo, o que irá favorecer a educação continuada e contribuir para experiências cotidianas entre cuidador e criança.

A enfermagem participa orientando o cuidador onde ele pode ser inserido em uma equipe multidisciplinar que atende a crianças de abrigo, bem como pode atuar em instituições, podendo exercer diversas atividades, entre elas de facilitar e compartilhar o desenvolvimento do cuidar, conscientizando a equipe do abrigo à necessidade do conhecimento sobre a melhor forma de cuidar do outro.

Os resultados apresentam necessidade de equipe multidisciplinar mesmo com diiculdades econômicas para atuar em abrigo, onde esta equipe possa de alguma forma capacitar os cuidadores, contemplando o processo do cuidar, para que essas mudaças e aprendizado que lhe serão oferecidos possa promover, transformar, independente das circustancias, da qual a finalidade do cuidar é ajudar o próximo a crescer.

Para tanto è fundamental que os funcionários institucionais tenham conhecimento a respeito de qualidade de vida infantil, bem como do processo de crescimento e desenvolvimento, pois esses são pontos chaves que precisam ser levados a sério na área da saúde.

Conclue-se com esta pesquisa, que os cuidadores da instituição demonstram possuir um imenso carinho por aquelas crianças, onde sentimentos transparecem no semblante das cuidadoras, sejam de felicidade quando uma conquista é alcançada, seja por tristeza quando essa mesma conquista não se concretizou.

Sugere-se desenvolver protocolos ou planilhas de atendimento que acompanhem as crianças nas creches ou em entidades, onde seja possível analisar o estado de saúde das crianças. Essa análise se torna essencial, visto que, poderá intervir em situações inesperadas e proporcionar uma melhor qualidade de vida, garantindo assim o direito ao crescimento e desenvolvimento de forma saudável.

Atráves deste estudo foi possível conhecer o modo de vida das crianças institucionalizadas, bem como a relação cuidado-criança, o afeto, o vinculo e como estas crianças são acolhidas. As autoras da pesquisa demonstraram saber a importância do seu papel naquela instituição atraves dos cuidados prestados.

Com esta pesquisa percebeu-se que há muito carinho, responsabilidade e “amor” envolvido, visto que estas cuidadoras tem um papel importantíssimo na instituição, além de execer suas atividades diárias, precisam cuidar dos assistidos que possuem alguma deficiência, seja física ou mental. Isso faz com que as mesmas se tornem amplamente especiais no cuidado prestado.

A pesquisa em questão ressaltou ainda o vinculo afetivo, a construção dos sentimentos de confiança, segurança, respeito, ajuda, equilíbrio físico e emocional que existe entre cuidador e criança, visto que cuidar de alguém implica em ter intimidade, acolher e dar importância aos sentimentos e cuidados necessários ao pleno desenvolvimento das crianças assistidas.

7 REFERÊNCIAS

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ALVES. R. C. P.; Percepções de educadoras e proposta institucional a cerca dos cuidados infantis de saúde em creche [DISSERTAÇÃO]. São Paulo. Escola de Enfermagem da USP; 2006.

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ANEXO I

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA -

UNIÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA -

BR 367, KM 14, 14 - ZONA RURAL - CEP:45825000 / EUNÁPOLIS-BA

FONE / FAX: 73 32814342

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.

Prezada Senhora, sou Naiara Rocha da Silva estou realizando juntamente com Maria Cristina Marques o estudo “PERCEPÇÃO DE CUIDADORES INSTITUCIONAIS DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS-BA: acolhimento, vínculo e atenção da enfermagem”. Esta pesquisa tem como principais objetivos a percepção dos cuidadres de crianças institucionalizadas, quanto a tarefa por eles desempenhada, visando o vínculo, desenvolvimento infantile e a atenção da enfermagem.

Para obter as informações para este estudo, você será solicitado (a) a responder um questionário contendo questões sobre dados relativos a capacitação, desenvolvimento infantile, a importancia da enfermagem. As questões serão voltadas para o acolhimento infantil e atuação dos enfermeiros nas creches . Trata-se de um instrumento simples que não demandará grandes esforços ou muito tempo para respondê-los.

A sua participação no estudo será voluntária, anônima e confidencial, suas respostas não produzirão prejuízo pessoal, dado que não haverá nenhuma forma de identificação nominal nos questionários. O estudo não apresenta riscos previsíveis, entretanto pode ocorrer certo desconforto durante a resposta das questões por se tratar de algo particular, por isso os pesquisadores se comprometem a realizar entrevista da maneira mais individualizada possível

e da forma que o pesquisado se sentir mais confortável, podendo interrompê-la ou finalizá-la de acordo com a necessidade e/ou vontade do pesquisado.

Deixamos claro que os danos aqui expostos são ínfimos quando comparados aos resultados que esta pesquisa pode trazer. Você está livre para recusar a participar do estudo ou para desistir a qualquer momento, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo pessoal. Não haverá remuneração e, portanto, sua participação é voluntária. A sua decisão em participar ou não, desta pesquisa, não implicará em nenhuma discriminação ou represália por parte dos pesquisadores. A qualquer momento você poderá pedir esclarecimentos a respeito da pesquisa, no que será prontamente atendido, mesmo que a resposta afete sua vontade de continuar participando do estudo.

Caso aceite participar da pesquisa, o TCLE precisará ser assinado em duas vias, sendo que uma das vias ficará com você e a outra será arquivada pelos pesquisadores por cinco anos.

Consentimento para participação: Eu estou de acordo com a participação no estudo descrito acima. Eu fui devidamente esclarecido quanto os objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais serei submetido e os possíveis riscos envolvidos na minha participação. O pesquisador me garantiu disponibilizar qualquer esclarecimento adicional que eu venha solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que a minha desistência implique em qualquer prejuízo à minha pessoa ou à minha família, sendo garantido anonimato e o sigilo dos dados referentes a minha identificação, bem como que a minha participação neste estudo não me trará nenhum benefício econômico.

Eu, ___________________________________________________, aceito livremente participar do estudo intitulado “PERCEPÇÃO DE CUIDADORES INSTITUCIONAIS DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS-BA: acolhimento, vínculo e atenção da enfermagem” desenvolvido pela acadêmica Naiara Rocha da Silva, sob a responsabilidade da Professora orientadora Maria Cristina Marques das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.

Nome do Participante________________________________________________

COMPROMISSO DO PESQUISADOR

Eu discuti as questões acima apresentadas com cada participante do estudo. É minha opinião que cada indivíduo entenda os riscos, benefícios e obrigações relacionadas a esta pesquisa.

________________________________________Eunápolis, Data: __/__/__

Assinatura do Pesquisador

Para maiores informações, pode entrar em contato com:

Maria Cristina Marques. E-mail: cristina@unece.br

Naiara Rocha da Silva. Fone: (73) 8828-2811

Comitê de Ética em Pesquisa da UESB – CEP/UESB

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

CAP - 1º andar. Av. José Moreira Sobrinho, S/N - Bairro: Jequiezinho. CEP: 45.206-510

Jequié – Bahia e-mail: Telefone: (73) 3528 9727

Endereços eletrônicos:

cepuesb.jq@gmail.com ou cepjq@uesb.edu.br

ANEXO II

Questionário autoaplicável, direcionado aos cuidadores atuantes na Casa de Apoio SOS Vida da cidade de Eunápolis, Bahia.

- Idade:_____________;

- Sexo: ( ) M ( ) F

- Estado Civil: ...................._____________;

- Filhos: sim ( ) não ( ) quantos: _______________;

- Formação: ensino fundamental ( ) ensino médio ( ) Outros....___________.

- Efetivada ( ) Contrato (prestação de serviço) ( )

1) Qual o motivo principal que a levou trabalhar nesta instituição? Marque apenas uma resposta.

( ) gosta de crianças;

( ) por ter experiência com os filhos;

( ) se comoveu com a situação destas crianças;

( ) foi o único trabalho que teve acesso;

( ) pela proximidade da casa;

( ) por indicação

( ) outros____________________________________;

2) Você se considera pessoalmente satisfeita com o trabalho que faz atualmente?

( ) muito ( ) suficientemente ( ) nem satisfeita nem insatisfeita ( ) pouco ( ) nada satisfeita

3) Para você é necessário um cuidador institucional ter formação?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Que expectativas você tem em relação ao seu trabalho?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Para você, que trabalha nessa instituição, qual é a função do cuidador? ______________________________________________________________________________________________________________________________________

6) Para você qual a função da creche?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

7) São realizados cursos de capacitação para os cuidadores a fim de prepara-los melhor para as questões de acolhimento, vinculo cuidar e educar?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

8) Quais as dificuldades que você encontra no dia a dia em seu trabalho?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

9) Como você lida com a chegada de uma nova criança na creche?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

10) Como é a sua relação com as crianças?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

11) Você acompanha a criança desde a sua chegada na creche ou tem uma idade definida?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

12) E quando esta mesma criança deixa a instituição?

______________________________________________________________________________________________________________________________________

13) Existe uma relação de trabalho com o enfermeiro?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________

14) Você acha que uma creche precisa ter um acompanhamento da enfermagem?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________

15) - Como você analisa a importância do trabalho do enfermeiro junto às questões reacionado aos cuidados que devem ser oferecidos para as crianças institucionalizadas? ___________________________________________________________________________________________________________________________________