Preocupação com a Morte

Sumário: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Causas: 4.1. Apego à Matéria; 4.2. Sabedoria Divina; 4.3. Compreensão da Vida Futura. 5. Libertação do Temor da Morte: 5.1. O Verdadeiro Sentido da Morte; 5.2. O Enfraquecimento da Preocupação. 5.3. Ensinamentos Errôneos sobre a Vida Futura. 6. Os Espíritas e a Morte: 6.1. Os Espíritas não se Preocupam com a Morte; 6.2. Escala Espírita; 6.3. Crença e Certeza na Vida Futura. 7. Conclusão.

1. Introdução

O que é morte? Quais são as causas da preocupação com a morte? Devemos nos preocupar com a morte? Por que os espíritas não se preocupam com a morte?

2. Conceito

Morte. Do lat. mortem — é a cessação da vida e manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e reprodução no domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo. No âmbito da Doutrina Espírita, a morte é o desprendimento total do Espírito do corpo físico em consequência da ruptura do laço fluídico, que prende ou liga um ao outro, quando então há o falecimento.

3. Considerações Iniciais

Este tema refere-se ao capítulo II “A Preocupação com a Morte”, do livro O Céu e O Inferno, de Allan Kardec.

A morte é um fato natural que traz muita comoção tanto para os que partem como para os que ficam.

Os dias que se sucedem à morte geram muitos sofrimentos, tanto para os que partem como para os que ficam.

A Doutrina Espírita vem trazer um consolo, pois ninguém morre, mas muda apenas de plano; passamos do mundo físico ao mundo espiritual.

4. Causas

4.1. Apego à Matéria

A intuição humana nos diz que a morte não é a última fase da existência. Quer dizer, a crença na vida futura é muito mais generalizada que a ideia do nada. Entretanto, há muitos, mesmo entre os que acreditam na imortalidade da alma ainda se encontre tamanho apego às coisas terrenas e tão grande preocupação com a morte.

4.2. Sabedoria Divina

A preocupação com a morte é uma consequência do instinto de conservação comum a todos os seres vivos. “É necessária, enquanto o homem não estiver esclarecido a respeito da vida futura, como um contrapeso ao arrastamento que, sem esse freio o levaria a deixar prematuramente a vida terrena e a negligenciar o seu trabalho neste mundo, que deve servir para o seu próprio adiantamento”.

4.3. Compreensão da Vida Futura

A compreensão da vida futura diminui a preocupação com a morte. Esta compreensão vai se firmando lentamente. A certeza da vida futura dá outro curso às suas ideias e outra finalidade aos seus trabalhos. Sem esta perspectiva acaba trabalhando apenas em função da vida presente. Com a certeza da vida futura não negligencia a vida presente, mas a sua ênfase está no há de vir depois.

5. Libertação do Temor da Morte

5.1. O Verdadeiro Sentido da Morte

Para que possamos escapar às preocupações com a morte, necessário se faz encará-la no seu verdadeiro sentido, isto é, fazer com que o nosso pensamento busque a essência do mundo dos Espíritos. Para os mais atrasados, a matéria sobrepuja o espírito. Apegando-se ao exterior, o homem só vê a vida do corpo, quando a vida real é a da alma. Nosso foco, então, é manter o nosso pensamento mergulhado na vida do além.

5.2. O Enfraquecimento da Preocupação

Quanto mais nos dedicarmos à vida da matéria, mais aumenta o temor da destruição do corpo. A preocupação se enfraquece à medida que se desenvolve a certeza e desaparece por completo quando esta se firma. O Espiritismo, pelos seus postulados, apresentam-nos consolações sobre o além. Basta nos debruçarmos sobre O Evangelho Segundo o Espiritismo.

5.3. Ensinamentos Errôneos sobre a Vida Futura

Quantas não são as pessoas que temem a vida futura simplesmente pela memória do que receberam na infância. O quadro apresentado pelas religiões tradicionais não é muito sedutor. Observe as almas penadas sofrendo no “fogo do inferno”. São esses erros que devemos combater para podermos ver o mundo na sua realidade e não naquilo que puseram em nossa cabeça.

6. Os Espíritas e a Morte

6.1. Os Espíritas não se Preocupam com a Morte

O Espiritismo ensina-nos que a vida futura não é uma hipótese, mas uma realidade. O estado em que se encontram as almas não é explicado por um sistema qualquer, mas pela observação atenta. O véu é levantado. Não foram os homens que o descobriram através de uma concepção engenhosa, mas os próprios habitantes desse mundo que nos vieram descrever a sua situação.

6.2. Escala Espírita

Ao entrarmos em contato com as comunicações daqueles que nos precederam no mundo dos Espíritos, vemos todos os graus de evolução, em que se delineiam a ventura e a desgraça. Muitos que esperavam ir para o “céu”, são surpreendidos com o sofrimento. A maior surpresa é do suicida que, esforçando-se por morrer, continua vivo no mundo dos Espíritos.

6.3. Crença e Certeza na Vida Futura.

O espírita não apenas crê na vida futura, mas tem a certeza de que deixando esse miserável corpo físico, vai com o seu perispírito ao mundo espiritual. Sabe que sua felicidade dependerá do bem que tenha praticado aqui neste mundo. Por isso, começa imediatamente a preparar a sua morte, a fim de que não haja supresas de última hora.

7. Conclusão

Por que os espíritas não se preocupam com a morte? Porque a Doutrina Espírita muda completamente a maneira de ver o futuro. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade. Assim, para os espíritas a alma não é mais uma abstração. Ela possui um corpo etéreo que a torna um ser definido, que podemos conceber pelo pensamento.

São Paulo, fevereiro de 2022.