Judaísmo e Espiritismo

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. O Judaísmo na História: 4.1. O Começo; 4.2. A Lenda sobre Moisés; 4.3. O Judaísmo Depois do Povo Judeu. 5. O Judaísmo e suas Características: 5.1. Judaísmo: Linhas Gerais; 5.2. As Principais Características do Judaísmo; 5.3. Os Treze Artigos de Fé. 6. Judaísmo, Cristianismo e Espiritismo: 6.1. O Problema da Manifestação; 6.2. A Bíblia; 6.3. A Crença do Deus Único. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO 

O que se entende por judaísmo? É uma religião universal? Como surgiu? Qual a importância de Moisés? Quais são as suas principais características? Quais são os seus artigos de fé? Como compará-lo ao Cristianismo e ao Espiritismo?  

2. CONCEITO  

O Judaísmo é a religião dos israelitas ou hebreus ou judeus. O documento essencial sobre o Judaísmo é o livro sagrado de Israel, o Antigo Testamento

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS  

O Judaísmo é uma das mais antigas religiões da face da Terra.

É a forma adquirida pela religião de Israel após a destruição do primeiro templo de Jerusalém.

A Bíblia é o seu livro sagrado.

O Pentateuco (os 5 primeiros livros do Velho Testamento) é a cartilha básica para a formação de seus conceitos.

O sincretismo Greco-judaico, a Sinagoga e o Sinédrio são elementos-chaves para a sua compreensão.

Moisés é o protagonista da primeira revelação divina.

Há uma lei civil e uma lei moral, esta baseada nos Dez Mandamentos.

O povo judeu é, desde Abraão, o povo eleito por Deus para cumprir uma missão universal: a aliança de Deus com a humanidade, renovada em diferentes ocasiões, pela qual se compromete a uma eterna proteção em troca de fidelidade e do cumprimento de seus preceitos.  

4. O JUDAÍSMO NA HISTÓRIA  

4.1. O COMEÇO 

Segundo a Bíblia, Adão e Eva viviam no Paraíso. Indignos, foram expulsos do Éden. Há, também, a morte de Abel por Caim. Como a maldade humana aumentava, Deus percebeu que o homem precisava ser salvo, pois é incapaz por si mesmo de se manter no bem. Seguiram-se as alianças com Noé, após o dilúvio, com Abraão e, por fim, revalidada com Moisés (século XIII a.C.). Tudo para ajudar o homem a se salvar do “pecado”. (Temática Barsa) 

4.2. A LENDA SOBRE MOISÉS 

No tempo do seu nascimento, os judeus se achavam escravizados no Egito. O faraó havia determinado que todas as crianças judaicas do sexo masculino fossem mortas, Moisés, que tinha três meses de idade, foi posto num cestinho de papiro e solto nas águas do Nilo. A filha do faraó o encontrou e o levou à sua irmã mais velha, Míriam, que arranjou um jeito de entregá-lo à sua própria mãe. Na mocidade, matou o agressor que estava espancando um hebreu, sendo forçado a fugir para o Este do Egito. Mais tarde teve a visão da sarça ardente, no alto do monte Sinai, e de cujo interior uma voz, fazendo-se conhecer pelo nome de Jeová, o deus dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, o investiria da missão de salvar o povo do cativeiro egípcio e conduzi-lo à Terra Prometida. Guiou os judeus durante 40 anos pelo deserto em busca dessa nova terra. (Edipe) 

4.3. O JUDAÍSMO DEPOIS DO POVO JUDEU 

As atividades cristãs e muçulmanas que se seguiram ao povo judeu abriram caminho para o aparecimento da cabala e do chassidismo, ambas de orientação mística. A cabala (a partir do século XII) propõe uma leitura espiritual e não literal da Torá, ajudada por interpretações numéricas e esotéricas. Sua evolução para formas mais populares (cabala prática) está na origem (século XVIII) do chassidismo, que insiste na superioridade da espiritualidade e da piedade sobre o estudo erudito dos livros sagrados. (Temática Barsa) 

5. O JUDAÍSMO E SUAS CARACTERÍSTICAS  

5.1. JUDAÍSMO: LINHAS GERAIS 

O judaísmo está centrado na figura de Moisés, cujo Decálogo a ele atribuído, somado às demais obras do Pentateuco se consubstanciaram no Moisaísmo ou Judaísmo, considerado a primeira grande revelação, à qual se seguira a segunda, ainda maior: o Cristianismo.

O ser humano, segundo o judaísmo, é integrado por dois elementos: o corpo e a alma – a mais fundamental. Diz-se, também, que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus, e ao ser dotado de livre-arbítrio, é responsável por sua própria salvação.  

5.2. AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JUDAÍSMO 

Há um Deus único, invisível, de natureza espiritual, exterior e transcendente ao mundo material.

Deus criou o mundo do nada e cuida dele (Providência).

Deus revela-se pelos profetas.

O tempo é linear, progressivo e marcado por acontecimentos históricos, que se renovam nas festas e no culto. O objetivo é a salvação da alma do crente.

A circuncisão é um ato solene de apropriação e aceitação das doutrinas judaicas básicas e tem o significado simbólico de um sinal da Aliança outrora firmada entre Deus e Abraão. (Temática Barsa) 

5.3. OS TREZE ARTIGOS DE FÉ 

Segundo Maimônides (1135-1204), os 13 artigos de fé da religião judaica são: 

1) Existe um Deus que criou o mundo e cuida dele.

2) Deus é uno e único.

3) Deus é imaterial e irrepresentável.

4) Deus é eterno.

5) Só Deus será objeto de culto.

6) Todas as palavras dos profetas são corretas.

7) Moisés é o profeta máximo.

8) Deus revelou a Torá a Moisés no Sinai.

9) Ninguém pode mudar a Torá.

10) Deus é onisciente e conhece todos os atos e pensamentos dos homens.

11) Deus premia os que cumprem seus mandamentos e castiga os que desobedecem.

12) Deus enviará o Messias. 

13) Os mortos ressuscitarão. (Temática Barsa) 

6. JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ESPIRITISMO  

6.1. O PROBLEMA DA MANIFESTAÇÃO  

No judaísmo, Deus se manifesta a Moisés, cuja mensagem era dirigida a um povo. Difere da do Cristianismo, em que Deus se manifesta a Jesus, e cuja mensagem serve para o mundo todo. No Espiritismo, a mensagem é dos Espíritos, e serve para toda a humanidade. Allan Kardec foi apenas o codificador, não o revelador. 

6.2. A BÍBLIA 

A Bíblia, segundo judeus e cristãos em geral, é tida como o repositório da palavra de Deus, ditada e inspirada por Ele. O Espiritismo entende que ela é constituída de Revelações mediúnicas, entretecidas de narrativas, interpretações e inferências humanas, revelações estas que lhe estruturam os fundamentos religiosos e morais de forma progressiva. (Curti, 1980, p. 21)  

6.3. A CRENÇA DO DEUS ÚNICO 

A fé no Deus único estimulou o povo judeu a condenar práticas mágicas e o culto aos mortos. Em Deuteronômio, Moisés recomenda para não se interrogar os mortos. O Espírito Emmanuel, na questão 274 de O Consolador, diz: “Antes de tudo, faz-se preciso considerar que a afirmativa tem sido objeto injusto de largas discussões por parte dos adversários da nova revelação que o Espiritismo trouxe aos homens, na sua feição de Consolador. As expressões sectárias, todavia, devem considerar que a época de Moisés não comportava as indagações do Invisível, porquanto o comércio com os desencarnados se faria com um material humano excessivamente grosseiro e inferior”. (Xavier, 1977) 

7. CONCLUSÃO  

No Judaísmo, temos a primeira revelação divina. Apreender a crença e os costumes do povo judeu é de muita valia para uma compreensão mais acurada da Doutrina dos Espíritos, entendida como uma síntese de todo o processo histórico da humanidade.   

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 

CURTI, R. Monoteísmo e Jesus. São Paulo: Feesp, 1980.

EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.

TEMÁTICA Barsa - Filosofia. 

XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.  

São Paulo, janeiro de 2013.