Sumário: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Ingratidão: 3.1. O que é?; 3.2. Moral e Material; 3.3. Ingratidão dos Filhos. 4. Laços de Família: 4.1. O que é?; 4.2. Família Material e Família Espiritual; 4.3. Reencarnação. 5. Educando a Mente: 5.1. Crise Familiar; 5.2. Édipo; 5.3. Verdade e Fato. 6. Conclusão.
1. INTRODUÇÃO
O que é a ingratidão? Como situá-la no seio familiar? Qual a importância dos laços de família? De que maneira o princípio da reencarnação pode nos ajudar a compreender esse problema? Como se encontra o nosso estado mental?
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O tema “A ingratidão dos filhos e os laços de família” diz respeito às instruções dos Espíritos expostas no capítulo XIV — “Honra a teu pai e a tua mãe”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
Os outros tópicos são: Piedade filial. Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Parentescos corporal e espiritual.
Por mais que as ideologias queiram desagregar a família, ela continua mais estreita com os laços de família.
É importante, também, fazermos uma avaliação do nosso modo de pensar a respeito deste assunto.
3. INGRATIDÃO
3.1. O QUE É?
O conceito de ingratidão refere-se à falta de reconhecimento, apreço ou gratidão por atos de bondade, favores, benefícios ou ajuda recebidos de outras pessoas. Trata-se de uma atitude ou comportamento em que alguém não expressa a devida gratidão ou não valoriza adequadamente as ações positivas realizadas em seu favor.
3.2. MORAL E MATERIAL
A ingratidão não se limita apenas a favores materiais, mas engloba outros tipos de favores, inclusive os de cunho moral, tais como, gestos de apoio emocional, conselhos e orientação. A falta de gratidão pode levar a sentimentos de desapontamento, tristeza e até mesmo a deterioração de relacionamentos pessoais.
3.3. INGRATIDÃO DOS FILHOS
A ingratidão dos filhos para com o pais é a mais significante, pois o nascimento numa família representa uma dívida impagável dos filhos para com os seu genitores. O filho que é ingrato é uma prova para os pais que, com a ajuda dos princípios espíritas, poderão angariar forças e sabedoria no sentido de suportar pacientemente e resignadamente este tipo de sofrimento.
4. LAÇOS DE FAMÍLIA
4.1. O QUE É?
O termo “laços” tem inúmeras interpretações tanto na mitologia quanto na iconografia. Para o nosso propósito, os laços devem ser vistos como os compromissos contraídos espontaneamente. Assim, podemos entender por laços de família, os compromissos contraídos pelos Espíritos de viverem em determinadas famílias que, segundo o Espiritismo, podem ser de duas espécies: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais.
4.2. FAMÍLIA MATERIAL E FAMÍLIA ESPIRITUAL
Convém ressaltar que há uma diferença fundamental entre os laços da família material e os da família espiritual. Os laços das famílias espirituais se fortalecem pela purificação das almas e se perpetuam no mundo espiritual, principalmente pelas reencarnações sucessivas. Os laços das famílias materiais são frágeis e se extinguem com o tempo. Muitas vezes na presente encarnação.
4.3. REENCARNAÇÃO
O estudo de "os laços de família" permite entender a simpatia e a antipatia que existe entre os cônjuges. De acordo com as vivências passadas (outras encarnações), os Espíritos podem ter sido muito amigos ou estranhos entre si. Quando muito amigos, acabam gerando simpatia entre eles. No caso de serem estranhos, geram a antipatia. Daí, concluirmos que os verdadeiros laços de família não são os da consanguinidade, mas os de simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após a encarnação.
5. EDUCANDO A MENTE
5.1. CRISE FAMILIAR
Numa crise familiar, o Espírito Emmanuel alerta-nos para a convocação de médicos, psicólogos, amigos e conselheiros; entretanto, ao desenrolar de obstáculos e provas, ele diz: “O conhecimento da reencarnação exerce encargo de importância por trazer aos interessados novo campo de observações e reflexões, impelindo-os à tolerância, sem a qual a rearmonização acena sempre mais longe. Homem e mulher, usando a chave de semelhante entendimento, passam mecanicamente a reconhecer que é preciso desvincular e renovar sentimentos, mas em bases de compreensão e serenidade, amor e paz”.
5.2. ÉDIPO
O Espírito Joanna de Ângelis, no livro “O Homem Integral”, ao comentar o autodescobrimento, cita o mito do Édipo, na tragédia de Sófocles, em que Édipo deseja conhecer a própria origem. Ao ser informado que era filho do rei Laio, a quem matara, casando-se com Jocasta, sua mãe, desequilibra-se e arranca os olhos, fugindo à sua realidade, ao autodescobrimento, sendo incapaz de superar a dura verdade.
5.3. VERDADE E FATO
A verdade é o encontro com o fato. Muitos pensadores e escritores alertam-nos para separarmos o juízo que fazemos do fato do fato em si. No caso da ingratidão, deveríamos questionar se ela realmente existe ou é produto de nossa mente, ainda presa à superficialidade da vida?
6. CONCLUSÃO
Tomemos consciência de nossas reações, da nossa resposta a um estímulo recebido. Muitas vezes não passa de uma informação falsa que precisa ser passada pelo crivo da razão, a fim de que possamos manter o nosso equilíbrio psicofísico-espiritual.
São Paulo, novembro de 2019.