Caridade Segundo Paulo

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Paulo: 3.1. Paulo como Saulo; 3.2. Abigail, Saulo e Estêvão; 3.3. De Saulo a Paulo. 4. O Texto Evangélico. 5. Língua dos Homens e dos Anjos. 6. Profecia e Mistérios. 7. Distribuição de Bens e Imolação. 8. As Características da Caridade. 9. Conclusão.

1. INTRODUÇÃO

O que é caridade? Onde está posto o conceito de caridade? Por que a caridade segundo Paulo é um ícone na literatura religiosa? Quais são os aspectos relevantes desta lição?

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No livro “Paulo e Estêvão”, encontramos muitas informações sobre Paulo.

Há intima relação entre Paulo, Estêvão e Abigail.

"A Casa do Caminho" e os preparativos de Estêvão.

Saulo, Saulo, por que me persegues?

O Velho e o Novo Testamento.

Caridade é muito mais ampla do que a simples esmola.

A caridade é superior à fé e à esperança.

3. PAULO

3.1. PAULO COMO SAULO

Saulo era um judeu, do grupo dos fariseus, circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel (Filipenses 3,5), considerado também um escriba, devido ao curso que fez em Jerusalém, com Gamaliel, para educar-se no conhecimento da Lei, adquirindo o direito de ser chamado de Rabi. Saulo estava intimamente ligado ao Sinédrio de Jerusalém (Atos 26,10), recebendo deste a missão de com um grupo de soldados prender os cristãos em Jerusalém e depois ir até a Damasco com a mesma finalidade.

3.2. ABIGAIL, SAULO e ESTÊVÃO

Abigail, irmã de Jesiel (Estêvão), desde a prisão deste não teve mais notícias do seu paradeiro. Ela é noiva de Saulo. Estava sempre lhe pedindo notícias do irmão. Certo dia, convidou-a para apresentá-la à sua família e, ao mesmo tempo, para assistir ao apedrejamento de Estêvão. Quando Estêvão está prestes a morrer, ela descobre que Estêvão é Jesiel, seu irmão. De posse dessa informação, Saulo desfaz o noivado.

3.3. DE SAULO a PAULO

Depois da morte do irmão e do abandono do noivo, Abigail fica muito doente. Durante esse período, entra em contato com Ananias, um dos homens do "Caminho", que a introduz no conhecimento do Evangelho de Jesus. Depois de muito tempo, Saulo resolver visitá-la e fica sabendo das suas ideias cristãs, transmitidas por Ananias. Após a morte da noiva, tem um único objetivo: prender Ananias. No caminho de Damasco tem uma visão de Jesus e ouve: — Saulo!... Saulo!... por que me persegues? Depois disso, torna-se outro homem: de perseguidor passa a ser perseguido.

4. O TEXTO EVANGÉLICO

A Caridade Segundo São Paulo

6. Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine. E se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé, até ao ponto de transportar montes, e não tiver caridade, não sou nada. E se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se todavia não tiver caridade, nada disto me aproveita. A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessem as línguas, ou seja abolida a ciência.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade. (Paulo, Coríntios, XIII:1-7 e 13).

5. LÍNGUA DOS HOMENS E DOS ANJOS

“Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, serei como o metal que soa e o sino que tine”.

O que se pode depreender disso? Língua aqui se refere à linguagem, ou seja, ao pensamento, às ideias dos homens e dos anjos. É de se supor que a linguagem dos anjos seja superior à dos homens, pois a própria palavra “anjo” implica perfeição.

Nós, ao longo do tempo, vamos nos instruindo, melhorando o vocabulário, espiritualizando-nos. Com isso, entramos em contato com os Espíritos superiores, recolhendo deles amor e sabedoria, a ponto de adquirirmos a língua dos anjos, que é de elevação.

Mas se tudo isso não fizer parte de nosso Eu, do nosso intimo, da nossa conquista pessoal, de nada adianta porque só mostra a superficialidade, como o barulho do sino, sem penetrar no fundo da alma.

6. PROFECIA E MISTÉRIOS

“E se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé, até ao ponto de transportar montes, e não tiver caridade, não sou nada”.

Profecia e mistério fazem parte da religião. O mistério é um ponto relevante em nossa vida religiosa, pois mostra o nosso estado espiritual com relação às verdades divinas. Nesse sentido, todas as religiões tiveram os seus mistérios e seus profetas.

Jesus, ao proclamar o advento do consolador, e seu falar por parábolas, expressou suas vozes proféticas e misteriosas. Em se tratando dos mistérios, dizia que falava por parábolas porque as pessoas não tinham capacidade de absorver os seus ensinamentos. Depois, mais reservadamente, instruía os seus apóstolos. Mas, mesmo entre eles, não dizia tudo.

Por mais que tenhamos uma fé inabalável, ela ainda é insuficiente diante da verdadeira caridade.

Nos dias presentes, o Espiritismo nos descortina novas verdades. Caso sejamos detentores desses novos conhecimentos, e não tivermos caridade, nada somos.

7. DISTRIBUIÇÃO DE BENS E IMOLAÇÃO

“E se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se todavia não tiver caridade, nada disto me aproveita”.

Aqui, convém distinguirmos o desapego aos bens terrenos da simples distribuição aos mais necessitados, pois para que tenhamos uma vida produtiva, ainda precisamos do conforto de uma casa e de um veículo para nos transportar, além, é claro, de todas as descobertas da ciência.

Sobre a imolação. De nada adianta mutilarmos o nosso corpo, pois precisamos dele forte e cheio de saúde para dar conta de nossas responsabilidades, quer familiares, quer sociais.

8. AS CARACTERÍSTICAS DA CARIDADE

“A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa...”

A paciência não deve ser confundida com a ociosidade. É pela paciência que conseguimos terminar um trabalho fecundo. Aquele que é verdadeiramente humilde, raramente sabe que o é. O mesmo se aplica à caridade. Muitos são os verdadeiros caridosos, mas nem sabem que o são.

9. CONCLUSÃO

Das virtudes virtudes teologais, ou seja, fé, esperança e caridade, para Paulo, a caridade é a mais excelsa.

São Paulo, dezembro de 2022.