Os Últimos serão os Primeiros

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Definição. 3. Considerações Iniciais. 4. Os Primeiros e os Últimos: 4.1. Os Primeiros; 4.2. Os Segundos; 4.3. Os Últimos. 5. Esperando o Trabalho: 5.1. Boa Vontade; 5.2. Medida da Alma; 5.3. A Maneira Correta de Esperar. 6. Subsídios Espíritas: 6.1. Vinha; 6.2. A Caridade Desconhecida; 6.3. A Vantagem da Última Hora. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO 

Quem são os últimos? E os primeiros? De onde surgiu esta frase? Está inserida em que parábola? Que tipo de símbolo quer nos transmitir? Qual o sentido dos “muitos chamados e poucos escolhidos”?

2. DEFINIÇÃO

Último. Que vem depois de todos; que vem depois do penúltimo. Extremo, derradeiro, final.  Moderníssimo, recentíssimo.

Primeiro. Que inicia uma série ou ordem. Que precede os outros em relação ao tempo, ao lugar ou à categoria. Que é o mais importante, o mais distinto, o mais notável entre todos da mesma espécie, classe, raça, nacionalidade etc.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Jesus usava a parábola para comunicar os seus conhecimentos. Contava uma história e dela extraia um ensinamento moral.

Neste texto evangélico, dizia que “O reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu de madrugada a fim de aliciar trabalhadores para trabalhar em sua vinha, acertando um determinado valor por hora trabalhada. Saiu em várias horas do dia... Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos, porque há muitos os chamados e poucos escolhidos”. (Mateus 20, 1 a 16).

Esta parábola também é conhecida como “Parábola dos Trabalhadores na Vinha”, “Parábola do Empregador Generoso”. Nesses escritos, deduz-se que qualquer trabalhador que aceitar o convite, não importa em que hora do dia, receberá uma recompensa igual.

4. OS PRIMEIROS E OS ÚLTIMOS

4.1. OS PRIMEIROS

Os trabalhadores da primeira hora são Moisés e os profetas. Os chamamentos podem ser observados na primeira revelação divina. Dentre todos os conhecimentos, a tábua dos dez mandamentos é a que melhor sintetiza esse chamamento. Nela há dez regras, dez ordens para que aceitemos a palavra de Deus. Cada um dos mandamentos evoca uma lição moral, que pode ainda ser atualizada nos dias que correm.  

4.2. OS SEGUNDOS

Os que seguiram os da primeira hora são os apóstolos, mártires, os Pais da Igreja, os filósofos. Poder-se-ia sintetizar na segunda revelação divina, em que Jesus foi o arauto que nos trouxe a boa nova, a mensagem de amor. O chamamento foi dado a todos, mas poucos deram ouvidos.

4.3. OS ÚLTIMOS

Todos os que estão reencarnados podem ser considerados os últimos. Mas especialmente os espíritas que receberam mais conhecimento, pois o Consolador Prometido trouxe as bases para uma melhor compreensão da realidade e do convívio com o próximo, sem deixar de lado todos os ensinamentos que Jesus divulgou em sua época.

5. ESPERANDO O TRABALHO

5.1. BOA VONTADE

Há necessidade de verificarmos como está a nossa atitude com relação à espera. Estamos blasfemando contra Deus? Deleitamo-nos na preguiça? Para que seja proveitosa a espera, urge confiarmos em Deus, mantendo-nos em atividade constante, seja de que tipo for. Importa que a nossa vontade esteja à disposição do Criador e que essa demora não seja fruto de nossa preguiça, de nossa imprevidência.

5.2. MEDIDA DA ALMA

Na espera, testa-se a medida da alma. Pelo fato de não termos ocupação, podemos nos valer de muitas coisas que a matéria nos incita: apelarmos aos vícios, participarmos de manifestações, destruirmos o patrimônio público, entre outras. Acontece que nada fica incólume diante das leis naturais. O Evangelho nos adverte que a riqueza e o poder não são dádivas que podemos usar a nosso bel-prazer. São oportunidades para exercitarmos a caridade e ajudarmos a desenvolver as almas ao nosso derredor.

5.3. A MANEIRA CORRETA DE ESPERAR

Resignação ante a vontade de Deus. Nada pode alterar o nosso ânimo. Nesses momentos, convém nos lembrarmos de alguma passagem evangélica, principalmente aquelas que nos exortam a cultivar a paciência, pois tudo o que se nos acontece é porque temos condições de suportar e suplantar. O Espírito André Luiz diz-nos que quando o trabalhador está pronto o trabalho aparece. Estejamos assim sempre nos preparando através do estudo, da leitura e da caridade para com o próximo.

6. SUBSÍDIOS ESPÍRITAS

6.1. VINHA

O Espírito Emmanuel, no capítulo 29 “Vinha”, de Pão Nosso, diz-nos: “A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino. Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos da razão, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente”.

6.2. A CARIDADE DESCONHECIDA

O Espírito Neio Lúcio, no capítulo 20 “A Caridade Desconhecida”, do livro Jesus no Lar, conta-nos a história do servo que não tinha dinheiro para fazer a caridade: não podendo fazer a caridade pública, começou a guerrear todos os seus pensamentos negativos; quando em contato com pessoas interessadas na maledicência, retraia-se; seu zelo era tão grande contra a incursão do mal que chegava a recolher detritos e pedras da via pública, para que não oferecessem perigos aos transeuntes. Pensava que não tinha praticado a caridade, mas no mundo espiritual foi aureolado por brilhante diadema.

6.3. A VANTAGEM DA ÚLTIMA HORA

Os espíritas são os últimos a serem chamados. Eles têm uma vantagem: trazem no seu bojo tudo o que os outros já construíram ao longo do tempo. Basta pesquisar os escritos desses pensadores para certificar-se da sabedoria de cada um deles. Nesse mister, faz-se necessário chamar a atenção dos primeiros filósofos, pois não separavam o pensar do viver, tal qual nos prega a Doutrina Espírita. Eles não queriam ostentar grandes conhecimentos, mas aliar a sabedoria à arte de viver.  

7. CONCLUSÃO

Entremos no Espiritismo, mas deixemos que ele entre em nós. Não nos enganemos, para sermos escolhidos temos muito trabalho a realizar. O Reino de Deus não vem com aparência externa. Há necessidade de estarmos usando a veste nupcial.   

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

XAVIER, F. C. Jesus no Lar, pelo Espírito Néio Lúcio. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1966.

XAVIER, F. C. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977. 

São Paulo, junho de 2014