Quem somos?

Minas de Lama: observatório dos desastres da mineração em Minas Gerais

Em pouco mais de três anos, a população de Minas Gerais assistiu a dois desastres tecnológicos de proporções hercúleas, relacionados à atividade minerária: em novembro de 2015, o rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco; em janeiro de 2019, o colapso da Barragem I do Complexo do Córrego do Feijão, da Vale. Diante desses eventos, a desinformação deteriora as capacidades de organização e luta dos atingidos, acentuando ainda mais a assimetria de poderes do conflito estabelecido entre as corporações envolvidas e a população afetada. Se por um lado, as estratégias de construção e desconstrução dos discursos permeiam a tríade governo-povo-empresa, por outro lado, os esforços científicos pouco tem sido ouvidos, muitas vezes, pelo distanciamento entre academia e sociedade. Nesse cenário, a divulgação científica e a educação ambiental crítica e emancipadora emergem como caminhos para o empoderamento popular. Este projeto busca justamente reduzir o distanciamento entre academia e sociedade, promovendo a divulgação de pesquisas acadêmicas sobre as questões socioambientais dos recentes desastres tecnológicos da mineração em linguagem acessível e mídias gratuitas de longo alcance, e desenvolvendo estratégias pedagógicas de transmissão de informações científicas sobre os desastres, focando em ações de educação ambiental. Através de uma articulação com a população afetada apoiada nas mídias digitais e redes sociais, vislumbra-se levar luz a algumas questões ainda obscuras, integrando pesquisa e extensão, no esforço de fornecer elementos para o esclarecimento da população.

Equipe:

• Miguel Fernandes Felippe (coordenador) - Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Alfredo Costa - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Bruno Milanez - Professor do Departamento de Engenharia de Produção e do Programa de Pós-Graduação em Geografia e no Programa de Pós-Graduação Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Clarice Cassab - Professora do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Elias Lopes de Lima - Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Wagner Barbosa Batella - Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Olden Hugo Silva Farias - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Lídia Aparecida dos Reis - Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Rebeka Knop - Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Augusto de Castro Reis - Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Diogo Parreira Lapa - Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Cartografia Social em territórios atingidos pelo desastre da mineração no município de Brumadinho-MG

Este projeto de extensão é voltado para comunidades atingidas pelo desastre desencadeado pelo rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho – Minas Gerais. Diante da destruição de seus territórios, das perdas humanas e materiais, seguem-se conflitos de diversas ordens envolvendo as comunidades vitimadas, a Vale, empresa responsável pela barragem rompida, e o poder público. Nessa correlação de forças, é comum as os interesses das comunidades não serem contemplados pelos sistemas técnicos, ditos institucionais e controlados pelo Estado. A proposta de uma ação com foco na Cartografia Social visa apresentar um instrumento para elaboração de uma autocartografia, com potencial para valorizar as territorialidades das comunidades atingidas, representar os seus territórios por meio de mapas sociais, bem como oferecer um instrumental que atue no empoderamento dessas comunidades. A metodologia inicia-se com a seleção de uma comunidade para o desenvolvimento do projeto, isso será feito com apoio do contato preexistente com movimentos sociais de Brumadinho. Na sequência, serão realizados oficinas e trabalhos de campo com os sujeitos, discutindo as temáticas e a metodologia de elaboração dos mapas sociais. Todo processo será conduzido considerando o protagonismo da população local. Ao final, os mapas serão tratados em ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) visando a comunicação em ambiente digital.

Equipe:

• Wagner Barbosa Batella (coordenador) - Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Clarice Cassab - Professora do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Elias Lopes de Lima - Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Gustavo Soares Iori - Professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Viçosa.
• Miguel Fernandes Felippe - Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Dhiego Lourenço Dutra França - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Daniel Alves Braga - Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• Vitória Custódio Christ de Carvalho - Discente do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Observatório dos desastres na mineração: plataforma digital colaborativa para educação ambiental

Este projeto de pesquisa visa fomentar e incentivar a interação atingidos-população-cientistas através do desenvolvimento uma plataforma digital colaborativa e de um aplicativo para smartphones voltados aos desastres da mineração. A plataforma deverá incluir, ainda, fóruns para debates sobre temas técnicos relacionados aos desastres, e uma ferramenta de informação geográfica voluntária baseada na plataforma Cidadão do Vale, implementada no IFNMG. O site deverá ser desenvolvido em linguagem HTML e com o uso de recursos Flash. O aplicativo, por sua vez, será desenvolvido para plataforma Android com uso dos softwares AndroidStudio, o NetBeans, e o MySQL e uso de linguagem de programação Java, e seu desenvolvimento envolverá uma importante etapa de campo para testes. A plataforma digital terá como principal impacto social a oferta de uma narrativa imparcial sobre o desastre tecnológico, sempre que possível, descolando a divulgação acadêmica e jornalística de interesses econômicos e políticos e de discursos tendenciosos, ao mesmo tempo em que trabalhos isentos serão valorizados e difundidos. Na mesma medida, viabilizará o atento acompanhamento da movimentação dos lobbies midiáticos e empresariais que circulam os corredores das esferas decisivas governamentais e que buscam minimizar a responsabilidade legal dos envolvidos. Iniciativas como essa geram em impactos positivos sobre o orçamento público e democratizam o acesso à informação sobre a gestão do território.

Equipe:

• Alfredo Costa - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Ednilton Moreira Gama - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Marcos Vinícius Montanari - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Sérgio Lana Morais - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Thiago Bicalho Ferreira - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Yuri Bento Marques- Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Olden Hugo Silva Farias - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Sávio Silva Moreira - Discente do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.
• Carlos Henrique Soares Coelho - Discente do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio.
• Vinícius Rocha Santana - Discente do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio.
• Cauã Bandeira Nobre - Discente do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio.
• Péricles Amaral Pires - Discente do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio.

Do local ao nacional: movimentos de contestação social à mineração

À medida que se expande a atividade mineral, também crescem a quantidade e a intensidades dos conflitos envolvendo mineração. Apesar do caráter local dos impactos da extração mineral, diferentes movimentos começaram a perceber a necessidade de agir em escala nacional. A partir dessa mobilização surgiram movimentos mais amplos como o Comitê em Defesa dos Territórios frente à Mineração (CNDTM) e o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). O principal objetivo do projeto é a construção coletiva e reflexiva de conhecimento a partir da experiência dos movimentos sociais que enfrentam conflitos com empresas do setor e das organizações que debatem o modelo mineral brasileiro de forma a aprimorar os instrumentos de reivindicação desses movimentos e organizações. Ao longo do projeto, pretende-se desenvolver uma série de atividades com os movimentos, bem como com a população atingida pelos rompimentos das barragens no Rio Doce e no Rio Paraopeba e ainda apoiar a estruturação de atividades de segurança do trabalhador no setor da mineração.

Equipe:

• Bruno Milanez - Professor do Departamento de Engenharia de Produção e do Programa de Pós-Graduação em Geografia e no Programa de Pós-Graduação Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora.
• João Luís Lobo Monteiro de Castro - Discente do curso de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora