Espírito

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Origem e Natureza dos Espíritos. 4. Espírito e Matéria. 5. Alma e Espírito.  6. Independência do Espírito. 7. O Alcance do Espírito. 8. Manifestações dos Espíritos. 9. Escala Evolutiva. 10. Conclusão. 11. Bibliografia consultada

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar que o Espírito é um ser real, circunscrito que, em certos casos, torna-se apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato. Para uma melhor compreensão deste tema, busquemos o conceito de Espírito, a sua origem e natureza e as suas relações com o meio ambiente.

2. CONCEITO

Espírito  - do lat. spiritus - significa "sopro",  "respiro".  Há muitos  sentidos  relacionados a esse termo: figurado, em  que  o espírito  opõe-se  à  letra; impessoal, em que  o  espírito  é  a realidade  pensante;  particular,  em  que  o  espírito  torna-se sinônimo de inteligência. No sentido especial da Doutrina Espírita , os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o Universo, fora do mundo material, e constituem o mundo invisível. Não são seres oriundos de uma criação especial, porém, as almas dos que viveram na Terra, ou nas outras esferas, e que deixaram o invólucro corporal. Assim, o  Espírito é a substância subtilíssima por essência e que constitui no homem uma das substâncias do seu composto ternário: Corpo,  Perispírito e Espírito. Em suma, é o princípio inteligente do Universo.

3. ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS

O que são os Espíritos? Qual é a sua origem? Eles são criados por Deus? Se são, como Deus os cria?      

De acordo com as instruções dos Espíritos, os Espíritos foram criados por Deus. A sua origem ainda nos é desconhecida. Sabemos apenas que foram criados simples e ignorantes, porém sujeitos ao progresso. A sua essência difere de tudo o que conhecemos por matéria. Nesse sentido dizemos que são imateriais. Mas o termo ainda é incompleto. Allan Kardec na pergunta 82 de O Livro dos Espíritos explica o fato da seguinte maneira: "Imaterial não é o termo apropriado; incorpóreo, seria mais exato; pois deve ser alguma coisa. É uma matéria quintenssenciada, para a qual não dispondes de analogia, e tão eterizada, que não pode ser percebida pelos vossos sentidos... Um povo de cegos não teria palavras para exprimir a luz e os seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, o olfato, o paladar e o tato; não compreende as idéias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta. Da mesma maneira, no tocante à essência dos seres super-humanos, somos como verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço de imaginação". (1995, p. 80)

Observação: os Espíritos tiveram um começo, mas não terão fim. Por isso, devemos dizer que eles são imortais e não eternos. O termo eterno deve ser aplicado a Deus, pois ele é o único que não tem começo e nem fim. 

4. ESPÍRITO E MATÉRIA

Sabemos que  Deus é a causa primária de todas as coisas. Dele vertem-se  dois princípios:  o  princípio  espiritual e  o  princípio  material. Individualizados,   denominam-se   respectivamente   Espírito   e Matéria.  Assim, o ser pensante, o logos grego é o Espírito. A Matéria é apenas um veículo, o corpo que o Espírito  utiliza para a sua evolução. A  cada  nova  encarnação,   novas experiências e novas oportunidades de aprendizado. Mas, ao elemento material é necessário ajuntar o fluido universal, que exerce o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o Espírito possa exercer qualquer ação sobre ela. 

5. ALMA E ESPÍRITO

A  alma é o Espírito encarnado. Embora muitas pessoas usem  esses dois   termos  como  sinônimos,  há  substancial   diferença   de concepção. O Espírito é o ser inteligente da criação que povoa  o Universo e engloba todas as encarnações. A alma é o ser  parcial, limitado e circunscrito a uma encarnação específica. No primeiro, a  amplitude;  no  segundo,  a  redutibilidade.  É,  pois,  nesse processo dialético que o Espírito evolui até atingir a perfeição.

6. INDEPENDÊNCIA DO ESPÍRITO

Muitas pessoas riem com a incoerência dos que ora afirmam a correlação entre o cérebro e o espírito, ou proclamam a independência do ser espiritual, isto é, a manifestação do espírito fora do cérebro, sem o acondicionamento sem a necessidade absoluta das células cerebrais. É que ainda não compreenderam a diferença entre paralelismo absoluto e paralelismo relativo. O Espírito está ligado ao corpo, mas não está confinado a este. O Espírito pode ser comparado a um prisioneiro: este burla o guarda, sai da prisão, vai aonde quer, e depois volta novamente à cela. Quer dizer, o Espírito manifesta-se, pode tornar-se visível em outros lugares (bicorporeidade), enquanto o cérebro fica jungido ao corpo físico. (Imbassahy, 1946, p. 59 a 61)

7. O ALCANCE DO ESPÍRITO

J. B. Rhine, psicólogo da Universidade de Duke, quer provar cientificamente a existência dos fatores não físicos do espírito. Para tanto, classifica a telepatia, a clarividência e a pré e pos-cognição como função "psi-gama", e a telecinesia, a teleplastia e a psicocinesia como função "psi-kapa". O sistema escolhido pelo professor J. B. Rhine, para a avaliação quantitativa da “função PSI” é baseado na estatística combinada com o cálculo das probabilidades. Na pesquisa da “função Psi-Gama”, Rhine elegeu como principal instrumento as cartas Zener. Para verificação da “função Psi-Kapa”, escolheu os dados de jogar.

A precognição, a profecia ou o conhecimengo do futuro pode ser entendido através de uma exemplo: a luz mostra o que vemos. Este é o efeito da causa. Como inverter. Como ver o efeito antes da causa. Como sentir que a luz está lá antes de se manifestar? Aceitar que o Espírito pode prever o futuro, é aceitar que ele tem uma dimensão muito mais vasta do que podemos imaginar. (Rhine, 1965)

8. MANIFESTAÇÕES DOS ESPÍRITOS

Os Espíritos se manifestam: 1) por Efeitos Físicos  (movimentos, ruídos, sons, transportes de objetos etc.); 2) por Efeitos Inteligentes (permuta de pensamentos, sinais ou palavras).

As manifestações podem ser classificadas: 1) Ocultas (sugerindo idéias); 2) Patentes (registrando efeitos para os sentidos); 3) Espontâneas (de improviso); 4) Provocadas (por influência dos médiuns, que são pessoas com faculdades especiais e devidamente preparadas).

9. ESCALA EVOLUTIVA

O Espírito se classifica em razão do desenvolvimento, da qualidades ou imperfeições que possuem. São de Três Ordens: 3.ª Ordem (Imperfeitos) — c/orgulho, egoísmo, ódio; (impuros) — leviano, pseudo-sábios, neutros; (e perturbadores); 2.ª Ordem (bons) — benévolos, sábios, prudentes, superiores; 1.ª Ordem (puros) — sem nenhuma influência da matéria, com superioridade moral e intelectual ante os outros; não sujeitos a reencarnação, por serem perfeitos. (Kardec, 1995, p. 84 a 90)

10. CONCLUSÃO

O Espírito é uma realidade. Não o podemos negar. Cabe-nos, sim, penetrar mais profundamente nas relações entre o mundo encarnado e o mundo desencarnado, a fim de não sermos surpreendidos quando fizermos a nossa passagem para o verdadeiro mundo, ou seja, o mundo dos Espíritos.

11. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

IMBASSAHY, C. Corpo e Espírito. São Paulo, Lake, 1946.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

RHINE, J. B. O Alcance do Espírito. São Paulo, Bestseller, 1965.

São Paulo, dezembro de 1995.