Alma, Princípio Vital e Fluido Vital

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Alma: 3.1. Alma para os Materialistas; 3.2. A Alma para os Panteístas; 3.3. A Alma para os Espiritualistas. 4. Princípio Vital e Fluido Vital: 4.1. Noção de Fluido; 4.2. Noção de Fluido Universal; 4.3. Decompondo o Fluido Universal. 5. Trindade Universal e o Fluido: 5.1. Esquematizando o Relacionamento; 5.2. Deus como Causa Primária; 5.3. As Interpenetrações dos Fluidos. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada. 

1. INTRODUÇÃO

Para Allan Kardec, a palavra alma é uma das chaves de toda a doutrina moral. Por isso, ao especificar o seu uso, quis somente evitar os problemas de anfibologia.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Humanidade, ao longo do tempo, foi sempre influenciada pela visão de mundo dos seus pensadores, que criaram termos para expressar suas idéias. Se materialista, a matéria assume papel relevante, ficando o espírito para o 2.º plano. Se, pelo contrário, era espiritualista, o Espírito era o agente principal e a matéria apenas um epifenômeno.

O correto seria cada palavra expressar um sentido próprio e distinto de todos os outros. Não sendo possível, uma mesma palavra acabou tendo mais de um significado. Além disso, há que se considerar as questões de semântica e as conotações metafóricas. Um exemplo: a palavra daimon, que na época de Sócrates significava um Espírito protetor passou, depois, a identificar o demônio (Espírito mau).

Allan Kardec quer apenas que quando usarmos a palavra alma, ela expresse o ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo.

3. ALMA

Para uma melhor compreensão, Allan Kardec analisa o termo sob três óticas.

3.1. ALMA PARA OS MATERIALISTAS

"Segundo uns, a alma é o princípio da vida orgânica material; não tem existência própria e se extingue com a vida: é o puro materialismo. Neste sentido, e por comparação, dizem de um instrumento quebrado, que não produz mais som, que ele não tem alma. De acordo com esta opinião, a alma seria um efeito e não uma causa". (Kardec, 1995, p. 16)

3.2. A ALMA PARA OS PANTEÍSTAS

"Outros pensam que a alma é o princípio da inteligência, agente universal de que cada ser absorve uma porção. Segundo estes, não haveria em todo o Universo senão uma única alma, distribuindo fagulhas para os diversos seres inteligentes durante a vida; após a morte, cada fagulha volta à fonte comum, confundindo-se no todo, como os córregos e os rios retornam ao mar de onde saíram". (Kardec, 1995, p. 16)

Esta opinião difere da anterior, pois há algo além da matéria. Mas não resolve o problema da individualidade, pois, voltando ao todo é como que não tivéssemos consciência de nós mesmos. Assim, de acordo com esta opinião a alma universal seria Deus e cada ser uma porção da divindade.

3.3. A ALMA PARA OS ESPIRITUALISTAS

"Segundo outros, enfim, a alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva a sua individualidade após a morte. Esta concepção é incontestavelmente a mais comum, porque sob um nome ou outro a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra em estado de crença instintiva, e independente de qualquer ensinamento, entre todos os povos, qualquer que seja os eu grau de civilização. Essa doutrina, para qual a alma é causa e não efeito, é dos espiritualistas". (Kardec, 1995, p. 16)

Haveria necessidade de três palavras diferentes para expressar cada uma das idéias.

Assim, Allan Kardec acha que o mais lógico é tomá-la na sua significação mais vulgar, e por isso chamamos alma ao ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo.

4. PRINCIPIO VITAL E FLUIDO VITAL

Na falta de uma palavra especial para cada uma das duas outras idéias, Allan Kardec denominou-as de principio vital.

4.1. NOÇÃO DE FLUIDO

Fluido é um termo genérico empregado para traduzir a característica das "substâncias líquidas ou gasosas" ou de substância "que corre ou se expande à maneira de um líquido ou gás". (Dicionário Aurélio)

Para Gabriel Delanne, os fluidos são os estados da matéria em que ela é mais rarefeita do que no estado conhecido sob o nome de gás.

4.2. NOÇÃO DE FLUIDO UNIVERSAL

O fluido universal é a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o da eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira consecutivo àquele. O ponto intermediário é o da transformação do fluido em matéria tangível. (Kardec, 1975, it.2, p.273 e 274)

4.3. DECOMPONDO O FLUIDO UNIVERSAL

Fluido vital: é um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas tem a sua fonte nas modificações da matéria universal. É um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois todos procedem de um mesmo princípio. É o elemento que dá vida à matéria orgânica. Pode ser denominado de magnetismo, eletricidade etc.

Ectoplasma: tipo de matéria que se situa entre a matéria densa e a matéria perispirítica. Presta, sobretudo, aos trabalhos de efeitos físicos e materializações.

Perispírito: invólucro semi-material do Espírito. Nos encarnados, serve de laço intermediário entre o Espírito e a matéria. (Equipe da FEB, 1995)

5. TRINDADE UNIVERSAL E O FLUIDO

5.1. ESQUEMATIZANDO O RELACIONAMENTO



5.2. DEUS COMO CAUSA PRIMÁRIA

Na pergunta n.º 1 de O Livro dos Espíritos – Que é Deus, os Espíritos respondem que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Assim, Dele vertem-se dois princípios, o princípio espiritual e o princípio material, que individualizados, vão formar, respectivamente, o Espírito e a Matéria. Nesse mister, devemos ter sempre em mente que tanto o Espírito quanto a matéria são causas secundárias. Por isso, tudo deve estar submetido ao Criador, quer o denominemos por Jeová, Alá ou outro nome qualquer.

5.3. AS INTERPENETRAÇÕES DOS FLUIDOS

Como notamos, há dois elementos básicos na formação do mundo: o princípio espiritual e o princípio material. O princípio vital, o fluido vital, o magnetismo, o duplo etérico e o perispírito são classificados como matéria, pois todos são transformações do fluido cósmico universal e difere de tudo que se relaciona com o Espírito.

6. CONCLUSÃO

A análise dos fluidos é muito importante para a compreensão do mecanismo de transferência de energia de uma pessoa para outra, principalmente através da aplicação dos passes espíritas.

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [s. d. p.]

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.