SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Liberdade, Igualdade e Fraternidade: 4.1. Liberdade; 4.2. Igualdade; 4.3. Fraternidade. 5. Aspectos Políticos e Econômicos: 5.1. Modo e Relação; 5.2. Liberdade e Igualdade são os Fundamentos da Democracia; 5.3. Individualismo e Lutas de Classes. 6. Liberdade, Igualdade e Fraternidade na Ótica Espírita: 6.1. Egoísmo e Orgulho; 6.2. A liberdade e a Igualdade Dependem da Fraternidade. 6.3. O ideal Evangélico. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O que é liberdade? O que é igualdade? O que é fraternidade? De onde vem o slogan “liberdade, igualdade e fraternidade”? Dentre os três termos, qual é o mais importante? Igualdade e liberdade têm ênfase política? A ênfase da fraternidade é religiosa?
2. CONCEITO
Liberdade. Do inglês freedon, refere-se ao princípio interno de escolha e de ação; do inglês liberty, refere-se à ausência de coação externa.
Igualdade. Na ética e na política, há igualdade quando os direitos e os deveres, as prescrições e as penas são iguais para todos os cidadãos.
Fraternidade. Etimologicamente, significa "irmandade" ou "conjunto de irmãos". Em sentido estrito, exprime simplesmente o sentimento de afeição recíproca entre irmãos. Em termos práticos, devotamento, abnegação, tolerância, benevolência.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O slogan “liberdade, igualdade, fraternidade” é a divisa do Estado francês, adotada em 1793, como expressão dos princípios da Revolução Francesa.
A sustentação dessa noção teve altos e baixos.
Em 1814, depois da queda de Napoleão, a divisa deixou de ser adotada, voltou a sê-lo em 1848-1851, para de novo deixar de o ser durante o II Império, e renascer em 1875, sofrendo novo apagamento de 1940 a 1944.
Este tríplice aspecto deve ser visto como um ideal a atingir, uma meta, uma imaginação, não a coisa em si.
4. LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
4.1. LIBERDADE
A palavra liberdade presta-se a muitos significados. Falamos de liberdade política, de liberdade econômica e de liberdade de consciência. A liberdade em Cuba é diferente da liberdade nos Estados Unidos. O termo comporta, também, limitações psicológicas, legais e econômicas. Suponhamos a seguinte situação: ir aos Estados Unidos. Sentido psicológico: estou disposto a me deslocar para aquele país?; sentido legal: o governo americano permite a minha estada?; sentido econômico: conseguido o visto de entrada, tenho recursos financeiros para tal empreendimento?
4.2. IGUALDADE
A igualdade é uma das aspirações mais autênticas e profundas da democracia. O projeto de igualdade democrática baseia-se no princípio de que todos os homens são iguais em sua dignidade essencial, porém, diferentes em suas capacidades e talentos. Quer dizer, todos devemos ter oportunidade de trabalho remunerado, mas de acordo com a característica específica de cada um.
4.3. FRATERNIDADE
Na Antiguidade merecem especial referência o Confucionismo e o Estoicismo: Sêneca dizia que "A natureza fez de nós uma família" e Marco Aurélio que "O universo é como uma cidade". Os ideais da Revolução Francesa - Liberdade, Igualdade e Fraternidade - nada mais são do que a laicização de uma ideia-força tipicamente cristã. Na sua pessoa, doutrina e ação, Jesus Cristo veio revelar e tornar possível a fraternidade num grau insustentável: nele foi dado a conhecer aos homens serem eles chamados a uma verdadeira e sublime fraternidade, a de filhos do mesmo Pai celeste.
5. ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS
5.1. MODO E RELAÇÃO
Liberdade indica um estado; igualdade, uma relação, porque entende o ser humano como pessoa. Em termos políticos, a igualdade é frequentemente substituída pela Justiça e, nesse sentido, a justiça precede a liberdade. Acrescenta-se que os homens preferem ser livres e não escravos, ser tratados de modo justo e não injustamente. Lembremo-nos de que a sociedade de livres e iguais é um estado hipotético.
5.2. LIBERDADE E IGUALDADE SÃO OS FUNDAMENTOS DA DEMOCRACIA
A democracia não é uma sociedade de seres humanos livres e iguais. Contudo, não há outra forma de governo em que os seres humanos são mais livres iguais do que neste. É pelo sufrágio universal que os cidadãos de um Estado democrático se tornam mais livres e mais iguais. Observe que quando dizemos que um sujeito é livre esta proposição é dotado de sentido. Dizer que uma pessoa é igual não tem sentido. Há necessidade de comparação: com quem? Em relação a quem? (Bobbio, 1996)
5.3. INDIVIDUALISMO E LUTAS DE CLASSES
Questão: os homens são lobos ou irmãos em seus relacionamentos? A base do pensamento individualista moderno é constituída pela concepção de que o homem é lobo do homem. Nesse sentido, a vida é regida pela competição em que os mais aptos devem triunfar.
O pensamento marxista desenvolve-se nessa mesma linha com a diferença de que já não fala dos indivíduos na luta pelos bens sociais, mas sim de classes sociais. Neste caso, uma classe social fica sendo o lobo da outra classe social. Por isso, a luta entre o proletariado e o capitalista. (Idígoras, 1983)
6. LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE NA ÓTICA ESPÍRITA
6.1. EGOÍSMO E ORGULHO
O egoísmo e o orgulho são os dois grandes obstáculos para a realização do ideal deste slogan. Enquanto a fraternidade diz: “um por todos e todos por um”, o egoísmo diz: “Cada um por si”. O orgulho quer que todos estejam sob seu mando, sua tutela. Resumindo: o egoísmo quer tudo para si; o orgulho quer tudo dominar. Como dariam mão à liberdade que os destronaria?
6.2. A LIBERDADE E A IGUALDADE DEPENDEM DA FRATERNIDADE
A liberdade sem fraternidade é rédea solta; com a fraternidade, conduz à ordem. A igualdade sem a fraternidade conduz aos mesmos resultados, pois o pequeno rebaixa o grande para lhe tomar o lugar. Depois, torna-se tirano por sua vez. (Kardec, 1975)
6.3. O IDEAL EVANGÉLICO
O ideal evangélico é o único que pode cercear o egoísmo e o orgulho e conduzir a fraternidade na sua real acepção, que é o amor incondicional por todos os habitantes do planeta Terra. Não é só a sua família que merece consideração, mas todos os seres do mundo.
7. CONCLUSÃO
A fraternidade, a luta serena da implantação do ideal evangélico, é o fundamento básico, pois todo aquele que entrar em contato com os ensinamentos de Cristo, saberá defender a doutrina do Mestre para se tornar um verdadeiro cristão.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BOBBIO, Norberto. Igualdade e Liberdade. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983.
KARDEC, A. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 15.ed., Rio de Janeiro: FEB, 1975.
São Paulo, maio de 2015.